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História Uma outra Alice - The End


Escrita por: AnonymousHunter

Notas do Autor


Eis aqui o capítulo final! Vou responder os comentários anteriores assim que possível, prometo.
Espero que gostem e vejo todo mundo no final. Perdoem se tiver algum erro ortográfico, não tive tempo de revisar tudo certinho.

Capítulo 36 - The End


Fanfic / Fanfiction Uma outra Alice - The End

“Nunca sei ao certo o que vou ser de um minuto para o outro...”

- Alice in Wonderland

 

- Ah, querida...algum dia você entenderá o que te assola. Um dia você entenderá o quanto te amamos, e o quanto tentamos te proteger de você mesma. – A mulher de lindos cabelos ruivos dizia enquanto me arrumava para dormir.

- E se eu não entender? 

- Vai entender. Você terá um propósito e será uma pessoa grandiosa...Confie em mim, meu anjinho.

 

Tudo estava pegando fogo. As pessoas tentavam sair, mas apenas eram incendiadas sem dó.  A minha cabeça tentava raciocinar aquilo tudo, mas eu apenas chorava. De mim apenas transbordava tristeza e mágoa profunda.

Ah, Chapeleiro...eu tentei evitar tudo isso. Eu juro que tentei. Tentei trazê-la para o nosso mundo. Eu sinto muito, Chapeleiro...Eu deveria ter tentado mais.

Ajoelho no chão, colocando as mãos na cabeça. Estava tudo perdido, eu precisava fazer aquilo. Eu precisava matar Alice.

Você se lembra de quando tinha doze anos? Foi quando começou a surtar. Eu me lembro como se fosse ontem. Me lembro de quando você me chamou para brincar. Foi divertido, no início. E depois eu percebi o que estava acontecendo. Você estava tendo indícios de esquizofrenia. Vi seus pais chorarem todas as noites, implorando para Deus para que fosse uma pegadinha. Mas não era. Você estava mesmo muito doente. Então eu trouxe os meus amigos. Brincávamos todos os dias, se lembra disso? Chapeleiro, eu amo você. Faça o que precisa ser feito.

Eu limpo as lágrimas com as costas das mãos e me levanto um pouco cambaleante. Eu estava triste, magoada, arrasada. Eu queria que aquilo acabasse, mas não queria ferir ninguém.

- Chapeleiro...você precisará se livrar do coelho também. Ele precisa voltar ao lado de Alice para o chá. – Absolem sussurra. Eu junto as sobrancelhas e sinto as lágrimas transbordarem dos meus olhos mais uma vez.

- Não, ele não. Não me obrigue. Por favor... – Eu digo em um fiasco de voz. A garotinha de cabelos loiros se vira para mim, encarando-me com uma expressão confusa.

- É preciso, menina burra. É preciso... – Ao sibilar essas palavras, ela desaparece acima de minha cabeça. Alice vem até mim sacudindo um fósforo aceso.

- Você viu no que transformei Lysandre? Isso não é maravilhoso? Um psicopata...assim como eu. – Ela direciona o fogo até o meu cabelo, mas eu dou um tapa na sua mão. Ela contorce o rosto em uma careta de ira e pula em cima de mim, me derrubando no chão.

Suas mãos pequenas vão no meu pescoço, apertando-o com muita força. Acerto um soco em sua bochecha e a empurro para o lado, puxando os seus cabelos para cima. Ela grita, tentando em vão escapar das minhas mãos. Agarro o seu pescoço, esmagando com toda a força possível.

“- Você é a maluca...Não tenho tempo para você, maluca. Preciso encontrar o coelho.”

“- Venha conhecer o meu mundo, Chapeleiro.”

“- Eu escondi o gato, espero que não se importe.”

“- Eu amo você, Chapeleiro...”

 

Os olhos dela se reviram, e seus lábios começam a ficar roxos. As minhas lágrimas estavam caindo sobre suas bochechas, e eu tentava em vão parar de soluçar tão alto.

Em seu último suspiro, eu sussurro um “descanse em paz” e a solto, me ajoelhando ao seu lado. Solto um gemido alto. Eu parecia uma criança que tinha acabado de perder a mãe.

E o País das Maravilhas sempre vai pertencer à doce Alice...

