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História Uma Jornada para a Felicidade - Swanqueen - Capítulo 10


Escrita por: DudaMayCoulson

Notas do Autor


Oláa, olha quem voltou para alegria de alguns kkkkkkkk

Bom, aqui estou com mais um capítulo da nossa história. Hoje teremos algumas explicações e cenas fofas de nossas meninas <3

PS: Quero agradecer novamente a cada comentário que vocês fazem em todos os capítulos. Eu amo ler eles, sério! Continuem comentando sempre, quero saber a opinião de vocês.

PS2: Leia as notas finais, por favor.

Capítulo 10 - Capítulo 10


Ponto de Vista Regina Mills 

No dia anterior... 

 

Eu nunca procurei um amor. Quando você cresce em um lar como o meu e aprende que o amor é uma disputa que alguém sempre saíra perdendo, você acaba achando toda essa história de amor e casamento uma grande mentira. Foi isso que eu senti por muitos anos.

Quando eu conheci Robin, finalmente supus que isso havia mudado. Não irei falar que não amei o Robin, eu o amei. Ele deu o bem mais precioso do mundo, meu filho, mas nunca foi aquele amor que abala nossas estruturas, que nos faz pensar na pessoa quase que 24 horas e sorrir por qualquer coisa. Sempre fora algo mais como um amor por conveniência. Ele era gentil e me fazia rir. E, acima de tudo, agradava à dona Cora. Éramos amigos.

Bom, eu achei que éramos.

Flashback

O dia havia sido muito cansativo, passei horas em uma reunião exaustiva tentando convencer um renomado pintor vender suas telas para mim. Eu só queria descansar e esperar o Robin chegar para conversarmos.

Depois de um longo banho de banheira com alguns saís milagrosos, eu me sentia renovada. Fui até o closet pegar um pijama confortável e acabei percebendo que o lado do closet onde ficava as coisas do Robin estava completamente bagunçado e eu odeio desorganização.

Acabei por perceber uma pequena caixa de madeira que não costumava ficar no closet. Na verdade, eu nunca tinha visto aquela caixa. Eu a peguei e depois fui até o quarto, me sentei na cama e abri a pequena caixa.

Eram fotos do Robin com uma mulher. Fotos do Robin beijando e abraçando uma mulher morena que com certeza não era eu.

Após ver aquelas fotos eu senti meu peito doendo profundamente e as lágrimas desceram de forma automática. Me sentei no chão do quarto segurando aquela fotografia. Ele parecia feliz ali e estava sorrindo amplamente para câmera. Aquilo doeu de uma forma inexplicável.

Eu virei a fotografia e em seu verso havia uma data: 02 de junho de 2018. Aquela foto foi antes do acidente, foi antes de perdermos o nosso filho. Foi quando tudo parecia feliz. Não era mais sobre eu amar ou não o Robin, era sobre tudo ter sido uma mentira. O amor que ele dizia sentir por mim, a nossa amizade, o nosso casamento. Tudo foi uma mentira. Uma cruel e amarga mentira.

SQ

Era quase 20 horas e eu estava sentada na sala de jantar com uma taça de vinho em minhas mãos. Eu precisava de uma taça de álcool para ter a coragem necessária para falar tudo o que precisava naquela noite. Ok, talvez duas taças. Meus olhos estavam pesados devido ao choro e eu os sentia queimando.

Após alguns minutos ouço a porta ser aberta. Só podia ser ele.

"Regina?" — Ouço ele me chamar da entrada.

"Sala de jantar" — Respondo sem nem mesmo sair do lugar. Coloco a taça sobre a mesa e vejo ele entrar na sala. Tiro os meus olhos da taça e o olho. Se você olhar para Robin, com certeza você iria supor que ele era um bom marido e um grande pai. Ele tinha uma postura calma e seu olhar costumava trazer paz, estava sempre sorrindo. Bom, ele era um ótimo ator pelo jeito.

"Estamos comemorando algo?" — Ele perguntou olhando a mesa de jantar posta. Eu havia cozinhado alguns de seus pratos preferidos.

"Me diga você, temos algo para comemorar?" — Perguntei logo após beber um gole de vinho.

