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História Uma Semana de Natal - 21 de Dezembro


Escrita por: anna_voeg

Notas do Autor


Boa leitura! ❤️

Capítulo 3 - 21 de Dezembro


CAPÍTULO TRÊS 

"I don't need to hang my stocking

There upon the fireplace" 

("Eu não preciso pendurar a minha meia

Lá em cima da lareira")


[Quarta-Feira, 21 de Dezembro]

 Na manhã de quarta-feira, quando se levantou da cama e caminhou até a sala, Sarah tomou um susto ao encontrar o lugar abarrotado de sacolas. Por um segundo, tinha esquecido completamente o que eram todas aquelas coisas. 

 No dia anterior, depois de passarem a noite no bar, Sarah e Connor esperaram juntos até que o comércio começasse a abrir. Já que tinham concordado em tentar comemorar o Natal, precisavam organizar tudo o quanto antes, afinal não tinham muito tempo. Por isso, foram os primeiros clientes das lojas locais naquele dia. Compraram tudo aquilo que julgavam ser necessário para decorar o apartamento. Ou até mais do que o necessário, já que foram pegando objetos aleatórios e jogando no carrinho, e sequer analisaram o que estava pegando antes de passarem no caixa. 

 Como não seria tão simples e viável deixar as duas casas em total clima natalino, depois de uma breve conversa, decidiram que fariam tudo na casa de Sarah, já que lá era onde havia uma lareira elétrica na sala, e eles julgavam que uma lareira tinha tudo a ver com o Natal, mesmo que não sendo uma tradicional, com direito a chaminé. 

A intenção era decorar toda a casa ainda na terça-feira, mas os dois levaram tempo demais nas compras e também estavam cansados, devido a noite em claro, por isso resolveram deixar tudo para o outro dia. 

 Sarah ainda estava encarando a pilha de compras no canto da sala, quando sua campainha tocou. Na hora, se assustou. Ainda estava de pijama e tinha acabado de acordar. Não era um bom momento para receber ninguém. Mas também não deixaria a pessoa esperando, por isso correu no quarto, vestiu o roupão e, enfim, foi atender. 

 — Bom dia, Sarah Reese — Connor saudou com um sorriso. — Estava dormindo? 

 — Eu, é… — ela se embolou em responder. Embora soubesse que ele iria em sua casa, afinal tinham combinado, ainda não tinha dado tempo para se acostumar com tal aproximação. Ainda mais algo tão repentino, como tinha sido no caso deles. 

 — Eu trouxe café — ele voltou a falar, desta vez levantando as mãos e mostrando dois copos de isopor. 

 — Desculpa, eu… Realmente acabei de acordar. Bom dia e muito obrigada pelo café. Pode entrar. 

 Connor entrou e fechou a porta atrás de si. Colocou os copos em cima da mesa de centro da sala e então voltou a encarar Sarah. 

 — Acho que se esqueceu que eu vinha logo cedo, certo? 

 — Não, não me esqueci. Mas acabei dormindo demais. Não pode me culpar, os meus horários de sono não costumam ser regulados. 

 — Eu sei, não se preocupe. Os meus também não são. 

 — Você se importa em me esperar alguns minutos? Só para eu tomar um banho e me trocar. Prometo que é rápido — ela disse um pouco envergonhada. — Pode se sentar e ligar a televisão, se quiser. 

 Assim ele fez, sentando-se no sofá e pegando um dos copos de café, o qual começou a beber. 

 — Pode ir, eu espero quanto tempo precisar. 

 E com essa deixa, Sarah correu para seu quarto. Assim como ela havia dito, não demorou muito até que estivesse pronta. Quando voltou para a sala, a bagunça parecia maior do que meia hora atrás. Connor tinha tirado todas as coisas das sacolas, e tentava organizá-las em diferentes grupos. 

 — Estou me perguntando quando foi que compramos tudo isso porque, de verdade, não me lembrava de termos pego tanta coisa — disse ela, chamando a atenção dele. Quando seus olhos se encontraram, Connor passou uns segundos a mais do que o normal observando Sarah, e ela pôde sentir o corpo inteiro formigar quando ele a olhou por inteira. 

