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História Ume — A Paixão De Kakashi - (REESCRITA) — De Adultos Para Adolescentes


Escrita por: Thay-27

Capítulo 7 - (REESCRITA) — De Adultos Para Adolescentes


Fanfic / Fanfiction Ume — A Paixão De Kakashi - (REESCRITA) — De Adultos Para Adolescentes

Mais uma noite em claro.

Olhar para o teto do meu quarto se tornou um péssimo exercício, finalmente de folga e eu não consegui pregar os olhos. Um infortúnio.

Quando eu finalmente poderia fugir de toda a tensão e de todo aquele estresse dos dias trabalhados, eu simplesmente não consegui descansar.

O sol já tinha nascido quando me levantei pensando em todos os encontros que já tive e comparando com um único beijo não premeditado. 

Não tinha como esquecer, talvez eu nunca mais me esquecesse dele.

E enquanto me arrastava para a cozinha conclui que nenhum deles chegou perto do que o Rokudaime me fez sentir.

Me apoiei no balcão e esperei a vontade de tomar nem que fosse um mísero chá para acalmar minha ansiedade borbulhante, e dali encarar o grande prédio Kage e todo o monumento atrás dele. 

Mas nem isso meu corpo queria.

Tudo por culpa dele. Cretino. Me fez passar a noite em claro lembrando de cada segundo do que aconteceu, cada mínima respiração.

Ele deveria estar zombando de mim agora, rindo de toda a situação que eu me colocou, sabendo que agora eu estava em suas mãos, e ele estaria certo.

Tudo me fazia lembrar dele e tudo nele me enlouquecia, mentalmente, fisicamente… eu estava à mercê. Isso já era um fato para mim. Eu teria que pegar meus pequenos cacos assim que ele realmente olhasse para mim, quando percebesse que eu não era nada parecida com as mulheres que ele costuma ter.

Eu não devia me apegar, mas se meu coração nunca me ouviu, porque faria isso agora?

Então comecei a me esquivar e a me recolher, o que não era difícil. Tudo sempre durou muito pouco. Só que dessa vez foi diferente, eu não tive tempo de pensar. Eu não sabia que acabaria pensando demais nele, como poderia? Eu não imaginei nem mesmo que ele sequer olharia para mim, quanto mais se aproximar dessa forma.

Talvez fosse ingênua demais, nem mesmo amigos eu tinha e para mim estava bom. A grande maioria das pessoas eram Shinobis ou faziam parte de alguma coisa que envolvia muito de suas vidas e eu nunca tive o coração forte, suportar a perda de alguém era duro demais. Então me preocupar apenas com meu trabalho era incrível, sem mortes, sem choro, sem dor de qualquer tipo. Pelo menos era assim antes de aceitar aquele cargo.

Decidi por não fazer o chá, meu dia passaria rápido e eu sabia que nada poderia tirar as lembranças da minha cabeça. Então, como uma boa e preguiçosa mulher, passaria o dia comendo alguma besteira do mercado enquanto lia algo da minha estante.

Ótimo plano.

Talvez eu tenha ficado horas olhando para aquela maldita prateleira, pensativa demais para decidir algo, olhando para o refrigerante de cola e uma linda garrafa brilhante de saquê. Era uma dúvida cruel, diga-se de passagem. Eu já sabia o que levaria para casa, mas o simples fato de sentir a dúvida entre um e outro era prazeroso, mesmo sabendo que o saquê venceria.

Engoli a cara de culpada e levei minhas compras até o caixa, o moço piscou para mim quando passou a garrafa brilhosa e sorriu. Ele também sabia que eu não escolheria o maldito refrigerante de cola, eu passava por aquele caixa em todas as minhas folgas. Não me espantaria se um dia ele já estivesse com a minha sacola feita e pronta para pagar.

Corri para casa como eu corria pelos corredores do prédio Kage, em casa eu aproveitaria minha doce folga afogada dentro de um lençol jogada no sofá. Só o fato de não precisar encarar ninguém me trazia felicidade suficiente para não ligar para os programas repetidos que passavam.

Além disso, eu tinha toda a companhia que precisava. Uma garrafa linda e comida industrializada suficiente para não precisar cozinhar, seria um dia perfeito! 