"Regina, você está bem? Você parece meio estranha" — Robin falou após deixar a pasta de lado e se sentar na cadeira ao meu lado. Ele tentou tocar meu rosto, mas eu me afastei rapidamente me levantando e indo para o outro lado da mesa — "Meu Deus! O que há agora Regina?" — Perguntou um pouco nervoso.

"Coma, por favor! Eu fiz seus pratos preferidos" — Falei recuando um pouco e me sentando do outro lado da mesa. Robin pareceu se acalmar, já que ele se sentou e se serviu.

"Por que fez tanta comida, estamos esperando alguém?" — Perguntou após levar um pouco de comida a boca.

"Não, eu só quero que você se lembre de como era a sua vida antes de eu acabar com ela" — Falei enchendo uma taça com vinho.

"Que brincadeira é essa Regina? Deu para ficar de gracinhas agora" — Falou largando o garfo e a faca e me encarando sério.

"Graça? Oh! Não. Está mais para lágrimas, mas vai passar. Você não merece nem um porcento do meu choro" — Falei por fim alterando o tom. Eu já estava cansada daquele teatro de bom moço dele — "Como foi a viagem? Aproveitou bastante?" — Questionei ironicamente.

"Do que você está falando Regina? Você acha que eu fui a passeio por acaso? Eu estava trabalhando para manter essa casa" — Robin falou já alterando seu tom de voz.

"Trabalho só se for na cama, né? Me poupe do seu teatro Robin, você e todo mundo a nossa volta sabe muito bem que só está onde está por minha causa. Se você esqueceu, deixe-me lembrar de que a empresa que você trabalha é da MINHA família e o seu pai que te odeia é o sócio, não você. Você é apenas mais um funcionário naquele lugar" — Gritei já irritada.

"Eu vou fingir que você não disse isso, ok? Eu sei que você está passando por uma fase difícil e…" — Eu o interrompi antes que ele terminasse aquela maldita frase.

"Uma fase difícil? É assim que você chama a perda do NOSSO filho? Você não tem ideia do que eu estou passando, sabe por quê? Porque você nunca esteve aqui para ver como eu estava, você nunca me viu chorar todas as noites quando ele morreu, você nunca me viu desabar toda vez que eu via uma foto dele. Você nunca esteve aqui. Então não me venha com seu falso moralismo, dizendo que sabe o que eu passei. Isso não é uma fase, a dor que eu sinto por perder meu filho não é uma fase" — Minha voz saiu falhada devido ao choro que queria cair, falar sobre Henry me abalava profundamente.

"Ele também era meu filho, você não tem nenhum direito de diminuir a minha dor" — Robin gritou apontando para mim, ele começou a andar indo em direção a sala.

"Ele era seu filho sim, mas só nas horas boas. Onde você estava quando ele quebrou o braço? Onde você estava quando a sinusite dele atacava?" — Falei indo atrás dele — "Ah! Não precisa me responder, provavelmente você estava na cama daquela mulher" — Falei pegando a foto que estava no meu bolso e jogando em cima dele que havia se sentado no sofá.

"Onde você achou isso?" — Ele se levantou com raiva segurando a foto.

"Se você fosse inteligente ia saber que não se deve deixar caixas que tenham fotos com amantes largadas por aí" — Falei ironicamente e ele caminhou até mim e parou na minha frente. Sua feição era de pura raiva, seu rosto estava vermelho.

"Você não tinha o direito de mexer nas minhas coisas" — Ele gritou.

"E você não tinha o direito de me trair" — Gritei de volta, mesmo não querendo, percebi minha bochecha molhada devido às muitas lágrimas que caiam.

"Vamos conversar, ok?' — Ele falou vindo segurar nos meus braços, mas me afastei imediatamente.

"Não me toca!! Eu estou com nojo de você" — Gritei.

"Por Deus, se acalme e vamos ter uma conversa civilizada" — Ele falou vindo atrás de mim enquanto eu caminhava pro escritório.

"Conversa civilizada, é isso o que você quer?" — Perguntei abrindo a gaveta da minha mesa e pegando um papel e entregando nas mãos dele.

"O que é isso agora Regina?" — Ele perguntou abrindo o papel para ler.

"Apesar da sua ignorância, eu sei que você ainda pode ler" — Falei me sentando e observando atentamente o rosto que antes era vermelho começar a ficar pálido.

