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História Uma vida numa Lembrança Perdida - Diversão


Escrita por: Clara-kane

Notas do Autor


Como prometido, mas não se acostumem

Capítulo 14 - Diversão


— Irritou tanto o diretor que quase foi expulsa. Mas o professor Sandie ficou tão animado com o seu saquê que implorou para relevasse e fez você participar do time de vôlei e entrar nos clubes como castigo.

— Foi ótimo, pois nos conhecemos assim, mas um erro terrível para o time. — comentou Ayumi após Eri. — Quando chegou o dia do treino, ele notou que foi apenas um golpe de sorte e a convidou a se retirar do time.

— A expulsou, praticamente. Nunca vi alguém tão feliz ao sair de um time.

Kagome aínda ria, mesmo sendo mais contido. Sabia que tinha feito aulas de natação e até participara de uma competição. Agora vôlei, era uma coisa que não se via fazendo. Quem diria que se conheceram por causa de uma bolada que ela dera na cara do diretor e ele a colocara em detenção e em quase todos os clubes como retaliação? 

— Aqui, meninas. — Nara voltou para a sala com uma bandeja com refrigerantes e pipocas.

Assim que Kagome estava oficialmente de alta do lado de fora do hospital com a sua mãe conversando com Sesshoumaru enquanto a mesma encarava descaradamente o médico. Ela tentava encontrar mais das semelhanças além das óbvias diferenças entre o chefe do hospital ao protetor da criança em seus sonhos. Será que toda vez que conhecesse alguém ela nomearia os personagens da aventura noturna que sua mente criava? Até sonhara com as garotas quando que lhe visitara no dia anterior, mas estavam no meio de uma lanchonete e conversando sobre uma festa.

Como se elas estivesse sido chamadas, as mesmas garotas apareceram e Kagome imediatamente foi para o lado de Sesshoumaru, se ele havia lhe intimidado quando o viu pela primeira vez, esperou que tivesse o mesmo efeito com aquelas garotas. Um perfeito engano, pois foi arrastada para um abraço coletivo e barulhento. Por mais que estivesse ansiosa em conhecer tudo e saber quem fizera parte de sua vida, ela não podia negar era um pouco estranho ter esse tipo de amizade pegajosa. 

Então, quando descobriram que Kagome ia para casa resolveram passar a noite com ela. E ali estava ela na sala de estar de sua casa com garotas animadas mais do que dispostas a mostrar o quanto era querida através de histórias compartilhadas. Risos e falatório ecoando por cada canto da casa.

Kagome tomou um gole de um refrigerante enquanto escutava mais estórias até o cair da noite e levaram a conversa para o quarto. Do qual foi até a madrugada chegar.

Olhos grandes e dourados parecidas de uma águia surgiram na escuridão do lado de fora da janela do quarto, eles eram firmes e perspicazes enquanto encaravam os seres adormecidos espalhados nos futons no chão, mas apenas um tinha sua total atenção. A vontade de brincar sempre falou mais alto do que a perspicácia de se manter escondido, afinal fazia meses que não a via e séculos na última vez que interagiram entre si. Seus cães de guarda nunca a deixara sozinha.

Por que não atiça-los?

Ele entrou em seu quarto pela janela aberta e ficou sobrevoando sobre a miko. Parecia tão fácil, era só enfiar as garras afiadas e cortar a pele para pegar o que era seu, mas que graça teria? Ela sofria apenas alguns segundos ou até seria indolor, ela poderia acordar no susto agonizante e lhe ver só para saber que foi ele a causa de sua morte, mas ela não saberia do porque. 

De alguma forma apenas ela merecia saber que foi ele quem a derrotara, deveria se lembrar do seu corpo caindo, definhando, não mais a caminho da perfeição, o reiki ao seu redor o destruindo, o purificando, acabando com aquilo que achou nunca ser capaz. A visão aterrorizante que ela lhe deu e era por isso que invadiu o quarto dela no meio da madrugada e forçar a sua memória.

Kagome provou que ele era subestimavel e fez isso várias vezes.

Ela escapava de tudo, uma garota de sorte e de fibra, isso não podia negar, com o tempo ela foi juntando aliados que a colocaram sobre proteção. Isso a tornou ainda mais irritante.

Sempre soube de sua fraqueza e atingia de todas as maneiras. Mas ela lutava para superar os obstáculos. Será que esse foi o seu erro? Brincar com ela enquanto a fazia sofrer mais e mais. Lhe dar motivos de enfrentá-lo.

