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História Uma mestiça em Hogwarts. - Capítulo 7 - O evento.


Escrita por: runbad

Capítulo 7 - Capítulo 7 - O evento.


15 de Janeiro de 1972. 

 

— Houve outro ataque. 

 

Era isso que diziam pelos corredores da imensa Hogwarts desde o segundo ataque daquele ano. Mareena, a única garota pertencente ao grupo dos Marotos, tentava ao máximo não pensar no assunto enquanto seguia para suas aulas acompanhada comumente de Peter e Remus, uma vez que 1972 chegou,  James e Sirius passavam a maior parte de seu tempo no dormitório ou entre aulas decidindo uma nova pegadinha que com toda certeza irritaria Argus Filch e Minerva Mcgonagall. Eles pareciam fingir que nada de errado acontecia, principalmente Sirius, que vinha de uma família bruxa puro-sangue que simplesmente detestava nascido-muggles.  

 

Mas o que Mareena mais odiava em todos aqueles ataques era que ela nunca sabia como a mãe estava. Certamente ela sabia que a mãe não estava envolvida, mas o sentimento de culpa a enchia desde que, no primeiro dia de janeiro, houve o primeiro ataque de treze. O que ela faria se a mãe morresse e nem ao menos tivesse a chance de despedir-se? Parecia que era ela no lugar de todos os muggles que perderam pais, irmãos, tios, primos... Ela se perguntava o que faria alguém ficar tão doente ao ponto de tirar vidas por puro prazer. Talvez Mareena nunca teria sua pergunta respondida. 

 

— Mareena? Está tudo bem? — a garota acordou dos seus devaneios assim que sentiu o cotovelo de James batendo em sua cintura. 

 

— Hum... O que houve? — murmurou ao ouvir a voz cansativa do professor Binns. 

 

— Sirius estava falando que encontrou uma passagem secreta. — sussurrou Remus.  

 

— O que? Uma passagem? Onde? — perguntou a loira encarando Sirius desconfiada. 

 

— Ei, ei. Não foi nada demais. Eu apenas joguei bombas de bosta no corredor do escritório do Filch e acabei parando lá para receber uma detenção, mas aconteceu que Pirraça derrubou várias estátuas no corredor do quinto andar e ele teve que ir resolver. 

 

— Certo, mas como você descobriu? — perguntou James impaciente. 

 

— Quando o Filch saiu da sala, eu percebi um bloco de notas em cima de um armário e fui olhar por pura curiosidade, lá estava escrito que tem uma passagem secreta no oitavo andar atrás de um quadro de um botão de rosa. 

 

— E como vamos passar pela passagem? — questionou Remus.  

 

— Temos que fazer cócegas na flor, assim ela floresce e aparece uma maçaneta que permite nossa entrada. — explicou. 

 

— Igual na cozinha. — disse Mareena. 

 

— Exatamente. 

 

— Mas... o Filch sabe entrar nessa passagem? — perguntou Remus. 

 

— É claro que não, eu descobri lá mesmo que tinha que fazer cócegas no botão de rosa.  

 

— Melhor ainda.  

 

— E para onde leva essa passagem? — questionou James com um brilho esquisito nos olhos cor de avelã.  

 

— Para o campo de Quadribol. 

 

— Precisamos ir lá ver essa passagem. — disse James — Agora. 

 

 — Não, vamos amanhã de tarde. — aconselhou Remus, que anotava o que Mr. Binns falava em seu pergaminho. 

 

                                                                                 *** 

 

James caminhava ao lado de Sirius sendo escondido pela capa de invisibilidade. Fazia exatos quinze minutos que o jantar havia acabado e Mareena e Remus estavam na biblioteca fazendo o trabalho de Defesas contra as artes das Trevas, porém Sirius e James já terminaram os seus e agora caminhavam pelo corredor do terceiro andar.  

 

— James? Você acredita mesmo na história do Remus sobre ficar doente sempre? 

 

— Sinceramente, não. Não mesmo.  

 

— Eu quero muito descobrir o que ele faz quando some. — murmurou Sirius. 

 

— Eu tive uma ideia — disse James ouvindo na sua cabeça Mareena falando ''lá vem'' — O que acha de, na próxima vez que Remus sumir, nós seguirmos ele? 

