— Natalie, calma... — disse Kelly, saindo de cima da cama e olhando para a melhor amiga.
Natalie estava com muita raiva ao ouvir aquelas coisas e disse:
— Kelly, eu não acredito que você ia esconder isso de mim.
— Natalie, aconteceu apenas um beijo entre a Priscilla e a Camila. E eu ouvi a Priscilla dizendo que não quer nada com ela.
— Mesmo assim, você não tinha que ter me escondido uma coisa dessas. — respondeu Natalie já com os olhos marejados — Mas é sempre assim, né? A corna é sempre a última a saber das coisas.
— Natalie! — disse Kelly indo atrás da garota, que havia corrido para o seu quarto.
Ao chegar na porta do quarto da patricinha, Kelly pediu:
— Natalie, abra essa porta, por favor. Vamos conversar!
— Não! Você é uma traidora, Kelly. — disse Natalie, chorando.
Laura também tinha ido atrás e falou para que a irmã ouvisse:
— Natalie, a Kelly só queria evitar que você e a Priscilla brigassem. Aconteceu só um beijo, e todo mundo sabe que a Priscilla é louca por você.
— Não. Vocês não sabem o que estão falando!
— Natalie... — Kelly começou a dizer — Me perdoa.
Natalie não falou mais uma palavra, mas as duas garotas ouviram que ela continuou chorando e resolveram voltar para o quarto de hóspedes. Depois, Laura fechou a porta e foi se sentar novamente ao lado da namorada, que já estava começando a chorar também.
— Amor, não chora. — disse Laura, abraçando-a de lado.
— Eu deveria ter contado, Laura. Agora a Natalie vai me odiar para sempre.
— Não. Não vai. A Natalie gosta muito de você. E ela tem que entender que a Priscilla a ama. Se esse beijo aconteceu foi porque essa mulher deve ter seduzido ela.
— Isso é verdade. A Natalie mesmo reclamou que essa tal de Camila ficava olhando muito para a Priscilla.
— Viu só? É essa mulher que é a culpada de tudo.
— Mas e agora? E se a Natalie terminar o namoro?
— Pode até terminar, mas as duas se amam e não vão aguentar ficar separadas por muito tempo.
— Tomara, amor.
Laura deu um beijinho na cabeça dela, e Kelly pediu:
— Dormi aqui comigo hoje?
— Não precisava nem pedir, amor. — disse Laura, sorrindo para ela.
Natalie estava chorando em sua cama no quarto. Não queria acreditar que a Priscilla tinha a enganado daquela forma. E as juras de amor? Será que tudo que a garota dissera a ela era apenas mentira? Nisso, Natalie acabou se sentindo horrível por ter acreditado nela por tanto tempo e ter se entregado de corpo e alma. E agora? Perdoaria ou não essa traição? Mas Natalie já sabia a resposta e estava disposta a não voltar atrás na sua decisão.
Enquanto isso acontecia, Leozinho estava no pit dog do pai, o Sr. Leomar Ferreira, ou seja, ele tinha o mesmo nome do filho e era mais extrovertido, gordinho e baixo. Também usava óculos como o filho por causa dos problemas na visão. Quando viu o filho acompanhado com a Bruna, ele adorou, pois não gostava que o Leozinho ficasse namorando a Thaís, a neta da dona Zélia, porque achava a garota muito indecente com as roupas que vestia. Agora a mãe de Leozinho, a dona Aline, estava em casa assistindo novela com a filha Marcinha.
— Olha, parabéns, Sr. Leomar. Esse X-Tudo está muito bom. — disse Yuri com a boca cheia.
Neste momento, Juliana o cutucou para que ele não falasse com a comida na boca, mas o garoto nem deu moral. O Sr. Leomar o agradeceu e olhou para a nora.
— Bruna, você está muito caladinha.
— Ela é um pouco tímida, pai. — disse Leozinho.
— Mas não precisa ter vergonha. Você agora faz parte da família Ferreira.
A garota ficou corada de vergonha, e Juliana ficou um pouco séria, deixando o namorado perceber.
— O que foi, amor?
— Nada não.
E o Sr. Leomar continuou:
— Não precisa me chamar de Senhor, Bruna. Todo mundo aqui me chama de Ferreirão.
— Tá bom. — disse a garota, sorrindo.
Em seguida, o Sr. Leomar olhou para o outro casal e perguntou:
— E vocês? São novos aqui no Rio?
— Eu moro aqui faz muito tempo, mas o meu pai me mudou de colégio, porque iria ficar mais perto da nova casa dele, pois ele e minha mãe se separaram. — respondeu Yuri.
