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História Unbroken (temporariamente em edição) - Mutação irregular


Escrita por: DELPH

Capítulo 3 - Mutação irregular


Fanfic / Fanfiction Unbroken (temporariamente em edição) - Mutação irregular

 

POV DELPHINE

Tudo começou quando eu tinha apenas 7 anos, eu era apenas uma criança com sonhos de algum dia se tornar alguém como qualquer outra criança. Nunca consegui entender o motivo de diariamente ver diferentes versões de mim, com semelhanças nos mínimos detalhes, mas em famílias diferentes. Essas garotas, toda semana passavam por uma série de testes que mostravam dados sobre a sua saúde e as mudanças recorrentes do seu crescimento.  Uma dessas garotas era Aurora Luft, Aurora era uma versão de mim mais valente, mesmo tão nova, ela tinha muita garra e coragem de se opor aos procedimentos que a recomendavam. Eu até entedia seu ponto de vista, nosso tratamento era diferente das demais e sem algum motivo especifico, principalmente nela, que não vivia nesse meio.

Após alguns anos tomei conhecimento que todos esses testes faziam parte de um estudo focado na prevenção de doenças no nosso DNA, que devido as condições que havíamos sido geradas, era um DNA diferenciado. Isso respondia algumas das minhas questões, mas não todas. Eu sempre busquei saber o porque de mim e Aurora ser tratadas de maneira diferente. Mas a resposta foi curta e confusa, eles queriam saber porque éramos tão diferentes, por que nossos testes tinham resultados diferentes. Mas nem tudo era verdade.

 Aos 12 anos Suzan resolveu abrir o jogo e revelar que na verdade eu e Aurora éramos falhas de um processo de clonagem, no projeto original todas as clones estavam programadas a nascer idênticas, com uma proteína que retardasse o processo de envelhecimento, mas no nosso caso, após dez dias de gestação, o embrião que daria a vida para apenas uma de nós dividiu se em dois e por algum motivo, rejeitou esta proteína da juventude, nos tornando diferentes das outras e gêmeas idênticas.

Após algum tempo, essa proteína passou a manifestar falhas, afetando a área do hipocampo, fazendo com que as clones aos poucos fossem perdendo neurônios, ocasionando a doença de Alzheimer na maioria delas. Essa doença se manifestou principalmente na faixa etária de 12 a 20 anos e trouxe muita preocupação ao Dyad. Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, foi proposto um tratamento paras os clones que apresentassem os sintomas, tendo total aprovação dos responsáveis pelas garotas naquele tempo.

Mas comigo e Aurora era diferente, eles estavam trabalhando em cima de uma cura permanente das outras clones por meio das nossas características biológicas. Eu até concordei com a ideia, tendo em vista que tornaria a vida de todas as minhas irmãs melhor, mas Siobhan repudiou totalmente esta ideia. Siobhan foi a barriga de aluguel que carregou a mim e Aurora devido Suzan ser infértil. Inicialmente o trato era Siobhan manter a gravidez até o final e após entregar as crianças ao instituto Dyad para que recebessem o devido tratamento, mas ao final, Siobhan pegou tanto afeto que negou nos entregar a Suzan. Após anos de negociação e acordos, foi decidido que apenas uma seria entregue ao Dyad, no caso eu, e a outra fosse criada por Siobhan pra fora da cidade, mas recebendo todos os cuidados e tratamentos pelo Dyad. E assim foi por um bom tempo.

 

Nesse período Suzan me matriculou em uma escola, foi um tempo muito difícil para mim tendo em vista que eu não era tão acostumada com tantos rostos diferentes do meu.  Suzan via minha dificuldade de se relacionar com os demais e resolveu me inserir em uma escola científica. Foi lá onde conheci Grace.

Grace era filha da dr. Marion Bowles e do Dr. Moroe, donos da neoevolução, uma das clinicas mais famosas de procedimentos estéticos e cosméticos com efeitos radicais. No inicio foi um pouco desafiador manter a relação com Grace, mas com o tempo nossa amizade apenas fluiu. Grace era a melhor pessoa para se conviver, ela era esperta e carismática, não media esforços para fazer alguém sorrir em um dia ruim. Nós usávamos as mesmas roupas na escola, fazíamos tatoos falsas com o nome uma da outra, mantínhamos o mesmo estilo de cabelo quase sempre e debutamos juntas. Apesar de algumas coisas serem bastante melancólicas, naquele tempo era legal, melhores amigos discutiam após sair com a gente, eles queriam ter uma amizade como a nossa.

Assim que completei 17 anos, fui informada da morte da primeira clone por complicações cerebrais. Foi um choque pra mim saber que todo aquele esforço estava sendo em vão visto que o estado das clones estava indo de mal a pior. E foi aí que eu cometi o maior erro da minha vida. Relatei a Grace o que havia acontecido, expliquei detalhadamente que ela era melhor amiga de uma clone, e que as clones estavam morrendo devido a complicações provenientes da proteína do rejuvenescimento aplicado nas ovários antes da fecundação. No momento Grace entendeu e deu a maior força.

O que eu não contava foi com o que vinha depois, após alguns meses, conheci Tate, Tate era mais meu amigo do que qualquer coisa. Eu estava ciente que socializar apenas com Grace não estava mais sendo o suficiente, eu necessitava conhecer novas pessoas e ter experiências novas. Mas Grace não entendeu bem assim e deixou claro que não aceitava que nossas vidas fossem diferentes.

Inicialmente não me espantei tanto, levei como se fosse apenas ciúmes de amigas já que havíamos nos afastado um pouco nos últimos dias. As coisas começaram a ficar mais tensas quando Grace cismou em culpar Tate e as clones por nosso afastamento. Com Tate ela apenas discutiu, mas com as clones ela cometeu um erro terrível falando para Marion e dr. Moroe sobre a proteína rejuvenescedora presente das células das clones.

Isso foi o inicio de uma guerra entre o Dyad e a neoevolução, no início a neoevolução fazia acordos limpos com as clones em troca da permissões para estudar tratamentos estéticos usando suas células tronco, mas após algum tempo, a neoevolução, sobre nova direção e no ápice do sucesso dos tratamentos, passou a sequestrar muitas de nós e matar sem deixar rastros. Essa guerra terminou ano passado com a queda da neoevolução, mas de qualquer forma a população continua a nos perseguir em busca da perfeição estética, algumas de nós optarão por intervenção cirúrgica enquanto outras passam a apenas se esconder até os dias de hoje.

Mesmo com toda repercussão negativa, após de ter perdido seus dois pais e todo o patrimônio proveniente da neoevolução, Grace não aparentou remorso e seguiu com toda aquela obsessão possessiva, mas agora ela também me culpava por todas as suas perdas.

Desde quando Grace conseguiu um emprego no Dyad, surgiram boatos de um possível relacionamento amoroso entre nós duas, o que de fato nunca foi real.

E nunca será, graças a Grace, hoje temos nossos rostos estampados em revistas alegando que somos um milagre da estética, somos tratadas como se fossemos menos que ratazanas e temos uma vida ameaçada. Ainda depois de anos desses acontecidos, não tive coragem de contar a Suzan sobre a responsável por tudo isso pois carrego o peso da culpa.

Pelas minhas irmãs, nunca perdoarei Grace.

 



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