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História Uma Nova Chance - Cap.264


Escrita por: Pin232

Notas do Autor


Oiii

Boa leitura❤❤

Capítulo 264 - Cap.264


Fanfic / Fanfiction Uma Nova Chance - Cap.264



                       Paolla: 




Já cheguei em casa estressada, batendo porta, jogando as compras de qualquer jeito na bancada e deixando a chave cair no chão. 


— Ei, ei, ei!— Minha mãe diz invadindo a cozinha.— Tá rebelde depois de adulta? O que aconteceu? 


Solto uma respiração pesada, e desfaço os braços cruzados, os colocando agora na cintura. 


— Hoje parece que foi o dia pra eu encontrar gente inconveniente, viu? Que saco! — Digo em tom de resmungo. 


— Já até imagino quem foi... E ela tá que tá esses dias, o pai dela tem me falado. 


— Mulher insuportável! — Digo revirando os olhos. — Agora deu pra querer se meter no meu casamento. 


— Oi? Ah, não, agora me conta...


Minha mãe praticamente me arrasta até o sofá. 


— Mã!— Júlia chama e vem até mim com um sorrisão no rosto.


— Oi, minha vida!


A pego no colo e abraço, deixando-a sentada entre minhas pernas enquanto conversava com minha mãe. 


Aos poucos fui lhe contando tudo. Tudo mesmo. Contei sobre Natasha, a prisão, a mentira, o segredo, tudo. Dona Áurea ficou boquiaberta, ela balbuciou algumas coisas antes de conseguir formar uma frase completa e razoável. 


— Meu Deus, minha filha... Você devia ter contado, contado há muito tempo!— Ela diz mas não em tom de repreensão, ela sabia que uma bronca era o que eu menos precisava no momento. 


— Eu sei, mãe, mas eu não posso... Não é um segredo meu, eu não tenho o direito. 


— Tem!— Ela responde com firmeza.— Quando envolve você indiretamente, você tem! E ela também precisa que ele saiba, a Natasha precisa de ajuda, de um psicólogo, ela não tá bem. E vai ficar pior se você não fizer nada, já é ruim o suficiente estar presa, já é uma situação que te deixa com um sentimento horroroso, ainda tem os hormônios da gravidez, o trauma da violência, a culpa... Ela precisa de ajuda. 


Balanço a cabeça vagarosamente, tenho certeza de ela tinha razão. Minha mãe me abraça e Júlia fica olhando para nós duas com a testa franzida, sem saber o porquê de estarmos a esmagando. 


— Eu queria ter contado isso antes...— Digo depois de um tempo. 


— É, e deveria mesmo. 


Ficamos em silêncio por algum tempo. 


— E então... Como foi com os dois aqui?— Mudo o assunto. 


— Difícil. Júlia só quer colo, o bebê chorou bastante também, dormiu só agora... 


— É!— Júlia se mete na conversa, olhando para a avó, como se entendesse tudo. 


— É, não é? Fala pra mamãe que você não para um minuto. 


Júlia me encara a balbucia sem parar. 


— Você tá terrível, não é?— Digo me levantando com ela no colo. 


Escuto o chorinho de Arthur vindo da babá eletrônica que estava em cima da mesinha. 


— Deixa eu ir lá, vai com a vovó!— Minha mãe estica os braços para Júlia, mas ela chora agarrando meu pescoço. 


— Que isso, princesa? Não quer mais a vovó? 


— Mã!— Ela choraminga escondendo o rosto na minha blusa. 


— Deixa que eu pego ele, fica com ela. 


Minha mãe entra no quarto de Arthur e depois de alguns minutos volta com ele nos braços, mas o bebê ainda chorava.


— Deve ser cólica por causa da mamadeira, deve ter entrado ar na barriguinha. 


Minha mãe encosta a barriga dele na suae depois de enrola-lo numa manta quentinha e ficar o embalando calmamente, ele logo se acalma. 


Sorrio. 


— Eu acalmava você desse jeito, parece que é universal. — Ela diz após alguns minutos de silêncio. 


— Vai colocar ele no berço agora?


— Melhor esperar mais um pouquinho, vai que a dor não passou totalmente. 


Ainda com Júlia nos braços, vou até a cozinha organizar as coisas e adiantar o almoço. 


— Meu amorzinho, brinca um pouco no chão pra mamãe colocar o arroz no fogo?


Não teve conversa, sempre que eu me abaixava, ela esperneava e grudava em mim, tive que cozinhar com ela num braço mesmo. Isso até ter a brilhante ideia de montar um fogãozinho de brinquedo que ela ganhou de aniversário na cozinha.


— Pronto, agora o neném vai ficar igual a mamãe. — Digo e ela fica toda toda, me imitando de todas as formas, até o cabelinho que ela nem tinha quis prender quando eu fiz um coque para não acabar queimando os meus no fogo. 


Depois de servir o almoço, minha mãe foi pra casa, após fazer o neném dormir outra vez como forma de ajuda. 


— Be?— Júlia questiona pela milésima vez após fazer outra tour pela casa. 


