História Uma história diferente - Capítulo 25 - Pai e Filha

Capítulo 25 – Pai e Filha

Por Kirito

Começo a olhar para essa menina e ela faz o mesmo, porém o olhar dela é de surpresa, eu acho normal ficar surpreso em ver alguém que você não conhece acabar de acordar. Tem algo familiar nos olhos dela, mas não sei dizer bem o que é.

-O-oi. –Sinto dificuldade em falar e agora percebi que minha garganta ta um pouco seca, então aponto para a garrafa de água na mão da menina.

Ela se levanta da cadeira em que está sentada e me entrega a garrafa já aberta, com um pouco de dificuldade eu estico meu braço e pego a garrafa e logo em seguida começo a beber a água.

-Ah bem melhor. –Me senti bastante aliviado em poder falar. -Então oi. –Sorri pra tentar ser simpático.

-Oi. –Essa menina parece ter uns quatro anos, ela tem os olhos e os cabelos longos e escuros, tipo os meus, sério ela me parece familiar.-Eu to em um quarto de hospital? –Ela afirma com a cabeça. -Eu to fazendo o que aqui?

-Minha mamãe disse que você fica aqui dormindo o dia todo. –Não sei por que, mas achei engraçada a forma como ela me explicou.

-Falando nisso... –Olhei para meu braço e percebi que eu emagreci um pouco, na verdade percebi que estou bem magro. -O que você faz aqui?

-Vim te visitar. –Fiquei surpreso em escutar isso.

-Sério?

-Sim. –Ela disse isso enquanto afirmou com a cabeça.

-Mas acho que não te conheço. –Tentei me lembrar dela, mas não conseguia.

-Eu sou a Yui.

-Eu sou... –Pera esse nome, não pode ser. -Kazuto ou se preferir pode me chamar de Kirito, você tem quantos anos?

-... –Ela fez um cinco? Só que Yui não levantou o dedo mindinho por inteiro e isso me deixou um pouco confuso.

-Pode me dizer?

-Tenho quatro anos e meio. –Agora faz sentido. -E você?

-Que eu lembre dezesseis... –Pensei um pouco. -É acho que é dezesseis.

-Você não sabe sua idade? –Agora ela que ficou confusa.

-Eu só não tenho certeza. –Yui começou a rir e isso me fez dar um leve sorriso. -Mas quem te trouxe aqui?

-Minha vovó. –Acho que preciso ter certezas de algumas coisas.

-Pode chamar ela aqui?

-Posso. –Ela se levantou e saiu.

Será que essa menina... Não pode ser não acho que eu tenha ficado tanto tempo aqui nesse quarto. Começo a olhar para minhas mãos e vejo que eu realmente estou bem magro. Toco meu rosto e sinto que estou com um pouco de barba alem de perceber que meu cabelo cresceu bastante e passa um pouco do ombro, vejo que tenho soro sendo injetado em minhas veias sem esquecer os eletrodos que estão no meu peito. Enquanto vejo como estou á porta se abre e Yui vem correndo para se sentar na cadeira em que estava, mas ela deixa a porta aberta.

-Não vai fechar a porta?

-Não posso a vovó ta vindo. –No momento em que ela disse isso vejo que a avó dela é minha mãe.

Assim que minha mãe me viu ela ficou parada antes de entrar no quarto ela colocou as mãos sobre a boca e começou a chorar.

-Boa tarde? –Acenei com a mão, o estranho é que apesar de eu estar magro sinto que meu corpo está pesado já que ainda estou com uma dificuldade pra me mexer, será que é isso que chamam de estar enferrujado?

-... –Minha mãe não falou nada ela apenas se aproximava, e quando chegou até mim ela segurou minha mão. -A-a-ainda b-bem que você a-acordou.

-Quanto tempo eu fiquei aqui?

-C-cinco anos. –Minha mãe está chorando.

-Cinco? –Isso é muito tempo, não sei como reagir a essa resposta, como assim cinco anos? Deve ser brincadeira, mas minha mãe parece um pouco mais velha só que pra mim parece que foi apenas um dia apesar de alguns sonhos que eu tive com Asuna, Asuna? -Mãe e a Asuna ela ta bem?

-Não se preocupe ela esta bem. –Minha mãe havia parado de chorar e começou a enxugar as lagrimas com a manga da blusa.

-Sério que eu fiquei aqui por cinco anos?

-Sim, mas o que importa agora é que você acordou. –Se eu fiquei esse tempo todo aqui... Então a Yui... Virei o rosto para poder olhar pra ela que também estava me olhando. -Vocês já se conhecem?

-Já... Então quer dizer que ela é minha...

