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História Uma Luz no Coração - Corações Felizes


Escrita por: EternaLight

Notas do Autor


Apesar de estar tarde, não pude me conter e decidi postar o capítulo novo agora. Se não fosse pela internet lenta, eu já teria postado um pouco mais cedo, mas antes tarde do que nunca! Aqui está meu presente de Natal para todos vocês, um grande abraço de EternaLight e espero que gostem do capítulo. Aproveitem!

Capítulo 17 - Corações Felizes


    Desde o confronto contra os grous, Kohaku estava com os nervos à flor da pele, mais uma vez enroscado em torno de si mesmo e se assemelhando com uma serpente prestes a dar o bote.

    Por segurança (tanto para si quanto para todos em Aburaya), ele precisou se recolher em seu quarto durante a noite para evitar confusão com os clientes. Foi contra sua vontade se isolar daquela forma, quando seu coração partido ansiava por Chihiro e o ar livre além daquelas paredes, mas sabia que com seus nervos descontrolados daquela forma alguém poderia sair machucado, por isso ele se agarrou à sua razão e se manteve onde estava.

    E então sentiu a presença de outro dragão nas terras de Aburaya… dragão este que estava praticamente ao lado da casa de banhos.

    No estado em que estava, Kohaku não tinha muito controle sobre si mesmo, entre outras palavras, seus instintos. Obviamente as terras de Aburaya não lhe pertenciam e ele não tinha desejo algum de conquistá-las para si, pois o único lugar onde verdadeiramente se sentiria em casa seria em seu rio (ou então em um rio desocupado e sem dono onde poderia se estabelecer), mas a presença de outro dragão lhe causou a reação esperada; ferocidade.

    Não pensou duas vezes; desenroscou-se e saiu pela janela, seus bigodes tremendo furiosamente, rosnando e com os olhos transbordando de perigo. Seus instintos falavam mais alto agora, fazendo o dragão pouco se importar com quem estivesse ao seu redor, apenas em encontrar o dragão invasor. Ao menos ele poderia descontar sua ira e frustração em alguém mais à sua altura, já que os grous lhe tiraram Chihiro e a menina estava amedrontada quando viu sua ferocidade.

    Se estivesse dando ouvidos à sua voz interior, ele evitaria causar problemas com clientes ao redor e dentro das terras de Yubaba, mas Kohaku pouco se importava com a velha bruxa, pois ela já não tinha qualquer tipo de controle sobre ele e não representava uma ameaça, pois poucos estão à altura de um dragão selvagem.

    Tão veloz quanto um raio, Kohaku foi direto em direção às docas, seus dentes à mostra e apressado em enfim estar cara a cara com um possível oponente. Ao sobrevoar as águas da margem, ele viu a movimentação embaixo d’água e a luz que de lá vinha, um redemoinho se formando. Quando estava prestes a se lançar em direção ao centro daquele espetáculo, garras e dentes preparados, um belíssimo dragão saiu em disparada, logo pairando no ar em toda a sua glória e beleza.

    Kohaku sentiu o ar sair com força de seus pulmões, seu coração intensificando as batidas e a velocidade, mal acreditando no que via; era o mesmo dragão que sonhou tempos atrás, com escamas de um dourado tão pálido que parecia branco, e sua longa crina de um rosa tão pálido e delicado que se assemelhava com a cor das flores das cerejeiras. Apenas uma olhada nela e qualquer um interromperia seus afazeres para admirá-la.

    Bela e perfeita, era assim que Kohaku via Chihiro. Para ele, naquele momento, ela era a visão da perfeição.

    Quando ela abriu os olhos, seu olhar doce e meigo se encontrou com o olhar surpreso de Kohaku. Ela se assustou e logo se virou para escapar, e isso lhe salvou a vida, pois no momento em que se contorceu e se afastou, voando para longe, uma grande lança errou seu alvo, no caso o coração dela.

    Haveria muito tempo para Kohaku alcançar Chihiro mais tarde, pois sua atenção e fúria se concentraram em um espírito encapuzado que já ia atrás dela. Sem pensar duas vezes, ele avançou contra o agressor, abocanhando-o sem nenhuma delicadeza e entrando nas águas do rio, sem lhe oferecer nenhuma chance de se defender ou pedir por clemência. Ao sair das águas, Kohaku sabia que não precisaria nunca mais se preocupar com aquela criatura desprezível.

