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História Uma ressaca de nove meses. - Boate (EDITADO)


Escrita por: MaryAckerman

Capítulo 2 - Boate (EDITADO)


Com Believe tocando alto o suficiente para fazer tremer meus órgãos dentro do peito eu continuo dançando e rindo de alguma coisa sem sentido enquanto Meliodas me acompanha, suas mãos quentes espalmadas em meus quadris me ajudam a manter o ritmo eufórico da dança sem me desequilibrar. 

Nem mesmo o cheiro morno de álcool que emana da pele das outras pessoas misturado aos perfumes já saindo e suor me atrapalham, rio quando Meliodas me puxa para mais perto e levo as mãos em seus ombros, sob o tecido levemente grosso da sua camisa social de botões consigo sentir os músculos rígidos e mordo o lábio inferior puxando-lhe para mais perto de mim.

O clima entre nós parece mudar imediatamente e graças a quantidade grande de álcool no meu organismo eu abaixo a cabeça e sussurro próximo a sua orelha:

- Por quê não saímos daqui?

Seu riso anasalado me arrepia e a mão que descansava em meu quadril desce até minha bunda e aperta com força a região.

- Meu carro está no estacionamento. - Ele diz rouco e segurando minha mão abre caminho entre a multidão para fora da boate.

[•••]

A primeira coisa que noto antes mesmo de abrir os olhos é a maldita dor de cabeça pulsante que me atormenta e dói próximo aos olhos, a outra é o gosto horrível de álcool e algo parecido com cebola crua. Provavelmente dos martinis que tomei durante a noite. Criando coragem eu solto o ar vagarosamente e abro os olhos piscando repetidas vezes pela claridade excessiva que vêm da porta balcão de vidro, espantada me sento na cama de uma vez por ter a visão periférica perfeita da cidade e abraço meu corpo nú com o lençol branco embolado aos pés da cama de casal.

- Droga! - Esfrego a mão na testa algumas vezes e olho em volta reparando que minhas roupas estão jogadas pelo quarto de hotel, minha carteira colocada no criado mudo começa a vibrar sem parar e irritada com o barulho tiro de dentro meu celular.

Várias mensagens de Elaine e Diane vão chegando de uma vez e eu suspiro abrindo uma ou outra, que são quase iguais.

Diane:

Elizabeth, estamos em casa. São seis da manhã, pelo amor de deus onde você está?

Elaine:

Ellie, por favor me manda uma mensagem assim que ler essa. Você sumiu de repente da boate.

Está viva?!

Reviro os olhos pelo drama delas e largo o celular sobre a cama, lutando contra a dor de cabeça tento me lembrar de algo da noite anterior que não seja a música alta e muito álcool, porém são lembranças confusas demais.

Ainda enrolada no lençol escorrego para fora da cama e arrepio de frio pelo chão gelado, no até meu vestido no chão eu travo apavorada e solto a roupa de cama que caí num montinho em volta dos meus pés. De olhos arregalados olho para o interior das minhas coxas e passo a mão pelo líquido incolor e aguado que escorreu de dentro de mim.

- MERDA, ELIZABETH! - Grito horrorizada e corro até o banheiro desejando imediatamente um banho.

Entro na banheira as pressas e ligo o chuveiro lavando várias vezes minhas mãos, sentindo-as sujas. Abro o lacre do sabonetes líquido e despejo uma boa quantidade esfregando meu corpo com força.

- Não acredito que fiz isso! - Fecho os olhos com força repudiando minha imprudência e negligência com minha própria saúde.

Vinte minutos depois saio do banheiro enrolada numa toalha branca fofinha e recolho as peças de roupa que estavam pelo chão, rapidamente me visto e deixo o quarto bagunçado cheirando sexo para trás. Com as bochechas queimando de constrangimento eu chego na recepção do hotel que conheço muito bem e sorrio tímida para a recepcionista.

- Vou pagar a conta do quarto 123.

- Já está paga senhorita Liones.

- O quê?

- O senhor Barcov pagou ao sair agora cedo, disse que quando a senhorita acordasse poderia pedir o café da manhã.

- Não, obrigada. Já estou indo.

- Não há de quê.

Balanço a cabeça numa despedida muda para Guila e saio do lobby zonza por tantas informações, na calçada no centro da cidade paro para respirar um pouco de ar puro e fecho os olhos por causa da luz do sol que bate diretamente no meu rosto. De cabeça baixa encarando meus pés continuo andando desviando dos pedestres até a farmácia mais próxima onde aproveito para comprar a pílula do dia seguinte.

[•••]

- Ellie?! 

Tirada dos meus devaneios no grito de Margaret eu derrubo o talher no prato de porcelana onde está minha macarronada praticamente intocada e praguejo porque o molho vermelho espirrou na camisa branca que estou usando.

- Oi... Oi. - Resmungo passando o guardanapo de papel na minha roupa. - O que foi?

- O papai está falando com você.

- Desculpe, o que disse pai? - Viro a cabeça para olhar meu pai que está na cabeceira da mesa, os olhos azuis ceruleos estreitados para mim.

- Você está bem filha?

- Sim... Só... Eu fui na boate chapéu de javali com minhas amigas e enchi a cara. - Constrangida aceno em descaso com a mão para ele que ergue a sobrancelha esquerda. - E estou de ressaca.

- Você mal sai.

- Ela insistiu e eu não pude dizer não.

- Isso é raro. - Verônica que estava em silêncio diz de repente me assustando. - Pensei que tivesse saído com o seu namorado.

- Vê, eu não tenho namorado. Já disse várias vezes.

- Está na plena flor da idade, Ellie. Precisa namorar e curtir a vida.

- Diz isso mas é só seis anos mais velha que eu.

- E sou noiva de um policial.

- E daí? Margaret é casada com o comandante do exército da Britannia e não me enche o saco pra casar.

- Meninas, já chega. - Papai intervém sério. - Deixem Elizabeth escolher o que quer, ela só tem vinte e dois anos.

- Obrigada, pai.

Sem fome e com o estômago revirando para pôr para fora o excesso de álcool que ingeri na noite passada eu deixo o guardanapo sobre a mesa e me levanto com cuidado, depois de beijar o rosto das minhas irmãs e do meu pai eu anuncio que irei embora.

- É cedo, Elizabeth.

- Eu sei que é papai, mas preciso encomendar mais tecidos para o meu ateliê e fazer algumas coisas em casa.

Novamente beijo a testa dele e sorrio carinhosa.

- Prometo que venho aqui logo.

- Tudo bem, se cuide.

- Vocês também.

Com a chave do carro na mão eu pego o elevador e enquanto espero ele ir para o subsolo mexo nas minhas redes sociais. Rio quando ouço um áudio de Diane gritando que sou desnaturada e aperto o controle para destravar as portas do meu jeep Renegade cor de chumbo.

Depois de prender o cinto de segurança eu coloco minha playlist para tocar e suspiro alisando o volante do carro.

- Ninguém precisa saber que fui pra cama com Meliodas Barcov. Ninguém vai saber que transei com um cara que só vi uma vez na vida.

Repetindo como um mantra eu saio do estacionamento e sigo em direção ao meu ateliê para desenhar os modelos de roupa da nova coleção.




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