A minha personalidade otimista aparece bem na minha frente, sussurrando essas palavras. Ela estava segurando um lindo chapéu roxo. Seus lábios se curvam em um sorriso sincero, e então ela se ajoelha, brincando com as sapatilhas de boneca de Alice.

Ah, Alice...

Eu me levanto, andando em direção da porta. A fumaça estava começando a intoxicar meus pulmões, mas não tinha nenhuma chance de eu sair pela frente. Eu teria que dar um jeito de descer por uma janela.

Com uma tosse irritante, eu começo a gritar para as pessoas subirem até a enfermaria, pois lá tinha uma janela. Todos se movem para lá com uma rapidez incrível, e eu vou me arrastando atrás deles. Estava tudo queimando. Os corrimões, os candelabros, os tapetes.

River Side virou literalmente um inferno.

Quando vou entrar na sala, sinto alguém puxar meu pulso. Eu me viro bruscamente para trás, gritando ao ver Lysandre com uma tesoura nas mãos e um sorriso malicioso nos lábios.

Tento me soltar, mas ele aperta mais o meu pulso. Eu chuto suas canelas, e o mesmo dá alguns passos para trás, gemendo de dor.

Você sabe o que precisa fazer, Chapeleiro. Mate o coelho.

- Você prometeu me amar. Você prometeu. – Eu sussurro enquanto me aproximo devagar dele.

- Essas são suas palavras finais, Chapeleiro? – Ele gargalha de um jeito estranho. Uma gargalhada louca e exagerada.

- Não. Mas esse beijo sim. – Eu puxo sua nuca, selando nossos lábios. O platinado não tem nenhuma reação, a não ser abaixar a tesoura pontiaguda. Aperto seus cabelos macios entre meus dedos, chorando desesperadamente.

Colo nossos corpos, afagando seus ombros largos. Ele não correspondeu, não moveu os lábios nem sequer um pouquinho.

Ele não te ama mais, Chapeleiro. Esqueça.

O ouço gemer alto, e então me afasto. O sangue começa a escorrer, e seus olhos se arregalam.

Eu havia aproveitado que suas mãos estavam moles e encravei a tesoura em sua barriga.

- Eu sempre vou amar você, Lysandre...

- Quanto tempo dura o “para sempre”, Chaper? – Ele sussurra enquanto se ajoelha no chão com as mãos na barriga. Seus lábios formam um sorriso fraco de canto que tinha um filete de sangue escorrendo. 

- Ás vezes apenas um segundo. – E então ele cai para trás, fechando os olhos.

Meus parabéns, Chapeleiro. Salve as pessoas. Esse é o seu propósito.

- Parabéns, menina. Os dois estão aqui conosco agora. Estão tomando chá com a rainha branca. Obrigado. – A borboleta aparece flutuando acima do corpo de Lysandre. Suas azas azuis batiam devagar, e parecia que ela estava em câmera lenta.

“ – Não é nada vitoriano inventar calúnias das pessoas, sabia?”

“- Você não vai morrer! Você não vai morrer!”

“- Pessoas que evitam esta palavra não são puros de coração. Eu acredito que você deve beijar uma pessoa quando já está sentindo algo. E se ela lhe corresponder, porque não a amar?”

“- Eu amo você, Chaper.”

Limpo as lágrimas, correndo até a enfermaria. Um cheiro de carne queimada invadiu minhas narinas assim que entrei.

E eu abro um sorriso ao ver Armin sob os cuidados de Brian.

Ele não morreu!

- Ele não morreu! – Corro até o de cabelos pretos, afagando seu rosto um pouco encardido.

- Precisamos sair daqui, Chaper. A enfermaria não vai aguentar por muito tempo. Precisamos tirar todos daqui. – Brian sussurra para mim, apertando com força a minha mão. Eu assinto, indo até a janela e a empurrando. Eu olho para baixo, sorrindo ao ver que estava caindo muita neve. As pessoas conseguiriam pular.

- Certo, por aqui. Pulem, a neve vai amortecer. – Os acenos confiantes me fizeram sair da frente e observar todo mundo pulando. Agora precisaríamos tirar Armin daqui. – Vamos levá-lo por baixo. Quebraremos a fechadura da porta e sairemos pela frente. - Brian assente, segurando as pernas de Armin. Eu pego seus pulsos, e logo estávamos o segurando com muita dificuldade.

Nós saímos da sala, e meus pés esbarram nos de Lysandre. Sinto meus olhos encherem de lágrimas.

