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História Under the Library Eyes - Capítulo Único


Escrita por: LBKX04

Notas do Autor


Mais uma saindo do forno, aproveitem. Quando tiver um tempinho improviso uma capa rápida. Boa Leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Independente do gênero literário, as infinitas páginas podem contar uma história, seja ela fantasia, autoajuda, ficção científica, ou como a maioria dos mais jovens gostavam devido à catarse, a capacidade de se projetar em determinada obra, o romance.

O romance, embora seja definido como apenas um só, há diferentes conceitos para determinada pessoa que o tem guardado em seu psicológico, mesmo que involuntariamente. Alguns o aceitam como algo maravilhoso e tão acolhedor como manhã de primavera, de uma forma que essa estação consumisse seu coração por completo; outros consideram o amor como um inverno rigoroso tão torturante que fogo era impossível de extingui-lo; mas um pequena minoria insiste que isso não lhe importa.

Inegavelmente, todas são formas válidas de como explicar o amor. Nem sempre era algo total e facilmente bem sucedido, pelo contrário, muitos relacionamentos levam tempo para florescerem, serem assumidos ou até mesmo aceitos pelos envolvidos. E isso não só ocorria em ficções, mas também na vida real.

Algo que Kim Hongjoong sabia bem.

Os livros nos quais passava o dia enfiado lhe sussurram muitas coisas diferentes: histórias envolventes, torturantes, fofas, até mesmo o material da sua faculdade, afinal, tudo lhe proporciona sabedoria. Particularmente, preferia narrativas de suspense, com pouco desenvolvimento amoroso ou comédia, daquelas focadas na missão do protagonista.

Não que tivesse preconceito com o gênero do romance, longe disso, simplesmente não se identificava com a maneira que as pessoas tinham seus delírios enquanto liam ou assistiam cenas fofas e se imaginavam em determinada narrativa fluffy. Era... Estranho.

Na universidade em que estuda, Hongjoong, como um garoto quieto, mas muito observador, enxerga de longe quem lia alguma coisa dessas. Bastava ver o estudante que tinha os olhos no celular ou livro, um sorriso envergonhado estampado no rosto, uma falha leve na respiração e, nos piores casos, suspirava de forma apaixonada e esperançosa.

O jovem lembrava perfeitamente: se apaixonara um ou duas vezes no máximo, mas seus términos não se deram de forma brusca para se afastasse totalmente da possibilidade de encontrar o amor. Ele julgava que apenas se afundar em ficções para suprir uma necessidade ou, como um passe de mágica, atrair um clichê, era no mínimo patético.

Uma coisa que sabia bem tanto por experiência própria quanto inúmeras leituras de romance: não se podia confiar que aquela retratação ocorreria consigo ou com alguém próximo.

– Hyung, o Wooyoung tá vindo. – seu colega de quarto, Choi San, comentou com um sorriso bobo no rosto, sorriso esse que o Kim não consegue prever suas reais intenções.

– E quando seu namorado não vem, Sannie? Ele tá aqui todo dia. – o mais velho comentou, em seguida ficando receoso pela maneira que falou. – Não que eu não goste dele ou da relação de vocês. Acredite, ela é linda.

– Tudo bem, hyung. É que ele não gosta de sair, sabe? Não tanto quanto a gente. – San deitou-se nas coxas de Hongjoong, como se fosse um gato pedindo carinho.

– Como se fossemos pra baladas todo dia. – o de cabelos platinados riu, arrumando as correntes de seu próprio óculos para não incomodar o dongsaeng. – Geralmente, quando saínos, é só para ir ao shopping. Qual o problema nisso para ele?

– Ele não gosta de lugares com muita gente.

– Hum, aí ele tem um ponto, um ótimo ponto aliás. – para alguém tímido como o Jung, era desconfortável espaços com multidões. – Mas sério, tudo bem, podem ter a privacidade de vocês. Sabem que eu amo ler fora daqui. – Joong acariciou o cabelo do mais novo antes de colocá-lo de lado e levantar da cama, pegando sua mochila e carteira. – Volto antes de anoitecer, ok?

