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História Uma estranha no ninho - Vol. II - Feridas que me matam.


Escrita por: Kitsune_Strife

Notas do Autor


Olá amekenhos!!! E aí?! Tudo bom com vocês? Gente, quanto tempo!!! Uall! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Então, sim! Eu mereço várias chibatadas por essa demora absurda, mas...minha vida ficou um vuco-vuco de fevereiro até agora. Depois de duas semanas que postei o capítulo anterior eu fui convidada a fazer uma viagem de 20 dias de última hora. Quando retornei acabei levando uma droga de um choque térmico e fiquei doente por quase duas semanas. Um inferno!!! Logo em seguida precisei viajar DE NOVO!!!! E dessa vez por um mês!!!!!!!!!! Por que, o que acontece: Eu estou em processo de mudanças e tal, e onde eu estava não tinha como postar e para tentar escrever (quando dava) era pelo celular. Então eu tive de deixar vocês esperando até que eu retornasse para minha casa e rezar para a Oi não me deixar sem internet, porque até isso está fd!!!!
Mas mesmo com a demora eu consegui gente!! CONSEGUI!!! I came back!!!!! E como já disse antes: Eu não vou abandonar vcs! Por mais que demore. Se eu parar é porque morri!! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
Então, quero agradecer MUITOOOOOOOOOOO as pessoas que me mandaram comentários pedindo para eu não parar e voltar a escrever. Gente! Vocês não sabem a força que isso dá pra nós, escritores. Principalmente quando estamos com dificuldades. Obrigada mesmo pelo carinho. Espero que vocês curtam esse capítulo e me perdoem pelos possíveis erros.
Bjs grande no kokoro e boa leitura!!!!!!!!!!

Capítulo 4 - Feridas que me matam.


Fanfic / Fanfiction Uma estranha no ninho - Vol. II - Feridas que me matam.

— Uhhhh! Que bela dentada! – ironizou Naomi, olhando a ferida no peito de Saga.

Saga suspirou, apoiando a cabeça no encosto da poltrona e fechando os olhos. Sentia seu corpo horrível. Uma sensação de cansaço e uma dor de cabeça fora do comum. Era quase como estar com um forte resfriado, mas sem as tosses e as corizas incomodas.

—Vocês transaram? – Naomi foi direta, pegando um algodão e embebendo em um líquido azulado, depois levou a ferida.

— Hummmm...Ahhhhh...- Saga gemeu de dor, trincando os dentes e afundando os dedos nos braços da poltrona. —...mais ou menos. – respondeu mais para si mesmo por falta de fôlego. Que merda era aquela? Ácido?

— Mais ou menos...quanto? – continuou a youkai, limpando os buracos que os dentes de Kyoko havia deixado. A mordida era bem profunda e pelo que indicava a mandíbula da Kitsune havia se fechado quase por completo ali, e só não arrancou um pedaço dele porque não quis.

— Isso é realmente necessário? - retorquiu gêmeos. Não gostava nem um pouco que se enfiassem em sua intimidade.

Naomi sorriu sarcástica, olhando a feição séria e cansada de Saga. Pela ferida era totalmente justificável sua condição atual, principalmente por saber melhor do que ninguém o motivo para tal. Saga não precisava dizer com detalhes o que tinha ocorrido. Não era inocente e conhecia Kyoko muito bem para identificar aqueles sintomas.

— Ela estava com fome...- jogou o algodão em uma tigela de aço. Saga crispou o cenho sem entender. —...fome de você. – fez uma pausa, voltando a limpar a ferida. — E não é só no sentido sexual.

—Está dizendo...que ela...se alimentou de mim? – indagou sem conseguir acreditar.

Naomi sorriu. Já imaginava que aquilo poderia acontecer. Na verdade, só esperava o resultado.

— Sim! Pelos seus sintomas e a mordida: É! Ela se alimentou de você.

— Não! Impossível! Ela nunca faria isso...

— Tem certeza? – interrompeu Naomi sorrindo de lado. Saga ficou em silêncio, agora, confuso. — Consegue lembra de alguma coisa depois que ela te mordeu?

— Não...

A médica sorriu ainda mais irônica, cortando a palma da mão para derramar um pouco de seu sangue em um recipiente. Depois colocou um pouco de saliva, algumas ervas do Makai e um pó marrom que lembrava muito canela. Virou e com uma espátula começou a colocar sobre os buracos da ferida no peito de Saga. Ele gemeu angustiado; aquilo ardia pra P%@&#!

—É assim que acontece. Quando se sobrevive, nunca lembra o que aconteceu. Só até a hora da mordida e as vezes nem antes dela, dependendo da intensidade.

—Isso não pode ser. Eu tentei fazer ela se alimentar assim uma vez que ela perdeu a cauda, mas ela não aceitou de jeito nenhum. Disse que eu ficaria fraco e Hiroaki tentaria me matar. – disse Saga ainda sem entender bem.

—E ela fez muito bem! Estava protegendo você, mas...Hiroaki não está mais vivo. Você o matou. Não tem mais nada te ameaçando e levando em consideração que ela não lembra desse fato, e a quantidade de energia que ela gastou para alimentar as partes da Adamantine é óbvio que ela iria precisar se recuperar de alguma forma. – fez uma pausa terminando o curativo e sentando próximo a Saga. Ele somente ouvia. — Saga...você é muito poderoso. Tem cosmo suficiente para explodir estrelas, mas mesmo assim você é um homem! Um homem humano! Isso é um fato que nunca vai mudar! A Kyoko é um youkai e a fonte de energia principal e preferencial de um youkai é a energia humana e você tem muita!!! É como estar a semanas sem comer e por sorte acabar preso em um restaurante self servisse sem ninguém para te controlar.

