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História Uma e Outra Vez - Capítulo único


Escrita por: soufflegirl

Notas do Autor


Oi, gente! Desculpa essa sinopse horrível. Eu sou simplesmente péssima pra resumir qualquer coisa e se tratando de onseshot então... só piora!
Tenham uma boa leitura ;*

Capítulo 1 - Capítulo único


Sabe aquele momento constrangedor em que você é pega espiando alguém? Essa é a situação na qual me encontro neste exato segundo. Numa tentativa de desfazer o momento stalker, desviei o olhar, fingindo estar vasculhando a lanchonete enquanto levo o copo que ainda continha metade do meu suco de laranja à boca. Às vezes eu me surpreendo com a minha capacidade de pagar mico. Parece que antes d’eu descer a esse mundo Deus me chamou e disse “Caitlin, a ti dou o dom de se meter nas situações mais embaraçosas!”. Tá, isso foi bastante exagerado. Para ser bem sincera eu sou exagerada naturalmente, mas fazer o que? É o meu jeitinho natural de ser e nada pode mudar, e olha que já tentei.

Em meio a devaneios eu acabei me desligando do meu alvo e então tomei um leve susto ao constatar que ele estava caminhando em minha direção. Num impulso brilhante me levantei chamando a garçonete pronta para pedir qualquer coisa na esperança de que ele desistisse ao ver que estava ocupada. Contudo como nenhum plano na vida é perfeito, acabei por fazer um movimento erradio e num piscar de olhos o pratinho no qual eu comia um pedaço de lasanha estava espatifado no chão. Como alguém consegue derrubar um prato que estava em cima da mesa só se levantando é o que todos devem estar se perguntando. Proezas de Caitlin Snow, eu respondo, proezas de Caitlin Snow. Não sei como ainda zombam de mim quando digo que recebi um dom.

Nem era preciso dizer que a garçonete estava me olhando com um olhar mortal, né? Não demorou nada para que ela soltasse uma frase mal-humorada digna de me paralisar.

– Olha só, eu acabei de limpar isso aqui. Então nem pense em dizer “foi sem querer” porque agora é por sua conta e muito menos corra porque eu te alcanço antes mesmo de você pensar em atravessar aquela porta. Espere aqui que vou pegar uma vassoura. Entendeu?  – Demorei até perceber que ela esperava uma resposta, então apenas mexi a cabeça concordando ainda receosa. Em compensação ela apenas revirou os olhos e bufou, já me dando as costas para desaparecer no corredor. Mas não tão rápido a ponto de não pudesse ouvir seu ultimo resmungo “É cada um que me aparece!”

– Uau, ela realmente é brava – tive um sobressalto ao ouvir alguém falando num tom agradavelmente melodioso e levei a mão ao peito antes de me virar. Sem sombra de dúvidas o universo tirou o dia para pegar no meu pé porque o dono da voz era nada mais, nada menos que o cara culpado por me fazer derrubar o prato. – Desculpe, eu não queria lhe assustar, acho que deveria ter feito algum barulho antes de me manifestar.

– Não, está tudo bem. Só estava distraída, acho que não levo uma bronca assim desde que derrubei a merenda de uma coleguinha da 2ª série. Desde então nossa amizade nunca mais foi a mesma. - Ele soltou uma risadinha meio rouca que juro pelo universo e todas as estrelinhas brilhantes tinha a capacidade de me deixar tonta. E neste momento eu sabia que devia estar olhando para ele como uma viciada em chocolates ao visitar a fábrica Wonka.

– Seu sorriso é deslumbrante. – Falei de repente e me arrependi no mesmo instante. – Desculpe, eu apenas amo sorrisos. É inevitável não andar por aí prestando atenção nos dentes alheios. Sério, teve uma época em que pensei na carreira de odontologia apenas por esse fascínio. – Parei ao perceber que estava falando demais e me senti mais envergonhada ainda pelo rompante de palavras. É isso que dá conviver tanto com Felicity. Inevitavelmente, com o passar dos anos de um modo inexplicável, fui pegando seu jeito sem filtro. Meu único consolo era saber que não fui a única a ser contagiada, já que meu outro melhor amigo, Cisco, também fora contagiado. – Ela está demorando, não? – Perguntei, enquanto soltava um suspiro.

