História Unconditionally Love - Turning Pages

Caroline

 Estava me arrumando para mais um dia de trabalho, confesso que o meu trabalho poderia ser bem cansativo ás vezes, mas eu não poderia estar mais feliz por trabalhar em uma das empresas mais renomadas do mundo no ramo do jornalismo, o New York Times.

 Klaus diz que eu deveria procurar um emprego onde eu canse menos, mas eu me sinto bem onde estou. Quer dizer, graças ao meu emprego eu pude comprar o meu próprio apartamento em Manhattan. Nele também viajo toda hora para fazer reportagens, e por mais que não sejam viagens de lazer, eu já conheci pelo menos um pouquinho de várias cidades do Estados Unidos, onde eu venho conhecendo pessoas maravilhosas e fazendo ótimas amizades.

- Bom dia – Klaus gritou batendo a porta de entrada – Trouxe café!

- Poderia pelo menos tocar a campainha antes de entrar, e se eu estivesse sem roupa ?

- Não tem nada aí que eu já não tenha visto – brincou e eu revirei os olhos.

- Cuidado, sua namorada provavelmente não aceitará seu pedido se escutar essas coisas...

- Aurora sabe sobre nós, e acredite em mim, ela não liga.

- Por isso essa é a sua primeira namorada de quem eu gosto!

- Esse anel poderia estar no seu dedo, mas você não colabora! – brincou.

- Foi muito bom o nosso pequeno relacionamento ano passado, mas você entende não é mesmo? - entrei na brincadeira.

- Sim eu entendo, não era para ser, mas confesso que sentirei falta do sexo!

- Klaus! – o repreendi – Daqui algumas horas você ficará noivo de Aurora tem que aprender a controlar suas piadinhas sujas a partir de agora!

- Agora falando sério Caroline, e se ela não aceitar?

- Ela vai aceitar, ela te ama!

- E se não aceitar?

- Se ela não aceitar, o que eu duvido muito, ela quem perderá um marido maravilho! E além do mais, vai encontrar outras mulheres por aí!

- E quanto a você, cadê os seus homens perdidos por aí ?

- Como você acabou de falar, estão perdidos por aí!

- E quando vai procurá-los ?

- Eu não vou procurar ninguém! Se eu achar, ótimo, caso contrário, vou continuar focada na minha carreira.

- Então se apresse, porque está atrasada _ disse apontando para o relógio e eu percebi que só tinha mais quinze minutos, então peguei minha bolsa e o resto do café que Klaus trouxe para mim e saí correndo do meu apartamento.

- Boa sorte Klaus – gritei antes de deixar o apartamento.

***

 Estava voltando para o trabalho a pé após o horário de almoço, não pude deixar de sorrir quando recebi uma mensagem de Klaus dizendo “ela disse sim”, referindo-se ao pedido de casamento.

 Klaus merecia aquela felicidade, o coração dele não pertencia á Camille, nem á mim, mas sim á Aurora, ela era perfeita para ele. O fato é que Klaus e eu namoramos há mais ou menos dois anos atrás, mas como era de se esperar, não demos certo, e continuamos nossa amizade normalmente.

 E por mais surpreendente que pareça quem apresentou Aurora ao Klaus fui eu, ela é amiga de uma das minhas colegas de trabalho, e um dia nós três saímos juntas, foi aí que percebi que ela era perfeita para o Klaus, e não pude deixar de bancar de cupido nessa situação.

 Quanto a mim, não namorei ninguém após o Klaus, apenas alguns lances, mas nada sério. É que eu quem não estou procurando nada sério no momento, minha vida está indo tão bem, com todas essas viagens á trabalho, o meu apartamento que conquistei recentemente, enfim, tudo estava bom demais, e eu não queria sofrer como sofri nas minhas experiências passadas.

 Mas quem sabe esse casamento não me inspire a procurar um amor? Bom, isso tudo é uma grande incógnita na minha vida que prefiro não resolver agora, e deixar a vida acontecer naturalmente.

***

 Estava na casa de Rebekah ajudando ela a fazer suas malas, pois ela viajaria para Paris daqui á dois dias, e pediu minha ajuda para isso.

- Espero que o verão de Paris seja tão quente como o de New York, afinal, o que vai fazer no verão ?

- Infelizmente só terei quinze dias de férias, então estou pensando em roubar a casa da sua família nos Hamptons durante esses dias.

- E já sabem para onde vão te mandar para fazer reportagens?

- Sim, já tenho duas marcadas, uma para Flórida e outra para São Diego.

- E o que vai fazer lá?

- Na Flórida é mais algo sobre o verão, e São Diego uma maratona beneficente onde alguns famosos e milionários participarão.

- Ótimo, se achar um ator gatinho, ou melhor, dois, já sabe né?

- Dois? Por favor querida, você estará entre um monte de parisienses lindos!

- Você poderia vir comigo... Imagine nós duas em Paris? Seria um sonho?

- Infelizmente essa é a realidade onde tenho que trabalhar.

