História Uncontrolable - So You Like To Own Things?

Louis Tomlinson’s P.O.V

Eu precisava urgentemente de bebida e cigarro. Assim que acordei naquela manhã, Harry ainda dormia, mas eu estava elétrico, e não conseguiria dormir novamente. Fui até o banheiro, tomei um banho demorado, já que tinha acordado cedo demais. Vesti um jeans claro e justo, uma camiseta preta que deixava meus braços a mostra e ajeitei meus cabelos da melhor forma possível. Bufei, já estressado, não conseguia ajeitar meu cabelo de uma boa maneira, deixei-o de qualquer forma e calcei meus tênis.  Desci as escadas, indo em direção a cozinha, onde minha mãe se preparava para começar a fazer o café.

-Bom dia, mãe.- Falei, dando-lhe um beijo na bochecha.

-Bom dia, Lou.- Disse ela sorrindo.- Por que não me disse que Harry dormiria aqui?

-Porque, bem, a senhora chegou meio tarde ontem.- Falei coçando a nuca.- O café demora?

-Depende.- Falou.- Se eu fizer sozinha, sim. Mas se me ajudar, não.

Mandei-lhe um sorriso, vendo-a sorrir de volta para mim. Peguei a cafeteira das mãos dela e fiz todo o necessário para produzir um café ao menos engolível. Peguei pão, manteiga, queijo e presunto, fazendo várias torradas e colocando-as para assar na sanduicheira. Ajudo minha mãe a fazer o suco de laranja e, passados alguns minutos, o café já estava pronto. Ela me deixou na cozinha, servindo-me da comida recém feita, e foi tomar um banho. Minha mãe precisava chegar ao trabalho às seis e meia, pois trabalhava em um hospital que estava sempre cheio. Enquanto comia minha torrada, olhava pensativamente para a fumaça que saia da minha xícara de café, me trazendo um imenso desejo de fumar, coisa que eu não fazia há umas três semanas. Ao tomar um gole de meu suco, ouço passos se aproximando e, em seguida, uma voz potente pigarrear.

-Bom dia.- Falou Harry, sentando-se a minha frente com uma expressão incrivelmente sonolenta e fofa.

-Bom dia.- Falei.- Dormiu bem?- Ele assentiu.

-Acordou cedo.- Ele disse, virando suas esmeraldas para mim, revelando um sorrisinho.- Ou eu que acordei tarde?

-Eu que acordei cedo.- Falei, mandando-lhe um sorriso amigável.

Ele assentiu e voltou sua atenção para sua torrada. Alguns fios teimosos de cabelo escuro caiam sobre sua testa e aquilo o deixava um tanto sexy. O que estava falando? Ele era inteiramente sexy!

-Você não trabalha?- Perguntei de repente, fazendo o máximo para meu tom de voz parecer neutro.

-Ajudo meus pais com alguns relatórios.- Deu de ombros.- Nada demais.- Ele tirou sua atenção da comida e olhou para mim.- E você? Tem mais algum interesse, quero dizer, fora do trabalho?

Dei uma risadinha nasalada.

-Eu tenho interesses variados.- Falei ainda sorrindo.- Como percebeu quando esteve com meus amigos.

Ele corou, mas logo me fez outra pergunta.

-Eu vi uma frase ao lado da sua cama.- Ele disse.- Em um papel: “A beleza das coisas que vemos está na simplicidade da vida que vivemos.” Por que?

-Gosto de frases.- Expliquei.- E você? Tem alguma filosofia?

Ele assentiu.

-“Um homem que adquire a habilidade de tomar posse completa de sua própria mente, pode tomar posse de qualquer outra coisa a que ele por justiça tem direito.”- Citou.

-Então você quer possuir coisas?- Perguntei enquanto mexia meu café.

-Eu quero merecer possuí-las, mas no final, sim, as quero.- Explicou.

-Você soa como o consumidor irrevogável.- Falei para ele, que apenas sorriu.

-Eu sou.- Falou por fim.

Fiquei em silencio. Não sabia mais o que falar para puxar assunto. Queria descobrir mais coisas sobre ele, sim, mas não naquele momento, não daquela forma. Logo, minha mãe chega a cozinha, dando um “bom dia” educado à Harry, que corresponde a mesma altura. Termino de tomar meu café, e pego meu celular, que estava em uma pequena mesa na cozinha, checando se havia alguma mensagem ou ligação perdida. Nenhuma, graças à Deus. Guardo o aparelho no bolso e observo Harry de canto de olho. Ele continuava a comer, na companhia de minha mãe, que puxava assunto com ele. Ele se mantinha sorridente, e, por Deus, queria que ele sorrisse pelo resto da vida. Tinha um lindo sorriso, assim como lindos olhos. Vou até o meu quarto, terminando de me arrumar para o trabalho. Havia desistido de arrumar meus cabelos há milhões de tentativas, mas ele nem estava mais tão ruim.