"O que significa isso?" — Ele perguntou balançando o papel.

"Pelo jeito eu superestimei suas habilidades de leitura, deixa eu traduzir para você querido. Esse papel diz que estamos em processo de separação. Você sabe o que isso significa, certo?" — Perguntei ironicamente e vi o rosto de Robin ficar vermelho novamente.

"Como assim separação? Você não pode fazer isso Regina, você não tem esse direito" — Gritou.

"Não me venha falar o que eu tenho direito ou não. O único que não tem direito a nada aqui é você. Acredito que você não lembrou que o nosso casamento foi feito através de uma união estável na hora de transar com outra mulher. E só para deixar claro, uma das cláusulas era bem clara sobre traição, e caso um dos cônjuges traísse o processo de separação podia ser imediato e, além disso perdia o direito a tudo que conquistaram depois do casamento. Então, meu querido..." — Me levantei e rodei a mesa me aproximando dele — "Se tem uma pessoa aqui que não tem direito a nada, essa pessoa é você" – Falei.

SQ

Ponto de vista Emma Swan

"V-ocê vai se separar?" — Perguntei surpresa e até um pouco atônica. Eu imaginei vários motivos para Regina estar meio triste hoje, mas nunca imaginei que esse era o motivo.

"Foi exatamente o que eu disse" — Regina se levantou e caminhou até a mesa se apoiando nela e olhando para mim.

"Desculpa, eu só..." — Parei de falar por um momento — "Eu sinto muito Regina, de verdade" — Me levantei e me aproximei um pouco dela.

"Eu que peço desculpas não quis ser grossa, é só que..." — Sua voz saiu bem baixa e ela parecia estar segurando as lágrimas. Me aproximei mais e peguei em sua mão, ela subiu o olhar e me fitou — "Tudo foi uma mentira, Emma. Nada do que eu achei saber sobre meu próprio marido era verdade" — Larguei sua mão e a abracei. Apesar de eu querer entender o que havia acontecido, eu sabia que naquele momento o que Regina mais precisava era de alguém para apoia-la e não para ficar fazendo perguntas. Senti os braços quentes dela me envolverem e eu tentei a todo custo afastar qualquer emoção ou sentimentos que aqueles braços me faziam sentir. Aquele momento não era sobre mim, era sobre ela.

"Eu estou aqui, está bem? Se você quiser conversar ou xingar ele, eu estou aqui" — Falei calmamente, pude sentir o suspiro de Regina enquanto passava minhas mãos sobre as costas dela carinhosamente.

"Emma?" — Ouvi sua voz um pouco trêmula chamando o meu nome e me afastei um pouco para olha-la. Regina ainda possuía lágrimas em seus olhos, mas sua expressão estava diferente — "Eu acho que nunca parei para te agradecer de verdade tudo o que você fez por mim. Obrigada, de verdade!" — Agora quem queria chorar era eu.

"Eu não fiz nada, Gina" — Falei e ela pegou a minhas duas mãos enquanto acariciava com o polegar. Deus, minhas pernas ficaram bambas nesse exato momento.

"É claro que você fez. Você não me proporcionou apenas um jantar na noite natal. Você me deu luz, Emma" — Eu a olhava com os olhos cheios de lágrimas — "Você me mostrou que tudo podia melhorar e que eu não estava sozinha. Eu não sou de conversar com estranhos, eu sempre fui muito séria e quase não sorria, a única pessoa que conseguia me fazer rir era o Henry. E, quando ele se foi, tudo parecia cinza e escuro, nada tinha sentido. Aquele dia no parque depois que conversamos, eu fui ao túmulo dele e eu saí de lá devastada. Parecia que alguém estava arrancando o meu coração de tanta dor que eu sentia, mas assim que eu cheguei na sua casa, eu senti uma paz. Mesmo a gente se conhecendo a pouco tempo, eu senti que podia confiar em você. Ver você sorrindo e rindo para coisas bobas do dia-a-dia me faz tão bem, me faz querer sorrir também. Então, obrigada por me abraçar mesmo quando você nem sabia que eu precisava ser abraçada" — Ela terminou de falar e às várias lágrimas já caíam pelas minhas bochechas. Eu sorri e abracei novamente.

