1. Spirit Fanfics >
  2. Uma Princesa Entre Nós >
  3. Rainha Amélia

História Uma Princesa Entre Nós - Rainha Amélia


Escrita por: srfish

Notas do Autor


Olá pessoal tudo bem com vocês?

Está saindo mais um capítulo, espero que gostem ♥

Boa leitura...

Capítulo 31 - Rainha Amélia


Fanfic / Fanfiction Uma Princesa Entre Nós - Rainha Amélia

POV MARIA

Na manhã do dia seguinte ao jantar catastrófico, minha vó não desceu para tomar o seu café e me avô também não apareceu. Estava somente eu naquela mesa gigantesca

Não demorou muito para que Thomas desce correndo as escadas para abrir a porta. Por ela passou apressado o médico da realeza, subindo direto para o quarto da rainha

Eu continuei tomando o meu café, mas é claro que com uma preocupação gigante na cabeça

O médico demorou muito mais do que o esperado lá em cima me agonia do ainda mais

-Tem algo aí -digo me levantando e indo rumo ao quarto de minha vó

Subi as escadas e no corredor já vinha o doutor

-O que aconteceu dessa vez? -pergunto

-Parece que a morte do barão não fez muito bem a rainha, alteza -responde ele -O fim dos dias está cada vez mais perto...e contados -o doutor passa por mim indo embora

Eu continuei andando por aquele corredor até o quarto da rainha. Entro e a vejo deitadinha na cama. De olhos fechados, parecia dormir, minha vó agora tinha um aparelho no nariz ligado a um galão de oxigênio

Meu avô calçava seus sapatos e já estava pronto pra sair

-A senhora está bem? -pergunto os fazendo notar a minha presença ali

-Estou, querida. Não precisa ficar preocupada toda vez que o médico vem me visitar -diz minha vó sorrindo como se aquilo fosse nada

-Está me pedindo algo impossível -digo me aproximando de sua cama

Meu avô sem dizer nada apenas sai do quarto para o seu dia de trabalho. Ele parecia estar chateado com algo

Me sentei na cama próximo a rainha. A encarando me lembro das palavras do médico: "Poucos dias"

É sempre a morte que refresca os nossos verdadeiros sentimentos por uma pessoa. Conhecia minha vó, sabia muito bem quem ela era, mas mesmo assim eu não queria a perder

Mesmo sabendo que a vida um dia acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém

Meu cérebro parou de funcionar. E é isso qua acontece quando pensamos e sabemos que iremos perder alguém né?

-Você não tem aula agora? -pergunta minha vó bem baixinho e rouca me encarando

-Tinha...posso ficar aqui com a senhora? -pergunto e minha vó apenas sorri

E me deitei sobre o seu peito e ela passou o seu braço pelo meu pescoço, me aconchegando ali

-Eu estou morrendo, minha pequena Maria...eu estou morrendo

Apartir daquele dia a rainha já não fazia mais nenhuma das refeições com a gente. As luzes de seu quarto sempre estavam desligadas não importava a hora. A rainha proibiu a entrada de qualquer pessoa em seu quarto, colocando até seguranças ali para não deixar ninguém além de meu vô entrar.

Nem mesmo Thomas entrava ali. Recebia agora as ordens que a rainha passava pelo rei

Óbvio que tentei entrar no quarto da rainha, mas não consegui. Eu queria a ver, queria passar esses dias com ela, mesmo que não fossem os últimos eu queria estar com ela e dividir as angústias e agonias

Ninguém sabia o que estava acontecendo. De frente a porta toda noite o pessoal começou a tentar escutar algo que os revelasse alguma coisa.

Meu vô também não andava bem. Andava calado e com os olhos distantes da realidade. Nunca mais vi um sorriso em seu rosto

Julie e Morgana não deram nem sinal de vida. Trocaram números de telefones, bloquearam as redes sociais, sumiram completamente do mapa. Isso me amedronta ainda mais. Essa coisa de ficar sem notícia me dá a impressão de que algo está sendo tramado detalhadamente e sem muita pressa

Já que Thomas não tinha mais nada para fazer ele passou a insistentemente pegar no meu pé, me enchendo de aulas. Era uma correria muito grande! Tinha milhares de provas, trabalhos, lição de casa...Eu não tinha uma folga se quer!

