Estou sentada na cama com as minhas bonecas, uma tem cabelos pretos e a outra, cabelos dourados como os meus. Brinco com elas, que são bonitas como eu, bem vestidas e perfumosas como rosas. Ouço vozes na sala. É o papai! Largo as bonecas e corro até ele.
- Papai! Papai! - Digo correndo e quando chego até a sala fico parada. O papai está todo sujo, deve ter sido tinta. Abaixo os olhos e vejo a mamãe número sete, caída no tapete com os olhos abertos e toda suja.
- Pa... pai? - Digo baixinho.
Ele vira e me encara sorrindo. Está limpando a faca em um pano.
- Olá, meu anjinho! - Diz se aproximando para me abraçar, mas para quando eu levanto a mão, ele suspira e passa a mão pelos cabelos. - Querida, a mamãe foi má comigo, ela estava conversando com uma amiga e...
- Papai! - Grito irritada - Você tinha dito que ela seria a última mamãe! Disse que não ia substituir! Que era perfeita!
- Eu sei, querida... - Ele soa triste - Mas ela não obedeceu, ela podia estar combinando me trair...
- Mas papai...
- Natie, venha, me ajude aqui. - Ele tira as roupas e me entrega. - Coloque-as na lavadeira. Vou me livrar desse inseto imundo. - Ele aponta para o corpo com nojo.
- Certo. - Digo e vou até a lavanderia no porão, coloco as roupas para lavar e sorrio.
- Porca imunda, traiu o papai, eu mesma deveria ter me livrado dela. Aquela desgraça tocou em mim... vou ter que esfolar a pele de novo, para estar limpa quando a próxima mamãe chegar. - Sorrio pegando a lixa para começar o trabalho.
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