— Ben tá na escolinha, daqui a pouco a gente vai buscar ele.


Ele bate palminha em comemoração e em seguida volta a andar por aí e me trazer coisas aleatórias mas eu segurar, como uma colher, uma boneca ou uma bola. 


— Ah, obrigada.— Digo recebendo um bloquinho de construção. 


Júlia sorri e sai em busca de algo novo para me mostrar. 


Nesse meio tempo falei com Marco e senti meu coração pesar por conta da conversa que teríamos mais tarde, já que pelo tom eu vi que pelo menos a Jararaca não foi lá e contou tudo, mas eu farei isso e eu quero ver ela ousar a jogar isso na minha cara outra vez. Eu já tinha tudo planejado, minha mãe ficaria aqui essa noite com as crianças e eu e ele iríamos para a casa dela conversar, precisávamos de um lugar calmo para conversar e sem interrupções. 


— Óh, mamãe!— Júlia me tira dos pensamentos ao me mostrar uma chupeta velha que eu tentei dar a ela, mas Júlia não é muito fã da chupeta de bico torto. 


— É, sua pepeta. 


— Nã!— Ela diz abanando a cabeça. 


Sorrio. 


— Vem, vamo tomar um banho pra ir buscar o Ben. 


O banho de banheira foi uma alegria só, Júlia espalhava água para todos os lados, gargalhava, e apesar de quase ter caído para trás por uma distração minha de dois segundos, foi tudo só festa. Depois lhe coloquei um vestido e amarrei um lacinho em seu cabelo, Júlia ficou toda boba se olhando no espelho, mexendo no acessório e sorrindo para sí mesma balançando a bainha do vestido. 


— Mas olha... Nem tem tamanho de gente ainda, seu pai tá ferrado com você. 


Enquanto eu passava batom nos lábios, ela também ficou me olhando hipnotizada, até a boquinha ficou aberta. 


— Mas vai ser vaidosa, hein... 


Gabi estava de folga hoje, por isso se prontificou a cuidar de Arthur enquanto eu buscava Ben na escolinha, mas eu iria me organizar melhor e aproveitar para tentar uma van escolar para leva-lo e traze-lo todos os dias. 


— Pronto!— Digo após afivelar o cinto. 


Júlia ficou distraída com um brinquedo enquanto não chegávamos no colégio. 


— Be!!!— Júlia exclama ao ver o primo no meio das outras crianças. 


— Juju!!


Os dois se abraçam e seguem de mãos dadas até mim. Ben vem e me dá um beijo. 


— Tudo bem na escola, meu amor?


— Sim, foi muito legal! Eu aprendi a escrever meu nome, sabia? Sei ele todinho.


— É mesmo? Então depois eu quero ver. 


Ben veio tagarelando o caminho todo, Júlia não ficava atrás, do jeito dela, ía participando da conversa e até gargalhava quando convinha.


— E aí o Breno puxou o cabelo da Sofia e ela chorou muito e eu disse " não pode, Breno! Não pode bater nos outros!" — Ben explicava um episódio curioso na escolinha.— Aí a professora fez ele pedir desculpas e escreveu na caderneta dele.


Enquanto isso eu abria a porta de casa.


— É mesmo, meu amor? E ele...— Eu paro de falar ao ver Tamires sentada no sofá da minha casa. 


— Olha só! Daqui a pouco tá todo mundo aqui pra gente conversar um assunto interessante. 


— Tia!!— Ben vai correndo ao encontro dela.


— Oi, meu amor!— Ela o abraço e beija o topo de sua cabeça. 


— Desculpa amiga, essa louca já chegou entrando e eu tava com o neném no colo, não consegui impedir e você deixou o celular aqui e...— Gabi tenta se justificar.


— Tudo bem, Gabi. Não precisa se justificar.— Digo e ela concorda com a cabeça. 


— Eu nem devia ter aberto a porta, mas ela disse que tinha uma coisa pra te entregar.


— E eu tenho: umas boas e velhas verdades sobre uma tal de Natasha. Conhecem?


— Você sabe onde minha mãe tá, tia? — Ben pergunta entusiasmado.


— Não, meu amor! Ela não sabe de nada!— Digo afastando o menino de Tamires.— Vai pro seu quarto brincar com a Júlia! Eu preciso falar com a tia Tamires.


— Mas eu quero saber da minha mamãe!


— Meu amor, que tal você me mostrar seus carrinhos lindos lá no seu quarto?— Gabi o chama.— Vamos?


Ben vai sem reclamar, mas eu sei que ficou amuado. 


— O que você tá fazendo na minha casa, sua infeliz?!?


— Ué? Eu vim conversar. — Ela responde com o maior cinismo. — Mas eu preciso da estrela principal, quando seu marido chega, hein? 


— Olha aqui, sua desgraçada! Você tem dois segundos pra sair da minha casa ou eu te toco daqui pelos cabelos, tá entendendo? E eu não to de brincadeira!


— Calma!— Ela diz com os braços para o alto em sinal de redenção. — Se não quer conversar, tudo bem... Mas eu achei que iria querer, é um assunto do seu interesse não é? 