Guardei tudo rápido no armário e corri para começar a colocar meu plano em prática, sofá, lençol e saque. Com a visão privilegiada da tv e do prédio Kage. Derreti nas almofadas. Os rostos estampados ocupavam quilômetros na rocha, rosto dos que foram destinados a proteger a vila que vivi toda a minha vida.

Mas por um momento senti falta da minha sala, mesmo que Shizune tenha razão de querer me fazer descansar por passar tempo demais trabalhando, eu gostava daquilo. 

Mas eu precisava ter aceitado essa folga?

Eu sabia que sim, minha mente zombou de mim mostrando todas as vezes que precisei fugir do Hokage. Por vergonha, por medo. Eu tinha medo de olhar nos olhos límpidos e negros dele, medo de ver meu reflexo ali a ponto de me perder e nunca mais me encontrar.

Mesmo assim eu senti falta de estar lá, olhando o prédio do meu sofá, eu queria, mesmo que separados por diversas salas, estar perto dele.

Suspirei algumas vezes e mordi o lábio, liguei a tv e mesmo zapeando os canais me perdi no último rosto esculpido na rocha. 

Eu o vi sem máscara e ele me beijou, isso não podia ser real. Não tinha a possibilidade de isso ser parte da realidade que eu vivia, mas então a lembrança continuou e veio a parte que eu fugi dele. De novo.

Que vergonha.

Como eu conseguia passar por esse tipo de situação sendo uma mulher adulta, dona da minha casa, da minha vida... e essa mesma mulher não conseguia olhar para o próprio chefe. 

Era patético!

Esse mesmo chefe que eu deixei me beijar, me segurar. Foi antiprofissional e eu não podia deixar que isso voltasse a se repetir, seria doloroso demais me apaixonar por ele e saber que ele poderia ter quem quisesse a qualquer momento, ele era o Hokage, um herói de guerra. 

Toda essa situação me fazia ter um grande alarme na cabeça piscando em vermelho: PERIGO.

Merda.

Bufei chateada e usei o resto das forças que me sobraram para abrir a garrafa. Era difícil não pensar nele e em como eu gostei do seu cheiro, do jeito como ele ronronava meu nome toda vez que o pronunciava...

— Eu realmente preciso beber. — Resmunguei tomando do próprio gargalo, minha vida já estava difícil demais para me preocupar com a etiqueta.


[...]


Meu corpo convulsionou por causa do susto, eu não sei se era por causa do sono pesado ou se era por causa do barulho infernal que ficava se repetindo na minha porta. Pelo menos eu suspeitava que vinha dali. 

As batidas repetidas fizeram minha cabeça doer e meu corpo reclamou da má posição no sofá. Já estava escuro e pelo jeito, eu tinha dormido ali mesmo depois de acabar com aquela garrafa.

— Por Kami! Já estou indo! — Berrei e me arrependi amargamente, minha garganta queimou enquanto eu tentava me equilibrar em pé, o que foi uma péssima ideia. — Aí! Mas que merda!

Tropecei na quina da mesa de centro que eu tinha em casa e me desequilibrei por causa do alcool, minha queda no chão fez um barulho estrondoso no apartamento escuro e eu gritei de dor.

Minha porta pareceu que foi arrebentada de seu batente, ela bateu contra a parede e me deu a impressão de ter sido estilhaçada. Não tive tempo de me mover e nem de reagir a aquela invasão repentina, a luz que foi acesa me cegou e meu corpo foi tirado do chão rápido demais para que minha mente lenta pudesse acompanhar.

— Droga, Ume! Como consegue ser tão desajeitada? — Minha perna machucada foi erguida e apoiada na mesa, mas eu ainda estava cega demais para conseguir abrir de verdade os olhos.

Mas eu conhecia aquela voz...

Só podia ser uma ilusão do álcool. 

Uma linda ilusão preocupada demais para permanecer parada.

Ele correu pelo meu apartamento e voltou com o que parecia minha toalha de rosto nas mãos, úmida, ele a passou por todo o machucado que eu tinha conseguido abrir na minha perna.

Por Kami, como eu era uma idiota desajeitada!

Mas mesmo em choque, forcei meus olhos na direção dele e peguei a maior quantidade de ar que eu conseguia.