Como se tivesse ouvido minha pergunta, a garçonete brotou do nosso lado munida pela vassoura e pá. Então limpei minha bagunça e joguei no lixo voltando em seguida para me sentar. Tudo isso sob o olhar do desconhecido que agora aparentava estar confortabilíssimo na mesa que eu ocupava.

– Hey! – Ele chamou enquanto me sentava novamente. – Eu pedi outra lasanha e um suco de laranja pra você. Vi que ainda restava mais da metade e imagino que ainda esteja com fome. Por minha conta.

– Não precisa se incomodar, eu mesma pago.

– Claro que precisa, se não fosse por mim você não teria perdido a comida.

– O que?! Isso não faz sentido algum. – Tentei fazer a sonsa. Vai que cola, né?

– Mas é óbvio que faz - Contestou. – Se não estivesse me encarando, não teria se atrapalhado e nada disso teria acontecido. Agora definitivamente eu queria enfiar minha cabeça num buraco e não sair jamais. Fiquei tão constrangida que minhas bochechas coraram, podia sentir perfeitamente o sangue se acumulando em minhas bochechas.

– Sinto muito, sei que foi uma situação bastante estranha, mas tem um motivo. Eu sei que vai parecer desculpa esfarrapada, mas eu juro que te conheço de algum lugar, contudo não consigo recordar. Por isso estava te encarando, tentava puxar alguma lembrança. – Falei tudo de modo meio destrambelhado, retorcendo minhas mãos e, principalmente, evitando fitá-lo. Por isso quando tomei coragem para olhá-lo mais uma vez não entendi o motivo do desconhecido estar com um sorrisinho meio zombateiro no rosto. Franzi a testa e perguntei – O que foi? – Ele por sua vez continuou parado me encarando com aquela cara de "sei algo que você não sabe". Suspirei cansada, antes de prosseguir. – Olha eu to falando a verdade. Se você não acredita não posso fazer nada.

Dessa vez ele soltou uma gargalhada e apesar do som maravilhoso, pude sentir uma centelha de raiva se acendendo dentro de mim. Esse puto estava rindo de mim?! Rindo de mim na minha cara?! Quem ele achava que era?! O Zac Efron?! Por favor, não era apenas por ter um sorriso maravilhoso junto a um jeitinho nerd extremamente fofo, sem falar dos músculos, que eu ficaria babando por ele! Com o rosto pegando fogo peguei minha bolsa, retirei o dinheiro e coloquei na mesa, já me levantando para ir embora dali o mais rápido possível. Porém fui impedida por sua mão em meu braço.

– Espera. Não precisa ficar irritada. – Inevitavelmente arqueei as sobrancelhas numa pergunta óbvia. – Ri exatamente porque sei de onde me conhece.

– Oh, sério? Então refresque minha memória, por favor.

 

Então, soube que seu nome era Barry Allen e ambos estudamos na West High. E ainda que nunca tenhamos nos falado além de cumprimentos cordiais, ele me reconhecera. Logo me vi envolvida numa conversa muito agradável. O papo fluía tão facilmente que rimos do nosso antigo professor de história, compartilhamos nossos seriados favoritos, discutimos sobre teorias da conspiração e se Fifth Harmony é ou não a versão atual das Spice Girls. No meio disso tudo, fui tomada pelo choque quando ele soltou a seguinte frase:

– Acredite se quiser, mas eu meio que tinha uma queda por você no colegial. – Devo feito uma cara interrogação porque em seguida ele passou a se explicar.

– Vou te provar. Isso se você lembrar é claro, as chances de ter sido algo insignificante na sua vida são 99%.

– Okay, deixe-me tirar a dúvida sobre ser ou não insignificante.