- Pelo menos poderá pegar um pouquinho de sol na Flórida.

- Espero que eu tenha tempo para isso, mas mudando de assunto, teremos um casamento em breve!

- Finalmente, depois que vocês terminaram eu desisti de Klaus, mas a vida nos surpreende não é mesmo ? – ri.

Stefan

 Terminava mais um dia em São Diego, e como todos os outros, eu estava sozinho. Uma vez ou outra conversava com Lexi pelo telefone, mas ela foi morar com o namorado na Itália, então ficava difícil eu me comunicar com ela. Quando o intercâmbio acabou decidi voltar para São Diego e abrir meu próprio consultório com o dinheiro que herdei do meu pai, porém Damon estava certo sobre nossa mãe, e essa história terminou com ela sumida, levando consigo boa parte da minha herança.

 Estava em uma praça qualquer, admirando todas aquelas famílias unidas, os pais brincando com os seus filhos, todos felizes, curtindo o momento como se fosse o mais valioso da vida deles. Uma saudade apertou em meu peito, foi impossível não lembrar da Caroline, do intercâmbio, da melhor época da minha vida. Imaginar que nós dois poderíamos estar entre esses casais, com filhos e felizes. ..Mas não, ela está lá e eu aqui, desejando que ela pense em mim em pelo menos uma parte de seu dia, porque eu sinto falta dela.

 E quem se saiu melhor nessa história toda foi Damon, que tem uma empresa, um amor, e daqui á um tempo, um filho, algo que a vida já tirou de mim duas vezes. Talvez em um futuro que, espero eu, não estar tão distante, eu encontre um amor de novo, e quem sabe dessa vez, um amor duradouro. Embora eu ache que nunca amarei alguém com a amei.

 Será que Caroline ainda pensa em mim? Nos nossos beijos? Cada dia em que passamos juntos, desejando que aquele momento de felicidade fosse eterno. Ao contrário de mim ela parece estar bem, pelo o que eu ouvi em uma das conversas de Damon e Elena, ela conseguiu em emprego no New York Times e está morando em um apartamento em Manhattan.

 Sinto falta de quando ela tinha apenas 21 anos, quando vivíamos aquele amor de colegial no começo de tudo, claro que as coisas foram se complicando, e muito, eu só não esperava que aquele amor tão doce acabasse daquela forma, e agora, ela está vivendo sua vida como sempre quis.

 Queria dizer o mesmo de mim, mas se eu for falar algo, vou falar o que? Que daqui três anos completo 30 anos de idade e sou fracassado na vida, que estou solteiro, pensando na namorada de anos atrás com chances de ser demitido do único emprego que fui contratado.

 Em uma das minhas poucas conversas com Lexi, ela me disse para vender o anel de noivado que daria para Caroline. Mas não interessa o quão pobre eu esteja, eu nunca venderei aquele anel. Eu tiro aquele anel da caixinha todos os dias para me sentir mais próximo dela, e confesso que fico imaginando ela aparecer na minha porta e dizer o tão esperado sim.

Estava pronto para ir embora quando escuto uma voz de mulher me chamando.

- Stefan?

- Valerie?

- Meu Deus, há quanto tempo não te vejo... Por onde andou nesse últimos cinco ou seis anos ?

- Não que te interesse, mas estava em um intercâmbio e voltei para a cidade faz três anos.

- E você está bem?

- Estou levando... E seu filho e Alex, estão bem? – perguntei irônico

- Na verdade, Stefan, quando Alex soube que eu estava grávida ele fugiu e mandou-me abortar, como eu já esperava.

- E seu filho?

- Quando Alex soube que eu não tinha abortado o nosso filho depois e alguns meses, ele voltou para cidade e cuidou disso.

- Meu Deus Valerie, me desculpe eu sinto muito... Eu não queria...

- Está tudo bem – me interrompeu  - Eu sei que não é porque se passaram cinco anos que mereço sua simpatia.

- Na verdade, eu fiz coisas piores que você, então não se preocupe em conseguir minha simpatia.

- Bem, então nesse caso me conte, como vai sua vida?

- Bom, trabalho no pior hospital da cidade com o menor salário que se pode imaginar, e estou sozinho, literalmente, há três anos.

- Você fez medicina, eu me lembro – sorriu – E que área decidiu seguir.

- Eu queria muito ter seguido na área cirúrgica, mas o emprego meio que me escolheu, agora sou só mais a porcaria de um infectologista.

- Você está duro mesmo... Eu lamento.

- Não lamente, eu meio que mereço tudo isso.

- Disso eu duvido, mas meu tio é dono de um dos hospitais da cidade, lembra? Posso ver com ele se existe um emprego para você

- Por que está sendo gentil comigo?

- Achei que nunca mais te veria Stefan, e se posso fazer alguma coisa para te ajudar... Acho que é justo depois de tudo o que causei na sua vida.

- Esse emprego seria ótimo, obrigado! – sorrimos – Porque não damos uma volta? Podemos, sei lá, colocar as conversas em dia.

- Eu adoraria!