História Uma nova vida - Anjos também amam

- Bom, ela foi a muitas delegacias, e seguiu muitas pistas, aparentemente arrumando todos os podres dele.

- E o que ela vai fazer?

- Isso eu ainda não sei, mas vou descobrir. Se quiser descobrir também... Eles vão demorar para voltar.

- Aonde vamos, então?

Trocamos de lugar e ele foi dirigindo, mas não parava de me fazer perguntas.

- Soube do pesadelo. Sinto muito.

- Quem te contou?

- Eu vi.

- Ah, então quer dizer que você vê o que fazemos, mesmo quando não está ali.

- Quem disse que não estou? – ele sorriu.

- Ah, se viu, podia ao menos ter me consolado, não é?

- Seu namorado já fez isso – ele respondeu. – O que acha dele, aliás?

- Como assim?

- Qual sua opinião sobre ele?

- Ele é legal. – Respondi. – Quem quer a pesquisa de opinião?

- Eu mesmo.

Ele seguiu conversando e, horas depois, quando precisei descansar, parei em um quarto, e o telefone tocou.

- Katherine?! – ouvi a pessoa desesperada do outro lado da linha.

- Elise? Tudo bem?

- Não. Minha irmã está com um plano suicida.

Coloquei no alto falante e, segura de que o Castiel não falaria nada, disse:

- Como você sabe disso? Onde você está?

- Invadi o apartamento dela. O laptop estava desbloqueado, com um roteiro de um plano suicida na tela.

- Diz o que tem aí.

E ela leu, palavra por palavra. Era realmente suicida, mas eu admirava a coragem dela. Ou seria a vontade de se vingar?

- Tem alguma ideia de onde ela está? – ela me perguntou. – Você precisa impedi-la!

- Vou tentar acha-la e falar com ela, mas não acho que ela vá querer me escutar.

- Diz pro seu namorado tentar convencê-la, então – ela disse e o Castiel sorriu e teve que conter a risada.

- Não se preocupe, eu vou tentar – não olhei para ele, para não dar risada. – Te aviso qualquer notícia.

Ela desligou, e eu olhei para o Castiel e dei risada.

- Sabe onde ela está?

- Estamos no caminho.

Olhei bem para ele e pensei em algo.

- Se toda vez que ela fala que você é meu namorado, você cai na risada... Você tem outra que não me contou?

- Não. Minha única amiga é você.

- Você me entendeu. Qual o nome dela?

- Anna.

- Olha, os anjos também amam. – Dei risada. – Bom, vou descansar para sairmos cedo.

...

No dia seguinte, eu segui dirigindo e o Castiel estava mais quieto do que antes e, logo chegamos aonde queríamos.

- O Sam parecia realmente preocupado comigo – falei antes de pararmos o carro. – Você disse a ele que me senti sozinha, ou deu a entender algo mais?

- Bom, ele perguntou o que você ficou fazendo. Eu disse que ficou vendo umas fotos que tinha do seu irmão.

- E ele sabe o que aconteceu... Por isso que ele morre de medo de me deixar sozinha. Ah, até parece que vou fazer um plano suicida.

- Até parece que tem tanto juízo assim.

- Vamos – parei o carro e descemos. Demos de cara com um lugar vazio, mas que parecia que tinha alguém ali mais cedo. As marcas de carro no chão davam a parecer que quem quer que estivesse ali tinha saído não fazia muito tempo.

- Ela estava aqui?

- Parou aqui ontem a noite. Provavelmente veio arrumar mais pistar para o plano desvairado dela.

- Ele merece isso.

Entramos no lugar, nada demais, exceto por uma pasta. Vi o que era e me embasbaquei.

- Ele se recusou a pagar o resgate da primeira esposa dele?! – exclamei.

- O que?

- A primeira esposa dele foi sequestrada, por algo que ele fez, aliás, e ele não pagou o resgate dela.

- Mas ele não é rico?

- Exatamente. Nem pra isso ele serve.

- E quem sequestrou ela?

- Se foi o Ryder... Ele realmente merece o que a Nikki quer fazer com ele.

- Quantas namoradas ele teve?

- Oficiais? Duas. Amantes? Várias.

- Impressão minha ou você sabe tudo da vida dele?

- Eu sei. Essas pistas que achamos também ajudaram.

Peguei a pasta e mais coisas que encontramos e seguimos viagem, com ele dirigindo dessa vez. Olhei as outras pistas e perguntei-me:

- O que ela quer com tudo isso?

- Manter isso tudo com ela pode ser uma forma de chantagem.

- O que ela vai pedir, então?

- Será que ela tem aquela dívida ou... Quer dinheiro para sair do país? Sabemos que ela não se importa com a irmã.

- Falando em irmã... – atendi e coloquei no alto falante. – Elise?

- Oi, Kath. Tudo bem? Acharam alguma coisa dela?

- Sim. Vimos a placa do carro dela em uma câmera de segurança – menti.

- Então sabem para onde ela foi?

- Sabemos a direção, sim. Ela não deve estar muito longe.

- Que bom. Bom, vou deixa-los em paz, então. Muito obrigada – ela realmente estava emocionada.

- Não há de quê – desliguei. – Vale a pena salvar uma irmã dessas?

Mais tarde, vimos mais um local onde ela parou, mas, desta vez não tinha pista nenhuma. Paramos novamente e o Castiel estava pensativo.

- Pensando na Anna? Aonde a conheceu, aliás?

- Aqui. Dei de cara com ela quando eu já tinha conhecido os Winchester.

- Ela também é um anjo?

- É.

- Não foi só você que veio para cá, então. Mas, estou curiosa, seu sentimento é correspondido?

- Kath...

- Ah. Você sabe tudo sobre mim. Não posso nem saber um pouquinho de você?

De repente, e para alívio dele, o celular tocou e ele atendeu.

- Oi Dean. Como está tudo aí?

- Aqui está tudo bem, o papai está... Conversando bastante eu diria. Principalmente com o Sam.

- Eles se acertaram?

- Parece que sim. Mas o Sam ainda quer saber se é a última caçada mesmo.

- Mas não brigaram. É um bom começo.

- E a Kath?

- Está vendo um filme.

- Então ela está no chalé ainda. Pensei que ia sair daí.

- Ela não tem para onde ir, Dean.

“Como se eu não estivesse ouvindo”, pensei, mas não falei nada. Eu realmente não tinha para onde ir. Eu tinha, em caso de emergência, porque o socorro vinha com um alerta de perguntas perigosas, que eu não ia querer responder em circunstância nenhuma.

Quando ele desligou, falei:

- Ela ainda vai gostar de você – ele revirou os olhos e olhou para  frente, como se reconhecesse alguém.

Segui o olhar dele e me espantei.

- O que estão fazendo atrás de mim?

Continua...