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História Uma Possibilidade - II


Escrita por: Karinee-chann

Capítulo 2 - II


Caminhando lentamente em direção a grande porta da escola, escutava perfeitamente as conversas ao meu redor. A principal dentre elas era de que um novo garoto havia sido transferido para a escola - isso de certa forma deixava as alunas eufóricas. Adentrei a sala de aula, e logo na porta, pude sentir o perfume amadeirado de Gray. Sentei-me em minha carteira (carteira escolar), e retirei meu livro de minha bolsa, e o deixei em cima da mesa, virei para Gray, que estava escutando musica no fone, mas não deixava de me observar.

- Bom dia Lucy – Disse calmamente, retirando os fones de seus ouvidos – Você parece diferente – De certa forma eu também estava me sentindo diferente, depois do sonho com o garoto da chama. Garoto da chama, que hilário. Sorri com o pensamento. Nunca fui muito boa em dar nomes às coisas, principalmente apelidos.

- Hmmm, bom dia Fullbuster. Eu estou diferente? Nem percebi – Dei um sorriso.

- Sei. Parece-me que uma nuvem escura saiu de cima de sua cabeça.

- Que comentário nada agradável, Gray – Gray realmente me conhecia, afinal, Gray era um dos poucos que falam comigo – Me pergunto o que as garotas gostam em você. Tenho certeza que não é sua simpatia.

- É por causa de minha beleza, cara Lucy – Falou Gray, levantando e sentando-se na cadeira em minha frente – Me admira saber que você ainda não se deu conta de que me ama.

- Me admira saber que você sonha com isso – Bufei, revirando os olhos. Logo os alunos começam a entrar na sala, fazendo algazarra e muito barulho.

O dia foi como outro qualquer, poucos alunos prestavam atenção na aula, enquanto a maioria estava comentando sobre o novato. O professor parou de tentar chamar a atenção dos alunos, e resolveu conversar sobre assuntos fúteis com os alunos que estavam sentados mais a frente. Voltei minha atenção aos cochichos dos alunos atrás de mim. Não é que eu seja intrometida, mas eu não tinha nada de interessante para fazer.

- ... Você viu como ele é bonito? – Disse uma das meninas.

- Eu sei que sou bonito, não precisam cochichar – Intrometeu-se Gray, laçando seus braços, ao redor dos ombros das duas meninas que conversavam. Quando se falava em beleza, Gray sempre se metia no meio.

- Não estamos falando de você, Gray – Cuspiu a menina.

- Que falta de sensibilidade – Gray fingiu estar ofendido – Por isso que eu prefiro a Lucy.

Gray sempre esteve do meu lado quando precisei, e eu ao dele – embora não ajudasse muito. Erza também sempre esteve ao meu lado, era como uma irmã para mim, assim como Gray.

- Ela ainda não sabe, mas ela me ama – Sussurrou Gray para as meninas – Suspirei. Gray sempre fazia esse tipo de piada, então, já não ligava mais.

- Gray, largue as garotas – Advertiu o professor, fazendo-me rir da cara de “por quê?”, que Gray fazia.

O sinal toca, e todos os alunos vão evacuando da sala. Permaneço sentada, deixando a multidão de alunos sair primeiro. Gray como sempre fica esperando comigo.

- Lucy, quer ir à sorveteria comigo hoje?

- Não.

- Que tal um cinema? – Insistiu.

- Não.

- Tudo bem. Eu só queria que você saísse daquela sua casa – Suspirou.

- Eu saio de minha casa. Veja, eu estou no colégio agora – Apoiei uma de minhas mãos no ombro de Gray.

- Não seja sarcástica comigo, Lucy – Disse revirando os olhos – Pelo menos hoje... Eu prometo só lhe chamar para sair no outro mês – Disse, com um sorriso no rosto. Todo mês, Gray levava-me para dar um passeio pela cidade – embora eu já conhecesse a cidade, eu sempre aceitava.

Talvez por pena, ou falta do que fazer - era uma boa resposta.

Suspiro.

- Ótimo. Esteja pronta ás 6:00 horas.

Seguimos para o pátio da escola, onde havia poucos alunos, já que estavam no refeitório, em meio à algazarra. Sentamos em um dos bancos que estavam vazios, e logo começo a pensar em varias coisas, deixando Gray falar sozinho.

- LUCY – Lá estava Erza, com seus longos cabelos escarlates soltos, acenando euforicamente para nós.

- Erza. Pensei que estivesse no refeitório se deliciando com sua torta de morango.

- Como sabe que eu comprei torta de morango? – Erza parecia encabulada.

- Deve ser porque você só compra torta de morango – Sussurrou Gray.

- Oi Gray, nem tinha lhe visto. – Erza parecia surpresa ao ver Gray.

- Nossa Erza, não era pra tanto – Disse Gray, virando a cabeça para o lado, tentando parecer magoado.

- Ei Lucy, vamos à sorveteria? – Perguntou-me Erza.

- Claro – Gray olhava-me incrédulo. – Você pode ir também Gray.

- Mas... Ok – Suspirou.

O sino toca novamente, e os alunos começam a retornar as suas devidas classes. Gray e eu seguimos para um lado, enquanto Erza vai para outro, seguida de Juvia e Mirajane suas colegas. Seguimos andando pelo corredor, até a nossa classe, Gray como sempre falava sobre alguma coisa na qual eu não estava interessada em saber, acabei por mergulhando em minha mente, quando esbarro em um garoto.