Ainda tinha as aulas extras e o treino para a competição. Carlos está empenhado em me preparar. Estamos treinando todos os dias seja debaixo de neve ou chuva!

Mas mesmo assim eu arranjei um tempo para cuidar daquela estufa abandonada do jardim. Era o que minha vó queria...ver aquilo lindo. Assim que ela melhorasse veria aquilo

POV HENRY

Fui surpreendido por Victor em meu quarto durante uma noite

-O que foi? -perguntei

-A rainha deseja lhe ver -diz ele que era um dos guardas daquela porta mais segura do mundo

-Sabe o que é? -perguntei me levantando da cama um pouco assustado

-Se você que namora a neta dela não sabe o que é, imagina eu -responde Victor saindo dali

Eu acompanhei até o quarto da rainha e ali entrei. Estava tudo muito escuro e só um abajour perto da cama clareava o rosto frigido da rainha

-Majestade -digo me curvando

-Se aproxime rapaz -pede ela e eu a obedeço -Durante aquele nosso jantar...você disse que o seu maior sonho para o futuro era continuar no exército aviliano

-Sim, majestade -digo sem entender o rumo daquela conversa

-Então -a rainha tosse -Robert está criando uma nova base do nosso exército na Cidade dos Milagres...posso lhe tornar capitão desse exército

-Eu iria adorar, majestade

-Mas é claro que nada é de graça

Engulo a seco minha saliva

-Eu estou morrendo, soldado...e a última coisa que eu não quero ver é minha neta com um plebeu. Termine isso que você tem com Maria e ganhe o que tanto deseja...

-É uma proposta tentadora, majestade...mas não irei fazer isso

-Rapaz, pense bem...não troque o seu futuro brilhante por Maria...por algo incerto

-Majestade...eu não vou fazer isso -digo caminhando para a porta

Mesmo no peito de morte a rainha não abandona a sua cisma

POV MARIA

Okay! Eu já estava pra explodir de tanta...de tanto ódio por não me deixarem ver a minha vó! Já fazia dois meses que a rainha não saia daquele quarto!

-Olha aqui! Eu vou entrar nesse quarto e você não vão me impedir! E se vocês me impedirem eu faço questão de socar a cara de vocês -digo parada na porta encarando Victor e outro soldado

Os dois soldados me deram passagem para poder finalmente abrir a porta

-Obrigado! Vocês são muito gentis -digo virando a maçaneta e entrando

-O...o...que você está fazendo aqui Maria? -escuto a voz rouca da rainha

-Ah! Oi dona Amélia! Ainda se lembra de mim?

-Minha doença não é alzheimer

-Que ótimo então! -digo caminhando para a sua varanda -Então vamos abrindo essas cortinas! Tá fazendo um lindo dia lá fora! Acredita que já parou de nevar? Temos a presença de um sol -digo abrindo os cortiçados e clareando todo o quarto

Consigo finalmente enchergar a minha vó. E depois de dois meses trancafiada ali ela parecia mais frágil do que já era. Sua palidez e magreza eram extremas!

-Maria, eu estou doente -diz ela espremendo os olhos

-Eu sei! Todos do castelo já sabem e eu acho pelo reino todo todo mundo já sabe -digo -Mas eu não esperava isso de você Amélia...como você pode deixar essa tal doença ganhar de você!? Te destruir dessa forma!? Pensei que Amélia d'la Chermont vencia tudo e a todos

-Eu não tenho muito o que fazer agora ...-diz minha vó em meio a uma crise de tosse

-Ah, tem sim! E vamos começar saindo dessa cama! Eu tenho que te mostrar uma coisa! Vamos viver o melhor dia de nossas vidas! -digo rindo -Ou vai dizer não a sua neta querida, estimada, apreciada, predileta, benquista...