 — Você fica diferente usando outros estilos de roupa que não são as que você costuma usar no hospital. E o cabelo solto desse jeito também combina muito com você, embora eu goste das suas tranças. 

 Sarah sentiu as bochechas esquentarem levemente. Não era como se aquilo fosse um elogio, nem um flerte. Connor apenas fizera um comentário gentil e amigável. Mas, mesmo que fosse só isso, ela não pôde conter sua timidez. Principalmente por perceber que ele estava reparando nela.

 — Obrigada, eu acho — respondeu, tentando soar o mais indiferente possível. — Poderia também falar sobre suas roupas, mas você sempre está bem arrumado. Até mesmo depois de longos plantões. Então não tem a menor graça eu dizer. 

 — Ninguém nunca me disse que continuo bem mesmo depois dos plantões.

 Sarah engoliu em seco, surpresa com si mesma por ter reparado aquilo. Pior do que isso: surpresa por ter tido a cara de pau de expor tal observação. Mas como já estava aberta a dizer verdades, respondeu: 

 — Mas você fica. É impressionante. 

 Numa atitude incomum, Connor sentiu-se envergonhado mediante tal comentário. Também não imaginava que alguém pudesse reparar nele daquela forma, principalmente sendo Sarah este alguém. 

 Os dois enviaram sorrisos tímidos um para o outro. E antes que um silêncio constrangedor tomasse conta da sala, Connor voltou ao assunto inicial. 

 — Realmente compramos muitas coisas. Veja só isso, temos três guirlandas aqui. Que eu saiba precisamos só de uma, não? 

 — Colocamos uma aqui na porta e você pode levar outra para colocar na porta da sua casa. Quanto à terceira… Não sei. Usamos no Natal do ano que vem. 

 — Olha só, Sarah Reese já está pensando no Natal do ano que vem. 

 — Não seja bobo — ela respondeu rindo. — Disse isso sem pensar. Ainda não estou convertida às comemorações de Natal, não se empolgue. 

 Ela o ajudou a organizar cada tipo de coisa em um canto da sala. Feito isso, iam começar a pensar em como fazer a decoração, quando Connor observou uma coisa. 

 — Vamos precisar sair. Melhor vestir uma roupa mais quente. 

 — O quê? Por quê? Temos muito o que fazer aqui, não podemos sair. 

 — Somos tão bons nessa coisa de Natal que esquecemos do principal: a árvore. 

 Foi inevitável não soltar um riso. 

 — Não posso acreditar. Certo, vou pegar um casaco. 

 Em menos de cinco minutos os dois já estavam no carro de Connor, prontos para irem atrás de uma árvore de natal. Rapidamente, Sarah procurou no Google um lugar próximo que vendesse árvores, e ao encontrar, dirigiram até lá. 

 O lugar era enorme, cheio de pinheiros, dos mais diversos tamanhos, cores e volumes. Connor e Sarah não faziam ideia de como encontrariam o ideal, mas estavam animados na procura. 

 O céu estava azul e um resquício de sol até ameaçava aparecer, porém as ruas continuavam cheias de neve e o ar era gelado. Foi isso que fez com que Sarah percebesse que tinha esquecido suas luvas. Ela sequer tinha dito alguma coisa e, de repente, um par de luvas foi colocado em sua frente. 

 — Toma, fica com as minhas. 

 — O quê? — disse encarando Connor. — Não, eu não posso aceitar. 

 — Eu que não posso te deixar com as mãos congeladas. Vai, pega logo. Eu estou bem, e posso usar o bolso do casaco se for necessário. 

 Envergonhada demais para discutir, Sarah aceitou as luvas pretas e as colocou. Involuntariamente soltou uma risadinha ao ver o tecido quase cair de sua mão, completamente desproporcional ao tamanho de seus dedos. 

 — Parece que estou usando um saco de batatas — falou levantando as duas mãos na altura dos olhos de Connor. 

 — Ninguém manda ter mãos de criança. 

