História Una Nuova Possibilità - Epílogo

Meses depois...

–E então, contem como é essa vida universitária. – Miguel disse animado nos olhando rapidamente.

Eu e Matteo nos entreolhamos e sorrimos. Miguel e Mauricio tinham ido nos buscar no aeroporto e estávamos indo para Buenos Aires. Alguns meses tinham se passado e era feriado então nós aproveitamos para vir visitar nossos pais.

–A vida é muito boa, pai. – sorri. –Estamos sempre ocupados e às vezes é bem cansativo, mas nunca fui tão feliz.

–Verdade... E estamos pensando seriamente em sairmos dos alojamentos e irmos morar juntos. – Matteo falou.

Mauricio nos olhou sorridente, mas vi Miguel franzir o cenho apesar dele estar olhando fixamente para a estrada enquanto dirigia.

–É uma boa ideia, vocês já procuraram algum lugar? – Mauricio perguntou.

–Vimos alguns pequenos, mas confortáveis apartamentos perto da faculdade, e nada caros também... Apesar dos estudos serem puxados eu e o Matteo conseguimos emprego em um barzinho lá perto e da um bom dinheiro. – nós estávamos nos organizando ainda, mas realmente queríamos muito morar juntos. Nossa rotina era uma loucura e tínhamos que nos virar para conseguirmos ficar um tempo sozinhos, já que nos fins de semana era quando mais trabalhávamos, e morando juntos teríamos mais tempo para nós dois.

–Se precisarem de alguma ajuda financeira não hesitem em falar conosco. – Mauricio disse.

–Obrigado pai. – Mauricio sorriu.

Miguel se remexeu e suspirou.

–Confesso que não é muito agradável imaginar minha filhinha morando com o namorado, mas vocês sabem que também podem sempre contar comigo. – ele disse por fim.

–Obrigada mesmo pai, por tudo. – sorri e Mauricio gargalhou.

–Miguel os dois estão na faculdade e a Luna não é mais sua filhinha, já é uma mulher. – ele provocou.

–Você diz isso, mas também é assim com as gêmeas. – Miguel resmungou.

–To vendo que as coisas não mudaram muito por aqui, esses dois continuam os mesmos. – Matteo sussurrou em meu ouvido e eu ri lhe dando um selinho. Era bom estar de volta.

Fomos para a casa do meu pai, onde um almoço já nos esperava... Eles tinham comprado a comida pronta e estava uma delicia.

Almoçamos e conversamos muito. Eu estava com saudades do meu pai.

Depois do almoço Matteo foi para o haras com o pai, iria rever os amigos, e combinamos de nos encontrar mais tarde.

–Vocês passam o tempo todo juntos, nem vai dar para sentir saudades. – Mauricio falou enquanto ele e Matteo saíam.

–Um segundo longe da Luna é como uma eternidade, pai. – Matteo sorriu me abraçando com força.

–Eu já estou com saudades. – ri recebendo seus beijos.

Quando Matteo e Mauricio se foram, eu entrei em casa para ajudar meu pai a arrumar a cozinha.

–Não, deixa isso aí, você precisa descansar um pouco. – ele falou me puxando para a sala e nos jogamos no sofá.

–Eu estava com saudades daqui. – confessei e ele sorriu. -E com saudades sua pai.

–Eu também estava morrendo de saudades, querida, mesmo nos falando todos os dias por telefone. – ele me puxou para mais perto e me aconcheguei em seus braços. –Mas estou muito aliviado em ver o quanto você está bem e feliz.

–Isso eu estou mesmo, a faculdade é incrível e estar com o Matteo torna tudo muito mais perfeito, apesar de eu ter descoberto que sou bem ciumenta. – revirei os olhos e ele riu. Aquela era uma grande verdade, Matteo fazia o maior sucesso e eu tinha que ficar de olho naquelas garotas abusadas.

–E como está sua relação com a sua mãe? – ele perguntou um pouco mais hesitante.