Saga sorriu incrédulo. Sinceramente não esperava por aquilo, não que estivesse magoado ou ressentido, só não esperava ser ludibriado e ainda mais “abusado” daquela forma. Lembrou-se de quando Kyoko havia mordido Milo assim que chegou no santuário. Ele havia dormido por dias, mas no seu caso, provavelmente, Kyoko havia lhe dado o “antídoto” assim que terminou de se satisfazer. Passou a mão no rosto ainda mais incrédulo por começar a ligar os pontos: a forma como ela não se deixava ser tocada e o fato de não ter conseguido resistir.

—Ela me enganou. – falou sorrindo de olhos fechados.

— Sim! E não se sinta mal por isso e muito menos acredite que irá conseguir escapar da próxima vez só porque eu lhe alertei. – avisou Naomi se levantando e pegando uma injeção.

Saga sorriu de lado. Estava verdadeiramente fodido! Ele nunca iria conseguir identificar as intenções de Kyoko quando o levasse para cama por conta de sua atração por ela. Normalmente já se sentia atraído por ela e resistir em não a tocar era quase impossível. Mesmo que ela não o procurasse sabia que não se negaria a tal prazer. Amava Kyoko e a queria mais do que tudo em sua vida. Sabia que o sentimento era recíproco e por se amarem seria praticamente impossível saber quando ela queria jantar ou só fazer amor. Contudo, no fundo, não se importava muito com aquele detalhe. Kyoko jamais faria aquilo se não precisasse e sinceramente...era mais do que justo ser ele a dar de si a ela. Teria feito da outra vez, não seria agora a negar. A única coisa que o incomodava era saber que sempre acordaria com uma ressaca horrível no dia seguinte.

— É...eu sei. Melhor você estocar esses seus remedinhos para quando eu precisar e pelo visto...vou precisar muito. – respondeu Saga vestindo a camisa.

—Pode deixar...Heika-sama (Sua Alteza). Desejo-lhe boa sorte.

— He he he...não teve a menor graça. – remedou Saga, não gostou nem um pouco do jeito que Naomi o chamou.

Nani...( o que...) – balbuciou Kyoko, entrando na sala ainda muito sonolenta e esfregando o curativo do olho. Os pés se arrastando, mal saiam do chão.

—Ora, ela acordou.

— Naomi...

Saga sorriu satisfeito, caminhando até Kyoko e erguendo o rosto amarrotado entre suas mãos grandes, os cabelos prateados bagunçados juntamente com os pelos fofos de suas orelhas. Ela mirou o cavaleiro, dando um bocejo engraçado. Saga sentiu-se sublime, completo! Era indescritível a sensação que sentia sempre que a via acordar. E pensar que ela esteve morta por dois anos e meio, e amargou como nunca nesse tempo... Era horrível lembrar. A sensação de frio na espinha e o bolo que se formava em seu estômago, e garganta nunca o deixavam quando se recordava. Ainda podia sentir a pele fria dela sob seus dedos.

Não esperou nem que ela terminasse, dando pequenos beijos nos lábios abertos e pelo rosto, sentindo a pele morna e macia sob seus lábios e entre suas mãos. Quando ela terminou, beijou os lábios avermelhados com todo amor que tinha, abraçando-a, envolvendo-a em seus braços de um jeito que achou que jamais se separariam.

— A-han! Será que posso vê-la também ou vai monopolizar Kyoko-chan? – interrompeu Naomi, cruzando os braços.

Saga, a contragosto, libertou os lábios de Kyoko. Ela respirou fundo, buscando o ar que havia faltado, piscando confusa e depois abrindo um belo sorriso a Saga.

Ohayou! (Bom dia!) – disse sorrindo e abraçando Saga, esfregando o rosto no peito dele para roubar um pouco do cheiro bom que ele tinha.

—Ahhhh chega! Vocês são um saco! Eu vou ficar diabética com tanto açúcar.

Naomi bateu algumas palmas na intenção de atrapalhar Saga e Kyoko, empurrando Saga pelo ombro enquanto puxava a raposa pelo braço. Kyoko não gostou nem um pouco da intromissão da outra. Odiava ser atrapalhada em algo que gostava muito e o cheiro de Saga era algo que gostava e muito.

* — O que pensa que está fazendo?  – rosnou a kitsune visivelmente irritada. O olho mudando de cor junto com a íris fina, o cenho tão crispado que uma ruga forte se formou entre as sobrancelhas.

*—Separando vocês dois. Eu não vim aqui para ver vocês transarem.  – respondeu a outra.

*—Você sabe que eu odeio quando faz isso. Quantas vezes terei que dizer para não me interromper quando eu estiver fazendo algo que me agrade?!

*—E eu vou ficar plantada aqui até você achar que não agrada mais para fazer o que vim fazer?! Me poupe, Kyoko-chan!  

*— Ora, sua...

— Parou! – ditou Saga, entrando no meio das duas. Não estava entendendo nada do que elas diziam, mas sabia que elas discutiam só pelo tom de voz e o olhar bizarro de Kyoko. — Calma Kyoko! A Naomi veio aqui ver suas feridas. Eu pedi a ela para vir ontem, mas ela não pode.

— Imagino o porquê. – desdenhou a raposa olhando para a outra de soslaio.

—Ainda bem que você imagina porque assim não preciso lhe dar satisfações. – rebateu.

—Naomi, para! – falou sério e imponente. Kyoko sorriu vitoriosa. — E você também! – voltou para a raposa.

— Mas...

— Sem, “mas”, agora senta ali e deixa a Naomi ver você. Não aguento mais ver você toda enfaixada.

