História Uma Nerd Diferente (Hiatus) - Meu Nome? Melissa Benoist

Ser conhecida pelo seu trabalho tem vantagens interessantes, porém tem muitas desvantagens, também. Veja, se tem uma coisa que eu odeio com todas as minhas forças é a imprensa sensacionalista. Os paparazzi me seguem em todo lugar que eu vou, me perguntam coisas que não é da conta de mais ninguém, além de mim, e passam do limite em todos os quesitos. Agora, eles me seguem para me perguntar sobre o meu último "inconveniente" que me forçou a pausar a minha carreira. E por esse motivo que decidi, pelo menos dessa vez, seguir o conselho da minha agente e irmã adotiva, Alexandra, ou como todos a chamo, Alex. Eu me mudei para a casa da minha prima de sangue, Sam. Numa pequena cidade litorânea chamada MidVale. E eu não poderia ir de como Kara Danvers, é claro, seria idiota fazer isso, já que eu não queria ser seguida. Então, eu e a minha equipe (agente, advogado, treinador e minha prima) criamos uma identidade para que eu viesse para cá. Meu nome? Melissa Benoist. Assim eu poderia ir viajar tranquilamente para a cidade em que eu cresci. 
Eu já havia chegado a uns 2 meses na casa da minha prima. E já que eu tinha um abundante tempo livre decidi terminar a minha graduação em jornalismo investigativo, que eu tive que parar por causa das turnês de competições, pelo mundo, que eu tinha que fazer. Como eu sempre fui muito nerd não tive muito problema para conseguir acompanhar a turma, apesar de entrar dois meses atrasada.  
Entretanto, vamos encarar os fatos aqui: eu não podia e não iria deixa de surfar só para não chamar atenção, então, passei muito tempo tentando encontrar uma forma de resolver o meu problema. A primeira solução que encontrei era acordar de madrugada, pegar minha prancha e ir para a praia, mas eu não sou o tipo de pessoa que acorda cedo por livre e espontânea vontade, por isso não demorou para eu desistir da ideia; a segunda solução conseguiu ser pior que a primeira e sendo sincera não quero nem me lembrar disso; e a terceira bem… Eu poderia dizer, mas prezo pela minha dignidade, acreditem foi humilhante. 
Como eu disse antes, eu não sou muito boa em acordar cedo e isso era um problema, já que a casa da Sam é longe do campus da universidade que eu estou cursando. Por isso as minhas manhãs se tonaram uma luta entre a minha preguiça e o meu desejo de aprender. E para que eu levante da cama, todas as manhãs, a minha prima invade o meu quarto para conseguir me tirar do conforto da minha preciosa cama. E ela tem um jeito, não muito convencional, de fazer isso que pro desespero dos meus tímpanos é com uma buzina. E hoje não foi diferente. 
-Você não consegue mesmo parar de me acordar assim, né? - Perguntei com meu mal humor matinal olhando para a morena que ria da minha cara porque eu caí no chão. 
-Eu perderia essa sua cara de "eu vou te matar" toda amanhã? - Assenti. - Então, não mesmo. - Ela respondeu rindo. - Agora levanta senão você vai perder o ônibus. 
-O gás desse troço não acaba?? - Perguntei levantando e coçando o ouvido. 
-Acaba sim, mas eu tenho um estoque. - Ela disse sorrindo. 
-Um dia eu ainda vou me vingar de você, Samantha. - Ameacei enquanto a via sair do meu quarto. 
-To pagando pra ver, priminha. - Sam disse fechando a porta. Se eu tivesse tempo para discutir, com a maluca da minha prima, eu discutiria, mas ela estava certa eu tinha que me arrumar se eu não quisesse perder o ônibus. Então com uma velocidade que já era familiar, me arrumei rapidamente e sai do quarto indo em seguida para a escada e quase cai quando fui descer. "Da pra não cair mais hoje, só para variar, Kara?" me repreendi mentalmente. 
-Sam, você viu onde coloquei os meus óculos ontem à noite? - Perguntei olhando para os lados procurando-os. 
-Está do lado da estante de livros. - Ela respondeu enquanto pegava um suco na geladeira. 
-Valeu. - Falei indo pega-los. Assim que coloquei os meus óculos eu peguei uma maçã e sai correndo para pegar o ônibus, enquanto a Sam comia tranquilamente seu café da manhã, pois só teria que sair, para trabalhar, em algumas horas. - Por favor, que eu não tenha perdido o ônibus. - Eu disse conferindo o horário no meu celular, mas assim que eu levanto os meus olhos vejo o meu ônibus passar por mim. - É brincadeira, né? - Hoje realmente não é o meu dia e o próximo ônibus só vai chega daqui a vinte minutos. Ah se eu tivesse o meu carro seria tão mais fácil. Bom eu até comprei um carro, justamente para não passa por isso, mas ele ta na oficina pra reparos, afinal eu não podia chegar com o carro do ano e querer que ninguém me note. Como eu havia dito o ônibus só chegou depois de vinte minutos e pro meu desespero eu já estava mais do que atrasada. "Para alguém que não quer chama atenção eu estou falhando miseravelmente." pensei. 
-Com licença, eu posso entrar? - Perguntei entre abrindo a porta timidamente. 
-Pode, mas que isso não se repita - Disse o professor. 
-Obrigado - Falei entrando e indo rapidamente pro meu lugar. Ah, e eu já ia me esquecendo de dizer uma coisa... 