–Na mesma... – suspirei. –Ela me liga e conversamos um pouco, mas ainda é complicado, Matteo diz que com o tempo as coisas vão se acertar e também acho assim, nós duas já conversamos e agora só preciso que essa mágoa passe, mas às vezes acho difícil voltar a confiar nela.

–Eu sei que nunca vou conseguir realmente perdoar a Lilly ou esquecer tudo que ela fez, não comigo, mas sim com você e sua irmã... Mas ela é sua mãe, sei que te ama mais que tudo, então dê tempo ao tempo e as coisas vão se ajeitar. – ele acariciou meus cabelos e eu assenti sabendo que ele estava certo.

–Acho que um dia ela ainda vem aqui te procurar e visitar o túmulo da Sol, é o que ela sempre diz. – sussurrei.

–Também acho, sei que esse dia vai chegar, mas não me sinto preparado ainda e acho que nem ela. – ele murmurou.

–E como você está se virando aqui sozinho? – perguntei querendo mudar de assunto e ele riu.

–Eu me viro bem, Luna.

–Tem noticias do Simón? – perguntei.

–Ele está na faculdade, não o vi mais... Mas converso com os pais dele e eles disseram que ele ainda sofre, mas está melhorando. – ele sorriu levemente e eu fiquei feliz por saber que, mesmo sofrendo, o Simón estava seguindo em frente... Era isso que todos nós estávamos fazendo!

O dia passou bem rápido, eu tomei um banho, dormi um pouco e quando acordei Matteo estava chegando e trazendo pizza para o jantar.

Comemos juntos em frente à TV, depois ficamos mais um tempo conversando, mas Miguel trabalhava cedo no dia seguinte e logo foi dormir. Matteo e eu resolvemos ficar um tempo na varanda, ele iria dormir aqui comigo, meu pai já tinha se conformado.

–Se pararmos para pensar foi aqui que tudo começou entre a gente. – ele observou.

O olhei chegando mais perto dele e assenti.

–Verdade, foi aqui que conversamos pela primeira vez... Depois de você ter praticamente fugido de mim. – provoquei.

Ele gargalhou e me puxou para seu colo.

–Parece que foi há anos atrás e ao mesmo tempo às vezes parece que foi ontem.

–Sim... – concordei enquanto acariciava seu rosto. –Eu não fazia ideia do quanto minha vida iria mudar quando resolvi vir para cá.

–Nós dois estávamos perdidos, não é?! – ele murmurou e eu assenti.

–É, mas então nos encontramos. – sorri. –Eu te amo tanto, Matteo e me sinto tão completa com você ao meu lado, às vezes, na verdade muitas vezes eu ainda sofro pela morte da minha irmã, as mentiras da minha mãe e tudo que aconteceu, mas então olho para você aqui ao meu lado e percebo o quanto tive sorte.

–A sorte foi minha por te encontrar num momento em que eu estava tão destruído... Seu amor é que me deu forças para seguir em frente amor e eu sei que será sempre assim. – ele segurou meu rosto me olhando nos olhos. –Eu te amo.

Sorri como uma boba, como sempre faço quando ele se declara assim. Aproximei mais nossos rostos ao mesmo tempo em que embrenhava meus dedos em seus cabelos. Matteo passou um braço ao redor do meu corpo e sua outra mão foi para minha nuca. Nos olhamos nos olhos e sorrimos até nossos lábios roçarem... O beijo começou lento e cheio de ternura, mas como sempre acontecia, foi ficando mais voraz até nos roubar completamente o ar.

–Vamos entrar. – Matteo disse se levantando comigo em seus braços.

Ele me carregou até meu quarto e depois de trancarmos a porta nos deitamos em minha cama e fizemos amor sem pressa, desfrutando de cada toque, cada olhar, beijo e carícia... Nossos corpos se entrelaçavam e estremeciam de prazer... Os gemidos foram abafados por beijos cada vez mais enlouquecedores... Fazer amor com Matteo era sempre sublime, fazia eu me sentir a garota mais especial e sortuda de todo o mundo.