-Ta bom! Tá bom! Já chega -diz ela finalmente rindo

Eu a ajudei a se sentar na sua cadeira de rodas

-Olha só! Já está até enferrujada -digo

-A cadeira ou eu? -perguntou a rainha me encarando

-As duas

-MARIA! -me repreende ela me fazendo rir

Eu a ajudei a vestir um dos seus vestidos novos, a colocar suas melhores joias e novamente amarrei um lenço sobre sua carequinha. Passei uma maquiagem suave nela. Ela sempre adorou maquiagem, não era agora que iria abandonar aquilo que era considerado como vício

-Sim estou sequestrando a rainha -digo ao abrir a porta

Nós finalmente saímos do quarto

-O que vamos fazer, Maria? -pergunta minha vó -Pra onde vamos?

-O seu coração ainda está bom? -pergunto conduzindo a cadeira

-Acho que si...

Sai correndo pilotando aquela cadeira em alta velocidade pelo longo corredor do castelo. Minha vó se segurava como podia, segurava também o seu vestido que esvoaçava e gritava desesperadamente meu nome, me fazendo rir

-A ESCADA MARIA! -grita a rainha desesperada

Noto que o fim do corredor estava próximo. Eu então viro a cadeira com tudo para que nós não caíssem os escada abaixo

-A senhora está bem? -pergunto correndo para sua frente para ver o seu rosto

Ela ria como nunca tinha visto, até perdia o fôlego em alguns momentos

-Acho que isso é um sim -digo também rindo aliviada

Pelo elevador descemos para o andar de baixo

-Primeira parada, café da manhã! Precisa estar com o buchinho cheio -falo estacionando sua cadeira em seu lugar

Lhe servir um suco, um pedaço de bolo e me sentei no outro canto da mesa

-Isso aqui fica tão vazio sem Edward -diz ela olhando para a cadeira onde ele sempre se sentava

-Vó...dia feliz...nada de ficar se lamentando. Tem um bolo na frente da senhora, não é permitido falar enquanto não comer essa gostosura

-Não sabia dessa regra -diz ela voltando a sorrir

-É da versão atualizada do livro "As tradições pitorescas e primitivas de Avilan" -digo rindo

Depois do café nós fomos até próximo do lago onde batia um sol quentinho

-Precisa botar o bronze em dia dona Amélia. A senhora está parecendo um palmito -digo rindo e estacionando a sua cadeira

Nós duas ficamos ali olhando para o lago que estava calmamente agitado pelo vento fraco que ali batia. Hoje estava um dia bem ensolarado e as folhas secas das árvores já começavam a cair, pois o outono iria chegar em breve

Peguei uma pedrinha do chão e taquei no lago a vendo quicar três vezes e depois logo a frente afundar

-Duvido a senhora ir mais longe -digo entregando a ela uma pedrinha

Minha vó me encara com um olhar zombeteiro pegando o cascalho de minha mão. Ela então joga levemente sobre a água. A pedra quica cinco vezes e bem mais a frente afunda

Eu a olhei desacreditada

-Não é só você que faz isso desde sempre -debocha a rainha rindo

Ela logo em seguida encarou a árvore que tinha os corações e as iniciais

-Eu não acredito que vocês já colocaram as inicias na nossa árvore -diz ela ficando um pouco nervosa

-Eu acho melhor a gente procurar outro canto pra ir -digo

Perto do portão enorme de entrada tinha um acumulado de jornalistas, que sempre estava ali aguardando algum flexe inédito. Alguns acompanhados até do povo que volta e meia paravam ali para curiar -risos

Minha vó com um sorriso no rosto instintivamente começou a acenar na direção da entrada. O povo é claro que começou a gritar feliz e contente. Minha vó já estava muito melhor. Não tinha nem comparação

Nós voltamos para dentro do castelo pouco tempo antes do almoço. Sim, ficamos um bom tempo lá fora jogando conversa fora. Minha vó me contava as suas bravura quando nova. Bravuras que nem eram tanta voos assim, mas pra época dela era o fim do mundo. Como por exemplo a vez que se formou com advogada, um escândalo!