Mas assim a transformá-la numa adversária a altura e era até excitante além de ser frustrante. Kagome o instigava a se superar como fazia com ela. Um erro de fato, mas como poderia provar que ele conseguia chegar a supremacia se ninguém poderia detê-lo? Ela era a única que podia purificar a joia, nem mesmo Kikyou podia mais, único obstáculo real. Mas desta vez seria diferente.

Seu toque em sua testa era tão leve, parecia que era uma brisa de inverno na garota adormecida. Deu uma respirada profunda analisando o aroma, foi só para ter certeza, se é que tinha dúvida. Ela cheirava a poder puro, imaculado, como se tivesse sido enviada pelos Kamis. 

Foram tolos.

— Terei o enorme prazer em profanar a sua pureza de todas as formas possíveis. Irá desejar nunca ter retornado. — permitiu que seu youki viesse a tona e imediatamente sentiu o dela correspondendo em curiosidade, mas logo ficou arisco como se o corpo já conhecesse. Era fascinante ver a memória do corpo. Forçou a sua energia sobre a dela, atacando-a e isso arrancou um choramingo agitado. Seu sorriso aumentou quando sentiu ser cercado do lado de fora do templo. — Devo partir agora, Kagome. Não posso o deixar esperando, sabe o quanto InuYasha é impaciente.

Kagome ficou mais agitada em seu pesadelo quando ele tocou gentilmente os fios afastando do rosto sofrido. O som do coração em disparada e a respiração agitada a ponto de ser confundida com hiperventilação foi como uma música suave para ele.

— Foi bom revê-la. Mal posso esperar pelo o nosso próximo encontro.

Logo ele escutou rosnados, praticamente debaixo da janela, não era apenas InuYasha que estava a ponto de invadir a casa. Num piscar de olhos desapareceu do quarto e foi se divertir um pouco. 

Kagome acordou sufocada olhando para todos os lados procurando algo anormal pelo o cômodo levemente iluminado, até entre as meninas estavam em seu sonos profundos. Mesmo não aparecendo, ela tinha a certeza que algo estava errado. Decidiu que era coisa de sua cabeça, apenas impressionada pelo pesadelo e usou a tranquilidade do quarto para se obrigar a respirar fundo e relaxar para ver se conseguia dormir novamente e quem sabe voltar para as suas aventuras fictícias. Era melhor do que sonhar com aranhas medonhas.

Entretanto percebeu que era uma tarefa difícil, algo lhe dizia que ela deveria se mexer, o coração disparado não se acalmava por nada. Se sentia angustiada e energética. Decidiu levantar e ir para o quarto da mãe, ela sabia como lhe acalmar.

Se levantou e nas pontas dos pés, Kagome foi desviando dos corpos adormecidos, então simplesmente parou e olhou para janela aberta. Um uivo ecoou entre as árvores e o vento estranho invadiu o quarto, por mais tenebroso que o cenário fosse. Era ali que estava a sua angustia, era ali que ela deveria ir.

— O que foi isso? — Ayumi perguntou com a voz assustada olhando para a mesma direção que Kagome.

— Um lobo.

— Mas os lobos estão extintos aqui. Como pode ter em Tóquio?

— Precisam de mim. — disse Kagome finalmente saíndo do quarto.

— O quê? Espera, Kagome!

Ela as ignorou enquanto corria para a escada e foi para a porta, abrindo as trancas apressada. Não sabia explicar, algo lhe puxava. Sentiu alguém segurar seu braço para lhe impedir em continuar, mas ela conseguiu desviar e finalmente, abriu a porta. Saltou os degraus restante e correu para o bosque ao lado do templo. Inconscientemente, implorando que esteja bem o que é que a tivesse lhe chamando.

Esbarrava em alguns galhos caídos ou raízes expostas, escutava sua mãe e amigas lhe chamando, mas não parou. Caso dê-se uma olhada por cima dos ombros, veria pares de lanternas a seguindo, mas ela tinha a sensação de continuar, que tinha chegar o mais rápido possível para ajudar.

O vento mudou de direção numa tentava inútil de empurra-la, tornando o lugar mais quente. Um estrondo veio junto com o tremor de terra a obrigando a parar e se segurar num tronco mais próximo. O coração disparou aínda mais martelando em seu ouvido, o que estava acontecendo era um mistério que lhe dava ideias das mais loucas à mais lógica. Como uma árvore apenas caira e, na mais fantasiosa, o bicho papão resolveu dar um passeio. Então veio mais uivos e grunhidos, altos e bastantes próximos desta vez a deixando em alerta. Em seguida, um riso soou, era tenebroso e maléfico, esse som lhe deu mais medo do que os outros em que estava cercada, a fazendo pensar seriamente a voltar.