 

— Você acha que vai dar certo? 

 

— Não sei, mas precisamos tentar. — deu de ombros. 

 

— O que quer que seja, eu continuarei sendo amigo dele. — disse Sirius o seguindo enquanto arrumava a capa para esconder seus pés. 

 

— Eu também, e Mareena deve concordar com a gente. 

 

— É, ela quer saber o que está acontecendo tanto quanto a gente. 

 

                                                                                 *** 

 

24 de Janeiro de 1972. 

 

Mareena poderia dormir a qualquer momento. 

 

Bastasse um simples sinal de que Remus não estava prestando atenção nela e logo cairia no sono. Mas não era tão simples assim. Afinal, quando a vida dela era? Seu pai era um homem sem escrúpulos que passava a maior parte de seu tempo na rua com Meretrizes e poucas amantes no trabalho ao invés de dar algo tão simples e puro que a mãe de Mareena merecia mais do que tudo nesse período sem a filha: amor. 

 

O pai de Mareena podia fingir muito bem, mas a garota sabia desde seus sete anos que o homem não amava sua mãe da mesma forma que ela o amava. Por que? Simples, medo. Medo é algo que corrói o mais bravo dos homens de dentro para fora. Até o mais corajoso dos cavaleiros tem um medo, e o medo é o que faz um ser humano. Ninguém é perfeito, ninguém é santo, inocente, puro ou quem dirá corajoso, todos possuem falhas. Mas Asmodeus Watson tinha a maior das falhas. E seu próprio nome já o entregava pelo fato de ser o nome de um dos apoiadores do Arcanjo Lúcifer. Assim como seu pai, todos em sua família possuíam nomes de seres do Submundo. Por pouco, a própria Mareena não fora chamada de Lilith, mas Evelyn Watson, sendo filha de cristãos, proibiu-o, escolhendo para a primogênita o nome Mareena, que tem como significado ''do mar''. O que não tem nenhum sentido, olhando para a garota atualmente, que simplesmente detesta todas as formas de água. 

 

— Mareena? Está ouvindo? 

 

— Uhum. — murmurou a garota enquanto folheava o livro de História da Magia. As vezes ela ficava tão filtrada em seus pensamentos que se esquecia comumente do fato de estar em companhia de alguém.  

 

— Eu não achei a resposta da questão 8, vou ver nos livros das prateleiras se tem a resposta.  

 

— Ah, certo. Enquanto isso eu acho a resposta da questão 9, 10 e 11.  

 

— Tudo bem. 

 

Assim que Remus se afastou e sumiu entre as largas estantes recheadas de grossos e estranhos livros, a garota pulou cinco folhas do livro e continuou a folheá-lo a procura de respostas. Quando chegou no capítulo três: O início da Magia. 

 

— E ai, Watson. — uma voz grave chamou a atenção da garota, que precisou erguer os olhos para perceber que quem a chamou era Fleston Paddington, ao lado de sua irmã — nem tão gêmea assim — Lyanna.  

 

— Ah, Hey Paddington's. Vocês não deveriam estar treinando para o jogo de Quadribol da semana que vem? — Mareena era uma daquelas garotas que só gostava de quadribol pelo simples fato de ser um esporte novo. Já estava tão acostumada com Beisebol, Basquete e rugby, que chegara a ser entedioso conversar sobre o assunto com puro-sangues desfamiliarizados.  

 

— Nem, nosso batedor teve a brilhante ideia de mexer com o Salgueiro Lutador e acabou que quase perdeu o olho direito. — murmurou Fleston. 

 

— Hum... bem... eu sinto muito por isso. — mentiu, ela sentia uma louca vontade desconhecida de rir, mas o evitou para não causar constrangimentos a pessoas, digamos assim, desconhecidas.  

 

— Sem problemas, Madame Pomfrey disse que ele ficará bem antes da entrega da Taça de Quadribol, então ainda temos uma chance de vencer a Sonserina. — comentou Lyanna animada, mas sua expressão logo ficou de tremenda fúria — Eu quero acabar com eles esse ano, Selwyn teve o prazer de me lembrar agora pouco que ano passado fora o quinto ano seguido que a Sonserina roubara da gente a Taça.  

