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História Uma Nova Chance - RETA FINAL - Capítulo 22 - Baile de Máscaras


Escrita por: luanegluna e gabibmesq

Notas do Autor


Música do capítulo: Perfect - Ed Sheeran

Capítulo 22 - Capítulo 22 - Baile de Máscaras


Fanfic / Fanfiction Uma Nova Chance - RETA FINAL - Capítulo 22 - Baile de Máscaras

— Madame Marlee? — Audrey exclamou, com os olhos cerrados e as mãos ainda na porta. — O que faz aqui?

America olhou para Marlee em busca de ajuda. Audrey não sabia que elas se conheciam! O que ela faria agora? Marlee se levantou num salto e alisou o vestido, como se nada estivesse acontecendo.

— Estava passando para falar com as famílias das Selecionadas, ver se estavam todos bem acomodados e me demorei um pouco aqui. Sua mãe é muito simpática — ela disse sorrindo, enquanto America esperava que seus olhos não mostrassem o quanto estava apavorada por dentro.

— Ah, sim — Audrey disse, pouco convencida. — Só vim conversar com minha mãe.

— Tudo bem, já estava de saída. Foi um prazer conhecê-la Sra. Leger.

— Igualmente, Sra. Woodwork — America disse, com um aceno de cabeça.

Marlee saiu e Audrey entrou, inquieta, se sentou na cama ao lado da mãe e olhou para a porta fechada por onde Marlee acabara de sair.

— Vocês pareciam que já se conheciam.

— Bobagem — America desconversou, tentando parecer convincente. — Eu nunca tinha a visto, apenas falei com ela pelo telefone naquele dia.... A Sra. Woodwork é um amor de pessoa, sinto que nos daremos bem — completou.

— Pensando em um futuro no palácio? — Audrey indagou, tentando descobrir onde estava pisando.

— Filha... — America murmurou, compreendendo onde ela queria chegar.

— Vamos mãe, preciso saber o que a senhora acha disso. O Rei convidou as famílias aqui para que vocês se conheçam, e eu quero que saiba que tenho chances de ganhar a competição, quero que vocês se deem bem. De verdade. E deixe de lado esse ódio ridículo pela família real.

— Eu não os odeio — America disse, tentando lugar contra o nó que se formava em sua garganta. Ela sentia o cerco se fechando a cada instante. Sua mentira iria sufocá-la. — Apenas não sou como as outras pessoas que tratam eles como se fossem deuses — acrescentou. — E isso não é uma competição, se trata do coração de uma pessoa e não uma coroa.

— Não sabia que a senhora ainda era tão romântica

— Você o ama?

Audrey engoliu em seco. Não achava que sua mãe seria tão direta. Ela não havia admitido a profundidade de seus sentimentos nem para si mesma.

— Eu gosto dele e sei que ele gosta de mim. Quando estou com ele me sinto... especial, adorada. E sou preenchida por um sentimento de paz que nunca tive antes — suspirou. — Saímos para jantar e passear no jardim.... Eu vejo ele sair com as outras, mas quando está com elas não tem o mesmo sorriso no rosto — completou, com um sorriso tímido.

America engoliu o nó em sua garganta e perguntou:

— E você não sente ciúme das outras garotas?

— Sinto, mas... — ela deu de ombros. — Benjamin é quem escolhe. Já vi coisas que não devia, coisas muito dolorosas, mas apesar disso sei o que ele sente por mim.  Se não confiasse não estaria mais aqui. E eu não o culpo por sair com as outras, se ele não as conhecer como saberá que está fazendo a escolha certa? Tenho que engolir alguns sapos para poder ficar com o príncipe.

America não pôde deixar de imaginar que se ela pensasse daquele jeito anos trás, muita coisa teria mudado. O silêncio se estendeu por alguns segundos, e Audrey começou a ficar incomodada.

— Não vai dizer nada, mãe?

America sorriu.