Kyoko abaixou as orelhas e sentou no sofá de três lugares. A médica bufou; se já não tivesse que aturar as crises de Kyoko ainda tinha mais essa: Saga e seu jeito naturalmente mandão. Não sabia quem era pior.

Pegou uma tesoura e cortando as ataduras na coxa da raposa. Com cuidado retirou os panos. Um cheiro de carne apodrecida pareceu tomar conta da sala, fazendo Kyoko enfiar o rosto no peitoral de Saga afim de abafar o cheiro. Para ela era muito pior do que para Naomi, que usava uma máscara, e Saga, que não possuía um olfato tão apurado quanto de Kyoko. Mas mesmo assim não deixou de incomodar menos.

— Que cheiro é esse? – resmungou de cara feia.

— É a mistura do sangue e as ervas. Vai sair assim que eu terminar. Não se preocupe, ela não irá ficar com cheiro de defunto. – respondeu com a voz abafada.

Com habilidade, Naomi enrolou os curativos velhos, jogando em um saco plástico. Em seguida jogou ali uma espécie de gel de cor verde, mas que possuía um cheiro muito bom e que incrivelmente dissipou por completo o cheiro ruim que havia ficado ali. Esfregou com a ponta dos dedos, massageando e revelando enfim a pele branca de Kyoko sem nenhum arranhão sequer. Saga sorriu satisfeito junto a Naomi. Tinha que admitir: ela era perfeita no que fazia.

— Prontinho! Sem nenhum arranhão. Nenhuma cicatriz! Nada! Linda como deve ser. – falou satisfeita. — Agora, vamos para a pior parte. Deixa eu ver seu rosto.

— A propósito, o que você fez com meu olho de novo? – Kyoko indagou curiosa. Naomi se surpreendeu com a pergunta.

—Como assim “ de novo”?

Kyoko piscou confusa, olhando de Saga para a youkai.

—É...de novo e de novo, e de novo. – fez uma pausa. — É a terceira vez que você faz isso.

Naomi sentiu a boca abrir por vontade própria e Saga de sair correndo até o túmulo de Hiroaki só para surra o defunto mais umas cem vezes. A cara de incredulidade de Naomi deixou mais do que óbvio que nunca sequer tinha conhecimento da ferida no olho de Kyoko e que mais uma vez Hiroaki havia brincado com as lembranças dela. Preferiu não indagar Kyoko por enquanto, pois o que queria mais era saber se ela iria ou não voltar a enxergar e foi pensando em evitar deixar a amada ainda mais confusa que agiu antes da outra recobrar a sanidade que havia perdido com aquela informação absurda.

— Kyoko deixa a Naomi ver você, depois que ela terminar poderemos te explicar, okay?! Só confia em mim.

A kitsune ficou observando os olhos verdes do cavaleiro ficando ainda mais sem entender, mas acatou. Depois de tudo que Saga fizera para ajudá-la era impossível discordar dele naquele momento.

Acenou deixando Naomi prosseguir. A médica engoliu o choro de raiva e frustração, deitando Kyoko com a cabeça apoiada em uma almofada. Com todo cuidado do mundo, e um Saga terrivelmente ansioso, retirou o curativo. O mesmo cheiro voltou a incomodar e mais do que rápido, mas não menos cuidadosa, jogou o mesmo gel verde e de cheiro bom no olho da kitsune. Ela resmungou incomodada, sentindo o líquido deslizar por seu olho e tirando os resíduos do emplasto.

Devagar Naomi e Saga ajudaram Kyoko a sentar. Ambos estavam muito ansiosos e cada um rezava para um resultado positivo, agora mais do que nunca! Sentou ao lado dela e com uma das mãos cobriu o olho âmbar. Engoliu em seco; estava na hora da verdade.

— Abra os olhos.

A pálpebra superior da raposa tremeu e devagar ela começou a abrir. Sentiu uma ardência forte e um incomodo que a fez voltar a fechar. Tentou esfregar com as costas da mão, mas Saga a impediu.

—Devagar. Não precisa se esforçar. – falou Saga, carinhoso.

De novo Kyoko moveu a pálpebra, mas dessa vez conseguindo abri-la. Saga sentiu o coração pulando cada vez mais dentro do peito, martelando para sair dali. Ela piscou uma, duas vezes, movendo o olho e em meio a borrões viu o tom de verde que Saga tinha. Ficou parada, mirando os olhos impacientes dele que pediam para que ela dissesse alguma coisa.

— Fala alguma coisa. – pediu em tom de suplica.

Tremula, as mãos de Kyoko seguraram o rosto do cavaleiro entre as mãos, tateando os contornos da face e principalmente os olhos dele. Saga sentiu como se fogos de artifício explodissem dentro de seu coração de tanta alegria. Kyoko estava vendo! Enxergando seu rosto e se encantando por saber que enxergava com seu olho esquerdo de novo. Sorriu extasiada, perplexa e muito, muito feliz. Os olhos lacrimejando, derramando junto com Saga e Naomi suas lágrimas de pérolas, mas dessa vez de alegria.

—Eu...posso ver.

— Pelos...deuses!

Saga puxou Kyoko, abraçando ela e chorando junto de tanta felicidade. Ele confiava em Naomi e jamais perdeu as esperanças que ela conseguiria fazer Kyoko voltar a enxergar. A médica sorriu feliz, levando uma mão a boca a fim de conter o choro de felicidade. Agora sim sentia-se mais realizada do que nunca!

— Como? Como conseguiu? - choramingou Kyoko a ela.

Naomi se aproximou mais, acariciando o rosto da raposa e secando o rastro que as lágrimas dela deixavam.

— Você nunca me contou. Eu nunca sequer desconfiei que...que seu olho...