- Ah! – Ofeguei – Desculpe-me.

O garoto estava com o cenho e os lábios franzidos, na hora eu pude reconhecê-lo. Era o garoto que havia passado frente a minha casa. Fiquei o fitando.

- Ei Lucy, a aula já vai começar.

- Vamos.

Continuei a andar pelo corredor, olhando uma ultima vez, o garoto, que também havia virado-se para mim. A aula começou, e eu fiquei perdida em pensamentos até uma voz me retirando-me de meus pensamentos.

- Lucy, já podemos ir – avisou-me Gray.

- Eu sei. – Menti, mas que não passou despercebido pelos olhos do moreno.

- Sei, sei... – Revirou os olhos.

Voltei para casa, e fiquei um bom tempo pensando no garoto de cabelos róseos. Resolvi tomar um banho quente. Fiquei observando a banheira encher, o som da água que caia na banheira era o único que havia ali. A banheira encheu, e eu logo a adentrei, e fiquei observando o vapor que saia da banheira. Passei longos minutos na água morna, fazendo com que gotículas de suor começassem a se formar em meu rosto. Lavei meu rosto e retirei-me do banheiro. Meu celular estava tocando horrores, mas apenas o ignorei indo procurar uma roupa confortável. Peguei meu vestido de ceda azul, e o vesti. Desci as escadas e fui à cozinha a procura do que comer, mas o telefone tocou dando-me um pequeno susto.

- Lucy?

- Fale.

- Por que não atende o seu celular? – Gray parecia irritado.

- O quê você quer? –Perguntei entre dentes.

- Não me diga que você esqueceu! Oh céus! Lucy, marcamos de ir à sorveteria hoje.

Havia me esquecido desse pequeno detalhe.

- Não, eu não me esqueci – Menti.

- Ótimo, porque a Erza está para explodir aqui.

- Hmmm, diga para ela que chegarei ai em trinta minutos.

- TRINTA MINUTOS? – Gritou Erza.

Droga. Gray havia botado o celular em alto-falante.

- Eu já estou de saída, acalme-se – Menti, mas não saiu muito convincente.

- Ok – Disse Gray, encerrando a ligação.

Fui ao guarda-roupa, e escolhi um vestido de cor pastel. Calcei uma sapatinha cor neutra e sai de casa. Corria pela rua, não querendo me atrasar mais do eu já estava. A rua estava movimentada, para o meu azar, não conseguiria chegar no horário que havia dito. Procurei meu celular, mas eu havia esquecido até minha bolsa em casa. Não podia voltar agora, já estava distante de casa. Às vezes eu me impressionava com minha própria e perigosa falta de sorte – em alguns casos tendia a machucar-me gravemente por conta disso. Esperava o semáforo fechar, os carros não paravam de surgir – caso contrario, arriscaria uma travessia com o sinal aberto.

Finalmente consegui atravessar a rua, comecei a caminhar em direção a sorveteria. Logo posso ver Gray e Erza frente à loja, meus olhos logo percorrem a figura de cabelos róseos ao lado de Erza.

- Lucy, esse aqui é Natsu, meu mais novo colega – Erza apresenta o rosado à mim.

- Prazer em conhecê-lo.

- O prazer é meu – Sorriu.

Adentramos a sorveteria, e começamos a conversar. Não para de observar Natsu, e o mesmo me encarava com o sorriso no rosto. Olhei para Gray, me surpreendendo com sua expressão: Estava serio, e fitava Natsu um tanto irritado. O rosado parece perceber Gray o fitando.

- Então, vocês dois são namorados? – Pergunta Natsu, com um olhar fixo em mim.

- Não – Respondo com pressa, não queria que entendesse as coisas erradas.

- Não ainda. – Corrige Gray, com um olhar fuzilar.

Suspiro. Gray, não tinha jeito.

Terminamos de tomar sorvete, e todos despedem-se, indo para suas devidas casa. Aceno para Gray e Erza, que vão para um lado. Quando me viro, dou de cara com Natsu.

- Hmmm, não vai para sua casa? – Pergunto.

- Acho que você não sabe, mas eu moro perto de sua casa.

Engoli em seco. Como não percebi?

- Vamos? – Comecei a caminhar, e o mesmo apenas seguiu ao meu lado.

Ficamos um bom tempo andando, e o silencio nos perseguia. Teria que quebrar o silencio.

- Então... Por que foi transferido para aquela escola? – Perguntei-lhe. Dando-me conta que estava realmente estaca interessada na vida do garoto.

- Aconteceram algumas coisas. – Seu cenho estava franzindo, parecia não querer falar sobre isso, então não insisti.

Caminhamos em silencio, e sem perceber já havia chegado a minha casa. Despedi-me de Natsu e adentrei em minha casa. Em cima de minha poltrona pude ver um envelope. Aproximei-me e logo vi o remetente: Meu Pai.

Abri o envelope e comecei a ler o que tinha dentro, me surpreendendo com o que estava escrito ali. A pessoa que se diz der meu pai é realmente insensível, e sem piedade, querendo tirar de mim, a única lembrança concreta que tinha dela. Mesmo sendo triste e sem vida, aquele lugar era o único que me deixava perto dela, e eu não ia deixá-lo tirar ele de mim. Custe o que custar.


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