– Valeu, hyung! Se cuida. – o menor despediu-se do outro com um abraço e saiu de forma pacífica, colocando os fones de ouvido e arrumando seu gorro vermelho na cabeça.

Mesmo movimentada, algumas poucas pessoas faziam a faculdade lhe parecer acolhedora e familiar, Choi San e Jung Wooyoung eram ótimos exemplos. Por isso, Hongjoong teve a ideia de comprar alguns doces antes de voltar para agradar o casal.

E, em parte, agradecer pela amizade que tinham.

Desde que se conhecia por gente, o Kim era introvertido, então poucas pessoas tinham acesso aos pequenos mundinhos formados em seus pensamentos. Obviamente, isso não o impedia de ser educado e se dar bem com quase todo mundo, sem criar qualquer desentendimento – embora houvesse gente para tudo – mas contava nos dedos quem realmente o conhecia.

Algo que sempre gostou de ter em mente era o fato de, na biblioteca, seu verdadeiro eu transparecer. Bastava ver a maneira que seus olhos brilhavam ao ler algo que gostasse ou quando falava sobre uma determinada história que capturou sua atenção.

Pelo seu humor espontâneo, não era difícil saber quando Hongjoong estava feliz. Muito menos quando estava bravo ou tinha alguma coisa lhe incomodando.

O jeito que seus lábios se chocacam em um bico, os olhos curvados em tristeza e as mãozinhas agitadas, tudo entregava de bandeja as suas emoções, de acordo com Wooyoung.

Sim, o namorado de seu colega de quarto era quem melhor identificava qual o seu humor.

E, se o visse no momento que entrou na biblioteca, diria que o rapaz encontrou seu próprio paraíso pela radiante maneira que sorriu.

Já que tinha adiantado seus estudos da semana, então, poderia afundar novamente em suas narrativas, ou como queria, na narrativa do livro que tinha em sua mochila.

Bastou a sinopse e algumas páginas para que se envolvesse naquela história. Uma variante de clichê moderno, mas muito bem escrito. O protagonista, Hwang Hyunjin, um detetive, se envolve com o crimonoso Yang Jeongin em troca de informações de sua irmã desaparacida, Hwang Yeji, mas acaba por ficar em um beco sem saída quando percebe estar se apaixonando pelo homem de índole duvidosa.

Hipocrisia de sua parte por ser uma boa parte de romance? Talvez. Hongjoong, no decorrer da narrativa, sempre se preocupou mais com a equipe de investigação do personagem principal e o que poderia acontecer com eles como consequência desse amor inesperado.

Enfim, a curiosidade era o melhor gatilho para sua leitura, ainda mais quando a Hwang mais nova era citada.

– Boa tarde, Sra. Park! – o Kim cumprimentou a bibliotecária, que sorriu simpaticamente para ele.

Em respeito ao seu costume, guiou-se entre as prateleiras até as escadarias para acessar o andar superior, onde havia diversas mesas e poltronas colocadas para que aqueles que visitassem a biblioteca tivessem sua leitura confortavelmente.

Haviam alguns jovens nas mesas, aparentemente conversando sobre algumas pesquisas para projetos, então Hongjoon decidiu ficar numa poltrona separa da grande maioria, não demorando a pegar seu tão esperado livro e continuar a leitura de onde parou.

Conforme o tempo passou, o Kim se sentiu tão fixamente observado que se viu obrigado em interromper suas análises sobre o dilema de Hyunjin para varrer a biblioteca com o olhar.

Para seu estranhamento, não percebeu um único olhar sobre si. Foi sinistra maneira que se arrepiou, mas não deu importância e voltou a se afundar no seu livro, dessa vez não tendo mais aquela estranha sensação.