"Obrigada por deixar que eu te abrace" — Minha voz soou baixa devido ao choro. Regina não respondeu em palavras, mas senti seu aperto mais forte em torno de mim.

Ponto de vista Regina Mills

Depois do nosso pequeno e emocionante momento, eu e Emma decidimos dar continuação a aula de piano, que aquela altura já tínhamos esquecido completamente. Ainda não sei como tive coragem para falar tudo aquilo para Emma, mas como sempre as palavras saltavam da minha boca quando ela estava perto.

Nossa aula de piano foi tranquila, Emma aprendia rápido e era atenta a cada detalhe que eu passava para ela. Houve um momento durante a aula que eu flagrei Emma me observando enquanto eu mostrava algumas notas no piano, ela me olhava com aqueles olhos cor esmeralda que brilhavam. Eu me sentia estranha em confiar tanto em alguém que acabei de conhecer, mas como eu disse anteriormente era inevitável não me abrir com a loira, seu sorriso esperançoso e confiante me fazia querer falar tudo o que estava acontecendo.

Toda a situação do divórcio havia trazido novamente a angústia para minha vida e a solidão acima de tudo, mas assim que contei para a loira, todo aquele sentimento de dor passou. Ela tinha esse poder sobre mim e eu era imensamente grata por isso. Fiquei surpresa por Emma não questionar o motivo do divórcio, ela apenas me escutou e mostrou que estaria ali caso eu quisesse conversar. Meu coração acelerou no mesmo instante em que ela me abraçou e falou perto do meu ouvido que estava ali.

SQ

Depois da aula de piano eu fiquei horas em ligação com algumas galerias minhas, havia uma exposição prestes a começar e eu precisava ajustar alguns detalhes, mas acabei por descobrir que eu mesma teria que ir à galeria ver o que tinha que ser feito.

Eu estava vendo alguns e-mails, quando me lembrei que Emma havia me contado sobre o primeiro livro que ela escreveu. No momento que ela falou que eram contos eróticos eu senti a minha bochecha ficar um pouco mais quente, como aquela mulher loira de olhos angelicais escrevia contos eróticos? Havia muita coisa que eu ainda não sabia sobre Emma. Confesso que me bateu tanta curiosidade em saber o que ela escrevera nesses contos que eu simplesmente digitei o nome dela Google acompanhado de contos eróticos, obtive alguns resultados do tal livro em diferentes livrarias, abri a primeira que vi. A capa não era nada vulgar, o fundo era preto e continha um esboço de um rosto feminino com uma mão levando uma maçã com um tom forte de vermelho até os lábios. Coloquei o livro no meu carrinho, antes de finalizar a compra eu me perguntei o que eu estava fazendo -"Não é nada de mais, você só está curiosa" — Falei para mim mesma e finalizei a compra, daqui a alguns dias o tal livro chegaria em minha casa.

Eu já estava cansada depois de algumas horas sentada na frente daquele notebook terminando de ajustar algumas coisas para exposição e minha ida para o centro. Eu amava meu trabalho, mas às vezes a parte de lidar com pessoas era muito complicado, principalmente quando essas pessoas não faziam seu trabalho. Sou desperta dos meus pensamentos pelo meu celular que ecoava informando haver uma chamada, olho a tela e vejo ser minha querida irmã.

"Fala Zelena" — Falei me encostando um pouco mais na minha cadeira.

"Sempre de mau-humor sis" — A ruiva falou me fazendo revirar os olhos — "Eu liguei para saber se você ainda está viva. Você se esqueceu que tem família?" — Ela falou um pouco dramática demais para o meu gosto.

Zelena era minha meia irmã, ela era mais velha dois anos. Filha da minha mãe com outro homem que eu não pude conhecer, ela veio morar conosco quando tinha seis anos, logo após a morte de seu pai. No início foi um tanto complicado, pois, temos personalidades bem diferentes, Zelena é aquele tipo de pessoa que está sempre animada e ama fazer brincadeiras, já eu sou mais fechada e até um pouco séria, mas depois de um tempo nós nos tornamos inseparáveis e ela era uma boa irmã.

"Não seja exagerada Zel, diferente de você eu tenho muita coisa para fazer no trabalho" — Falei revirando os olhos, Zelena era mais velha, porém parecia uma adolescente na maioria dos dias.