-Lembro até hoje o meu pai dizendo: Advocacia Amélia! Isso é coisa de homem! Daqui a pouco vai querer até vestir calças!" -diz ela rindo

-E quando a senhora assumiu o reino...não aconteceu nada? -pergunto

-O povo só não foi contra porque eu e já era casada com Robert, e eles amavam Robert. O amam até hoje...se não fosse isso eu não assumiria o trono...isso vai aocntecer com você também Maria...prrcisa ter ao seu lado um homem com honra e prestigio

-Eu já tenho um vó -digo sorrindo a fazendo fechar a cara

-Maria...esse seu namoro com o plebeu não pode ir pra frente...

-O nome dele é Henry, vó...nós já conversamos sobre isso

-Eu nunca vou aceitar esse namoro...Nesses meus sessenta anos de vida esse é meu maior desgosto

Aquelas palavras tão cruas martelaram o meu coração com força

-Maria -ela ergue minha cabeça sua mão -Eu fiz de tudo pra te tornar a melhor mulher desse mundo...e sei que consegui -ela sorria

Entramos de volta no castelo e depois do almoço eu e minha vó tocamos algumas músicas no piano. Ela me ensinou mais uma música nova "Titanic: My Heart Will Go On"

-Ah! Eu amo esse música! -dizia meu avô se aproximando -Tocou no nosso casamento

-O dia mais feliz de minha vida -diz minha vó sorrindo e recebendo um beijo de meu avô

-Você não tinha que estar treinando para a competição, Maria? -pergunta meu avô

-Já estou indo -digo me levantando do banquinho do piano

-Não está se esquecendo de nada? -pergunta minha vó

-Tchau, até mais tarde? -pergunto franzindo a testa

-De mim, Maria!? Me leve para o seu treino! -pede ela e eu não tinha como recusar

Tomei a direção de sua cadeira

-Me leve com emoção -pede ela

-Com emoção? -pergunto rindo -Você que pediu -digo correndo com ela na cadeira pelo jardim. Minha vó gargalhava com as mãos suspendida sentia o vento bater nas pontas de seus dedos

Chegamos em questão de segundos no aras onde Edine já me esperava

Minha vó ficou por detrás da cerca observando tudo. Logo meu avô chegou também para acompanhar

Edine me trouxe Menry, em quem eu subi. Começamos os treinos pulando aquelas travas que ficavam cada vez mais altas. Menry parecia gostar daquilo e eu também. Era uma grande adrenalina que corria em minhas veias. Aquela sensação era ótima. Aquele formigamento na barriga...

Minha vó comemorava como se eu já estivesse competindo. Meu avô ensaiava uma dançinha da vitória, fazendo tudo ficar muito mais engraçado. Tomara que no dia da competição eles estejam com esse ânimo todo

-Acho que por hoje já deu né, seu Edine? -pergunto me aprixmando dele e vendo o por do sol já começar

-A senhora quem sabe, alteza -diz ele me ajudando a descer de Menry

-Vou estar torcendo por você naquela arena no dia da competição -fala minha vó empolgada como eu nunca vi -Quero ver você MASSACRANDO todos os seus adversários!

-Eita minha senhora! Se acalma aí! -digo rindo

-Podíamos trazer a competição aqui para o reino -diz minha vó super empolgada -Imagina só um monte de gente nessa arena, no estábulo, andando pelo jardim... 

-É...podemos ver isso depois -diz meu avô- Vamos entrando? 

-Antes eu preciso mostrar um negocinho pra vocês -digo abrindo a por tinha do aras e saindo

Agora era meu avô que conduzia a cadeira de minha vó, seguindo os meus passos. Atravessamos o jardim e fomos pra de trás das árvores. Os últimos raios de sol do dia atravessavam os vidros novos da estufa os fazendo brilhar

Do lado de dentro da estufa tudo estava renovado, pintado, limpo e plantado. Várias fileiras de rosas vermelhas, as favoritas de minha vó e no centro o seu formoso girassol

Minha vó quando viu aquilo tudo se emocionou. As lágrimas escorriam de seu rosto, mesmo o sorriso estando em seus lábios. Ela me estendeu os braços pedindo um abraço e lá estava eu novamente entre seus braços apertado