 

— E é o terceiro que a Corvinal fica com a Taça das Casas. Mas não posso ficar triste por isso, sabe, a Lyanna está ficando com um corvino. 

 

— Cale a boca, Fleston. — murmurou a ruiva dando um pisão no pé do irmão que fez ele soltar um ''Ai''. 

 

— Não sei para que esconder, todo mundo já sabe. Vocês não são lá muito discretos...  

 

— Isso não significa que você precisa ficar falando sobre isso para os outros, ainda mais para a Mareena, ela ainda é uma criança.  

 

— Eu só sou dois anos mais nova que vocês. — bufou.  

 

— Isso é muito em Hogwarts. 

 

— Infelizmente, eu preciso concordar com minha irmãzinha aqui. — Fleston recebeu outro pisão no pé — Ai! Para de fazer isso.  

 

— E você deixe de ser chato.  

 

— Você se acha, só porque é dois minutos mais vel... 

 

— Mareena, achei a resposta. — seu rosto corou ao perceber a presença dos gêmeos — Ah! Não tinha visto vocês.  

 

— Isso é novo. — murmurou Fleston para a ruiva, recebendo uma cotovelada de volta.  

 

— Ah, acabei de me lembrar. Lyanna, James quer conversar com você sobre o time. — falou Mareena. 

 

— Tudo bem, irei procurá-lo agora. — e saiu, sem antes chamar Fleston — Fleston, deixe de incomodar eles, vamos.  

 

— Por que eu tenho que ir? Vai você, James não está me procurando.  

 

— Agora. — mandou rangendo os dentes. 

 

— Até depois Mareena, Lupin. — acenou e saiu correndo atrás da irmã. 

 

— Eles são loucos. — riu a loira. 

 

— Eles me lembram um pouco Fabian e Gideon. 

 

— Quem? — arqueou a sobrancelha pela décima vez só naquele dia. 

 

— Fabian e Gideon Prewett, eles saíram da escola em 1969. Me falaram que eles eram bem parecidos com James e Sirius. Quando eu tinha entre sete e oito anos, a mãe e a irmã deles costumavam ir lá em casa tomar chá no fim das tardes de sexta. Eu não me comunicava muito com elas, sabe? Mas era divertido ouvir a mamãe falando depois sobre os diversos assuntos ditos. 

 

Isso fazia Mareena se lembrar dos chás que tinham entre Evelyn, a mãe de Lily, Edna, e uma vizinha das duas chamada Lucien. Lucien era uma mulher estranha, e Mareena tentava evitá-la o máximo que podia. E na maioria das vezes, conseguia. 

 

                                                                                 *** 

 

1 de Fevereiro de 1972. 

 

Mareena estava sentada em cima da cama, suas pernas permaneciam cruzadas e tinha em mãos o rolo de pergaminho aparentemente velho que Asmodeus mantinha comumente guardado no fundo de uma gaveta. Soltou um longo suspiro e desenrolou o papel, passando seus olhos sob as letras finas e pequenas.  

 

''Cara Mareena, 

 

Não sei quando essa carta chegará a suas mãos, mas eu gostaria mais do que tudo lhe desejar feliz aniversário. Minha pequena, faz doze anos (dia 2 de fevereiro) que você veio a nós, com seus enormes olhos azuis brilhantes e o mais belo de seus sorrisos. Poucas coisas mudaram, afinal, você continua linda, inteligente e determinada, e eu espero mais do que tudo que você continue assim com o passar dos próximos aniversários.  

 

Eu sei que você odeia seu pai, mas seja paciente. Paciência é uma dádiva que poucos possuem, e eu espero que você o tenha também. Asmodeus está lhe desejando parabéns também, mesmo que você negue seu amor. Sim, eu acredito que ele te ame da mesma forma que eu a amo. Todo pai ama seu filho Mareena, eu espero que você nunca se esqueça disso. 

 

Infelizmente, eu preciso ir. Eu só gostaria de desejar novamente feliz aniversário e, se você contou para seus amigos sobre o aniversário, eu também lhe desejo uma bela comemoração. 

