História Uma luz no meio da escuridão - Suprir ou deixar florescer?

Já são exatamente 2:34 da manhã e ainda me encontro na festa na qual fora convidada. Neste momento estou dançando feito uma retardada na pista com Hoseok e Jungkook enquanto temos em nossas mãos um copo de bebida alcoólica. A esta altura do campeonato já devo ter bebido pelo menos 2 garrafas de bebida alcoólica no total e só agora começo a ficar alegrinha. Tenho uma tolerância muito alta ao álcool, portanto ainda estou longe de me encontrar bêbada. Bem ao contrario dos meus acompanhantes que já estão bêbados ao ponto de não saberem nem mais o que estão falando.

Desde aquela hora que voltei para dentro com o Jin, sinto o olhar de Suga queimando em minhas costas. Mas simplesmente meti o louco e me diverti sem dar a mínima para ele. Até agora já fiquei com 2 caras, bebi muito e dancei mais ainda. Estou me divertindo apesar de meu coração ainda estar um pouco apertado pelo ocorrido do começo da festa.

Me canso de dançar e aviso a Hobi e Kook que irei subir para ficar com os outros. Eles assentem e continuam a dançar. Enquanto caminho em direção a escada sou repentinamente abraçada fortemente. Me assusto e tento me virar de imediato, mas percebo ser Sook bêbada me impedindo de escapar de seus braços. Suspiro. Não acredito que terei que cuidar de uma bêbada. Faço com que a mesma se apoie em meus ombros e tento caminhar com ela sem que nós duas acabemos no chão.

-Ei Carol!-Sook grita para que eu possa escutá-la.-Sabia que você é a colega de apartamento mais legal que já tive?-Diz com a voz embolada.-A minha última colega de apartamento...-Ela começa a tagarelar sobre sua ex colega e mudo minha atenção para os degraus.

Depois de um bom tempo subindo degrau por degrau e muitos suspiros da minha parte, finalmente alcançamos o topo da escada e começamos a caminhar até os meninos que conversavam distraidamente. Assim que chegamos a mesa jogo Sook numa cadeira ao lado de Namjoon que pula de susto e me sento ao lado de Jimin que me abraça ao perceber meu cansaço.

-Você está bem?-Questiona.

Percebo que daquela mesa os menos bêbados eram: Jimin, Jin, Namjoon e Taehyung e o único sóbrio era para minha infelicidade o Suga.

-Sim. Apenas exausta.

-Não acha que já está na hora de irem pra casa?-Jin pergunta se dirigindo a mim.

-Aish estou com tanta preguiça de ter que levar Sook até o carro e ainda dirigir até o nosso ap.-Reclamo e Jin me olha um pouco surpreso.

-Dirigir? Quem disse que você vai dirigir?-O olho confusa.-Carol, você não pode dirigir tendo bebido. Imagina se um policial te para no meio do caminho? Nananinanão! A senhorita não vai voltar dirigindo.

Dou uma risada sarcástica.

-É mesmo? E como vamos voltar pra casa então? Eu não deixo meu carro aqui nem a pau.-Digo.

-Simples, o Suga te leva.-O olho de olhos arregalados e ele revira os olhos.-Ah qual é! De todos nós ele é o único que não bebeu um gole sequer de álcool, portanto é o único que pode levar vocês para casa em segurança.

-Mas nem morta que vou pra casa com ele.-Rio sarcástica e olho para o rapper a minha frente que me olhava calmamente.

-Carol você não tem opções. Não vou permitir que volte pra casa dirigindo nesse estado.-Jin diz e os outros rapazes concordam com ele.

Cruzo meus braços e bufo revirando os olhos. Suga por sua vez se levanta e pega Sook em seus braços.

-Vai ficar aí sentada ou vai vir?-Questiona com um semblante sério carregado de tédio.

Mais uma vez bufo e me levanto, me despedindo dos meninos e indo na direção dele. Caminhamos até o estacionamento num silêncio mortal que só era quebrado por Sook que ainda tagarelava. Ao chegarmos em frente ao carro, abro o mesmo e observo Suga colocar minha amiga no banco traseiro com o máximo de cuidado possível e deitá-la no banco. A mesma assim que se deita cai no sono. O rapaz fecha a porta traseira e se vira para mim e começa a me encarar. 

-Vai ficar me encarando ou vai me dar a chave?-Diz debochado estendendo sua mão.