— Não tenho muito o que dizer, filha. Não é exatamente isso que eu queria para você. Mas se você está apaixonada acho que essa batalha já está perdida. — America não podia deixar suas desavenças com Maxon atrapalharem a felicidade de sua filha. Isso era uma das coisas que ela não estava a sacrificar em nome de seu segredo.

— Então para você tudo bem? Digo, se eu ficar com ele e você e a Amberly tiverem que entrar para esse mundo? — ela disse, gesticulando para o quarto luxuoso a sua volta.

— Se você estiver feliz, eu também estarei é a única coisa que importa — America disse, tomando as mãos da filha. — Podemos lidar com o que vier depois — acrescentou, tentando acreditar nas próprias palavras.

 

No dia seguinte, as famílias das Selecionadas se conheceram, mas America evitou ao máximo. Algumas mães a olhavam com uma curiosidade além do normal, e ela teve medo que a reconhecessem. Audrey mostrava tudo e todos a Amberly e, embora ela estivesse impressionada até com os mosaicos coloridos nas janelas do Salão, America sentia os olhares da filha mais do que de costume, analisando suas reações. Isso foi o suficiente para lhe fazer ir para o quarto mais cedo. Passou o resto da tarde tentando controlar o nervosismo.

America tremia e suas mãos suavam e senti como se tivesse acabado de engolir milhares de borboletas. Ela estava quase tentando arrumar uma desculpa gigantesca que a livrasse da festa, quando as criadas apareceram com seu vestido.

Depois de um banho, maquiagem, sapatos, nada de joias e um vestido magnífico, America estava pronta.

— Senhora, teremos que nos apressar, a festa já começou — a criada lhe informou.

— Como assim "já começou"? — Ela nem tinha percebido que demorara tanto tempo de arrumando. Na verdade, foi de propósito, ela queria arrastar os minutos o máximo possível.

— Já passa das 8 — acrescentou, apontando para o relógio de parede ao lado da penteadeira.

America soltou um longo suspiro e se levantou, indo até o espelho para ajeitar sua roupa. O vestido era azul escuro como o céu da noite, justo ao corpo e com uma saia mais fluída, lhe deixando com uma bela silhueta, delineando os quadris que a idade lhe trouxera.

Tocou os cabelos vermelhos e decidiu que não os queria soltos. Pegou dois grampos maiores, com pedras de brilhantes na ponta, e prendeu os cabelos em um coque. Seria o suficiente para segurar os fios pelo resto da noite.

— Não pode ir a um baile de máscaras sem isso — a criada disse, lhe estendendo uma máscara azul, combinando com o vestido.

America pegou a peça e analisou-a entre as mãos. A peça tinha muito brilho e era enfeitada com várias plumas prateadas. Pegou-a e prendeu ao seu rosto, tomando cuidado para não estragar o cabelo. A máscara seria de grande serventia naquela noite, um pouco de mistério e algo para se esconder era tudo que ela precisava.

 

♛ 

 

O Salão começava a ficar cheio quando Maxon se esgueirou até um dos espelhos nas paredes para ajeitar a gravata pela centésima vez.

— O senhor está ótimo, Majestade — Justin disse, dando um tapinha gentil em seu ombro.

— Ela está demorando, você não acha? — Maxon sussurrou nervoso, se afastando do espelho.

— Ela vai chegar... ela vai chegar — ele o tranquilizou.

— Quem vai chegar? — seu filho quis saber, se postando rapidamente ao seu lado.

— Ninguém — ele desconversou — Está nervoso?

Benjamin sorriu.

— Parece que o senhor é quem está nervoso.

— Por que estaria? Não é você que terá que se apresentar para a família da sua futura noiva? — brincou, apontando para o punhado de famílias que já estavam dispostas pelo Salão, conversando com outros convidados. Agora ele estava nervoso.

— Tem razão — Benjamin suspirou. — Já falou com Camille? Ela trouxe o irmão. Josie exigiu a presença dos dois — ele completou rindo de alguma coisa que Maxon não entendeu.