— Vai embora da minha casa, eu não vou falar de novo!— Digo com mais firmeza. 


Ela sai sem dizer nada, abro o portão e tranco outra vez.


— Desgraçada! Infeliz! Vai para o raio que o parta!— Esbravejo e em seguida entro novamente em casa. 


— Desculpa, amiga! Eu não sabia.— Gabi se justifica mais uma vez.


— Deixa isso pra lá, Gabi. Isso é culpa minha e eu vou resolver isso hoje mesmo. 


Eu contei a Gabi tudo o que rolou e ela se prontificou a levar as crianças para se distrair e aliviar um pouco para minha mãe. Gabi levaria os dois para um parquinho e depois para sua casa. Claro que Ben estava numa animação total e Júlia não ficava atrás, imitava tudo o que o primo fazia e se ele iria, ela já foi me dando tchau mesmo antes de saírem mesmo.


( . . . )



Arthuzinho dormia tranquilamente no berço e eu estava zapeando pelos canais da tv, quando ouço o portão abrir, na hora meu

coração bateu mais forte e mais uma vez

eu ensaiava tudo o que ía dizer pra ele mais uma vez, para que nada saísse fora do planejado.


— Oi, oi! — Eu achei que pudesse ser coisa da minha cabeça quando vi que se tratava de tamires. — Achei que minha visita seria mais bem vista se eu aparecesse com o interessado no assunto, estou certa? É, eu estou. 


Imediatamente me coloco de pé.


— O que essa vagabunda tá fazendo aqui? Vem cá, se não me falha a memória eu já tinha te expulsado. — Digo quase partindo pra cima dela, mas fui impedida por Marco. 


— Amor, ela tem uma coisa pra falar.— Ele diz se colocando na frente. — É sobre a Natasha.


Meus olhos brotam lágrimas imediatamente. 


— Eu também tenho uma coisa pra falar, voce precisa me ouvir, eu vou dizer com calma, mas depois... Tira essa mulher daqui, por favor!— Peço lutando para não chorar na frente dela. 


— Relaxa, o que eu vim fazer é rápido. Eu só vim abrir os olhos do seu marido para a péssima esposa que você é, que anda mentindo para ele e não é de hoje! Mentiu na cara dele vendo ele sofrer com a perda da irmã. 


— Cala a sua boca!— Peço agarrando seu braço. — Não se atreva a falar mais nada. 


Discutiamos falando simultaneamente, não deixando espaço para que Marco sequer se situasse, ele tentava mas não conseguia nem abrir a boca sem ser interrompido por uma de nós, como dois irmãos brigando para ver quem tem mais razão para se justificar aos pais.


— Falo! Falo tudo o que tá engasgado em mim, eu não aguento mais isso, diferente de você, Paolla, eu não consigo ver quem eu amo desse jeito, ele merece saber o que você anda escondendo!


— Cala a boca, sua maldita!!— Lhe dou um empurrão e ela esbarra numa cômoda pequena e quebra um vaso. 


— Não calo! Eu vou falar tudo quer você queira, quer...


— QUIETA AS DUAS!!— Marco esbraveja. — O que tá acontecendo, fala logo o que você quer, Tamires!


— Eu vou falar, Marco!— Digo tentando afasta-lo.— Mas depois, primeiro eu vou dar um jeito nela...


— Vai! — Tamires diz se afastando enquanto ria sarcasticamente.— Fala pra ele que você sabia desde o início que a Natasha queria te dar o bebê, porque na verdade ela não sumiu no mundo, não... Ela tá PRESA! 


— Que?— Marco questiona, totalmente atônito. Parecia não ter acreditado no que ouvira, então ela repete:


— É isso aí! Tá presa e sua esposa sabia de tudo! 


— Eu vou matar você!!— Digo a empurrando no chão e me colocando por cima, onde a enchi de tapas e arranhões.— Sua desgraçada, você fez isso só pra me ferrar, isso não é amor, isso é egoísmo!


— Egoísta é você! Que vê seu marido chorar e continua mentindo dizendo que não sabe de nada! Você é a podre aqui!


Ela leva outro tapão.


— Sai de cima dela, Paolla, para!— Marco me agarra pela cintura e me afasta.— E você, vai embora, Tamires! Já fez o estrago, vai embora! 


— Mas, eu...— Ela tenta se justificar. 


— Eu não quero ouvir mais nada, vai embora! — Ele diz em tom sério e quando ele olha pra mim, eu vejo seu semblante dolorido, confuso, eu nem sabia decifrar com certeza o que significou aquele olhar que durou dois segundos. 


Tamires se levanta e se ajeita para ir embora. 


— Tá feliz, desgraçada? Espero que esteja... Imunda. — É o que eu consigo dizer.


Marco ainda teve forças pra ir até lá fora abrir o portão. 


— Amor... — Tento chamar mas o que saiu foi uma voz esganiçada pelo choro entalado. 


Marco não diz nada, só me lançou um olhar de decepção tão grande que eu senti meu coração pesar uma tonelada.






Notas Finais


Obrigada por ler❤❤

Bjss da Maah😘😘


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