- Ah, meu amor...meu Lysandre...

- Ei, Chaper, agora não. – O de cabelos azuis grita enquanto tosse. – Precisamos sair daqui, AGORA! – Eu assinto com dificuldade e volto a andar, suspirando fundo.

Quando chegamos no pátio, colocamos Armin com cuidado no chão e começamos a procurar algo para quebrar a fechadura.

Subo as escadas, abrindo os quartos e tateando as camas em busca de algo. Eu acho um balde de lego que era feito de aço e corro para o pátio, acenando para Brian. Ele vem até mim, tirando o balde das minhas mãos e batendo com força na maçaneta. Era só isso que tínhamos, se não funcionasse...

Eu não aguento mais! Meus pulmões não estão mais funcionando direito!

Quando ouço Cheilan dizer isso, é quando começo a tossir loucamente. Aquela tosse rouca e dolorida, que saia rasgando a garganta com todas as forças.

Coloco as mãos no peito, encurvando para frente e tossindo ainda mais forte. Eu não sei se aguentaria.

Brian estava desesperando, chutando a porta e batendo com o balde na fechadura, mas não estava nem sequer balançando.

Eu me deito no chão, fechando os olhos. Minha respiração estava lenta, descompassada.

Ei, Chapeleiro...vamos nos juntar agora, certo? Eu e você brincaremos de novo.

As lágrimas começam a rolar de novo. Eu morreria ali, mas pelo menos morreria sabendo que salvei todo mundo. As lembranças boas que tive com Lysandre invadem a minha memória, fazendo-me sorrir fracamente em meio as lágrimas. E então vem a imagem da doce Alice. Aqueles olhos curiosos e aqueles sorrisos sinceros que me faziam sentir esperança no meio do inferno. Os surtos e os choros que me faziam criar garras e dentes para protegê-la do bicho papão. A doçura que me fazia sentir felicidade no meio das provações.

Ela foi o meu pedestal no meio da tempestade.

Não chore. Eu estou aqui com você. Para todo o sempre.

Eu ouço um baque estrondoso, mas não abro os olhos. Ouço vozes, mas não abro um sorriso. Sinto braços fortes me levantarem, mas não agradeço por isso.

E quando o ar gelado do lado de fora bate no meu rosto, eu volto a chorar. Eu tinha conseguido, mas Lysandre não estava do meu lado.

DUAS SEMANAS DEPOIS

- Então vocês eram torturados pela madame red? – A repórter pergunta incrédula. Beberico um pouco da água na taça de cristal e cruzo as pernas, jogando os cabelos para o lado. 

- Isso mesmo. 

- Ótimo, já temos tudo para começar a escrever o livro. Foi um prazer conversar com você, senhorita Müller. – Eu abro um sorriso tímido e me levanto, batendo as mãos em minhas coxas cobertas por uma calça social. Estávamos na sala da minha casa e minha mãe stava bem do meu lado.

Eu vou para fora, tirando um cigarro do bolso e colocando entre os lábios.

- Você é Chaper Müller, a mulher que salvou River Side. – Brian sussurra enquanto me abraça pela cintura. Castiel sorri para mim junto com Kentin, Calliope e os gêmeos. Estes eram meus novos amigos, eu não precisava mais de Cheilan ou de qualquer outra pessoa imaginária. Eles estavam aqui comigo e para todo o sempre. Era isso que importava. 

- Não. Eu sou Chapeleiro Maluco, a mulher que levou Alice de volta para o País das Maravilhas. 

"Na escuridão eu conheci os meus criadores. Todos eles concordaram que eu estava sufocando. 

Mas você tem uma chance. Vá para casa, faça tudo certo desta vez..."

- Smother (Youth)


Notas Finais


Então, é isso...eu quis fugir um pouco dos finais clichês e mostrar que nem toda história acaba de uma maneira feliz.
Quero agradecer por terem me dado essa chance e essa oportunidade maravilhosa, amo cada uma de vocês com todas as minhas forças.
Foi um prazer e uma honra conhecê-las.
Se quiserem ler mais histórias minhas, vou deixar o link aqui.

Dolls Makers:
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-amor-doce-os-dolls-makers-5206180

Chapeuzinho: A Lenda Continua
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-a-garota-da-capa-vermelha-chapeuzinho-a-lenda-continua-5261454

Beijos e até uma próxima <3


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