— Não — respondeu. — Farei isso agora. — Deu um leve aperto no ombro do filho e se afastou, procurando pela filha de Daphne. Assim que a encontrou, com um vestido salmão repleto de plumas assim como sua máscara, foi até ela.

— Camille — Maxon cumprimentou. — É muito bom tê-la aqui hoje, está gostando da festa?

— Claro! — ela disse. — Está tudo maravilhoso, agradecemos pelo convite — ela completou, gesticulando para o irmão ao seu lado, que o cumprimentou.

— Me chamo Ian, se lembra de mim, Majestade? — seus olhos eram ansiosos mesmo por baixo da máscara simples.

— É claro, como posso me esquecer do futuro rei da França?

Ele deu um sorriso orgulhoso.

— Obrigado.

— Como está se saindo? — Maxon perguntou. — Aposto que Daphne é uma ótima instrutora.

— Ah, sim, claro. Minha mãe é ótima, espero fazer um trabalho tão bom quanto o dela. No momento estou trabalhando minha relação com os outros países. Conhecer novos políticos, ir a festas importantes, esse tipo de coisa.

Maxon ficou alguns minutos conversando com o Príncipe Ian e se distraindo, Camille ouvia tudo pacientemente. Todas as confusões do irmão, talvez se sentindo culpada por tudo aquilo.

Daphne havia se casado com Frederick e teve dois filhos, Camille e Ian, com um ano de diferença. Tecnicamente Camille seria a sucessora ao trono, mas ela — e Maxon não sabia porquê — não quis, passando assim toda a responsabilidade do trono ao irmão, meio que de "última hora".

A França passou por alguns problemas com isso, mas estava estável agora. Maxon disse a Daphne que ela podia pedir sua ajuda para o que quer que fosse. Apesar de tudo, ainda eram amigos.

Ele se despediu dos irmãos franceses e cruzou o Salão, onde o ministro da Federação Espanhola o esperava. Ele estava discutindo algumas ideias sobre as novas perfurações de petróleo que seriam feitas com a ajuda de Illéa. Maxon tentou prestar atenção. Nem uma festa a fantasia era capaz de fazê-lo parar de falar de política. Infelizmente toda festa dada no palácio tinha que contar com a presença dessas pessoas. Maxon se sobressaltou quando Justin se pôs ao seu lado com olhos urgentes, ele estava de costas para a entrada, de modo que o mordomo tocou seu ombro e dirigiu os olhos para lá.

Maxon se virou para a porta e lá estava ela, America, entrando de braços dados com as filhas.

Ele não sabia explicar o que sentia sempre que via aquela mulher. Aquela combinação perfeita de cabelos ruivos, olhos azuis, pele branca e um corpo divino o fazia perder todos os sentidos e, ao mesmo tempo, aflorava todos eles em uma explosão completa no mais íntimo do seu ser. America estava linda. Não, não... America era linda. Ela havia mudado muito desde a última vez que a vira, afinal, vinte anos não eram vinte dias. Mas não era uma surpresa para ele, que não perdeu a oportunidade de ver as diversas revistas que tinham aquela beldade na capa. America estava mais madura, com alguns traços diferentes no rosto e, de alguma forma, estava ainda mais bonita. Mas aqueles olhos ainda eram os mesmos. Ele os reconheceria a anos luz de distância, até mesmo por trás de uma máscara brilhante. Eram os seus olhos preferidos no mundo todo. Os olhos que pareciam o céu da manhã. Os olhos que, poucos segundos depois, encontraram os dele e fizeram o mundo parar de girar.

America manteve os olhos fixos em Maxon, parecendo estar em um forte conflito interno. Seu olhar era intenso, mas a única coisa que ele revelava era que a ligação ainda estava ali, intacta. E isso já era o suficiente para Maxon. Porque, naquele momento, ele decidiu que faria o possível e o impossível para tê-la de volta ao seu lado, nem que isso custasse sua vida. O destino estava os unindo de alguma forma, e ele não deixaria essa segunda chance escapar pelos seus dedos. Ele lutaria por America, como deveria ter feito vinte anos atrás.



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