-A senhora gostou? -perguntei

-Eu amei! Isso é a coisa mais linda que eu já vi -diz ela ainda encantada com o lugar

-Está magnífico, Maria -diz meu avô -Agora entendi o porquê você esteve tão ocupada esse tempo todo -ele ri

Minha vó não queria mais sair dali. Ela andou por todos os cantos, cheirou todas as rosas. Só quando a noite chegou é que voltamos para o castelo

O jantar já estava sendo servido

-Vejo que está bem melhor majestade -diz Thomas abrindo a porta

-Foi o melhor dia de minha vida -diz a rainha atravessando a porta

Depois do jantar, na sala de estar meu avô colocou para tocar sua música favorita do Elvis "Jailhouse Rock" e chamou minha vó para dançar. A rainha, mesmo com dificuldade e com a ajuda de meu avô, se levantou e dançou junto com ele a música contagiante de Elvis. Eu assistia a cena deles balançando a cabeça de um lado pro outro. Meu avô era um verdadeiro pé de valsa

Escutei um assobio e ao olhar para o lado da escada vi Henry. Me levantei e fui até ele

-O que foi? -pergunto rindo

-Vai ter uma festa na cidade e eu queria te convidar para ir comigo -diz ele -Mas não quero atrapalhar esse seu momento com os seus avós

Olho pra eles que agora dançavam "Stayin a live" do Bee Gees, música de discoteca

-Eles não vão notar o meu sumiço -digo sorrindo para Henry

Segurei na mão de Henry e saimos correndo em meio a escuridão do jardim

A festa do reino era realizada pela igreja para arrecadar fundos para algumas instituições. Era tipo um São João

A cidade estava toda enfeitada, tinha várias barriquinhas de comida, carrinho de pipoca, algodão doce, churros. Tinha até um carrossel e uma mini montanha russa

Tinha muita gente participando nas ruas

Eu e Henry fomos em quase todos os brinquedos e comemos em todas as barracas possíveis

-Quero te ensinar a dançar essa música -fala Henry me carregando para o meio da roda

Era a música típica de Avilan, bem agitada dançada em meio a pulos, giros e batidas de palmas

Cansados nos sentamos no banco da pracinha, em frente a grande igreja do centro da cidade

-Eu não sabia que princesas podiam sair do castelo a noite -fala Henry me olhando

-Eu também não sabia...nunca me disseram nada -digo o fazendo rir

Henry cruza a sua mão na minha me fazendo sorrir

A noite estava estrelada com uma meia lua no céu limpo.

-Eu acho que pisei no pé de um senhor -falo

-Não se preocupe. Ele nunca mais irá lavar o pé -diz Henry

Enquanto ria, avistei de longe um dos soldados do castelo vindo correndo em nossa direção

-A...a....a rainha...a rainha -tentava dizer o soldado ofegante da corrida longa que tinha dado

-MINHA VÓ! -grito e corro desesperada para o castelo

-Espera Maria -pede Henry vindo atrás de mim

Corri para o palácio na velocidade da luz. Nos meus pés faltavam chão para pisar. Já imaginava o que tinha acontecido. Meu coração já me dizia por alto

Subi as escadas já chorando e abri a porta do quarto mais desesperada ainda

Meu vô está sentado do lado de minha vó, segurando sua mão e alisando o seu rosto

-Vó -falo me aproximando

-M..ma...maria...-fala ela frágil e baixo

Me ajoelho perto da cabiceira de sua cama

-Vó -falo com lágrimas nos olhos

-Você...você é como uma filha para mim...me prometa...prometa uma coisa para mim?