 

XoXo, 

 

E.M.W.'' 

 

Uma dor a encheu, ela odiava mentir para a mãe sobre seus amigos, mas o que ela diria quando descobrisse que sua filha estava andando com os garotos mais bagunceiros da escola? James Potter e Sirius Black eram conhecidos até entre os garotos do sétimo ano! As vezes ela pensava em parar de andar com eles, mas  ela simplesmente amava aqueles garotos demais para abandoná-los. 

 

Quando ouviu o som da porta se abrindo, Mareena dobrou a carta e enfiou no bolso da capa. Não era um bom lugar para esconder algo tão precioso, mas depois encontraria outro esconderijo. Assim que a porta abriu-se, Mareena viu Dorcas adentrando o cômodo, a garota tinha cabelos curtos negros e mantinha seus dedos no suéter, que abotoava na pressa e em seguida meteu a sapatilha nos pés.  

 

— Seu amigo Sirius está lá embaixo te esperando. — murmurou enquanto penteava seu cabelo. 

 

— Oh, certo.  — levantou-se e ajeitou as vestes — Você sabe o que ele quer? 

 

— Eu nunca converso com seus amigos.  

 

— Tudo bem. — revirou os olhos e saiu do quarto arrumando a meia ¾.  

 

Enquanto descia as escadarias, Mareena pensava nas palavras da mãe. Talvez ela devesse contar sobre o Quadribol, os amigos e até mesmos as comidas estranhas que experimentou na escola durante o ano letivo. Era tudo tão novo... Ia deixar isso para as férias de fim do ano letivo. Quando chegou na entrada da Sala Comunal, Mareena avistou Sirius perto da porta de braços cruzados. 

 

— Okay, o que você fez de errado agora? — perguntou Mareena jogando a capa para trás e encarando Sirius com a sobrancelha arqueada. 

 

— Por que você acha que EU fiz algo? — perguntou sério, mas ao ver a cara da amiga deu uma risadinha baixa — Você e Remus nunca me levarão a sério, né? Eu juro, eu não fiz nada de errado dessa vez.  

 

— Então me diz o porque de ter me chamado... — deu uma olhada no relógio no pulso — sete da manha em um sábado.  

 

— Não tem nada haver comigo. Tem haver com você.  

 

— O que você quer dizer com isso, Si? 

 

— A Professora Mcgonagall está te chamando na sala dela.  

 

— O que? — sussurrou assustada — Por quê? Eu fui nas ultimas detenções e... 

 

— Mareena, vai ficar tudo bem. Voce é uma ótima aluna, não tem porque ter medo, okay? Então apenas vá. — Sirius colocou a mão em seu ombro carinhoso. — Mareena concordou com a cabeça e empurrou a capa para trás, deixando sem querer com o impacto o pergaminho cair sem notasse. Deu um sorriso para o amigo e saiu da sala comunal. — Mareena voc... — chamou Sirius catando o pergaminho do chão e o rodando entre seus dedos atrás das costas.  

 

— Sim? — perguntou com a sobrancelha arqueada. 

 

— Nada, esquece. Bobeira minha, pode ir agora. — disse enfiando a mão com o pergaminho no bolso da calça.  

 

— Tudo bem. Nos vemos depois, Si. — e atravessou o quadro novamente, sumindo de vista.  

 

Mareena caminhava pelos corredores até a sala da professora favorita de James, fazia um bom tempo desde que tivera uma longa conversa com a mulher, uma vez que elas só conversavam entre si quando a garota entrava de detenção graças aos amigos que tinha. Assim que ficou de frente para a porta, Mareena deu dois socos na porta e ela abriu-se sozinha.  

 

— Hum... Professora? — Mareena olhou para a mulher de costas para lá, de frente para um caldeirão.  

 

— Ah, Srta. Watson. Por favor, entre e sente-se. — pediu enchendo um cálice com poção dourada. — Seu amigo Black pediu que eu te chamasse, imagino. 

 

— Sim, senhora. — concordou e se sentou enquanto a observava beber do cálice.  

 

— Eu precisava conversar com você sobre seu pai.  

 

— Asmodeus? O que ele tem haver com isso? — arqueou a sobrancelha. 

