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História Uma vida juntos - Mas eu não quero ser bailarina!


Escrita por: Brunacsoares

Capítulo 21 - Mas eu não quero ser bailarina!


Emma estava muito ligada aos esportes ultimamente, era ano de olimpíadas numa das cidades que ela mais queria conhecer. Rio. Emma pulava de um lado para o outro sempre que chegava a hora de sentarmos na frente para vermos os jogos. Ela queria ser tudo maratonista, ginasta, nadadora, jogadora d futebol, basquete e vôlei.

-Imagina um dia eu nas olimpíadas - e saia correndo de um lado pro outro fingindo que era jogadora de handebol.

-Você pode ser o que quiser querida - digo enquanto olho, rindo, sua dança desajeitada pela sala.

-Mesmo?

-Mesmo - diz Ezra trazendo café e achocolatado para nossa filha - você pode ser uma cientista, uma nadadora, uma bailarina!

-Sim, todas as meninas fazem dança. Muito legal, podemos te matricular na dança, o que acha? - digo mais entusiasmada do que ela.

-Não! - ela diz e continua a correr.

-Não? - digo estranhando sua reação.

-Quero ser uma nadadora, eu gosto de água e eu posso ser bem boa - ela diz se ajoelhando na frente da TV - eu poderia ser tão boa quanto a tia Emily.

Natação é um esporte que requer muito, de tudo. Dos braços, das costas, das pernas. Não quero ver Emma que nem Emily, quando ela tinha algum tipo de lesão e ficava desesperada por não poder jogar, e, acredite se quiser, acontecia com muita frequência.

-Oh, querida, ser bailarina é bem legal. Eu já fui uma bailarina! - digo tentando a entusiasmar.

-Eu sei, mas todo mundo é. E eu não quero ser todo mundo - ela diz ainda olhando para a TV e eu parto ao meio. Eu fico destruída por perceber que por um minuto eu quis moldar a minha filha. Quis fazer ela ser algo que ela não é e não pretende ser. 

Eu morro de vergonha, não foi assim que me ensinaram, não assim que minha mãe me criou. Muito pelo contrário, ela me deixou fazer parte do clube da leitura e líder de torcida ao mesmo tempo, por que eram duas partes de mim que eu amava. Ela deixou eu pintar meu cabelo de rosa e usar roupas pretas e só roupas pretas por muito tempo, enquanto todos falavam, mesmo que não fosse isso que ela quisesse para mim, era o que eu queria ser. E ela me amava e apoiava por isso. 

-Aria? 

-Podemos procurar uma aula de natação, quem sabe você consiga competir - digo secando uma lágrima

-Jura? - minha filha de quatro anos pula de alegria.

-Juro, assim que o verão acabar vamos ver um lugar para você praticar. Mas o momento em que você deixar de gostar do que está fazendo, tem que nos dizer, ok? Não pode ficar fazendo algo que não a deixa feliz!

-Prometo, mamãe! - ela pula em mim me beija e sai correndo.

Sinto os olhos de Ezra colados em mim, ele sorria, por Emma, mas não sabia o que dizer para mim. Eu não conseguia olhar para ele, tinha muita vergonha de mim pelo o que eu fiz. Ele apenas coloca a mão no meu ombro e espera.

-Eu tentei moldar ela Ezra, eu... tentei... mudar a Emma - digo já soluçando - eu não fui criada assim!

-Aria... shi.. está tudo bem... tá tudo bem.

-Eu sou uma mãe horrível...

-Oh, querida, não. Iria olha para mim - ele diz e o encaro - você... eu não tenho nem palavras para dizer o que você é! Você é atenciosa, atende todas as necessidades da Emma, você é incrível. Você não tentou moldar ela, você deu uma sugestão.

-Uma sugestão baseada no que eu queria que ela fosse, mesmo ela me falando que queria nadar, eu insisti e ela mesma disse que eu falei que ela poderia ser o que quisesse, a mesma pessoa que disse isso estava a impedindo de ser o que ela quer ser. Me diga, como eu posso ser uma boa mãe fazendo isso?

-Um erro não define um caráter, Aria. Você sabe, melhor do que ninguém disso. Você corrigiu o seu erro, você a deixou feliz, Aria olhe bem para ela. Você não cometeu nenhum erro, você mostrou para ela quais são as opções e que ela pode e deve fazer o que desejar e se ela não quiser ser mais tudo bem também, por que tudo está bem. Mas, sim, temos que deixar ela ser, ela saber quem ela é e darmos todas as possibilidades para que ela descubra esse caminho. Mas nunca, nunca mesmo repita que você é uma péssima mãe, por que eu Emma e Mel não vamos aceitar isso.

Passo a mão na minha barriga tinhamos descoberto semana passada que teríamos outra menina, Emma não sabe, mas estamos planejando uma maneira de contar para ela.

-Obrigada, Ezra.

-Não agradeça, tipo nunca mais, por eu lhe falar isso, por que é a minha função. Eu amo você, eu nos amo e isso é o que importa



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