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História Uma patricinha em minha vida 2 (SEGUNDA TEMPORADA) - Capítulo 23


Escrita por: LeninhaMiller

Capítulo 23 - Capítulo 23


     

Tiago tinha sido pego de surpresa, mas agora não tinha escapatória. Teria que dizer o que estava sentindo pelo Rodrigo de uma vez por todas, mesmo sabendo que não ia se dar bem pelo o fato do garoto já ter uma namorada.

            — Eu nem tinha imaginado como e nem quando eu ia dizer isso a você... — sorriu — Que droga!  

            Rodrigo notou que ele estava envergonhado e tocou de leve na mão direita dele.

            — Ei... Não precisa ficar com vergonha. Essas coisas acontecem sem a gente imaginar, não é?

            — É... Eu acho que sim.

            Rodrigo tirou a mão de perto da dele e perguntou:

            — Quem deu o meu número a você?

            — A Natalie me pediu para tocar na festa dela, e eu acabei aproveitando para pedir o seu número, mas claro que não me mencionei o motivo de querer te ligar.

            — Entendi...

            — Você vai brigar com ela por causa disso?

            — Não.

Rodrigo ficou em silêncio depois, e Tiago continuou:

            — Como eu estava dizendo... Eu nem tinha imaginado como ia dizer isso, e sei que vai ser clichê demais, mas eu me apaixonei por você desde o momento que te vi naquele parque. E foi tão louco, porque você me deu um soco logo depois. — sorriu.

            — Eu era muito ignorante naquele tempo, Tiago. Sempre queria comprar briga com todo mundo, mas depois que fui expulso do colégio, aprendi a lição e parei de envergonhar o meu pai.

            — Sim... E eu notei que você mudou mesmo. Nem parece mais aquele Rodrigo que conheci.

            Rodrigo concordou e ficou tímido ao olhar para ele.

            — Me desculpe, Rodrigo. — pediu Tiago, percebendo que o garoto não sabia o que dizer — Esquece tudo isso que te falei agora... Eu sei que você tem namorada e não gosta de homens. — suspirou — Mas é tão difícil controlar essa coisa toda, entende?

            Rodrigo ainda continuava sem palavras. Como assim aquele rapaz gostava dele? Tiago deu um pequeno sorriso, balançando a cabeça em negativo.

            — Por favor, me dá um soco de novo. Eu estou falando muita besteira para você. Que idiota que eu sou!

            — Não... Você não é idiota, Tiago. E, com certeza, vai achar um cara bacana que goste de você, mas não sou eu, porque não curto homens e tenho uma namorada maravilhosa, que é a Beatriz.

            — Eu sei disso, cara. Não quero atrapalhar vocês dois. Eu quero ver você feliz porque é um cara muito do bem.

            — Obrigado, Tiago. Também quero te ver feliz, cara.

            — Então fechou! Não vamos falar mais disso.

            Enquanto isso na farmácia, Kelly havia trancado a porta do estabelecimento e subiu a escada juntamente com a Laura, que ficou olhando tudo ao redor. Nunca tinha vindo até a casa dela, somente a sua irmã Natalie.

            — Onde estão os seus pais e o seu irmão, Kelly?

            — Eles foram levar uns remédios na fazenda de um amigo deles.

            — Ata... — lembrou-se de uma coisa e colocou a mão no bolso — Quanto fica todos esses testes?

— Não precisa pagar. Agora venha... — abriu a porta da casa — Vou te levar ao meu quarto.

            Laura pensou em fazer uma piada, mas apenas seguiu a garota, que ainda continuava super irritada com ela. Após entrarem no quarto, Kelly trancou a porta e olhou para a garota.

            — Pode usar o banheiro e utilize quantos testes quiser para acabar de vez com essa dúvida.

            — Obrigado. Você está sendo muito legal comigo, mesmo sem eu merecer.

            — Tá bom, Laura... Vá logo! — pediu Kelly sem paciência.

            Laura entrou no banheiro com três testes de gravidez e um copinho para a coleta da urina. Quando abriu uma das caixinhas, ficou perdida, porque nem fazia ideia de como aquilo funcionava. Até tinha pensando em pesquisar na internet, mas resolveu chamar por Kelly.

            — Kelly, como eu uso isso aqui?

            Kelly abriu a porta do banheiro e aproximou-se dela.

            — Depois que urinar no copinho, você vai pegar a fita e mergulhá-la até essa risca aqui... — apontou para a risca da fita, que estava na mão dela — E se aparecer duas riscas significa que deu positivo.

            — Ok.

            Kelly fechou a porta do banheiro e sentou-se em sua cama com uma enorme vontade de continuar chorando, mas respirou fundo porque não queria dar mais o gostinho para a Laura vê-la chorar. O problema é que ela queria ficar ao lado de Laura, e isto agora seria impossível.

            Laura, então, desceu a calça jeans, a calcinha e começou a fazer xixi. Em seguida, se vestiu novamente e mergulhou a fita na urina do copinho. Por fim, ela realizou os testes das outras caixinhas e todos deram o mesmo resultado. Agora só restava mostrá-lo a Kelly, que a esperava ansiosa no quarto. 

            A irmã de Natalie caminhou até a Kelly com os resultados em mãos. E Kelly, por sua vez, pegou-os já tendo uma ideia definida por causa da reação de Laura.

            — Aí, estão, Kelly... — disse Laura, começando a chorar.

            Kelly observou os três resultados e se deu por vencida, dando um abraço forte em Laura. O que ela tinha visto? A irmã de Natalie estava realmente grávida de Betão a algumas semanas.

            — Laura, como vocês deixaram isso acontecer? Por que não usaram camisinha? — perguntou Kelly ainda a abraçando.