"Ei, eu tenho um emprego. Ok?" — Zelena falou um tanto indignada, ela insistia em falar que seu emprego de bartender era o melhor do mundo — "Vou ignorar sua implicância por agora. Me fale, como você está?" — Ela perguntou com sua voz bem mais carinhosa agora.

"Eu estou bem sis" — Essa era sempre a resposta que eu dava para Zelena toda vez que ela me fazia aquela pergunta, era tão comum essa resposta que ela já estava gravada no meu cérebro como resposta automática. Mas dessa vez realmente havia verdade nessa resposta, diferentemente das outras vezes que era apenas uma resposta vazia com o intuito de me livrar daquela conversa.

A história do divórcio havia me abalado, mas não por eu amar o Robin e sim, porque ele mentiu por muito tempo e eu realmente acreditava que ele era diferente. Resolvi não contar por enquanto que estava me divorciando para Zelena, ela era muito boa em falar demais e ia acabar contando para dona Cora e se tem uma coisa que eu não quero no momento é ela me enchendo a paciência dizendo para perdoar aquele idiota.

"Regina, toda vez você me fala isso e eu sei que nunca é verdade. Agora me fale a verdade, você está bem?" — Eu ri por um instante da irritação de Zelena — "Por que você está rindo? Meu deus!! Você está rindo Gina!" — Zelena falou rapidamente e eu podia sentir a animação dela apenas pela voz e eu sorri.

"Não seja boba sis, e dessa vez eu estou sendo completamente sincera Zel, eu juro!" — Falei.

"Eu estou tão feliz por você, eu realmente senti falta da sua risada. Mas me conta o que aconteceu de diferente? Ou melhor, não me conta" — Zelena falou e me deixou com uma interrogação na cabeça.

"Você realmente não quer saber?" — Perguntei estranhando aquela atitude.

"É óbvio que eu quero saber o que está tirando os risos da minha amada irmã, porém você irá me contar isso pessoalmente sábado" — Zelena falou e eu ri.

"Obrigada por me informar que terei visita sábado" — Falei rindo.

"E desde quando sou visita? Já está mais que na hora das irmãs Mills se encontrarem e digo mais, eu exijo que a gente saía pelo menos a noite, estou com saudades dessa cidadezinha" — Zelena falou animada e eu bufei.

"Não venha com essa para cima de mim Zelena, eu não falei que iria sair" — Falei.

"Eu estou falando por você. Beijos sis, até sábado" — Zelena desligou não deixando eu ter o direito de uma resposta que vinha claramente acompanhada de um NÃO bem grande para aquela proposta.

SQ

A semana passou rápido demais e quando dei por mim já era sábado, o dia em que Zelena viria me visitar e o dia em que eu dava aula de piano para senhorita Swan, por falar nela nós havíamos trocado curtas mensagens durante a semana, a maioria era sobre a música que eu havia passado para ela treinar em casa e algumas notas um pouco mais avançadas. Emma até tentou me chamar para ir à casa dela durante a semana, mas eu acabei recusando já que eu tinha alguns trabalhos acumulados e a história do divórcio não facilitava nada minha vida.

Estou sentada na cozinha a espera dela, quando ouço a campainha tocar, ando calmamente até a porta de entrada e abro, tendo a visão da loira. Meus olhos correm rapidamente por ela que veste um short jeans e uma camisa preta de manga escrita regal em tons de amarelo e laranja, apesar de seu estilo despojado que eu nunca usaria, devo concordar que esse tipo de roupa se encaixa perfeitamente nela e ouso dizer que ela fica linda daquele jeito.

"Olá" - Ela diz me oferecendo um pequeno sorriso.

"Oi, entre por favor" - Digo dando passando para ela entrar e como de costume seu perfume passa por mim, será que devo perguntar aonde que ela conseguiu um perfume com esse leve cheiro de canela? Ok, estou louca.

"Então... como foi sua semana?" — Ela pergunta enquanto fecho a porta e me viro para ela novamente. Hoje os seus olhos estão mais esverdeados e possuí um leve brilho nele.

"Estressante e a sua? Vamos à cozinha" — Falo e não posso evitar rolar os olhos ao lembrar da minha semana, caminho até a cozinha com ela atrás me seguindo.

