Estou mais um dia indo de loja em loja, empresa em empresa e casa em casa, para entregar um mini currículo, na esperança de ter um emprego.
Passa das 4 da tarde, eu estou morrendo de fome e com muita dor nas pernas, não imaginei que seria tão complicado.
Decido então, publicar meu currículo pela internet, nem que seja para ser babá, ganhando bem e não sendo uma vagabunda de 23 anos, não formada e sem emprego, já estou no lucro. Após publicar o currículo, dou meia volta e vou a caminho de casa, afinal, estou precisando de um banho e um belo cochilo.
Estou no bairro de casa, ando cansada e sem olhar para onde vou, minhas pernas parecem não querer me obedecer. Sinto um leve empurrão e percebo que uma criança pequena, que aparenta ter seus 3 anos ou menos, acaba por esbarrar em mim e cai no chão. Me agacho a sua frente.
— Ei pequeno! Como está? —Pergunto preocupada, afinal ele veio correndo e pode ter se machucado.
— Estou bem!
— Como se chama? O que faz sozinho em uma avenida?
Ele me encara, talvez vendo se eu era uma pessoa confiável.
— Me chamo Shin... Eu tava fugindo do meu papai.
O pego no colo.
— Por que estava fugindo de seu pai?
— Papai parece não gostar de mim! Ele brigou comigo e com medo de apanhar, corri.
Dou um leve sorriso. Gosto de crianças, ainda mais as que são tão quietas e tímidas. Essas não dão trabalho!
—Sabe aonde seu papai está? — Ele concorda, porém não me deixa andar.
— Preciso te levar até seu pai Shin. Onde ele está?
— Na minha escolinha!
— A daqui do bairro? — Recebo novamente uma confirmação, e passo a caminhar até a pequena creche.
Vejo de longe um pequeno homem já nervoso, ele anda de um lado para o outro, junto com ele estão uma mulher e outro homem. Imagino ser o pai do pequeno Shin, caminho até ele.
— Prazer, me chamo Byeol Ho-Sook, encontrei esse mocinho ali na avenida, imagino ser pai dele.
Ele me encara e olha para Shin, está nervoso, mas ao encarar a criança, sua face alivia e ele suspira.
— Graças a Deus! Muito obrigado.
Ele pega o menino do meu colo e o coloca no chão em seguida.
— Papai estou com sono.
— Calado Shin, entre no carro, em casa vamos conversar!!
Shin concorda, mas antes de entrar, me dá um abraço.
— Obrigada por ser tão legal moça bonita!
Ele desmancha o abraço e entra no carro.
— Como posso lhe agradecer por achar meu filho moça ?
— Que isso, eu estava entregando currículo, e na volta para casa, eu e ele esbarramos, não precisa agradecer.
— Desculpe a indelicadeza, mas está a procura de emprego ?
Concordo. Ele olha levemente para o homem ao seu lado, me encara novamente em seguida.
— Eu estou a procura de uma ajudante geral para cuidar do meu filho e da minha casa, se estiver disponível, gostaria de lhe contratar, meu filho parece ter gostado de você.
Eu quero aceitar, gostei do pequeno, mas é o salário? Será que é suficiente? Se eu passar mais um mês sem pagar o aluguel, adeus apartamento!!
— Pagaria bem? Sem ser grossa, mas preciso de dinheiro.
— Darei o que uma ajudante geral ganha, mas posso aumentar um pouco se aceitar.
Repenso, não é bem esse o emprego que eu imaginava conseguir, talvez um de secretaria em uma empresa grande ou talvez de caixa em conveniência. O moreno a minha frente espera a resposta. É isso ou ficar mais um mês sem pagar aluguel e ter o Miguel no meu pé novamente.
— Aceito o emprego!
— Ótimo! Pode começar amanhã mesmo. Me passe seu contanto e mandarei a rotina de Shin para você.
Concordo. Após fazer o que ele pediu, faço uma reverência e volto ao meu caminho original, dessa vez, feliz e agradecida por ter esbarrado em Shin.
~ Mark on ~
Mais um problema resolvido. Encaro Lucy e Jackson.
— Satisfeito Jack? Já achei uma babá e ajudante. Agora pare de me encher.
— Lhe encher? Seu filho fugiu Mark, ele tem tanto medo de você que fugiu. Espero que mude sua postura, não estou mais reconhecendo meu amigo. Vamos Lucy, vamos Baek? — Diz, olha para o filho e esposa, que concordam e os três vão embora.
Essa conversa me deixa sem paciência. Entro no carro, e vejo que Shin dorme, respiro fundo e ligo o carro. Chego em casa, tiro Shin do carro e o coloco na cama.
Saio do quarto e vou tomar um banho, ao terminar vou para a cozinha e começo a preparar o jantar. Após um tempo vejo Shin aparecer e ir para a sala de estar, ele liga a TV e coloca em um desenho aleatório.
— Precisamos conversar Shin.
— Agora papai?
— Vá tomar banho e venha jantar , após o jantar, iremos conversar. Sem demoras no banho ouviu?
O filho não responde, apenas desce do sofá e vai até o quarto. Desde que Shin aprendeu a falar e pode se virar de certa forma sozinho, nunca mais o dei banho ou comida na boca.
Termino tudo e me sento no sofá para esperar meu filho aparecer, o que não demora a acontecer.
Jantamos em silêncio como se costume, terminamos e Shin se senta no sofá e eu vou lavar a louça. Termino tudo rapidamente e me sento ao seu lado no sofá.
— O que quer falar Appa?
— Foi muito errado o que fez Shin!! Pra que correu? Já pensou se fosse atropelado?
— Mas não fui papai! A moça bonita me ajudou.
— Não faça mais isso entendeu? Outra coisa, eu ficarei mais ocupado e não terei tempo para ficar em casa agora, então contratei uma babá para cuidar de você e de casa, amanhã ela virá então se comporte, não quero filho meu dando show de birra para as pessoas.
— Já entendi papai. Posso ir me deitar?
— Vá !
Ele se levanta e vai para o quarto. Shin sofre bastante na escolinha, seus amiguinhos o zombam por ele não ter mãe, mas o que posso fazer se ele matou a própria mãe?
Apago as luzes da casa e vou para meu quarto, mas no caminho, paro no quarto de Shin e abro minimamente a porta o vejo orando. Idiotice.
— Papai do céu, eu queria que papai gostasse de mim, ou me tratasse como o tio Jack trata o Baek. O faça gostar de mim por favor. Amém !
O vejo se deitar e fecho a porta indo para meu quarto.
Que menino bobinho.
Durmo rapidamente.
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