 Ela fingiu estar ofendida com a provocação e, pelos próximos minutos, os dois ficaram se provocando com as coisas mais bobas possíveis. Era engraçado o quanto já se sentiam confortáveis em brincar ou falar qualquer coisa um com o outro, como se sempre tivessem sido próximos. Embora em alguns momentos ainda houvesse um receio ou certa timidez, esses sentimentos estavam diminuindo consideravelmente, levando em conta o tempo em que estavam juntos.

 Entraram no ambiente repleto de pinheiros e começaram a analisar um por um. Connor observou que as outras pessoas que também estavam escolhendo, analisavam de uma forma como se soubesse exatamente o que estavam fazendo. Por isso, ele se aproximou de Sarah e sussurrou

 — Você sabe como escolher a árvore certa? 

 — Ah, eu acho que já vi algo sobre isso em algum filme. Precisa ter folhas firmes e, é…

 — Você não sabe de nada — ele respondeu rindo da confusão dela, que estava mais do que estampada na cara. 

 — Ah, qual foi? Eu entendo de mentes, não de pinheiros — ela respondeu, rindo igual a ele. 

 De longe, Connor avistou um senhor que usava um uniforme e um crachá, e deduziu que ele devia ser um dos funcionários do local. Por isso, caminhou até ele, e Sarah foi atrás, sem entender o que ele pretendia fazer. 

 — Bom dia, senhor. Trabalha aqui? — perguntou, recebendo um aceno positivo. — Ótimo, será que pode nos ajudar a escolher uma árvore? Não entendemos muito bem do assunto. 

 — Oh, claro — o senhor respondeu animado, sorrindo para os dois médicos. — Aposto que são recém casados, não é? Os recém casados são os que mais ficam confusos na hora de comprar a primeira árvore para o Natal. 

 — Não, nós… — Sarah começou a falar, com as bochechas vermelhas e o nervosismo surgindo. Mas antes que conseguisse terminar sua frase, o senhor já estava a passos de distância, ocupado em procurar as melhores árvores do local, sem dar a mínima para o que ela tinha a dizer. 

 — Será mesmo que temos cara de pessoas casadas? Porque eu sequer penso em me casar nessa vida — Connor comentou. — Não é nada com você, Reese. Você entendeu, né? Estou falando no geral. 

 — Sim, claro — ela respondeu rindo. — Eu também jamais pensei em me casar. Sinto náuseas só de pensar. E, inclusive, acho que todos que olham para mim devem pensar o mesmo que eu: que sou totalmente “incasável”. Mas aquele senhor não deve ter limpado os óculos hoje.

 Connor riu, apesar de ter sentido vontade de retrucar sua fala. Talvez fosse só o seu ego sendo levemente ferido, mas ele não gostava de saber que pensar em um possível casamento com ele poderia lhe causar náuseas.

 Deixando o assunto para lá, os dois seguiram as instruções do senhor para escolherem a árvore. No final das contas, escolheram uma de galhos cheios, altura mediana e um tom de verde mais apagado. Por sorte, a caminhonete de cabine dupla de Connor facilitou no transporte da árvore até a casa de Sarah. 

 Quando se deram conta, já estavam em casa de novo. Foram tão rápidos que parecia que nem tinham saído dali. Com tudo que precisavam em mãos, eles já poderiam começar a decorar o local mas, na verdade, se encontravam parados um ao lado do outro, sem saber ao certo o que fazer. 

 — Desculpa, mas… Eu não sei por onde começar — Sarah disse, despertando Connor, que estava calado preso em seus próprios pensamentos. 

 — Tá… Isso é mais difícil do que pensei — respondeu ele. — Temos tudo que precisamos, achei que a parte de decorar fosse ser a mais simples. Acho que não temos o espírito natalino enraizado, por isso não sabemos o que fazer. 

 — O que você quer dizer com isso? 

 — Nos filmes, o que as pessoas fazem para entrar no clima do Natal? 

 — Sei lá, elas… cantam? Sempre tem muita música natalina nesses filmes. 

 Connor olhou para Sarah com um sorriso no rosto, como se ela tivesse acabado de dizer a coisa mais certa do mundo. Ela deu uns dois passos para trás, se afastando dele enquanto levantava as mãos como um símbolo de proteção. 

