Audrey levantou na manhã seguinte totalmente disposta e ansiosa para a festa que aconteceria à noite. O Natal era sua data comemorativa favorita do ano, a única coisa ruim era a falta de neve em Angeles. Durante o dia, as Selecionadas ajudaram Anne com os últimos detalhes da festa e quando o sol se pôs, todas foram dispensadas para se arrumarem em seus quartos.
Quando Audrey entrou, Amelia, Claire e Maggie a esperavam com o embrulho do vestido nas mãos. Depois do banho, as criadas fizeram sua maquiagem e trançaram seu cabelo. Assim que Claire lhe entregou o vestido, Audrey agradeceu mentalmente por ter ganhado joias que combinariam perfeitamente.
Na frente a peça era simples, com um decote profundo e justo, e uma saia mais fluida, o detalhe ficava nas costas, em que tiras vermelhas espaçadas desenhavam sua pele. Um vestido simples e sofisticado que cairia bem com os rubis que Benjamin lhe dera. Depois de pronta, Audrey mal conseguiu reconhecer seu reflexo no espelho, agradeceu as criadas pelo trabalho bom trabalho e desceu para a festa.
Para que as garotas não precisassem esperar todas chegarem ao vestíbulo, cada uma poderia ir sozinha até a festa. Quando pisou no Salão, Audrey inspecionou o local. Algumas garotas já estavam ali, a família de Madame Marlee e alguns políticos. Suas aulas com Anne ajudaram-na a identificar personalidades como príncipes, reis, diplomatas e ministros dos países aliados de Illéa.
Como não encontrou Benjamin, foi se juntar a Hellen e Luna, uma usava dourado e a outra, azul. Gabriela estava longe dançando com um dos primos do rei, e depois que Hellen também foi convidada por um deles, Willian. E alguns momentos depois, o príncipe apareceu e a chamou para a pista.
Ela sabia que com a Seleção chegando ao fim todas as atenções estariam no príncipe, inclusive a lente de todas as câmeras, preparadas para filmar os últimos momentos e tentar prever a escolha de Benjamin. Ainda assim, ela não imaginou que seria tão incômodo durante uma dança.
— Isso não é estranho? — Audrey cochichou no ouvido de Benjamin, enquanto ele a rodopiava lentamente pelo salão, com as mãos em sua cintura — Todas essas pessoas te olhando.
Benjamin se afastou um pouco, o suficiente para que ela pudesse ver seu sorriso travesso. Ele claramente estava se divertindo às custas dela.
— Não estão olhando para mim — Benjamin disse, tentando conter o riso. — Você que está atraindo todos os olhares esta noite, ninguém está ligando para o príncipe — ele deu de ombros sutilmente.
— Não seja bobo — ela brincou, mas no fundo havia gostado do elogio.
— É verdade! Suas criadas ficarão milionárias quando a Seleção acabar.
Audrey tentou esconder o rubor de suas bochechas. Ela havia entendido perfeitamente as entrelinhas.
Ninguém gostaria de um vestido feito pelas costureiras da perdedora.
Mas logo uma voz interrompeu seus pensamentos durante a troca de música.
— Vim roubá-la para uma dança — disse o príncipe Ian, que a esperava com a mão estendida. — Se Vossa Alteza permitir e a senhorita aceitar, é claro.
Audrey assentiu e Benjamin maneou a cabeça gentilmente e sorriu, se despedindo de Audrey, no fundo, nem um pouco satisfeito.
Ian tomou sua cintura e a guiou com passos lentos no ritmo da nova música.
— Estou surpreso com a Seleção — comentou, quebrando o silêncio.
— Por quê?
Ele sorriu e balançou a cabeça, como se quisesse afastar um pensamento bobo.
— Pensei que ia ser uma competição de verdade, com todas disputando a atenção do Príncipe a cada música e lançando olhares de ódio umas para as outras.
— Deixam isso para os bastidores. Não se engane pelos vestidos bonitos — ela confidenciou, com um sussurro que o fez rir.
Ian a girou mais uma vez e quando Audrey levantou os olhos, ele parecia se divertir muito com alguma coisa.
— Sabia que Benjamin não para de nos observar? — disse ele, compreendendo a expressão confusa da garota. Audrey e tentou se virar para onde Ian olhava, mas ele a impediu. — Não olhe! — murmurou. — Você não é nem um pouco sutil, não é? Assim vai estragar toda a coisa do ciúme e da sedução.
Audrey não achou assim tão engraçado.
— Não seja ridículo, Benjamin não tem motivos para ter ciúme das garotas. Qualquer deslize e uma de nós pode ser punida em praça pública. Não somos estúpidas — retrucou. — E não mude de assunto, sei o que está fazendo — ela o acusou, cerrando os olhos.
Ian baixou a guarda, dando um sorriso tímido.
— Agora você me pegou.
— Amberly e eu conversamos por telefone — Audrey esclareceu. — E eu gostaria de saber o que pretende com a minha irmã.
Não havia motivos para não ser direta.
Ian não escondeu sua surpresa e acabou se atrapalhando um pouco nos rodopios.
— Pensei que fosse ter esse tipo de conversa com a mãe dela.
— Que por acaso é a minha também — Audrey rebateu.
— Desculpe.
Depois de alguns segundos de silêncio carregado, Ian desabafou:
— Sei que é loucura e que nos vimos apenas uma vez, mas eu sinto... — ele suspirou, tentando controlar o nervosismo — apenas sinto que ela é a pessoa certa. — Como Audrey não disse nada, ele acrescentou: — E seria bom ter o aval da futura rainha.
Audrey tossiu. Ou teria se engasgado?
— Rainha?
— Você é a favorita de todos e de Benjamin — Ian disse baixinho ao seu ouvido, assim que a música chegava ao fim. — Aposto na maioria.
Audrey o encarou, sem conseguir esconder a alegria que borbulhava dentro dela ao ouvir aquilo.
— Se Amber estiver feliz você não terá problemas comigo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.