-Sim

-Prometa-me que se casará com um nobre. Que terá filhos com um nobre e que viverá eternamente apenas com um nobre -suplica ela no seu peito de morte

Olho para porta e Henry estava vendo aquela cena

-Vó, euvnão posso prometer isso -falo segurando suas mãos

-Prometa Maria PROMETA! -pede ela apertando minha mão -Prometa que não se casará NUNCA com um plebeu. PROMETA! Prometa Maria, prometa, prometa... -ela falava repetitivamente sem dar pausa, o que a deixava totalmente sem ar

Eu não poderia prometer aquilo. E Henry como ficaria? Henry era plebeu...se eu prometesse nunca poderia me casar com ele. Aquilo era uma promessa. Princesas não voltam com a sua palavra

Olho para minha vó e ela continuava a falar e agora já estava roxa sem ar

-PROMETA LOGO MARIA! -grita meu avô desesperado vendo a hora de minha vó partir

-EU PROMETO! -grito rápido desesperada -Eu prometo vó...

Ela volta ao seu estado normal, porém começa a tossir muito e tenta encontrar ar onde não tem

-Nobre Maria...nobre (tosse) case (tosse) com...um...nobre...

Ela para de tossir e fecha os olhos

-Vó? VÓ!!! -começo a balança-la -Vó por favor volta (choro) volta (choro)

Thomas sai correndo. Meu avô se desmancha a em lágrimas

A rainha tinha dado o seu último suspiro deixando o seu legado, o seu luxo, quem amava...

O dia seguinte amanheceu nublado e com chuviscos caindo a todo momento

Pelo mundo rodava a notícia da morte da rainha que por muito tempo foi considerada a mulher que lançava moda e sempre vivia bela

O castelo de Buckingham mandou suas condolências.

Todo o reino estava de luto. O povo se aglomerava em filas para poder dar o seu último adeus aquela rainha que fez tanto por eles, e que provavelmente muitos dali a amavam. Quase todas as pessoas do reino vinheram, alguns até de cidades longes. Eles, logo que se aproximavam, se curvavam num gesto eterno de soberania

Na sala do trono o caixão estava posto em aberto, debaixo de um grande lustre e sobre um grande tapete vermelho. A sala estava toda decorada com milhares coroas de flores vindo de tudo que é canto do mundo. Tinha arranjos de flores azuis (sua cor favorita) e compridas velas acessas

O rei todo vestido de preto acompanhava desde de cedo a despedida de sua amada, sentado em seu trono. Calado ele vez ou outra alisava o estofado do trono vazio da rainha. Não sabiamos o que se passava em sua cabeça, talvez um tristeza profunda

Maria, guardando toda a sua tristeza dentro de si, atravessou a sala de encontro ao seu avô

-O senhor está bem? -perguntou perto de seu ouvido

-Estou sim querida -responde o rei com olhos molhados -Vou ficar bem... -ele sorri amargurado

Maria se sentou num trono menor a direita do rei se recordando dos últimos momentos que teve com sua vó.

Se não fosse por aquela rainha talvez Maria ainda estivesse no Brasil, talvez não teria conhecido Henry, talvez todo essa sonho que vive não teria acontecido. Maria tinha acabado de perder alguém muito importante, uma pessoa que nem ela mesma sabia que iria fazer tanta como estaria fazendo

Perder alguém que você ama não se compara com nenhuma dor do mundo, essa dor não tem cura, essa dor não passa por mais que você tente tirar ela do peito. É como se arrancasse uma parte sua e enterrasse debaixo de sete palmos de terra. É uma dor dilacerante

Maria não suportando aquela dor e aquele ambiente melancólico, saiu correndo daquela sala até o piano. Se sentou e o abriu

Maria fez soar por todo o castelo a música do casamento dos avós. Uma melodia amargurada. As lágrimas escorriam de seus olhos até chegarem nas teclas. Henry chegou para abraçá-la

Depois de horas o caixão foi fechado e carregado pra fora do castelo

O cemitério ficava perto então foram todos andando em passeata com os moradores e rezando Ave Marias e Pai Nossos

O caixão desceu no buraco fundo com uma chuva de pétalas de rosa. A terra cobriu tudo e uma lápide foi posta

-Adeus vó -diz Maria pondo um girassol em cima do túmulo


Notas Finais


Mais um morte assombrou o castelo...

Hey! Não acredito! Vai sair sem deixar nenhum comentário? Eles são muito importantes para mim


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...