-Bom dia, aberração - Disse o idiota do Mike e colocou o pé me fazendo tropeçar e cair no chão. Eu sou intersexual. Sim, eu tenho um pênis e pelo visto isso é um problema para muitos daqui, mas não pra mim eu já superei esse fato a muito tempo. Bem, eu superei isso, mas a minha insegurança em relação as garotas no sentido amoroso eu sou um desastre. Em amizades eu até que vou bem, lido com isso perfeitamente, mas mais que uma amizade... Podemos dizer que uma criança de 5 anos se sai muito melhor que eu. 
-Bom dia pra você também, Mike. - Digo me levantando e ajeitando os meus óculos. 
-Quem disse que você pode me dirigir a palavra? - ele me pergunta. 
-Ninguém, eu só respondi por educação. - Respondi dando o maior deslize do dia. 
-O que você disse?  
-Nada. - Respondi abaixando a cabeça. 
-Foi o que eu pensei - Ele disse antes que eu me dirigisse para o meu lugar. Eu odeio pessoas como o Mike e os primos dela, mas eu não posso ficar soltando as minhas farpas nele por mais que eu queira. Não que os xingamentos dele me afetem, eu já estou acostumada a ser jugada antes de me conhecerem só por eu ser diferente das outras garotas, por isso deixo pra lá e me concentro na aula. E pelo visto eu não era a única atrasada, pois a garota que eu tinha uma queda (lê-se abismo) acabara de entrar na sala chamando a atenção de todos. 
-Posso entrar professor? - Ela perguntou. 
-Já não fez isso, srta. Luthor? - Perguntou o professor. 
- Então, posso participar da aula? - Lena indagou com a um sorriso amarelo fingido. 
-Certo, mas se você ser atrasar de novo não passa da porta. - O professor concluiu. 
-Vou me lembra disso - Ela disse já indo até o amigo dela que havia guardado um lugar pra ela. 
-Lena aqui. - O garoto apontou para a cadeira a seu lado. 
-Valeu Brainy. - Lena agradeceu se sentando na cadeira. - Não sei o que faria sem você. 
-Pois eu sei, um grande e lindo nada - Brainy brincou me fazendo segura o riso e volta a me concentrar na aula. 
Quando o intervalo chegou eu fui pro lugar mais tranquilo do campus, um pequeno jardim atrás da universidade, aonde eu ficava na sombra de uma árvore para assistir as competições que meus amigos participavam, pelo celular. A minha agente me proibiu de vê-los por causa do escândalo em que me meti, que infelizmente ainda era muito mencionado. Ela só não queria que eu me estressasse com esse tipo de coisa, mas eu não iria deixar os meus amigos na mão já que fiz uma promessa e eu não pretendia quebra-la. Depois que terminei de vê-los e voltei para o pátio principal do campus acabei ouvindo de um dos alunos que passavam que não teria o segundo período por causa de um vazamento no prédio principal. 
-Ah, que maravilha. Só me faltava essa pro meu dia ir literalmente pro ralo - Falei indo pegar as minhas coisas e mandando uma mensagem pra minha prima, pelo WhatsApp. 
**Mensagem On** 
Kara: Fui liberada mais cedo, pode vir me buscar? 
Girassol: Poder eu posso, mas vou ter que passar na escolinha antes de voltar para casa, tudo bem pra vc? 
Kara: Sem problema, tava querendo ir lá ver o espaço. 
Girassol: Ta legal.  
Girassol: To perto daí, chego em 10. 
**Mensagem Off** 
Guardei o celular no bolso antes de ir para a frente da universidade. Assim que cheguei lá acabei passando por Lena que conversava com os amigos dela, atravessei a rua e fiquei esperando minha prima enquanto as observava. 
-Ta caindo a baba. - Sam disse assim que parou o carro. 
-Samantha! - Exclamei entrando no carro. 
-Nunca pensei que te veria fazendo papel de trouxa, Pirralha. - Disse ela sorrindo da minha cara. 
-A gente vai ou não? - Perguntei colocando o cinto de segurança. 
-Uh, pisei no calo dela - Sam falou dando partida e saindo dali. - E então vai me contar sobre a garota? 
-Samantha, presta atenção no trânsito, acredite, você não perde nada com isso. - Respondi olhando a janela do carro. 
-Tudo bem, senhorita estressadinha. Não está mais aqui quem falou. - Minha prima disse levantando as mãos em rendição quando parou no farol vermelho. Não demorou muito pra chegarmos na escolinha de surf que ficava no meio da praia. Desci do carro e respirei fundo sentindo o cheiro do mar, fiquei olhando o mar que estava ótimo para surfar e sorri lembrando da última vez em que eu surfei. 
-Vem, Pirralha. É por aqui. - Sam disse se afastando do carro. 
-To indo. - Falei tirando o sapato e seguindo ela que ia em direção a uma casinha um pouco antiga com algumas pranchas espalhadas pelo local. - Gostei do lugar é bem agradável. 
-Eu sei, por isso trabalhei muito pra conseguir comprar. - Ela disse parando um pouco e olhando para fila com algumas crianças. 
-Algum problema? - Perguntei ao ver a expressão preocupada da minha prima. 
-Infelizmente. 
-O que houve? 
-Uma das professoras se demitiu e ninguém respondeu o anúncio que eu fiz. - Ela disse parecendo cansada. Ela ama esse lugar e é nítido a tristeza dela quando as coisas não vão bem aqui e eu odeio vê-la triste. 
-Ta precisando muito de uma substituta? - Voltei a perguntar. 
-Você não imagina o quanto - Ela respondeu. 
-Então, talvez eu possa te ajudar.