"A minha foi boa e calma, o grande privilégio de não trabalhar para ninguém. O que houve para sua semana ser estressante?" — Ela pergunta calmamente enquanto se senta, ela parece interessada no assunto e eu não sei ainda como reagir a isso, Emma parece sempre tão entusiasmada em me ouvir e saber o que tenho para dizer.

"O mundo em que eu trabalho é rodeado por homens, sendo que a maioria deles acredita que nós mulheres servimos apenas para buscar o cafezinho e isso me estressa muito. Eu sei que sou a melhor no que faço, mas preciso ficar provando isso várias vezes apenas por ser uma mulher. E ainda tem toda a história do divórcio, estou ficando louca já" - Falo suspirando enquanto coloco minhas luvas de cozinhas e abro o forno, tiro dele uma travessa de vidro contendo uma torta e coloco sobre a bancada.

"Sobre a história do divórcio, me avise se eu puder ajudar em algo ou até mesmo tomar um vinho enquanto a gente fala mal dos homens, eu topo qualquer coisa. Se aceita um conselho sobre seu trabalho: não perca seu tempo com esse tipo de pessoa. Faça seu incrível trabalho e continue sendo a mulher incrível que você é, se eles não enxergam isso o problema está neles" - Ela fala sem tirar os olhos de mim e eu no momento estou um pouco sem reação, pois vi muita sinceridade em cada palavra que ela falou sobre mim, então é assim que Emma Swan me enxerga?

"É assim que você me vê?" — Pergunto em um momento de coragem e ela me olha parecendo surpresa com a minha pergunta, não posso julgá-la. Até eu estou surpresa comigo mesma.

"Você está me perguntando se eu te vejo com uma mulher incrível e forte?" — Ela pergunta e eu apenas afirmo com a cabeça e ela se levanta do banco onde estava e caminha para perto de mim, ficando na minha frente sem tirar os olhos dos meus — "Sim, Regina, é assim que eu te vejo. Eu te vejo como uma pessoa incrível, uma mulher extraordinária que lutou muito para se tornar o que é hoje, eu te vejo como uma mulher que me inspira, uma mulher que passou por muita coisa ao longo dos anos e mesmo querendo desistir às vezes, nunca desistiu. Eu te vejo desse jeito, mas não importa como eu te vejo e sim como você se vê. Como você se vê Regina?" — Ela pergunta se aproximando mais um passo de mim enquanto eu permaneço parada, sinto meu coração bater mais rápido e meu estômago parece se mexer nervosamente.

"E-eu não sei como vejo, mas creio que eu não seja isso tudo que você falou" — Falo baixo, porém sou sincera com o que sinto. Tento evitar a minha vontade de sair correndo naquele momento, já Emma me olha atentamente e seus olhos parecem querer falar algo — "Sei que conquistei muita coisa no âmbito profissional, mas em compensação a minha vida pessoal é uma bagunça, eu sou uma bagunça" — Falo tristemente e ela se aproxima mais e pega minha mão que estava apoiada em cima da bancada, ela faz um leve carinho nas costas da minha mão com seu polegar atraindo meu olhar para nossas mãos.

"Eu queria que você se visse como eu te vejo, uma pessoa maravilhosa e uma mulher linda, e se me permite dizer, você é a bagunça mais linda que eu já vi então" — Ela fala e eu volto minha atenção para ela naquele instante. Eu ouvi direito, certo? Ela disse que sou a bagunça mais linda que ela já viu. O que ela quis dizer com isso? Meu coração parece querer sair do meu peito nesse momento. Meu rosto com certeza está mais vermelho que um tomate maduro.

"Obrigada Emma, isso é muito gentil de sua parte" — Falo tentando recobrar toda sanidade e auto controle que ainda tenho e ela apenas sorri mais.

"De nada! E por favor, comece a se vê desse jeito, pois é a verdade" — Eu apenas assinto — "Ou serei obrigada a trocar todos os espelhos da sua casa, pelo jeito eles estão com defeito" — Emma fala me fazendo rir.