— O...o quê? Como assim? Como não sabia? Eu te contei o que elas fizeram comigo e...e Hiroaki...ele...ele exigiu que você me operasse. - gaguejou a raposa perplexa.

— Não Kyoko! Eu...nunca operei você. Eu nunca nem ao menos soube que você estava cega.

A kitsune empalideceu. Como assim? Aquilo não era possível. Lembrava-se com clareza da fúria e desespero de Hiroaki pelas várias tentativas frustradas dela em lhe ajudar, o quanto Naomi havia sofrido por não ter conseguido e mais ainda das dores que sentiu de todas aquelas tentativas.

Percebendo a confusão explicita na face da kitsune, Saga respirou fundo; sabia o quanto aquilo seria difícil para Kyoko. Ter de dizer a ela que tudo que ela sabia e acreditava não passava de mentiras seria um choque e tanto.

— Kyoko olha para mim. - segurou o rosto dela entre as mãos. Os olhares presos sem ao menos piscar. — Eu sei que é difícil para você acreditar, mas... Hiroaki, ele...enganou você. Ele mentiu. Foi ele quem fez isso com você. Ele...aquele...desgraçado machucou você, feriu seu olho para que acreditasse que fossemos nós: Humanos!

— Não! Não é possível! Eu...eu me lembro quando fizeram isso comigo. - começou Kyoko, a voz trêmula de incredulidade. — Foram as esposas deles, dos homens...

—Não, meu amor! Não foram elas. - Saga acariciou o rosto transtornado da raposa. Era nítido o quanto ela estava perturbada com aquela revelação. Sabia o quanto seria difícil para Kyoko saber que as coisas que acreditava eram nada mais do que mentiras.

—Não Saga! Eu lembro da dor e de...todas as pancadas, tudo! Lembro na minha carne, nos meus ossos... – irritou-se a kitsune, sentindo os olhos arderem pelas lágrimas.

—Eu sei que é difícil para você, mas...- fez uma pausa, tendo uma ideia. - Vem cá. Quero que veja uma coisa.

Saga ficou de pé e começou a caminhar com Kyoko. A mão suada e fria dela grudada na sua como se aquele ato lhe desse a certeza de que pelo menos estar ali com ele era real e que não a deixaria. Sabia que seria difícil e por isso mesmo precisava acima de tudo ter paciência e usar das palavras certas. Não fazia a menor ideia do que Hiroaki havia posto na mente de Kyoko e sem descobrir um jeito de reverter aquilo precisava pisar em ovos. Kyoko havia ficado alterada só em saber daquele fato. Não queria nem imaginar quando tivesse que dizer a ela que sua irmã estava viva e que haviam sido youkais e não humanos a matar seus pais.

 Continuaram caminhando juntos, saindo da parte privada e entrando no gigantesco saguão até chegarem a uma porta inacreditavelmente imponente e enorme. Kyoko olhou impressionada de cima abaixo, lembrando dos enormes portões de seu casarão. A madeira escura, talhada com a gravura do símbolo de Gêmeos no centro começou a se dividir ao passo que Saga a empurrava com a maior facilidade do mundo. O rangido da madeira, ecoando como o urro de um gigante. Kyoko segurou ainda mais firme na mão do cavaleiro, observando o brilho azulado no fundo da sala.

— Venha!

Saga voltou a caminhar com Kyoko, guiando em direção a luz no fundo do salão. A penumbra aumentando ainda mais a expectativa e curiosidade dela, os olhos fixados, forçados na tentativa de identificar o que aos poucos ganhava forma. Mais alguns passos e lá estava a caixa dourada vazia da sagrada armadura de ouro de Gêmeos, reluzindo seu brilho, mas mesmo diante daquilo a visão do plano de fundo, que iluminava o local conseguiu abafar qualquer vestígio do esplendor de Gêmeos. Kyoko prendeu a respiração na garganta, tremulando violentamente tamanho o susto que levou. Saga a abraçou por trás, segurando a kitsune com força para que ela não fosse ao chão, os gemidos angustiados como de animal ferido e acuado. E era exatamente assim que Kyoko se sentiu diante do esquife de gelo que ali jazia. O esquife feito por Camus afim de eternizar a beleza de uma outra Kyoko e que provava ainda mais a veracidade das palavras de Saga.  

— Ahhh...Meu...deus...- gemeu Kyoko perplexa.

Saga abraçou a amada com ainda mais força. Não queria admitir em voz alta, mas não havia uma única vez que olhasse para aquele esquife e seus sentimentos não aflorassem de forma avassaladora; dor, angustia, frustração açoitavam seu corpo e alma como um carrasco lhe torturando dia e noite. E mesmo com ela ali em seus braços, tremendo de olhos arregalados, Saga ainda assim sentia-se miserável.

"Pelos deuses! O que foi que eu fiz?!", pensava o imponente geminiano.

— Isso é...deus! Sou...eu! - sussurrou Kyoko ainda sem conseguir acreditar.

 Saga suspirou, soltando a raposa e começando a caminhar devagar sob o olhar perplexo dela. Parou a menos de um passo do esquife, observando com tristeza e seriedade. Um frio subiu por sua espinha com os flashes perversos de sua memória, mutilando seu corpo pelo erro que cometera; os olhos bicolores sem vida olhando o céu sem realmente vê-lo, a garganta cortada e o frio da pele em contraste com a sua. O grito que explodira de sua garganta ao ter a ciência do que não queria; o coração em pedaços que jamais se juntariam outra vez.

— Eu velei ela por dois anos e meio. Amarguei minha fraqueza, meu fracasso...  - tocou com a ponta dos dedos. — ...os deuses me presentearam com você quando eu tinha 4 anos. Você estava sempre lá...pra mim e eu...