Mais tarde ficamos deitados aconchegados um no outro, trocando beijos e caricias e conversando baixinho.

–Vamos passar o dia no haras amanhã? – Matteo perguntou.

–Vamos sim, estou com saudades de lá. – e infelizmente depois de amanhã já teríamos que voltar. -Mas antes eu vou querer ir ao cemitério levar umas flores para a Sol, tudo bem?

–Claro, também quero ir. – ele disse. -Miguel parece estar bem melhor.

–É sim e isso me deixa bem mais tranquila. – o olhei, já sentindo o sono me dominar.

Mas o som do meu celular anunciando nova mensagem nos interrompeu.

–Deve ser Lilly. – suspirei me esticando para pegar o celular na mesinha ao lado da cama.

Era ela mesma, perguntando como eu estava e como meu pai estava também. Respondi dizendo que estávamos todos bem e logo eu voltaria.

–Acha que está na hora de vocês terem outra conversa? – Matteo perguntou quando guardei o celular e voltei a me aconchegar nos braços dele.

Desde aquele dia onde ela foi nos encontrar no aeroporto nós duas só nos encontramos mais duas vezes e foi tudo muito rápido.

–Não sei... Eu amo minha mãe, sei que ela também me ama e se preocupa comigo, assim como eu me preocupo com ela... Talvez esteja mesmo na hora de termos mais uma conversa, tentar começar a acertar as coisas. – suspirei e ele me abraçou com força.

–Eu sempre estarei ao seu lado e vou te apoiar em qualquer situação.

–Eu sei, meu amor... Obrigada.

–Não precisa agradecer... Faço isso porque te amo. – ele sorriu me puxando para cima do seu corpo e me beijou.

O sono que estava chegando sumiu no mesmo instante em que Matteo me beijou e começou a acariciar meu corpo... Nos amamos de novo e de novo, pela noite inteira. Quando fomos dormir já devia estar perto de amanhecer e eu me sentia feliz e plena como só me sinto quando estou nos braços do Jacob.

(***)

Me ajoelhei em frente ao túmulo da Sol e deixei as flores que tinha trazido.

Um sol tímido aquecia a sempre tão chuvosa aquela cidade e eu me sentia em paz.

–Vamos? – Matteo sussurrou e eu assenti. Estávamos há um tempinho ali no cemitério, mas tínhamos combinado de almoçar com Mauricio no haras e já estávamos atrasados.

–O dia hoje está lindo... São raras as vezes que fica assim aqui nesse lado da cidade... A Sol adorava. – Matteo murmurou enquanto saíamos do cemitério de mãos dadas.

–Ela deve estar feliz. – sorri levemente.

–Sim, ela com certeza está feliz. – ele me puxou para mais perto.

–Quando tivermos nossa primeira filha vamos chamá-la de Sol, o que acha? – falei e ele riu.

–É uma ideia maravilhosa... Mas já está pensando em filhos?

–Não precisa se assustar, será bem mais pra frente. – revirei os olhos.

–Imaginar ter filhos com você não me assusta Luna, muito pelo contrário, eu vou amar ter uma família com você. – ele me beijou.

–E nós vamos morar aqui em Buenos Aires, ou talvez lá no haras, nossos pais vão deixar nossos filhos mimados e Lilly poderá vir nos visitar...

–E seremos felizes para sempre. – ele disse e eu o empurrei.

–Você não está me levando a sério. – resmunguei.

–É claro que estou, amor... Eu também imagino nosso futuro assim, é o que mais quero e é o que vamos ter. - estávamos já na frente do carro e ele me ergueu me girando e me fazendo rir.

Tínhamos tantos planos, tanta coisa que ainda queríamos realizar, eu não poderia saber se conseguiríamos mesmo realizar tudo isso, mas desde que Matteo estivesse sempre ao meu lado tudo ficaria bem.

    FIM