– Lá vai então. Nossa! Isso vai soar bizarro. – Deu um suspiro tentando expulsar a tensão que tomou o seu corpo subitamente antes de prosseguir. – Bem... Uhhmm... Você deve lembrar que a nossa escola fazia questão de que o Valentine's Day fosse um grande evento – Só de ouvi-lo citar a data já fez meu coração acelerar. Uma reação bem idiota, eu sei, afinal não poderia ser ele. – E no nosso 3º ano teve uma mudança que possibilitou o envio dos corações anonimamente... Enfim, não sei o que me deu, talvez a ideia de anonimato subiu à cabeça, não sei... – Barry deu uma risada leve e esfregou o braço esquerdo, enquanto eu a essa altura já estava com o coração quase saindo pela boca de tão nervosa. – O fato é que comprei um e pedi para enviarem junto à uma tulipa vermelha na aula que tínhamos juntos. Ainda consigo me lembrar da sua reação, o olhar surpreso, as bochechas adquirindo um tom mais rosado. – Ele deu um sorriso leve como se estivesse relembrando uma memória boa.

Nós ficamos um tempo em silêncio no qual eu tentava assimilar tudo. Era meio difícil de acreditar que depois de tantos anos eu finalmente descobri quem era o meu admirador secreto. Sim, admirador secreto, porque após aquele dia muitos outros bilhetes e mimos se seguiram. Até que o fim do ano chegou e nunca mais ouvi falar dele, muito menos soube quem era.

– Okay... Pela sua cara de confusão, posso afirmar que você realmente não recorda. Eu disse que poderia ser uma revelação estranha. – E foi nesse momento que percebi que o meu silêncio acabou passando a interpretação errada.  Ainda desnorteada tentei me explicar.

– O que? Não, não é isso... é só que não estava esperando por isso. E pode ter certeza é o tipo de coisa que marca a vida escolar de qualquer garota. – Eu falei marcar? Marcar é pouco para as várias vezes que me peguei sonhando sobre como ele seria, inventando vidas, encontros, situações imaginárias que foram apenas isso, imaginações que nunca saíram para a realidade. Contudo, era óbvio que não lhe diria isso. É o tipo de coisa que é preferível guardar para si mesma. – Eu apenas não acreditei na possibilidade de conhecer o Soñador Enamorado desde o fim da escola. Para falar a verdade em certos momentos eu até duvidei da real existência dele.

– Agora fiquei confuso. Por acaso acredita em fantasmas, Dra. Snow? – Brincou e eu ri.

– Não. – Lhe lancei um olhar cumplice de zombaria. - Apenas pensei que poderia ser alguma brincadeira de alguém entediado. Você tem que concordar que nosso colégio era um tanto quanto cruel. Que mais poderia pensar sendo que você nunca tentou revelar a identidade ou me encontrar?

– Culpado! Mas ao meu favor, naquela época a timidez me dominava, e só de pensar em ir falar com você diretamente minha respiração se tornava difícil. E isso não é exagero. Deus, eu tinha sérios problemas! – Dessa vez foi ele quem riu.

– Eu te perdoo... – Nesse momento ele levou uma mão ao peito enquanto soltava um "Ufa!" da maneira mais exagerada possível. Deveria confessar que era inevitável não me sentir encantada com seu jeito leve e jovial. – Mas com uma condição... – E dessa vez fui eu quem tive o prazer de vê-lo ficar confuso.

– Agora me pegou de surpresa. Deveria temer por essa condição?

– Não, pelo menos eu acho que não, porém isso você terá que decidir. – Procurei a agenda na bolsa, anotei meu endereço e empurrei o papel para o seu lado da mesa. – Me pegue sábado às 19h – Levantei da cadeira, colocando a bolsa nos ombros.

– É o que estou pensando? – Me inclinei para sussurrar no seu ouvido e inevitavelmente levei minha mão a sua nunca, fazendo uma leve caricia.

– Se você estiver pensando que precisa recuperar nove anos, então sim. – arrastei meu rosto lentamente pelo seu, aspirando lentamente seu perfume amadeirado, apenas para depositar um beijo no canto de sua boca. – Hasta la vista, Barry! – Me despedi e fui em direção à saída, sem esperar por uma resposta.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e desculpa qualquer erro.
Talvez se tiver um feedback legal, eu faça mais oneshots snowbarry, não sei... Enfim, beijos ;*


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