Hongjoong não soube exatamente quando, mas se travou em uma batalha para que seus olhos pesados pelo sono permanecessem abertos por alguns minutos, nem sequer reparou quando havia sido derrotado e adormecido profundamente naquela poltrona.

Era incômodo toda vez que isso lhe ocorria, mas não conseguia se segurar. A faculdade acabava consigo e ele mesmo não colaborava muito, então aquela preguiça quando estava livre sempre o acompanhou até a biblioteca.

Tinha até medo da bibliotecária pensar que só ia para lá com o intuito de dormir. Não que fosse uma visão incomum para a mulher devido aos infinitos tipos de pessoas que visitavam o lugar, mas era estranho para o Kim.

Em seu sonho, Hongjoong se encontrava sentado sobre as páginas de um livro gigante que, na percepção do rapaz, falava sobre um dos vários conteúdos de sua universidade.

Novidade de qual experiência gatilhou essa retratação em seu sono?

Porém, para sua surpresa, as pequenas palavras deslizaram sobre o papel em que estavam escritas e se moldaram da forma quem bem quiseram, formando novas que o de cabelo platinado demorou para entender.

"Hongjoong-ah." "Acorde... Você parece desconfortável assim."

Sua visão embaçou e, para um curto momento de desespero, seu corpo se tornou pesado, quase forçando-o a ficar parado e de olhos fechados até que entendeu do que aquilo se tratava.

Segundos depois, quando finalmente despertou, viu um rapaz de cabelos escuros à sua frente que, devido a lentidão mental momentânea pelo sono, quase não conseguiu reconhecer se não fosse pela voz calorosa que o acompanhou.

– Ah, perdoe-me por acordá-lo, Hongjoong, mas não podia deixar você ficar com torcicolo quando acordasse. – o jovem Park, filho da bibliotecária, disse sorrindo.

– O-O quê... – o Kim bocejou, mas logo percebeu que, de fato, estava de mal jeito sobre a poltrona. Envergonhado, decidiu pegar o livro em colo e se levantar. – Eu que peço desculpas por te dar o incômodo de me acordar... E, desculpe-me mais uma vez, mas como sabe o meu nome?

– Bem, quase sempre te vejo por aqui e minha mãe faz questão de falar bem de você. – a explicação fez um rubor tomar conta das bochechas do menor, surpreendendo Seonghwa e lhe arrancando risadas até ler o título do livro que ele segurava. – "Elegância sanguinária"? Está em que página?

– Não me diga que já leu esse livro... Passei há pouco tempo da metade, mas certas circunstâncias me impediram de continuar. – por mais que houvesse sido uma piada, não deixou de ser mais um motivo para o baixinho se envergonhar perto do mais velho, que riu de seu comentário e soltou um "fofo", fazendo-o ficar mais corado. – Para de rir, se não acerto ele na sua cara!

– Tudo bem... E sim, já o li. – o Park afirmou, já quase completamente recomposto de suas risadas, mas sem deixar o sorriso sumir de seus lábios. – Posso só reler um trechinho dele?

– Hmm... Claro. – Hongjoong estranhou o pedido, mas não contestou em momento algum e entregou o objeto. O moreno não seria louco de estragar o livro ou roubar para si... Ou seria?

Levou pouco menos de dois minutos para o Kim ter aquelas páginas de volta em seus braços, mas diferente do que esperava, acabou por ficar mais algumas horas na biblioteca conversando com o Seonghwa.

Nesse meio tempo, o menor descobriu que o homem cursou direito e visitava o local de trabalho da mãe para ajudá-la sempre que tinha tempo. Era difícil conciliar ser advogado e fazer o papel de bom filho, mas nada que um pouco de força de vontade bastasse.

Força de vontade essa que o Park fez questão de enfatizar ser sua mãe e outras razões que preferiu omitir, para a decepção de Hongjoong. Por ser alguém muito curioso, deixá-lo sem tal informação foi similar a golpes a facadas.