— Não. A culpa é minha, Kelly. — confessou Laura, saindo do abraço dela.

— Por que diz isso?

— O Betão tinha esquecido de trazer a camisinha, e eu disse ele que iria tomar uma pílula do dia seguinte. Por isso, nós transamos, mas acabei esquecendo de tomá-la depois da transa na casa de campo e só fui tomar dias depois.

            — Caralho, Laura... Quanto mais você demorar a tomar a pílula, mas tem a possibilidade de ficar grávida. E outra, mesmo que você use outro método, a camisinha nunca pode faltar. Além de prevenir doenças, não deixa a gravidez acontecer.  

            — Eu sei... Não podia ter confiado só na pílula.

            — É, mas agora não tem jeito. Você está grávida e tem que pensar no que vai fazer...

            — Eu não sei o que fazer, Kelly.

            — Você tem que contar ao Betão e ao seu pai que está grávida, Laura.

            — Ah, não... O meu pai vai me matar.

            — Sim, vai... Mas é preciso.

            — Kelly, e nós?

            — Não tem o “nós”, Laura. Na verdade, nunca teve. Você tem que seguir a sua vida agora com o Betão e criar esse filho.

            — Não dá... E o que você sente? E o que eu sinto?

            — Vamos ter que esquecer isso, porque não fomos feitas para ficarmos juntas.

            — Não diz isso, por favor... — disse Laura, chorando.

            — É a verdade... Agora que você já sabe de tudo, por favor, saia da minha casa.

            — Kelly... — disse Laura, tentando aproximar-se dela.

            — Saia da minha casa agora, Laura! — gritou Kelly — Eu não quero estragar a família que você vai ter com o Betão. Não quero!

            — Kelly...

            Kelly respirou fundo novamente para não chorar mais na frente dela e a pegou pelo braço levando-a para fora do quarto. Em seguida, trancou a porta, ficando dentro do seu quarto. Laura tocou a porta com as suas mãos.

            — Por favor, Kelly.... Me ouve.... Nós precisamos resolver a nossa história.

            Kelly estava do outro lado com as costas apoiadas na porta, mas permanecia paralisada e querendo que a aquela garota fosse embora de uma vez de sua casa e de sua vida.

            — Vá embora, Laura! Eu não quero mais falar com você.

            Laura viu que ela não iria abrir a porta e desceu a escada continuando a chorar. Depois caminhou até a porta da farmácia, destrancou-a e foi embora. Kelly, então, ao perceber que ela tinha ido embora, saiu de perto da porta do quarto, desbloqueou o celular e viu o último vídeo da galeria, onde estava Laura ensinando o Fabinho a andar de skate. Ficou com vontade de excluí-lo, mas não conseguiu e acabou jogando o celular na cama, desabando a chorar.

            Depois das horas em observação, Danilo conseguiu levar o Tiago e o Rodrigo para casa. Enquanto dirigia, o homem quis saber o que tinha acontecido, e Rodrigo resolveu inventar uma história, porque se ele soubesse da verdade, não estaria disposto a receber o garoto machucado em sua casa.

            — Por que te bateram, Tiago?

            Antes que pudesse responder, Rodrigo afirmou:

            — Foi um assalto, pai. O Tiago reagiu, e os dois caras bateram nele.

            — Esses moleques são muito perigosos, mas eu te aconselho, Tiago, a fazer um boletim de ocorrência.

            — Ele vai fazer, pai. — respondeu Rodrigo.

            Minutos depois, Danilo Tardelli chegou em casa com os garotos. Ele até ofereceu uma janta ao rapaz, mas Tiago disse que já tinha jantado. Na verdade, ele só tinha comido um sanduíche em uma lanchonete antes de ir para a boate “The Empire”. Assim, Rodrigo levou o rapaz até o quarto de hóspedes, que tinha uma cama de solteiro e um pequeno guarda-roupa.

            A mãe de Rodrigo, a senhora Simone, uma mulher muito egoísta, que vivia no salão de beleza, viu os dois garotos subindo e fez uma pergunta ao marido.

            — Quem é o rapaz que está com o nosso filho, querido?

            — Um amigo dele de Niterói que foi assaltado.

            — E vai posar aqui?

            — Infelizmente, sim. Mas amanhã de manhã, ele já vai embora.

            — Ainda bem, né?

            — Eu achei ele um pouco estranho...

            — Como assim?

            — Porque acho que seja gay. E penso que seja por isso que bateram nele.

            — Que horror, querido. Tomara que não. Não quero o nosso filho em hipótese nenhuma se envolvendo com esse tipo de gente.

            — Também não, querida. — disse ele, tirando o casaco e dando um beijinho em sua boca — Agora vamos nos deitar? Eu estou com muito sono.

            No quarto de hóspedes, Tiago sentou-se na beirada da cama e perguntou:

            — Por que mentiu ao seu pai dizendo que era um assalto?

            — Me desculpe, mas o meu pai detesta gays. Então tive que mentir para ele não implicar com você.

            Tiago ficou sem graça e o agradeceu.

            — Obrigado... Mas eu meio que já tinha desconfiado que ele não tinha gostado de mim.

            Rodrigo assentiu e confessou:

            — O meu pai é um cara muito difícil de se lidar, Tiago. Na verdade, não só ele, minha mãe também é... Só a minha irmã, a Emilly, que é mais de boa.

            — Ah, sim... Eu entendo. Não se preocupe.

            — Certo... Eu vou te deixar descansar, qualquer coisa me grita, pois estarei aqui do lado.

            — Obrigado!

            Rodrigo assentiu e, antes de sair, desejou:

            — Boa noite!

            — Boa noite.



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