CASTIEL
Mãos pareciam tocar meu corpo e tudo parecia estranho e fora de foco, eu já não fazia ideia do que estava acontecendo, mas o arco da Luz em cima do banco entrou em foco por uns segundos, apenas por tempo suficiente pra me devolver um pouco a lucidez.
-Luz!
-Não acredito que você esteja falando o nome desta garotinha agora que estamos tendo este momento de íntimo, você é um idiota Castiel. - uma voz feminina diz, demora um pouco para que eu consiga lembrar que é Debrah falando.
- Eu não posso fazer isso! - não posso tranzar com Debrah. Me levanto com dificuldade.
- volta aqui! - Debrah me puxa para o chão novamente, recomeça a morder meu pescoço enquanto tenta colocar minhas mãos no corpo dela. - você não está no seu estado normal gatinho, então vou te perdoar por dizer o nome de outra garota, mas depois que eu terminar o que eu comecei aqui, você vai ser totalmente meu de novo.
Me levanto novamente, empurrando ela com um pouco mais de força de que deveria, minha cabeça roda. Mas mesmo assim saio do porão enquanto ela tenta se vestir.
Assim que saio do porão me sinto ainda pior, mal consigo respirar, minha garganta começa a fechar e me sinto sufocado, o que tinha naquela garrafa? Penso, segundos antes de perder a consciência.
...
Acordo deitado num quarto branco, viro para o lado ainda zonzo e vejo ninguém menos que Nathaniel sentado do meu lado.
-o que aconteceu?
- você teve uma crise alérgica, ainda bem que eu estava passando perto da escadaria e te vi caído, você teve sorte, impedi que sua garganta fechasse e apliquei um anti histamínico em você, eu comecei a andar com este remédio depois que Ambre teve uma reação alérgica na praia, e como eu sou alérgico também, achei que seria bom ter por perto, não imaginava que fosse te salvar.
- Nossa e o que você espera receber em troca? Um certificado de herói, uma medalha, um biscoito? - Digo ironicamente, não poderia ser uma pessoa qualquer a me ajudar? Qualquer outra pessoa serviria.
- Um obrigada seria bem vindo. - Nathaniel fala.
- obrigada. - digo a contra gosto.
- o médico disse que você usou algum tipo de medicamento que causou a reação, nem tá escrito na sua ficha escolar que você era alérgico! Que perigo.
- Não usei medicamento nenhum... - começo a raciocinar- as bebidas da Debrah!
- Debrah... - Nathaniel diz com desgosto.
- Ela deve ter colocado algo na bebida. DESGRAÇADA!
-Eu te avisei!
- Cala boca!
- Não adianta negar, você não quis me ouvir no passado, Debrah sempre foi uma peste e desta vez ela quase te mata.
- Da última vez foi culpa sua, seu traidor duma figa!
-Você sabe que não é verdade! - Nathaniel parece exaltado - não me faça arrepender de ter te salvo, você podia ter morrido sem ar! Agora me escute, vou te falar o que aconteceu aquele dia.
Nathaniel me contou toda a história, explicando sobre a ligação em que ouviu Debrah me tirando da jogada com o produtor, e depois dela tentando convencer o próprio Nathaniel a não me contar nada, em troca de um cargo como produtor, e até oferecendo ela mesma para ele. No começo não acreditei, mas ele deu detalhes que ele não tinha como saber, e depois de ter sido intoxicado pela Debrah em sua tentativa de me seduzir, não tinha mais a mesma confiança nela, então tive que dar um voto a palavra de Nathaniel mesmo contra a minha vontade, afinal ele salvou a minha vida.
- vou tirar está história a limpo.
- do jeito que você é burro ainda vai ser enganado por aquela peste de novo.
- cala boca ou te dou outro soco.
Nathaniel revirou os olhos.
- daqui a pouco o médico vão te dar alta, depois que o risco de obstrução das vias respiratórias passou você não tem grandes motivos para continuar aqui no hospital. Mas acho que ele vai querer saber o que você tomou.
- ok, você pode ir então.
- Não vou, a diretora me pediu pra ficar com você.
Ao falar da diretora lembrei da sobrinha dela, Luz, a garota que agora domina minha mente, acho que foi a lembrança dela que me impediu de fazer algo com a Debrah, já não posso deixar as coisas como estão, eu tenho de falar com Luz e dizer realmente o que eu quero, já não me contento com beijos roubados. Eu quero aquela garota pra mim.
O celular de Nathaniel toca.
- Droga, Savanah de novo? - o representante da escola diz mais pra ele mesmo do que pra mim.
-A irmã da Luz?
- Sim, ela não sai do meu pé, não estou interessado, mas não importa o que eu faça e o quanto eu fuja e me esconda ela não sai do meu pé.
Me lembro das vezes que vi ela "perseguindo" ele pela escola.
-ela é linda, aposto que tem muitos caras a fim dela na escola - digo, talvez por pensar que ela é linda justamente por ser gêmea de Luz, apesar das duas terem um estilo e o modo de ser bem diferente uma da outra.
- Ela é realmente linda sim, mas não é o meu tipo, ela sempre veste roupas esportivas e provocantes, não é nada reservada, nem parece muito inteligente, só vive no meu pé, a além disso parece louca!
Não acho que ela seja louca, penso, ela é meio doidinha sim, talvez seja o contraste com a irmã dela que é sempre tão seria. Perto de luz ela parece um pouco exagerada, principalmente quando se trata de mostrar interesse neste bobão, que é uma coisa que eu não entendo, quem vai gostar dum cara sem graça feito o Nathaniel? Mas tem gente pra tudo né.
-você está exagerando, claramente nunca viu uma garota apaixonada, e ela está muito na sua. As roupas dela não são nada demais perto das roupas da sua irmã. Você deveria aproveitar que uma garota, ainda mais uma linda como ela, quer um cara que nem você.
- hahaha muito engraçado, mas já disse ela não faz meu tipo, se ela ao menos fosse como a irmã dela...
Dou um olhar assassino para ele.
- Calma, não disse que gosto da Luz desse jeito! Apenas que ela tem uma boa personalidade, calma, estudiosa, organizada.
- Ela não tem nada de calma. - Dou uma risada, apesar de Luz ser na maior parte do tempo como o mar calmo eu sei que ela pode ser uma tempestade marítima, cheia de ondas e fúria.
- se você diz. - Ele dar de ombros - mas agora quem diz que não sabe o que ela ver em você, se é que ver alguma coisa, sou eu.
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