 

— Por favor, chame-o de ''pai''. — pediu. 

 

— Ele não é meu pai faz muito tempo, professora. Desde que ele começou a mudar comigo e com minha mãe. — sussurrou abaixando a cabeça. 

 

— Eu entendo. Sabe Mareena, eu estudei com seu pai.  

 

— Voce o que? — arregalou os olhos. 

 

— Sim. Seu pai era da Sonserina e eu, como ainda sou, era da Grifinória. Nunca convivemos muito bem, mas rolavam boatos de que seu avo era aliado de Voldemort. E isso só confirmou-se ao decorrer do tempo, e era tão claro que seu pai seria igual... Mas ai seu pai conheceu sua mãe. 

 

— Ele não ama minha mãe. — falou.  

 

— Tudo ficará bem em breve. 

 

— Eu não acredito tanto nisso quanto eu gostaria, professora. 

 

— Acontece que, por causa dele, você não confia tanto quanto gostaria nas outras pessoas, Mareena. E, embora sejam bagunceiros, seus amigos são maravilhosos.  

 

— Eles são mesmos. — sorriu. 

 

— Era só isso que eu queria te dizer, você precisa confiar mais nos seus amigos.  

 

— Eu vou tentar, professora. Eu prometo. 

 

                                                                                 *** 

 

— James, Remus. — Sirius corria pelo corredor até a biblioteca, onde estava os dois amigos. 

 

— O que voce fez agora, Sirius? — perguntou Remus com a cara no pergaminho. 

 

— Dessa vez nada, mas olhem o que eu encontrei. — disse colocando o pergaminho enrolado em cima da mão de Remus.  

 

— O que é isso? — perguntou James olhando pro amigo.  

 

— Apenas leiam.  

 

Remus desenrolou o pergaminho e o abriu quando James puxava sua cadeira para perto do garoto para ler a carta. Demorou cerca de um minuto para eles terminarem e voltarem a olhar para Sirius. 

 

— Ela não contou. — disse James ofendido — Por que ela não nos contou? 

 

— Ela deve ter seus motivos, não devemos brigar com ela por causa disso. — sugeriu Remus. 

 

— Olha, eu não vim aqui para brigarmos com Mareena. E sim para criar uma festa de aniversário surpresa. — comentou Sirius. 

 

— Uma festa? Isso é genial. — falou James 

 

— Será incrível. — concordou Remus. Ele tinha um grande afeto pela garota. 

 

— Tem que ficar tudo pronto para amanhã. — falou Sirius, logo virando para Remus — Eu tenho um trabalho para você. 

 

— Já? — perguntou assustado — Pois bem, diga. 

 

— Grude na Mareena. Não deixe ela chegar perto da Sala Comunal até dar três da tarde. Leve ela para passear lá pelas... duas horas. É, duas horas. Uma hora é o suficiente para preparar tudo. 

 

— Conte comigo, farei meu melhor. 

 

                                                                                 *** 

 

02 de Fevereiro de 1972. 

 

Mareena caminhava pelo sétimo andar quando Remus apareceu, ele abriu um largo sorriso e a puxou para o outro lado enquanto falava de um grande acontecimento que teria dali um mês, a Páscoa. A páscoa bruxa era a melhor de todas, segundo ele, cheio de doces e outros acontecimentos inéditos envolvendo muito, mas muito chocolate. Não era segredo que Remus Lupin era apaixonado por chocolate, sempre durante as sobremesas ou até mesmo na Sala Comunal ele se dava um tempo para comer pequenos pedaços de chocolate ou beber uma boa caneca de chocolate quente. Se diabete fosse comum em bruxos, com toda a certeza Remus a teria. 

 

— Remmy, não que eu esteja reclamando, mas por que você decidiu dar esse passeio de forma tão... repentina? 

 

— Eu percebi que não estamos passando tanto tempo juntos desde o décimo quinto ataque, que aconteceu semana passada. 

 

— Bem, isso é verdade.  

 

— Então eu decidi darmos essa caminhada, o que acha? 

 

— Eu gostei da ideia. — sorriu agradecida.  

 

— Então me siga, eu quero te mostrar um lugar novo.  