Saga sentiu os olhos arderem, a boca seca, a voz grave vacilante parou; já não disfarçava mais suas emoções. O coração batendo contra as costelas, como um prisioneiro desesperado, um louco amarrado.  

— Eu era só um menino maltrapilho, nascido para ser herdeiro da armadura de Gêmeos e nada mais além disso, mas você não ligava. Estava sempre lá...pra mim. Para me mostrar que a vida era muito mais do que treinar até a exaustão. Você me salvou duas vezes e quando precisou eu...deixei você morrer.

— Saga...eu...eu não... - balbuciou Kyoko se aproximando. 

— É tudo minha culpa. Essa situação, suas memórias, tudo!  Você...você veio porque precisava de mim, porque queria ajuda e eu...falhei. Você...foi o presente que os deuses me deram e eu...deixei você morrer. Não era para isso ter acontecido...

Saga desabou de joelhos, chorando como um menino. Chorando como o menino Saga teria chorado se ao menos esse direito não lhe tivesse sido roubado. O direito de ter recebido o amor e carinho de quem havia sido designado pelos deuses a tal: Kyoko. Não conseguia esquecer do sentimento que Cheshire lhe devolveu com um pequeno fragmento de suas memórias, despertando ainda mais toda a ligação e amor que tinha por Kyoko. A sensação de vê-la a primeira vez tornando tudo ainda mais forte, mais intenso. A ansiedade que, quando menino, sentia explodir quando ela lhe cedia um pequeno beijo na testa e um sorriso de despedida. Uma despedida temporária. O pequeno tinha fé nisso, mas o seu atual sabia a dor da última.  

Kyoko ajoelhou próximo a Saga, puxando as mãos dele que cobriam o próprio rosto. Envergonhado, forçou as mãos a ficarem no mesmo lugar, se remexendo a fim de não deixar que ela lhe visse daquela maneira. Fazia tempos que não tinha uma crise de depressão tão forte. Fato este que Kyoko não sabia e nunca soube até aquele momento.  

A kitsune sentou sobre as pernas do geminiano, tornando a puxar suas mãos outra vez, forçando com cuidado até enfim Saga ceder. Ele fungou como uma criança, desviando o rosto vermelho de olhos e nariz levemente inchados. Kyoko sentiu dó dele mais ainda ao acolhe-lo em seu peito, deixando ele terminar de descarregar sua frustração, raiva, tristeza tudo de uma vez. O corpo convulsionando e os gemidos baixos.

E foi naquele momento que Kyoko, mesmo sem lembranças, entendeu sua relação com aquele homem. Era ele quem precisa dela. Desde de menino sempre fora ele a perder mais do que ela. Fora ele quem a perdeu, fora ele quem a viu morrer. Era ele quem estava sozinho e não ela. Ela não fazia ideia, mas a infância horrível e os crimes que ele havia cometido jamais teriam acontecido se ela estivesse lá, e Saga sabia disso e doía. Doía muito.  

— Oh deus! Shiiii...tudo bem, Saga! Eu não vou deixar você...nunca mais. - sussurrou Kyoko, observando sua cópia dentro do esquife. Uma de suas mãos sustentando as costas de Saga enquanto a outra lhe afagava os longos cabelos, assim como fazia quando ele era menino.  

 

♊ oOo ♊

 

 

— Pelos deuses! Que estrago. - resmungou o ferreiro do santuário, coçando a nuca e entortando os lábios para o que restara da armadura de Gêmeos.

Por alguns segundo Mu ficou a relembrar da batalha dura que ainda mantinha as marcas em seu corpo. A sensação do poder incrível dado pelo ar do Makai misturado ao ódio e, principalmente, a vontade de proteger os amigos ainda podia ser sentida em seu cosmo. Era difícil acreditar que havia conseguido sobreviver aquilo tudo.

Respirou fundo agradecendo a Athena mentalmente pelo feito. Era humilde em admitir que se não fosse pela fé que tinha em sua deusa jamais teria conseguido.

Retirou a camisa, pendurando-a em um gancho na entrada da ferraria ao mesmo tempo que retornava para próximo da sucata de Gêmeos, usou um pequeno elástico para prender a ponta da enorme trança, jogando-a para trás ao terminar. Pegou seus instrumentos celestes e iniciando o processo trabalhoso de reparo da armadura. O vermelho vivo de seu sangue, contrastando com o dourado. Marteladas precisas, moldando e unindo os pedaços destroçados, voltando a dar vida a sagrada armadura de Gêmeos. O suor escorrendo da testa, descendo pelo queixo até pingar no chão de pedra. O calor da fornalha, lavando o corpo esguio de Mu. Os músculos definidos se exibiam ainda mais em cada movimento que o ariano fazia e mesmo com seu ar doce e meigo, Mu não deixava nada a desejar, principalmente para Ume.

A gueixa observava de esguelha pela porta. Nas mãos uma pequena bandeja de prata com dango*, chá verde e uma jarra de água gelada. Engoliu em seco ao ver Mu soltar seus instrumentos e observar o elmo já pronto, o sorriso satisfeito de um trabalho ardo e bem feito fez a gueixinha suspirar, mas o que quase fez Ume ter um orgasmo ali mesmo de pé, foi a visão de Aries pegando um pouco de água com as mãos e lavando o rosto, pescoço e braços.

Totemo utsukushii (É tão bonito). - balbuciou Ume hipnotizada.

Mu pegou um tolha de rosto e começando a se secar; sorriu de lado ao se dar conta de que era observado e mais ainda em ser elogiado.

— Não precisa ficar escondida. Pode entrar.

Ume deu um mísero pulinho de susto, repreendendo a si mesma por ter dito aquilo.

— Me...desculpe, eu não queria atrapalhar.