 — Não inventa. Eu não vou cantar. Não sei cantar. E se você começar a fazer isso, eu vou começar a rir e nós nunca vamos fazer essa decoração. Não estamos dentro de um filme natalino, por favor. 

 — Ficou maluca? Até parece que eu faria isso. Apesar que a ideia de ver você cantando me parece ser muito divertida. Mas realmente não podemos perder tempo rindo. Porém, não faz mal uma música tocada e cantada por um cantor de verdade, certo? Coloca aí, isso deve dar uma inspiração. 

 Meio a contragosto, Sarah pegou o celular e pesquisou no aplicativo de músicas um álbum só de músicas natalinas. Aumentou o som do viva-voz e apertou para reproduzir. O ambiente foi preenchido por aquele som típico, cheio de sinos e badaladas. Por um lado ela achava tudo aquilo um pouco exagerado, já que realmente estava se sentindo dentro de uma cena de filme, onde tudo parecia sempre perfeito. Mas, por outro lado, gostava da sensação de estar vivendo aquelas coisas. Era uma sensação de que o Natal podia ser real, e não só algo que ela via na televisão. 

 — Bem melhor, você não achou? — Rhodes perguntou, com um sorriso no rosto. 

 — Sim, bem melhor. 

 E, com isso, os dois finalmente começaram a mexer na decoração. Claro que demoraram bastante tempo até decidirem como fariam tudo. Onde deixariam cada coisa, o que usariam e tudo mais. Mas, em algum momento, tudo passou a se encaminhar perfeitamente. 

 A árvore estava em um dos cantos da sala, chamando toda a atenção para si. Com bolas vermelhas e douradas e diversos pisca-piscas de luz amarelada, ela ofuscava quase tudo com seu brilho. Nos pés dela, colocaram uns presentes falsos, só para dar uma ilusão de que o lugar estava recheado de entregas do tal Papai Noel. 

 — Não acredito que compramos presentes falsos. Essa é a maior futilidade que já vi — Sarah comentou segurando uma das caixas decoradas e incrivelmente vazias na mão. — Papai Noel nunca vai nos deixar um presente de verdade, porque vai ver tudo isso aqui e vai pensar que já temos presentes o bastante.

 Os dois sabiam que seu comentário estava cheio de ironia mas, entrando na brincadeira, Connor foi até a mesa de centro e pegou duas meias, sacudindo-as no ar. 

 — Ainda temos meias. Vamos pendurá-las na lareira e então o Papai Noel pode enchê-las quando vier. 

 — Sempre vi que ele faz isso com meias que têm nomes bordados. Essas não têm nada, vão passar despercebidas. 

 — Não seja por isso. Você tem papel, fita e caneta? 

 Sarah franziu as sobrancelhas, meio desconfiada, mas correu até o quarto e pegou em uma de suas gavetas tudo o que Connor tinha citado. Voltou para a sala e entregou para ele. 

 Em silêncio, Rhodes sentou-se no chão, pegou a tesoura que já estava com ele e cortou dois pedaços de papel. Escreveu o nome SARAH em um e CONNOR no outro. Depois, com a fita, colou um papel em cada uma das meias. Então mostrou para Sarah, como quem mostra uma obra de arte recém feita. 

 — Agora tem nossos nomes. Só preciso colocar os ganchos na lareira e então penduramos. 

 Ela estava sem reação, tentando entender o que se passava em seu interior. De um minuto para o outro foi como se tivesse mudado completamente de humor. Foi quando viu Connor se levantar e ir em direção a lareira que ela falou 

 — Não! — ele a encarou assustado. — Não vamos pendurá-las. 

 — Por quê? Eu sei que não ficaram boas, mas é o que podemos fazer no improviso. A menos que você saiba bordar ou… 

 — Não. 

 — O que foi, então? Você está preocupada com a sua lareira? Fica tranquila, Reese, os ganchos são colados e depois dá para tirar sem fazer estrago nenhum. 

 — Não, não é isso também. 

 — O que é? 

 — Não quero pendurar isso. 