 

— Tudo bem. — concordou enquanto deixava-se ser puxada pelo garoto até a Floresta Proibida.  

 

Remus e Mareena caminharam por um bom tempo até o garoto parar de andar no centro da floresta, diferente das árvores que eram escuras, a grama era brilhante e clara, como se tivessem apontando uma lanterna nela. 

 

— Não se preocupe, animais não costumam aparecer por aqui devido a claridade. Sabe, seres da florsta preferem lugares escondidos e escuros. Estamos seguros. 

 

— Fico feliz por isso. — riu pelo nariz. 

 

                                                                                 *** 

 

— Remus, eu adorei o passeio e tudo, mas eu queria saber de uma coisa. 

 

— Então diga. 

 

— Cadê James, Peter e Sirius? Eu não vi eles a tarde inteira. — perguntou a loira encarando o amigo com o rosto sério. 

 

— Eles ficaram na biblioteca a tarde inteira colocando em dia a tarefa de História da Magia, mas eu acredito que eles já foram para a Sala Comunal. Quer ir lá falar com eles? 

 

— Sim, eu preciso do meu livro de volta. — murmurou enquanto atravessavam o corredor do sétimo andar para a Sala Comunal. 

 

Quando chegaram no quadro da Mulher Gorda, Mareena murmurou a senha e a mulher abriu passagem sem antes soltar um risinho.  

 

Remus diria que a reação da garota ao ver os grifinos cantando Harry Birthday enquanto Sirius segurava o bolo de chocolate com avelã fora a mais engraçada de toda a sua vida. Mareena não sabia dizer se estava surpresa ou feliz quando viu a cena, então apenas colocou as duas mãos em frente a boca até a musica acabar. Quando terminaram, a loira não sabia o que falar, acabando por gaguejar antes de falar uma frase completa.  

 

— Como... Como vocês descobriram? — perguntou tentando olhar para todos ao mesmo tempo 

 

— Você deixou isso cair quando nos encontramos hoje de manhã — comentou colocando o pergaminho enrolado na pequena mão da garota. 

 

— Eu não queria que vocês descobrissem dessa forma sobre o meu aniversário, mas obrigada. Vocês são os melhores amigos que eu poderia ter. 

 

— Tudo bem, chega de melação, agora faça um desejo e assopre as velinhas. — disse Tecland Gaston, o artilheiro da Grifinória.  

 

— Certo, desculpe. — riu pegando o bolo inteiro no largo prato que Sirius a oferecia. Dando uma olhada para todos por cima da quinta camada de chocolate preto, Mareena fechou os olhos e assoprou as velas. 

 

— Como o organizador de sua festa de aniversário, eu exijo receber o primeiro pedaço de bolo. — brincou Sirius enquanto a loira colocava o prato do bolo em cima da mesa que Lyanna criou com magia e segurava a faca afiada entregada por Fleston. Mareena revirou os olhos e cortou um pedaço do doce. 

 

— Não. O primeiro pedaço vai para Remus. — disse a loira virando-se para o amigo enquanto ouvia risinhos dos irmãos ruivos.  

 

— O que? 

 

— É, entre os marotos, voce é o que eu me sinto mais próximo e interligada, então nada mais justo voce receber o primeiro pedaço de bolo.  

 

— Obrigado, Mary. — sorriu o garoto enquanto recebia o prato com um pedaço e o garfo.  

 

O bolo era grande o suficiente para conseguir dar bolo para todos que queriam. Mareena ficou a maior parte da festa próxima da porta bebericando um copo com cerveja amanteigada pega de Hogsmeade pelos Paddington. Sempre aparecia algum grifino desejando Parabéns, e ela agradecia com um pequeno sorriso envergonhado.  

 

A festa teria durado mais tempo, se a Professora Minerva Mcgonagall não tivesse aparecido com robe e bobs no cabelo gritando para todo mundo ir dormir. Todos subiram para os quartos resmungando, porém Mareena foi a ultima a subir segurando as sapatilhas e as meias na mão desejando não acordar as colegas que dormiam confortavelmente em suas camas. A loira vestiu sua camisola, deitou-se e dormiu, pensando no quão maravilhoso foi aquele dia.



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