— Não é incomodo nenhum Ume, eu já lhe disse isso.

— Achei que você poderia estar com sede e talvez...fome também. - disse se aproximando. Mu sorriu.

— Leu meus pensamentos. - pegou um dango e um pouco de chá, provando ambos. - Hum...está ótimo! Obrigado! – fez uma pausa — Alguma notícia de seu irmão? – completou Mu ainda comendo.

— Infelizmente não. Nenhum deles deu notícia ainda. – respondeu cabisbaixa.

— Eu tenho certeza de que ele está bem.

Ume sorriu enrubescendo e principalmente pela proximidade inocente de Mu naquele momento.

— Então, é você quem faz o reparo de todas as armaduras do Santuário? – mudou de assunto, se afastando.

— Sim!

— Mas...não é muito para você sozinho? - indagou observando o elmo de Gêmeos.

— Já estou acostumado e o Kiki, bom...ele já aprendeu muita coisa e me ajuda muito.

Ume sorriu outra vez, tentando disfarçar e controlar seus olhos. Mu não parecia se incomodar, muito pelo contrário: Estava amando o jeito fofo com que ela tentava disfarçar sua indisfarçável atração. Sabia que ela fazia isso só por respeito a Águia. Sabia também e entendia a situação difícil dela, por isso se esforçava ao máximo para não pressionar a moça. Quando sentiu a presença ali pensou em pôr logo a camisa, mas ao ouvir o elogio e o jeito como ela lhe olhava era demais para não "tentar" a moça um pouco mais. Não que já não tivesse tentado antes, não! Mas aproveitar da ausência do querido irmão mais velho de Ume era tudo que não queria admitir, mas admitia assim mesmo. Por mais educado e paciente que Mu fosse, Ume era linda e enigmática, e ele...bem...era um homem completamente saudável, e ter que se conter por muitoooo tempo era um feito impossível até para o mais paciente dos doze cavaleiros de ouro.

Muito devagar começou a se aproximar da youkai, observando e imaginando como seria por debaixo de tantos panos. A nuca exposta, atraindo ainda mais o cavaleiro de áries a desvendar os mistérios que ali tinha.

Com o elmo de Gêmeos na mão, Ume estremeceu ao sentir algo tocar sua nuca sutilmente. Aquela maciez e delicadeza era impossível de confundir. A sensação da ponta da língua molhada, esfriando sua pele com a respiração quente nos míseros intervalos dos beijos. Fechou os olhos, inclinando a cabeça para o lado e dando mais acesso ao cavaleiro de Áries, a mão quente e áspera acariciando sua cintura fina, a apertando devagar contra o corpo molhado e quente dele. Ume prendeu a respiração na garganta; aquilo era bom demais! A boca deslizando por sua pele, molhando, sugando suavemente era enlouquecedor. Tão enlouquecedor que nem se deu conta de que já não mais segurava o elmo de Gêmeos e sim a mesa a sua frente para que não fosse ao chão.

— Desculpe, mas eu não aguento mais ter que me segurar para não te tocar. - sussurrou charmoso, mordicando o lóbulo direito.

— Mu...eu...

— Eu quero muito ficar com você Ume. Muito mesmo! 

Ume rodou dentro dos braços de Áries, mirando as esmeraldas iluminadas pelo fogo da fornalha, a face úmida de suor e água não era nada diante do encanto que sentia por ele. Respeitava e muito seu irmão, afinal ele dera muito duro na vida miserável que teve para que estivesse viva até aquele momento, mas resistir a aquela declaração do doce ariano foi demais para seu coração.

A mocinha sentiu as pernas virarem gelatina, a boca quente e faminta, exigindo da sua toda a pouca experiência que tinha e isso excitava ainda mais Mu. Ele sabia que assim que Águia ficasse sabendo de sua ousadia teria sérios problemas com ele. Não que sentisse medo do outro, mas sim por saber do respeito e carinho que Ume tinha pelo irmão.

Com cuidado e de surpresa pegou a youkai no colo, carregando-a aos beijos até o quarto, caindo com ela ali, retirando a montoeira de panos que formavam o kimono lindo. Os beijos descendo suave, acariciando cada pedaço da pele que se revelava aos poucos. Os gemidos baixos excitavam ainda mais o cavaleiro de áries. Não haviam palavras para descrever o quando ansiava por aquela intimidade.

— Ahnn...Mu-sama. - resmungou a moça, ruborizada de excitação.

— Não precisa me chamar assim, já disse. - devolveu Mu, estendendo os beijos pelo pescoço e o vale entre os seios pequenos.

Com carinho deslizou a mão esquerda para dentro do decote, abrindo os últimos panos que ainda o atrapalhavam. O corpo meigo se revelando aos poucos para a total satisfação de Mu. Ele não via a hora que tê-la tão entregue e por isso esqueceu-se totalmente das consequências que aquele ato poderia causar, voltando a beija-la e deixando completamente nua, a boca deslizando até os seios, sugando devagar o mamilo pequeno e duro.

Ume de início só fazia gemer e apertar os cabelos de Mu entre os dedos, forçando a cabeça dele ainda mais ali. Por tudo de mais sagrado que podia existir! Aquilo era bom demais! Mu obedecia com prontidão, ainda descendo a mão esquerda e encontrando a fenda úmida da youkai, movimentando o dedo médio com precisão no emaranhado de nervos. Ume estremeceu, gemendo alto, suplicando para que seu cavaleiro a libertasse daquele tormento misturado com prazer, os quadris se movimentando a fim de intensificar ainda mais aquele contato.

Mu sorriu por dentro, descendo aos beijos pelo corpo dela, lambendo a pele da barriga, o umbigo até a pelve e enfim a vagina molhada, mergulhando ali com vontade.