-Filha. –Minha mãe completou.

-Posso te chamar de papai? –Não sei por que, mas quando Yui perguntou isso eu comecei a chorar.

-P-pode.

-Você não gostou?

-N-não é isso.

-Então porque começou a chorar?

-Acho que é muita emoção pra um cara que acabou de acordar. –Parece que Yui não entendeu muito bem.

-Mamãe sempre fala que papai é engraçado.

-Falando nisso onde ela ta? –Acho que eu quero ver como Asuna ficou depois de todo esse tempo.

-A Asuna teve que fazer uma viajem pro pai dela se não me engano ela vai ter que visitar algumas filiais da empresa.

-Parece que ela se tornou alguém importante.

-Ela não queria ir, só foi porque eu disse que talvez fosse o que você queria.

-Como assim?

-Acho que você não ia querer deixar ela presa ou algo assim.

-Tem razão, mas quando ela foi?

-Semana passada. –Respondeu Yui.

-Quer que eu avise pra ela que você acordou?

-Não, se você falar pra ela é capaz dela vim e eu não quero prejudicar ela... Na verdade é bom porque assim eu tenho tempo de me recuperar, ela vai ficar fora por quanto tempo?

-Acho que por uns cinco ou seis meses.

-Espero ficar com uma aparência melhor do que a de agora até lá... –Respirei fundo. –Nossa... Vinte e um já?

-Você já é adulto.

-Pra mim passou num piscar de olhos... –Minha mãe deu risada.

-Mas com mentalidade de criança.

-Nossa isso não é algo que se fala pra alguém que dormiu por cinco anos.

-Desculpe. –Ela me fez um pequeno cafuné na cabeça. -Yui pode tapar os ouvidos?

 -Sim. –Yui tapou os dois ouvidos com as mãos.

-Você dormiu por cinco anos seu vagabundo. –Minha mãe parecia brava por um momento.

-Tive que por o sono em dia. –Vi que minha mãe deixou uma lagrima cair do olho direito.

-Ainda bem que você acordou.

-Desculpa por fazer você se preocupar.

-Você não precisa se desculpar comigo e sim com a Asuna... Por que foi ela quem mais ficou abalada quando você entrou em coma e fiquei sabendo que a Yui nasceu porque você levou um tiro no lugar da Asuna.

-Mamãe sempre conta essa história quando eu pergunto sobre o papai.

-Achei que fosse o certo.

-Ela liga toda noite pra falar com a Yui e pergunta sobre você.

-Sério? –Nem acredito que Asuna ainda se preocupa comigo.

-Então você vai ficar mais surpreso em saber que ela passava a tarde toda aqui com você desde que você ficou internado. –Escutar isso me deixou muito feliz.

-É uma desocupada mesmo.

-É feio falar isso de uma pessoa que se importa com você. –Mau acordo e já levo um sermão.

-Desculpa.

-Mamãe ficava falando com papai, mesmo quando papai não respondia. –Então os sonhos que eu tive com Asuna eram de quando ela vinha falar comigo.

-Ela sempre falou demais.

-Vou avisar aos médicos que você acordou. –Minha mãe saiu do quarto.

-Então o que mais a Asuna falou de mim?

-Falou que você é engraçado só que às vezes também é um pouco irritante e gentil... E bastante preguiçoso também.

-Ela tentou fazer um resumo do que eu sou?

-Sim, porque eu perguntei como o papai é.

-Preguiçoso? Ela sempre dormia bem mais do que eu.

-Então a mamãe mentiu?

-Acho que ela só cometeu um pequeno erro.

-Mamãe disse que você ia falar isso. –Fiquei um pouco surpreso com isso.

-E-então a Asuna mora com você?

-Sim, moro com a mamãe com o vovô e com a vovó. –Ela contava nos dedos, enquanto falava.

-Ela é uma boa mãe?

-Sim, sim ela brinca muito comigo, me leva pra escola, pra passear e sempre me coloca pra dormir. –Parece que Yui gosta muito da Asuna, não é pra menos acho que ela tem sido uma boa mãe até agora.

-Posso te perguntar uma coisa?

-Pode. –Ela afirmou com a cabeça.

-Segredo de pai e filha ein.

-Ta bom. –Yui parecia estar levando isso bem a serio.

-A mamãe ta namorando com alguém ou tem algum amigo muito próximo? –Sei que é estranho perguntar, mas eu ainda amo a Asuna.

-Não... –Yui parecia pensativa. –Nossa estou sentindo um alívio, sério é um grande alívio mesmo. Por que a Asuna é muito bonita então arrumar um namorado não seria problema pra ela, mas em cinco anos será que não aconteceu nada?