— Eu morava em Goiânia, mas os meus pais decidiram mudar para cá, porque a minha mãe recebeu uma casa aqui da herança do meu avô.
— Sério? A minha avó mora lá em Goiânia, amor. — disse Yuri.
— E você, minha nora? — perguntou Leomar a Bruna.
Bruna ficou um pouco séria, mas respondeu:
— Eu também moro faz tempo aqui no Rio, só que no outro colégio os garotos e as garotas me zoavam muito por ser muito tímida e gordinha. Então, os meus pais me mudaram para o colégio do Leozinho.
Juliana continuou séria e olhou para a Bruna, tirando o olhar dela rapidamente quando a garota percebeu. A seguir, o Sr. Leomar disse a sua nora:
— Quando eu era mais jovem, os garotos também faziam piadinhas infelizes de mim. O Leozinho também passava muito por isso.... Mas sabe o que a gente precisa colocar na cabeça? Que essas pessoas são infelizes consigo mesmo e sentem inveja dos outros. Porém, não podemos dar atenção a elas, porque quando damos atenção a comentários negativos, nós é que vamos sofrer e ninguém mais. Então a gente tem que se valorizar e escolher ser feliz do jeito que nós somos.
— Eu concordo. E o seu filho me ajudou muito nisso quando entrei no colégio. — disse Bruna, olhando Leozinho e sorrindo para ele. — Obrigado, meu amor! — olhou para o sogro — E obrigado Ferreirão pelas palavras.
— Por nada, minha nora. — respondeu o Sr. Leomar, sorrindo.
Ao ouvirem aquela conversa, Juliana e Yuri olharam-se envergonhados, pois não foram nada legais com a Bruna quando ela chegou no colégio, mesmo assim, continuaram a noite ao lado do casal Leozinho e Bruna.
Após o lanche, o Leozinho foi com Bruna até em casa, e Yuri levou a Juliana. Antes da garota entrar, o rapaz a puxou para um beijo. Juliana correspondeu ao beijo dele, mas estava muito triste.
— Amor, está tudo bem mesmo? — perguntou o namorado dela.
— Está... É só esse lance de termos zoado a Bruna no começo das aulas que me deixou um pouco desconfortável.
— Eu entendo. Mas já passou, né? Não vamos mais fazer isso e pronto.
— É... Você tem razão.
— Eu te vejo amanhã no colégio?
— Claro. — disse ela, dando um beijo de despedida nele.
As horas passaram, e chegou o outro dia. Priscilla tinha acordado na república, escovou os dentes e foi tomar café junto com a Leila e a Beatriz, que também haviam levantado cedo naquela manhã.
Enquanto tomavam café, Priscilla viu a seguinte mensagem no celular:
Natalie: Nós precisamos conversar depois do almoço.
Priscilla achou estranha a mensagem porque a Natalie não havia a chamado de amor. E se tinha mandado mensagem que queria conversar é porque algo havia acontecido.
— Que estranho... A Natalie me mandou mensagem dizendo que precisamos conversar. — disse Priscilla.
— Ih, já sei... Quando o namorado ou a namorada diz isso é porque quer discutir a relação, ou seja, ter uma DR. — especulou Leila.
— Mas eu e a Natalie estamos bem. Então por que ela iria querer uma DR agora? — questionou Priscilla.
— Vai ver não é nada, Priscilla. Relaxa! — comentou Beatriz.
— E o Rod, Bia? — perguntou Leila, tomando um pouco de café.
— Ele me mandou mensagem dizendo que não tinha me respondido por causa dos shows, mas que vai passar esse final de semana comigo.
— Hum... Viu? Eu disse para você ficar de boa.
Já Natalie tinha acabado de chegar na cafeteria e estava muito triste ainda por causa da Priscilla. Por causa disso, Daniel acabou percebendo que ela estava sem graça e resolveu perguntar o que estava acontecendo.
— Está tudo bem, senhorita Smith?
— Está sim, Sr. Daniel. Não se preocupe.
Daniel foi pensativo para a cozinha, e Natalie continuou limpando o balcão. Neste exato momento, uma mulher apareceu atrás dela e perguntou:
— Bom dia! O Daniel está?
Natalie percebeu de quem era a voz e virou-se para a mulher. E sem nem pensar duas vezes, ela gritou em alto e bom som:
— Vagabunda!
Em seguida, deu um forte tapa na cara de Camila, que acabou compreendendo porque a namorada de Priscilla estava alterada daquele jeito. Ela sabia do beijo! E um casal que estava a pouco minutos na cafeteria ficou olhando para as duas mulheres. Também Daniel veio correndo da cozinha ver o que estava acontecendo e viu que tinha dado merda.
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