-Vai trabalhar de que horas?- Pergunta Harry, encostando-se na porta do quarto.

-Daqui a pouco.- Chequei o relógio na parede, que marcavam quinze para sete.- Quer vir? Não tem nada demais lá mas as vezes uma ou duas gostosas entram.

Ele gargalhou.

-Seria ótimo.- Falou por fim.

[...]

Enquanto trabalhava, podia perceber Harry conversar com Paul. Ignorava o fato, mas realmente estava me chateando. Por que ele tinha que ser tão amigável com todo mundo? Olhei novamente para os olhos azuis da loira a minha frente, que escolhia entre uma camiseta azul ou vermelha. Ela se virou para mim, suas órbitas cristalinas brilhando em expectativa.

-Não sei qual levar.- Informou.- Qual acha que ficará melhor?

-Bem, senhorita, isso depende da cor da pele.- Falei, sorrindo.

-Ele tem a pele com uma cor semelhante a sua.- Falou e abriu um sorrisinho.- O que acha?

-Não costumo vestir nenhuma das duas cores, mas posso provar para ver como fica.- Falei, recebendo um sorriso aberto da loira.

-Ah, sim, seria ótimo.- Falou.

-Por aqui, por favor.- Falei.

A loira me seguiu até os provadores. Ao passarmos pelo caixa, olhei de soslaio para Paul, que olhava a situação abobado com a beleza da mulher. Ele me mandou um joinha e eu fiz o máximo de força para não rir. Ao chegarmos nos provadores, eu já tinha uma duas camisetas do mesmo modelo das que a loira tinha escolhido. Entrei em uma dos provadores e encostei a porta, tirando minha camiseta e vestindo, em seguida, a de cor azul. Não gostava muito da cor, mas precisava admitir que havia ficado até bem bonita. Puxei as cortinas do provador para o lado e a mulher me viu. Me rodeou daqui e dali, observando os quatro cantos de meu corpo. Podia ver mais do que interesse em seus olhos, mas resolvi não comentar nada. Ela deu um sorrisinho e assentiu. Pediu-me para vestir a vermelha e eu assim fiz. Ela me observou novamente e sorriu.

-Levarei essa.- Apontou para o tecido vermelho em meu corpo.

Eu sorri, voltando ao provador. Tirei a camiseta vermelha, dobrando-a adequadamente e voltei a vestir a camiseta preta. Assim que saí do provador, a mulher já finalizava sua compra no caixa. Deixei as camisetas no estoque e a acompanhei até a porta. Ela se virou para mim e sorriu.

-Obrigada pela ajuda...- Ela deixou a frase no ar.

-Louis.- Falei e pigarreei.

-Louis.- Ela repetiu e sorriu.

-Volte sempre!- Falei e ela se virou para mim novamente, um sorrisinho de canto visível em seu rosto.

-Pode acreditar, eu voltarei.- Falou antes de sair.

Fui até o caixa, onde Paul observava Harry escolher algumas roupas. Ele desviou seu olhar para mim e sorriu.

-Seu amigo é muito legal.- Falou.

-Eu sei.- Respondi sem tirar os olhos da tela do computador.

Paul ficou em silencio. Rodei os olhos pela loja, a procura de Harry, mas não o achei. Deveria ter ido lá fora fazer algo, dei de ombros. Continuei mexendo no sistema da empresa, notificando a recente venda que havia feito e percebo uma sombra a minha frente.

-Ficou legal?

Harry se encontrava a minha frente. Não usava mais a roupa de quando saiu de casa. Agora ele estava com uma camiseta na cor vinho, uma calça preta que poderia até ser considerada legging, botas também pretas e seus cabelos estavam arrumados em um chapéu.

-Está...- Pigarreei.- Muito bom.

Ele sorriu.

-Obrigado.- Falou.- Meus pais chegam em uns dias, queria levar eles para jantar. Recomendações?

-Hotel Midland.- Falei de imediato.- A comida de lá é fantástica.

-Já levou alguém lá?- Perguntou, assenti.- Quem?

-Ah... eu levei...- Molhei os lábios.- Zayn.

Ele pareceu surpreso por um momento, mas sua expressão se recuperou quase que imediatamente. Ele assentiu e saiu de meu campo de visão, alegando que ia trocar de roupa. Coloquei o rosto nas mãos e fiquei me repreendendo por estar arrependido de ter falado a ele que tinha levado Zayn comigo. Pensava em seus cachos caindo pelas laterais do chapéu e seus olhos verdes brilhantes olhando para mim.

Que diabos aquele cara estava fazendo comigo?