    E pouco se importou se deixou para trás uma audiência mortificada com aquela exibição de violência.

    Sobrevoando as tendas e restaurantes de Aburaya, Kohaku vasculhou por toda parte por Chihiro, sabendo exatamente pelo o que estava procurando, até mesmo farejando o ar na tentativa de encontrar o rastro dela. Desta vez, Kohaku faria o impossível para estar com Chihiro outra vez.

    …

    Hikari estava voando o mais rápido que podia. Ao trocar olhares com o mesmo dragão do dia anterior saiu em disparada, não desejando passar por uma situação semelhante. Mesmo se seu coração lhe pedisse para dar meia volta e retornar para ele.

    Mas sentia que fez bem em fugir, não sabia dizer o porquê mas sentia que fez o certo. Por isso ela não olhou para trás, que seria melhor assim.

    Estava tão perdida em seus pensamentos que não percebeu a casa de banhos diante de si, trombando contra a construção e atordoando-se com o impacto e a dor que sentiu em seguida. O atordoamento era tão grande que acabou por cair, em direção às telhas e o concreto da casa de banhos, onde certamente se cortaria e cujas feridas certamente deixariam marcas em seu recém-conquistado corpo de dragão.

    Mas uma massa longa e delgada se enrolou em torno dela, amenizando até que por fim interrompesse sua queda. Ao sacudir a cabeça para orientar-se melhor, Hikari percebeu que estava mais uma vez no abraço do dragão de Aburaya, porém desta vez ele não tinha sua atenção voltada para ela e a conduzia para um dos cômodos da casa de banhos. O quarto era grande e tinha pouca mobília, e quando a janela se fechou atrás de ambos Hikari percebeu onde estava de fato; no quarto do dragão.

    Gentilmente, o dragão a depositou em cima de um enorme futon do tamanho perfeito para Hikari, futon esse que apesar de não ser muito confortável se comparado com o do quarto de hóspedes e da casa de Naomi, era bom o bastante para dormir. Agora com enxaqueca devido a batida que levou, nada parecia ser melhor do que tirar uma soneca, porém era difícil de relaxar e dormir com o famoso dragão de coração partido bem à sua frente.

    Entretanto, desde que a colocou no futon, ele não se moveu, estava apenas parado ali a analisando. Não fosse por seus bigodes e o fato de que estava flutuando no ar, ele seria uma perfeita espécie. Hikari, ainda assustada com o dragão, enroscou-se completamente em torno de si, sua longa crina rosa caindo por cima de seu rosto e o cobrindo parcialmente, e desviando o olhar para qualquer outro lugar e qualquer outra coisa que não fosse ele. Surpreendeu-se ao sentir o focinho dele tocar com o seu, sem nenhum outro movimento e sem assustá-la, apenas limitando-se com o toque, nada mais. Pela primeira vez desde o incidente dos jardins, Hikari sentiu-se segura na presença do dragão, seu coração se aquecendo e pulsando aliviado, sentindo uma felicidade da qual ela não se lembrava se já sentiu algo semelhante recentemente.

    Não era um sentimento indesejado, longe disso… era muito bem-vindo.

    Foi por isso que Hikari retribuiu o toque, arriscando-se a esfregar um pouco seu focinho com o do dragão, que retribuiu com um ronronado contente. Já mais à vontade, Hikari se desenroscou e deixou que o dragão encostasse sua testa na dela, ronronando ainda mais alto. Ele estava muito feliz, aquilo estava muito claro, e ela… também estava feliz.

    Aisuru Hikari não sabia o porquê seu coração estar tão feliz como estava, mas sentia que era certo, que era algo que ela queria à muito tempo.

    Uma aura envolveu ambos, uma perfeita combinação de verde e rosa, fundindo-se e tornando-se um só. O dragão deitou-se ao lado de Hikari, e não demorou muito para se enroscar em torno dela, nunca deixando de ronronar e deixar claro que estava feliz. Ela não reclamou, sentindo-se segura e confortável no abraço dele, até mesmo ajeitando-se e acomodando-se melhor enquanto retribuía os gestos de carinho dele, esfregando sua bochecha contra a dele.

    Ela nunca viu Haku tão feliz assim antes.

    …

    …

    …

    …

    …

    …

    …

    …

    …

    …

    …

    …

    Espera… como ela sabia o nome do dragão?

    …

    Do dragão?!


Notas Finais


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