Hesito em entregar a chave de meu bebê ao cara que me magoara muito em apenas uma noite. Mas respiro fundo e lhe entrego as chaves. Ele sorri vitorioso e entra no carro. O imito e entro pela porta do passageiro. O caminho até em casa foi novamente silencioso, do mesmo modo como costumava ser antes de nos aproximarmos. Ao chegarmos ao prédio ele adentra a garagem e estaciona na vaga que lhe digo. Logo em seguida saímos do carro e me surpreendo ao ver que ele pega Sook nos braços e começa a caminhar em direção ao elevador.

-Ei!-Chamo sua atenção e ele se vira.-O que pensa que está fazendo?

-Não é óbvio? Estou levando sua amiga até o apartamento de vocês. Você não vai conseguir carregá-la até lá sozinha, portanto não reclame e apenas cale a boca.-Diz grosseiro.

Sinto a raiva subir,mas me controlo e simplesmente sigo em direção ao elevador. Assim que o elevador chega e saímos do mesmo, para em seguida adentrar o apartamento, Suga me pergunta onde fica o quarto de Sook e assim que lhe digo o mesmo caminha até lá. Deixo minha bolsa na mesinha de centro e jogo minha jaqueta no sofá, mas continuo em pé próxima a porta.

Não demora muito para que o coreano volte até a sala e me examine de cima a baixo e solte um suspiro. Ele caminha até mim e se senta ao sofá, se acomodando no mesmo. O olho indignada.

-Não vai embora não?-Questiono deixando transparecer a minha raiva e indignação.

-Não até que conversemos sobre o que aconteceu na festa.

-Não temos nada a conversar sobre o que houve lá.-Digo me levantando e indo em direção ao meu quarto.

Logo sinto sua presença atrás de minhas costas. O ignoro e começo a arrumar uma roupa para que eu possa tomar um banho e ir dormir. Mas antes que possa levar as roupas escolhidas ao banheiro sou surpreendida quando sinto meu braço ser puxado e meu corpo bater no peito do maior. O olho confusa, mas não tenho tempo de dizer nada, pois sou surpreendida por seu lábios que se colam aos meus num beijo lento.

-Agora dá pra me escutar?-Ele diz após o beijo e apenas assinto.

Ele respira fundo e me olha.

-Sei que provavelmente você não vai acreditar, mas aquela beijo não aconteceu porque eu quis.-O olho debochada.-Não me olhe assim, estou falando sério. Aquela era uma staff que trabalha com nós 7 há muito tempo e sempre reparei que ela me olhava de um jeito diferente, mas nunca dei muita bola. Mas hoje ela literalmente se insinuou mais do que deveria para uma staff e num determinado momento enquanto conversava com um funcionário da empresa ela simplesmente me puxou e começou a me agarrar. No começo tentei afastá-la, mas confesso que acabei cedendo...-Diz me olhando cauteloso e imediatamente fecho meus olhos e respiro fundo, enquanto me afasto de seus braços.

Me viro de costas para ele e respiro profundamente pela milésima vez naquele dia, tentando controlar meus sentimentos. Ouço o mesmo suspirar e se aproximar mais de mim.

-Carol, eu também sou humano. Também erro as vezes e me deixo levar pelos meus instintos.-Sinto suas mão em meus ombros fazendo um singelo carinho. Me solto de seu carinho.

Me viro para ele e vejo seu olhar que antes era de tédio se transformar em um olhar melancólico e ansioso.

-Eu preciso de um tempo para pensar nisso tudo. -Digo o olhando seriamente. 

-Carol...

-Suga por favor. É coisa demais para apenas uma noite, então...só vai e me dê um tempo okay?-Digo exasperada.

Ele me olha um pouco magoado e se aproxima, me abraçando. Porém desta vez não retribuo. Eu ainda estava muito chateada.

-Só, por favor, não deixa esse meu erro acabar com o que criamos entre nós.-Implora numa voz sussurrada.

-Okay.-Também sussurro e ele se afasta sorrindo fraco. O mesmo deixa um selar em minha testa e sai do quarto.

Assim que ouço a porta da sala bater, me jogo em minha cama e me entrego aos meus sentimentos confusos e dolorosos. Sinto meu rosto molharem pelas lágrimas e solto tudo o que segurei desde o começo da noite. Me sinto tão confusa e tão cansada....Me recomponho e vou tomar meu banho, para tentar me acalmar.

Enquanto sinto a água gelada cair sobre meu corpo me pergunto se depois de tudo isso ainda continuarei a ter sentimentos por ele. E inevitavelmente chego a uma conclusão: Sempre terei sentimentos por ele. Só preciso decidir se irei suprir esse sentimento ou deixar que floresça.