 Ele notou que ela não estava mais em seu estado normal, que, embora ainda estivesse ali, seu brilho já não estava mais igual ao de cinco minutos atrás. Preocupado, Connor largou as meias no chão e foi até ela. Frente a frente, pôde ver os olhos castanhos de Sarah brilhando em lágrimas grossas, que estavam prestes a cair. 

 — Por que, Reese? — perguntou num tom baixo. 

 — Porque… Porque tudo isso é perfeito demais — ela soltou junto com todo o ar que estava guardando. — Me sinto uma boba por estar tão emocionada com tudo isso. Parece tão tardio ter o meu primeiro Natal típico agora. Tudo isso que estou sentindo devia ser sentido por uma criança e não por… alguém da minha idade. 

 Com cuidado, Connor a segurou pelo braço e a levou até o sofá, onde se sentaram lado a lado. Ele segurou as mãos dela e fez um carinho de leve. 

 — Você sabe muito bem que não existe idade certa para as coisas, não sabe? Você lida com dilemas distintos todos os dias, e sabe que todo e qualquer sentimento é normal e válido. Ok, talvez eu esteja dizendo bobagem e talvez você deva conversar com um profissional da área se estiver precisando de um conselho certeiro. Mas, na minha opinião de amigo, eu acho lindo que esteja se emocionando com isso. 

 — É só que… Temos três guirlandas perfeitas. Uma árvore perfeita. Presentes falsos perfeitos. A casa está iluminada de um jeito perfeito. E até as nossas meias são as mais legais de todas com esses nomes escritos de maneira tão estilosa. 

 Os dois não puderam conter a risada, já que as meias estavam longes de atingir o nível que Sarah estava dizendo. 

 — Nunca tive isso — ela voltou a dizer, num tom triste. — E sinto como se eu não pudesse ter. Que, se nada disso foi dado a mim antes, tenho que seguir assim. Sabe, na casa da minha mãe, onde eu cresci, tinha uma lareira de verdade. Com chaminé e tudo. Tinha vezes que eu a olhava e imaginava ela cheia de meias penduradas, e com muitos globos de neve decorando. Sempre adorei os globos de neve, mas nunca tive um. 

 Um silêncio se fez para que Sarah limpasse a garganta e preparasse suas próximas palavras.

 — Se a vida quis que eu tivesse tantas lembranças ruins do Natal, será que eu não deveria obedecer o ciclo? Será que não é errado eu tentar mudar isso e viver esse cenário recheado de coisas perfeitas? 

 — Não, claro não. Nada que é ruim dura para sempre, Sarah. Não pode durar — Rhodes respondeu segurando mais firme nas mãos dela. — Olha, você sabe que enquanto eu morava na casa dos meus pais eu tive a vida ajustada, com tudo milimetricamente perfeito aos olhos dos outros. Mas, para mim, perfeito mesmo é tudo isso que estamos fazendo. E eu posso até achar que não mereço, que devia estar preocupado com outras coisas, mas isso é egoísmo demais comigo mesmo. Não seja egoísta com si também. Eu estou me permitindo viver e sentir e, mesmo que em menos de dois dias, isso já tem me feito muito bem. Também me sinto um bobo, tal qual uma criança, mas é bom estar bobo por isso. É bom estar bobo junto com você. 

 Os dois se encararam profundamente, como se pudessem ver além das íris de seus olhos. As lágrimas grossas finalmente caíram dos olhos de Sarah, uma de cada lado, mas ela não se importou em limpar. Ao invés disso, se afastou de Connor para pegar as meias que estavam no chão. Levantou-as na altura do rosto e sorriu. Isso foi o suficiente para que Connor fosse até ela, também sorrindo, e pegasse a meia com o nome dele. 

 — Então vamos pendurar, não é? Vamos facilitar as coisas para aquele velho barbudo, para que ele não esqueça nossos presentes. 

 Sarah soltou uma gargalhada. 

 — Sim, vamos. 

 Num ato espontâneo, Connor passou o braço pelo ombro de Sarah e, juntos, os dois foram pendurar suas meias na lareira. 

 


Notas Finais


❤️


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