— Ahhh...Mu...

— Você é deliciosa, Ume. - falou sorrindo e voltando ao que fazia.

Os dedos agora entrando e saindo dela, movimentando a língua; sugando, lambendo, aumentando a aproximação do tão desejado ápice do prazer. Os quadris se movendo sem controle algum ao passo que as pequenas estrelinhas piscavam diante de seus pequenos olhos. As correntes elétricas subindo pelas pernas, adormecendo-as e trazendo consigo o tão ansiado ápice do prazer. Um grito estrangulado massageou o ego do cavaleiro ao ponto que o corpo delgado convulsionava mais e mais; se contraindo em meio aos gemidos e palavras desconexas. As unhas nos lençóis que sofria amarrotados entre os dedos; a respiração preza na garganta que voltava pouco a pouco a levar ar para os pulmões, oxigenando o cérebro e trazendo a satisfação a todo seu ser pouco a pouco. Aquela era – se não fosse a primeira – uma das melhores sensações do mundo!

— Foi bom? - perguntou Mu beijando-lhe a face.

Ume soltou um doce gemido sinalizando junto com um aceno a resposta óbvia que Mu precisava confirmar. Sorriu mais do que satisfeito, voltando a acariciar os seios que cabiam perfeitamente na palma de sua mão. A moça se remexeu; se ajeitando, se posicionando para dar andamento ao que também cobiçava. Seu corpo voltando a incendiar pela carência de mais contato com aquele humano, afagando o corpo e os contornos da musculatura definida desenhada na carne branca e suada de Mu, se achegando mais e mais ali na gana da intimidade máxima entre um casal. O pênis duro pulsava contra sua pelve, pedindo em silêncio para se aconchegar entre suas pernas e Ume queria tanto que sua timidez não ficou para ver o desenrolar daquele ato. Precisava urgente sentir e dar prazer a Mu também.  

— Eu...preciso de você. Vou enlouquecer. Mu, por favor... – implorou lânguida.

Mu observou o prazer iluminar os olhos pequenos da doce youkai; ela o queria tanto quanto ele também a queria.

Não esperou por mais palavras, retirando a calça meio sem jeito, sentindo os dedos finos e levemente frios de Ume acariciaram seu membro por cima da box; Mu gemeu estrangulado, amando muito aquele contato e amou muito mais ao ver sua querida flor libertar seu pênis, e sem nenhum pudor colocá-lo na boca. Não foi preciso dizer nenhuma palavra naquele momento, pois os gemidos baixos de Ume deram a áries a certeza de que ela também estava gostando tanto quanto ele mesmo.

Deixou ela ali por um tempo; sugando e brincando com a língua, molhando com sua saliva e pressionando com os lábios. O corpo já estremecia com o orgasmo que lutava contra todo o autocontrole de Mu. Queria se derramar inteiro naquela boquinha miúda, mas ao mesmo tempo sabia que aquilo acabaria com a brincadeira. E por saber que perder o controle, seja lá, do que for não fazia parte do vocabulário do ariano que ele afastou a mocinha, deitando com ela sobre a cama e a beijando com ardor, unindo naquele gesto de carinho o sabor dos dois.

Um pequeno gemido em forma de grito foi a única coisa que conseguiu fazer no momento que o órgão de Mu invadiu o seu; pulsando em contato com a sua. As unhas cravadas na pele branca dele sem nenhuma dó e muito menos piedade excitou áries como um animal no cio. Se pudesse se fundiria com ele ali, naquele momento. Aquela era a melhor sensação que poderia existir!

Mu não tardou a se mover, se arremetendo contra aquela entrada molhada e gostosa que o acomodava tão perfeitamente. As palavras desconexas, as mãos tão afoitas quantos os lábios que mal se desgrudavam em busca de ar. Mu girou com Ume na cama, deixando a gueixa cavalgar em seu pulsante pau, os olhos verdes presos em cada movimentos e expressão que ela fazia. Queria guarda aquele dia, que se dependesse dele, seriam muitos dos que viriam. Sabia que não seria fácil ainda mais depois daquele ato, mas nada mais importava além de ter a Ume em seus braços até o fim de seus dias.

Puxou-a para um abraço, movimentando os quadris e a ajudando no ato. Ume gemia, se remexendo em busca do prazer. O corpo tremulo, suado, louco por alívio. A mente nublada em contraste com as novas estrelinhas faiscando de forma incessante diante de seus olhos, sacolejando seu corpo em uma sensação única. O gemido de delírio arrastando Mu junto consigo em um orgasmo espetacular. Não haviam palavras para descrever o quanto se sentiam plenos.

Ficaram assim, agarrados, até seus corpos se acalmarem, as respirações normalizando devagar e os corações voltando a seu ritmo normal, a sensação de sonolência fazendo Ume desabar completamente exausta sobre o corpo de Mu. E enquanto a realidade voltava a tomar conta de sua mente, Mu sorria feliz da vida e ela refletia sobre a felicidade gigantesca de estar naqueles braços e na aflição de imaginar a decepção de seu amado irmão.

 

♊ oOoOo ♊

 

 No chão de mármore Saga dormia nos braços de Kyoko; exausto de tanto chorar. Os olhos dela sem piscar, presos na figura congelada e todos os seus detalhes. O buquê de rosas nas mãos, o cabelos soltos e o sari dourado. Era tudo muito bonito. Mesmo não sendo ela realmente, Saga havia tido muito cuidado até mesmo naquele momento, eternizando sua figura e ao mesmo tempo, se afundando em dor. Kyoko desviou os olhos para ele só por alguns momentos e depois voltando ao início; suspirou.