Mas não fez, aquilo que a puxava estava próximo e fraco. Criou coragem e determinação colocando o medo de lado e voltou a correr, usando todo o seu esforço. Parou assim que encontrou lobos de pelugem escuras com olhos brilhantes olhando diretamente para ela. O mais alto estava em posição de ataque, mostrando os dentes afiados, e atrás dele tinha uma coisinha com algo gosmento e escuro ao redor do qual, só podia imaginar ser sangue. Era aquela coisinha que estava pedindo ajuda

— Fica longe dele! — gritou dando um passo, mas não ousou dar outro assim que deram um passo também. Não tinha nada na cabeça para justificar o motivo de enfrentar uma pequena alcatéia com as mãos vazias, mas ela estava alí pronta para descobrir.

Um assobio veio entre as árvores e os lobos uivaram de volta antes de desaparecerem no breu. Uma surpresa bem vinda, Kagome se aproximou rapidamente e ficou de frente da coisa ferido olhando em volta com cautela, pensando que poderiam voltar, ao estar certa de que foram embora. Ela se virou e viu que se tratava de um gatinho, curvou até que seu rosto estivesse tocando o chão e bem próximo do gato, olhando diretamente em seus olhos de cobre escuro.

— Não se preocupe mais. Ninguém irá te machucar. — sussurrou recebendo um miado com resposta.

Passou a mão delicadamente na pelagem clara e escura, evitando as feridas. Soltou um suspiro ao percebendo que o gato relaxou em seu toque.

— Vou te levar para casa. Vou cuidar de você.

Soltou um riso baixo quando a língua áspera lhe tocou no nariz. Levou esse gesto com concordância. Se preparou para pega-lo com cuidado e se desculpava todas as vezes que um miado infeliz soava até que o gatinho estivesse acomodado no seu colo.

— Vamos para minha cas...

— Kagome!

 Ela se virou e viu sua mãe e as amigas aparecerem. Pareciam ofegantes e aterrorizadas, principalmente a matriarca. 

Nara largou a lanterna assim que viu a filha e a segurou nos ombros procurando rapidamente por qualquer machucado ou ferimento. Vendo que estava ilesa colocou uma expressão severa no rosto, algo que raramente possuía. 

Claro que ela sabia que a filha se mantinha em muitas situações perigosas quando ia para o passado, mas sempre teve esperança que ela ficaria bem com InuYasha e os outros ao seu lado. Com a sua última vinda, ela estando desmemoriada e tinha passando por situação quase morte, isso instigou o seu lado materno ao extremo.

— Nunca mais faça isso! Nunca! Eu não posso te perder! Não de novo. Entendeu?

Kagome olhou assustada para a mãe e assentiu, esperando acalma-la. Tentou imaginar o que ela havia passado ao logo dos anos para ter aquele nível de desespero.

— Desculpe. Eu... Eu tinha que...— falou envergonhada e olhou para o gatinho nos braços. Não sabia como explicar suas ações, apenas tinha que ir.

— Vamos para casa e cuidar de Kirara.

Queria questionar como sua mãe sabia do nome do gatinho, mas segurou a língua ao notar que ela ainda estava nervosa. Então se permitiu ser guiada com um silêncio tenso e grosso grudando na pele como o suor com as amigas as seguindo, deixando para trás os inúmeros pares de olhos que as vigiavam.

— O que aconteceu, Shippou?

— Naraku esteve aqui, entrou no quarto de Kagome. Ela não estar segura aqui, mesmo com nós por perto.

— Onde estar InuYasha?

— Estar o procurando com Anko e Iwka. Mas não sinto a energia de Naraku em nenhum lugar.

Ambos olharam para a casa, para a janela da sala de estar, do qual viam a matriarca limpando os ferimentos de Kirara na mesinha com Kagome a auxiliando e as outras apenas as observando. Eles não esperavam que Naraku iria agir tão descaradamente. 

Na verdade, até que estava demorando para mostrar a cara.

De repente, Kagome olhou através da janela, cruzando olhar ignorante a eles. Procurando na escuridão, depois de alguns segundos, voltou a ajudar a mãe em enfaixar Kirara.

Eles tinham que tira-la dali.



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