— O que faz aqui? 

Ele pareceu pensar por longos minutos, pelo menos por todo o tempo em que limpou o sangue que escorria da minha perna e então ajeitou uma das almofadas para depois colocar a minha perna em cima dela. 

Eu nem sabia se ia conseguir ouvir sua resposta, meu coração parecia batucar nos meus ouvidos.

— Tenho uma lista sobre isso. — Ele disse passando a parte seca da toalha para estancar o sangue. — Primeiro desloquei seu ombro, em seguida te beijei sem pedir sua permissão. Achei que o mínimo que eu podia fazer era vir conversar com você, já que eu não tive essa oportunidade ainda.

Eu corei e provavelmente era tão visível quanto o sangue que estava manchando minha toalha de rosto. Ele respirou fundo e coçou a nuca, parecia tão sem jeito quanto eu estava.

Me examinou de cima a baixo e se sentou em uma das poltronas perto da tv, um espaço bom para que eu não sentisse seu perfume como quando ele estava perto.

Um ponto positivo para a minha sanidade.

Eu mordi o lábio enquanto tentava pensar em qualquer coisa decente para dizer, mas ele continuava me olhando, esperando algo que eu não conseguia decifrar.

— Eu... eu... Obrigada... — Soltei em apenas um suspiro desajeitado, minha habilidade de falar com ele era nula.

— Bem, era o mínimo...

— Rokudaime, eu... — Tentei, mas ele me cortou se ajeitando na poltrona.

Tão comum. Ele estava comum, sem seu uniforme de Hokage, sem sua bandana. Comum. De camisa cinza lisa e calça larga, mas ainda de máscara, parecia que tinha acabado de sair do banho.

Então eu suspirei quando ele começou a falar.

— Acho que depois de tudo o que passamos, você poderia começar a me chamar pelo meu nome. Talvez... — Ele disse coçando o queixo por cima da máscara.

Eu também perdi a habilidade de respirar quando um leve rubor apareceu um pouco acima da máscara.

Kami, me socorra...

Tentei buscar dentro de mim diversos modos diferentes para respirar, mas quem disse que eles existiam? E ele estava ali, esperando que eu dissesse alguma coisa.

— Obrigada pela preocupação... Kakashi... — Testei seu nome uma outra vez, era estranho dizer em voz alta. — Mas estaria no escritório amanhã cedo, poderia ter esperado.

— Tem toda a razão, mas... não tive a oportunidade de falar sobre o que aconteceu na minha sala, ter feito aquilo daquela forma, sinto que passei dos limites com você e eu não queria que voltasse ao trabalho e me evitasse.

Eu ergui as sobrancelhas. 

Espantada e chocada. Eu provavelmente o evitaria, mas não por causa disso. Evitá-lo seria uma consequência da minha própria vergonha, não por culpa dele. Além disso, ele estava sendo gentil comigo desde que comecei esse trabalho, educado e atraente… 

Soquei minha própria cara mentalmente.

— Eu... — Era sempre tão difícil falar com ele, tão difícil elaborar respostas coerentes quando aquele par de ônix estavam fixos em mim. — Mesmo que eu quisesse evitá-lo, não poderia, sou uma de suas assessoras e se isso vier a acontecer… não é culpa sua, quero dizer… — Queria dizer que era culpa dele sim, mesmo que não fosse, era culpa dele ter me deixado perdida... — E sim da minha ti... timidez, quero dizer... respeito o senhor, afinal, é meu chefe.

Ele respirou fundo e apoiou os cotovelos nos joelhos, curvado em minha direção. Tão sério que eu poderia desmaiar com a intensidade daqueles olhos.

— Só por causa disso? O que sentiu em minha sala foi culpa da sua timidez? 

Ele sorriu, estava se divertindo as minhas custas outra vez!

Cretino

— Por favor, não faça isso… você é meu chefe e…

— Sou seu chefe dentro do escritório, Ume e não foi uma coisa que eu escolhi. — Ele me cortou rápido. Eu engoli a saliva com dificuldade e ele então continuou. — Me tire apenas uma dúvida, pode ser?