“ É um belo jeito de se torturar. ”, pensou decepcionada. Aquilo não podia ser só pelo que tinha acontecido consigo. Ela estava ali com ele. Tudo bem que ele se sentisse culpado pela sua atual situação, mas...o que será que tinha acontecido além daquilo? O que mais Saga sabia que o deixava tão mal a ponto de se torturar daquela forma? Seja lá o que fosse era grave, com toda certeza muito grave e ela agora precisava lembrar. Por ele, precisava mais do que nunca ter suas memórias restauradas.

Crispou o cenho de forma irritada; seus olhos mudando de cor. Com certeza daria um jeito naquilo quando Cheshire retornasse.  

— E pensando nisso: onde estão aqueles idiotas? – falou baixinho consigo mesma.

— Hummm... – Saga resmungou abrindo os olhos. Piscou sonolento, tentando se localizar, mas parando ao encontrar os olhos bicolores de Kyoko.

— Oi...

— Oi...- Kyoko respondeu.

 — Quanto tempo eu dormi?

— O necessário. – sorriu a kitsune dando um beijo na testa dele, ficando de pé e o ajudando a ficar também.

Saga suspirou sem jeito, olhando ao redor enquanto coçava a nuca; não esperava ter uma reação como aquela quando devia ser ele a consolar Kyoko. Ela sorriu divertida, puxando ele pela mão direita e saindo dali. Saga não ofereceu resistência, abstraindo aquele acontecimento enquanto desfrutava da companhia dela. Estava precisando muito daquilo; caminhando abraçados pelo enorme salão de gêmeos, sorrindo enquanto trocavam declarações de amor entre algumas piadinhas de duplo sentido.

—Essa mordida vai ter volta. Você sabe disso, não sabe? – sussurrou Saga malicioso ao pé do ouvido dela.

Mas quando se preparou para abocanhar o pescoço de Kyoko um vulto super-rápido passou por detrás dela, a arrastando e rolando no chão. Saga ficou surpreso, mas ficou muito mais ao notar o que era. Cruzou os braços; estava tudo muito bom para ser verdade.

— HIME-SAMA!!!! Que saudade!!! – disse Ookami com toda empolgação que podia, rolando no chão com Kyoko até acabar sentado com ela entre suas penas num abraço mais que apertado.

— A recepção calorosa de sempre!

Saga descruzou os braços para apertar a mão de um Yamoto completamente diferente. Os cabelos estavam mais curtos, na altura do ombro e com um dos lados novamente mais aparados, mas não muito. Só o suficiente para usar alguns grampos. A roupa comum também chamou muito a atenção do geminiano, mas nada chamou mais sua atenção do que o fato de Ookami estar cheirando Kyoko como um cão e se ainda não bastasse começou a lamber o rosto dela como uma mãe faria com seu filhote.

—Ei! O que pensa que está fazendo, seu maluco? – bradou Saga, mas foi impedido por Yamoto.

—Relaxa! Isso é normal. Ookami faz isso sempre, ainda mais se ela estiver...digamos que...suja. – ditou na maior naturalidade.  

— O quê?! Que nojo! Como pode achar isso normal? – indagou perplexo.

— Ora! Eu que não estou te entendendo, Saga. Para mim isso é muito comum e para Ookami é ainda mais.

—Olha, isso pode ser comum para vocês, mas para mim não é!

—Ai Ookami, devagar! – reclamou Kyoko se remexendo, mas sem lutar para a maior surpresa de Saga. Aquilo só podia ser piada.

—Não posso! – resmungou Ookami sem parar com a lambessão. — Você ainda está com um cheiro estranho. – completou dando um longa lambida no lado direito do rosto de Kyoko. 

Saga descruzou os braços; será que Ookami não percebia que o cheiro que estava nela era dele? Saga! Yamoto começou a rir da cara nada satisfeita do cavaleiro. Aquilo seria um problema, principalmente quando Saga descobrisse o passado do lobo. Ihhhh...melhor mesmo era deixar como estava, pelo menos por enquanto. Saga merecia um pouco de sossego.

— Hummmm...eu senti tanta falta de você. – Ookami abraçou ainda mais Kyoko, apertando ela até que faltasse o ar.

E mesmo com aquele ato ela não se irritou, muito pelo contrário! Ficou feliz por eles terem voltado e mais ainda por estarem bem. Abriu aquele sorriso lindo ao ver Yamoto agachar ao seu lado e lhe dar um beijo na testa. Ele ainda possuía algumas marcas da batalha nos braços e na testa.

—Senti sua falta! – esticou os braços, dando um abraço nele também, mas sem sair do meio das pernas do outro Shinobi. — Achei que tinham me abandonado.

Naniii!!(O quê!) Não acredito que pensou isso de nós. – respondeu Ookami.

—Nunca iriamos fazer isso! – Yamoto sorriu acariciando o rosto fofo dela.

Kyoko sorriu; as bochechas coradas e os olhos de raposa se tornando dois riscos, a cauda balançando feliz de um lado para o outro. Mas logo em seguida sua feição mudou; intrigada, se dando conta de que tinha alguma coisa errada ali e não era a nova aparência de Ookami e Yamoto.

— Espera aí! – fez uma pausa olhando em volta. — Cadê o Águia?

E um grito altíssimo vindo da casa de Áries pareceu dar a resposta a todos os presentes.

 

Continua...


Notas Finais


Ai meu Déus! Já estou com pena do Mu.
OBS: O diálogo entre a Kyoko e a Naomi que estão com * significa que elas estão falando em outra língua e por isso o Saga ficar sem entender nada.
*Dango (団子) é um bolinho japonês feito de mochiko (farinha de arroz), relacionado ao mochi. É geralmente servido com chá verde.

Bjs!! またね! =^;^=


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