"Emma, eu acho que nunca vou conseguir te agradecer por tudo o que você faz por mim" — Falo olhando em seus olhos e ela parece não entender — "Você abriu a sua casa para uma estranha, fez meu natal ser especial depois de muito tempo, você me ouviu e acima de tudo não sentiu pena de mim, eu pude ver que você apenas sentiu compaixão e me mostrou que se eu precisasse você estaria ali para me ouvir" — Falei baixo e segurei sua mão que estava acima da minha na bancada, Emma apenas me ouvia atentamente — "Você me fez rir Emma, você não tem noção de quanto tempo eu não ria e me sentia tão leve como você me fez sentir nesses dias. Então, obrigado Emma! Obrigado por se importar comigo" — Falei com meus olhos já marejados e Emma apenas me abraçou passando seus braços por meu pescoço enquanto eu tentava reagir aquilo, depois de alguns segundos eu a abracei de volta aproximando mais nossos corpos e sentindo o calor do seu corpo envolver o meu.

A cada dia que se passava eu me sentia mais à vontade na presença da loira, normalmente eu não sou uma pessoa tão transparente assim com as coisas que sinto. Se fosse em um passado não muito distante, eu apenas teria agradecido e ponto final. Eu nunca teria falado isso, mas aqui estou eu abraçada com a mulher de cabelos loiros e perfume que cheira a canela, a mulher que me faz sentir leve e tranquila, a mulher que me faz querer me abrir pro mundo novamente. O que você está fazendo comigo Swan?

"Obrigada por me deixar fazer parte da sua vida e por confiar em mim para dividir um pouco sobre você" — Ela fala baixo perto do meu ouvido e sinto meus pelos se arrepiarem com seu hálito quente perto do meu pescoço e acabo apertando um pouco mais sua cintura e sinto ela suspirar baixo. Algo me diz para me afastar, algo como o fio de sanidade que ainda tenho, mas não consigo e eu não quero me afastar. Eu quero essa leveza que ela me faz sentir.

Respiro fundo o ar que emana dela, aquele ar doce misturado com canela. E naquele instante posso ouvir o som das nossas respirações, ouço meu coração bater descompassadamente no meu peito e peço mentalmente para que ela não possa ouvir também. Suas mãos acariciam levemente meu cabelo e em mais ato de loucura sinto meus dedos se moverem nas suas costas fazendo uma leve carícia e de repente sinto Emma puxar o ar.

"Regina? Eu...." — Sinto levemente seu corpo se afastando de mim, seu ato é tão devagar que sinto sua bochecha roçando levemente na minha e fazendo novamente meu coração bater mais rápido.

"S-sim?" — Pergunto a ela que não retira os seus olhos de mim, minhas mãos continuam em sua cintura, suas mãos percorrem até as minhas bochechas. A distância entre nossos corpos é quase nula, havendo apenas um pequeno espaço que separa nossos rostos.

"Eu acho que estou...." — Emma fala, mas logo somos interrompidas por algum barulho vindo da porta da frente e naquele momento parece que finalmente me lembro de onde estou e com quem estou, meu corpo se afasta automaticamente de Emma e tomo uma certa distância entre nós. A loira na minha frente agora me olha, mas não houve tempo de dizermos nada, pois há uma voz na casa.

"Regina?" — A voz fala e logo percebo quem é, ela se aproxima e logo aparece na batente da cozinha fazendo Emma voltar sua atenção para ela.

"Zelena?" — Emma pergunta me deixando sem entender a situação e olho para duas, Zelena parece surpresa em ver a loira.

"Emma? Meu Deus!! Como você cresceu garota. Vem aqui" — Emma corre até Zelena e abraça do mesmo jeito que me abraçou há alguns minutos, eu apenas permaneço parada as observando ainda sem entender nada.

 


Notas Finais


Gostaram? Me deixem saber <3

Queria dar uma pequena noticia meio chata para vocês. Bom, meu notebook estragou. Estou postando esse capítulo pelo celular e é o único que eu tinha salvo nele. Irei levar amanhã (06/02) para verificar qual é o problema nele, mas não sei quando o terei de volta. Portanto, caso eu demore mais do que o normal para postar é por causa disso. Caso o conserto demore mais do que três semanas, eu vou tentar reescrever o próximo capítulo no celular mesmo para que vocês não fiquem tanto tempo sem uma atualização. Por favor, não me abandonem. Amo vocês!


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