Senti meu corpo gelar e o machucado na minha canela nem mesmo doía mais, uma tensão dolorosa caiu sobre meus ombros naquele momento. Mas eu assenti com a cabeça dando a ele a permissão que precisava para fazer a tal pergunta.

Kakashi se posicionou ainda mais para a ponta da poltrona e sem que eu estivesse pronta para isso, puxou a máscara de uma vez.

COMO ELE PODIA SER TÃO CRETINO ASSIM?

Era um golpe tão sujo, tão baixo e tão cruel! Ele sabia muito bem que a vila inteira. INTEIRA. Queria saber, queria ver como ele realmente era! E foi tão simples tirar ali? No momento em que eu estava prestes a pedir que ele fosse embora e não brincasse mais comigo…

E em vez de dizer a ele exatamente o que eu precisava, como uma tola, suspirei vendo o quão bonito e envergonhado ele estava.

Eu me odiava infinitamente por ser tão fraca.

E eu poderia passar horas a fio perdida olhando para ele.

— Muito bem… — Ele coçou a nuca e eu poderia jurar que um rubor começou a tomar conta daquele rosto, o mesmo rosto que estava esculpido no monumento. — Existe a possibilidade, por menor que seja, de que eu possa ter você? 

O que?

Eu fiquei piscando enquanto ele mostrava estar certo do que dizia. Talvez eu tenha perdido minha alma nesse meio tempo, talvez eu até mesmo estivesse morta e tudo isso fosse apenas uma visão feliz pós morte.

O mesmo Shinobi que era conhecido entre as nações, herói da quarta guerra e atual Hokage, estava sentado na minha poltrona perguntando se podia me ter. Simples assim….

Eu só podia estar enlouquecendo. Ou talvez morta… 

É, eu estava morta.

— Eu... e... — Que voz? Gaguejos e tropeços em palavras saiam da minha boca na boba tentativa de respondê-lo.

— Ume, quero que entenda que está tudo bem se não é o que quer. Basta me dizer e eu prometo que não tentarei mais, só que… desde que te beijei, não consigo parar de pensar em você.

— Não... não é isso... — Um nó estava preso na minha garganta e falar era doloroso. — Roku... Kakashi... — SE CONTROLE, IDIOTA! — É que... o que eu poderia oferecer a você? Aposto que você poderia ter quem quisesse, e eu sou apenas sua assessora…

Cavei minha própria cova.

Nunca gostei de ter casos rasos, sempre me limitei a isso e comparada as mulheres que já vi perambulando pelo prédio altas horas da noite, ele não tinha motivo nenhum para me querer.

Eu não podia mais olhar para ele, não depois do que eu tinha dito. O gosto amargo da auto repulsa inundou minha boca, a vergonha me engoliu ferozmente.

Ele riu.

Como o homem que comanda toda uma vila pode rir como se o que eu disse não fosse nada demais? A poltrona fez barulho acusando que ele tinha se levantado, Kakashi se sentou na beirada da minha mesa de centro com o lábio inferior entre os dentes.

Me leve Kami, por favor…

— É o que te impede de me dar uma chance? — Ele se aproximou mesmo com todas as minhas tentativas falhas de afastá-lo. — O que te faz pensar isso?

Eu era uma tola e com aquela proximidade dele, não dava para pensar. 

Eu me senti tão envergonhada que precisei desviar o olhar e abaixei a cabeça para conseguir.

— Eu... Sinto muito…

Mesmo assim ele não foi embora e devagar ergueu meu queixo com as pontas dos dedos. Tentei negar algumas vezes, mas desisti e deixei que ele pudesse ver a verdadeira vergonha que eu estava sentindo.

— Se não me quiser, Ume, vou entender perfeitamente. Basta me empurrar e saberei que não sou o que quer, mas, se alguma parte de você achar que sou bom o suficiente para poder te ter e então decidir que mereço essa chance… Vou aproveitar cada segundo que me der.

Eu explodi e ele roubou meus lábios com uma delicadeza que eu não esperava. Suavemente colocou os dedos escondidos nos fios da minha nuca e os segurou com cuidado, então eu desabei e desisti daquela guerra sem sentido. 

Abracei o pescoço dele e me deixei levar por aquele beijo. Ele sorriu nos meus lábios e murmurou antes de voltar a me devorar.

— Vou interpretar isso como um sim.



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