Apenas ao notarem a biblioteca quase vazia, junto de uma chamada da mãe de Seonghwa, se deram conta do tempo que perderam conversando com o outro e se envergonharam, até o mais velho começar a resmungar ao ver como se encontrava o ambiente.

– Eish, olha a quantidade de livros que deixaram espalhados por aí! – ele bufou, passando a mão pelos cabelos escuros.

– Hum... Quer uma ajuda? Já que meu colega de quarto está com o namorado, acho que não vai se importar que eu me atrase um pouco. – Hongjoong perguntou e, ao ver o brilho que surgiu no semblante do advogado, sorriu involuntariamente.

– Seria incrível, Hongjoong-ah! – o maior disse já pegando alguns livros enquanto o outro guardava suas próprias coisas para começar a ajudá-lo. – Isso pode demorar...

– Não ligo. Gosto de passar tempo com você. – ao perceber o que havia dito, as bochechas do Kim novamente tomaram uma tonalidade avermelhada. – Eeer... Gosto de ajudar meus amigos.

– Entendi. – o moreno olhou na sua direção, sem se preocupar em esconder o sorriso lateral que brotou em seu rosto.

Antes que ficasse pior, Hongjoong deixou sua mochila na poltrona e se distanciou do mais velho, passando arrumar a bagunça nas mesas de uma por uma, amaldiçoando-se mentalmente por ter deslizado daquela maneira.

Por bons minutos enquanto empilhava os livros em um carrinho para depois guardá-los nas devidas prateleiras, o Kim se perguntou o quão tolo foi em falar daquela maneira.

Não era mentira, obviamente, mas como foi burro de dar aquele mole?

Realmente, começar a se sentir atraído, seja romântica ou sexualmente por alguém era difícil e aquela era a prova.

Tentando espantar o moreno de seus pensamentos pelo menos por um tempo, Hongjoong levou os livros para suas estantes, mas por ironia do destino, um em específico o fez ficar com dificuldade em guardá-lo pro causa de sua pouca altura.

Antes que percebesse, já estava na porta do pés para alcançar a prateleira. Porém, quando estava a ponto de xingar, alguém chegou por trás de si e encaixou uma mão em sua cintura enquanto usava a outra para tirar o objeto de sua mão e terminar o serviço.

O Kim percebeu instantaneamente ser Seonghwa pelos pequenos anéis e a delicadeza com que aqueles dedos carregavam, estes que se juntaram a seus semelhantes e também foram de encontro àquela parte do meor. Corado, Joong quase paralisou ao virar e dar de cara com o seu rosto, fazendo-o se perder em seu olhar intenso.

– Sabe, Hongjoong – sua voz rouco fez com que se arrepiasse – Tentei ao máximo me manter longe de ti, mas acho que isso não será mais possível...

– Como assim? – Hongjoong usou da coragem que tinha para não desviar os olhares.

– Você tem devorado meus pensamentos e minhas noites desde a primeira vez que te vi aqui. Não há um segundo sequer que faço algo que sua imagem não me vem em mente. – o Kim sentiu as pernas fraquejarem e o peito aquecer ao que o maior falava. – Sei que não estamos num local apropriado para conversar sobre isso, mas não posso mais segurar. A cada vez que vou dormir, penso em como seria te ter ao meu lado, depois de um dia cansativo ou sexo pesado... – ele sussurrou a última parte em seu ouvido, fazendo um arrepio atingir seu corpo. – Em toda manhã, o que me vem é como seria acordar e a primeira coisa que eu ver é a imagem de seu rostinho amassado pelo sono que tira em meus braços ou um sorriso que poderia tirar de ti ao cozinhar um café da man--

Repentinamente, o mais baixo o agarrou pela gola da camisa e o puxou para que extinguissem de vez a distância entre seus rostos, juntando os lábios de forma afoita que, se não fosse pelo reflexo rápido de Seonghwa em retribuir, poderia ter sido desajeitado.

Sem resistir, o Park aprofundou o beijo sentindo as mãos do outro passeando pelo seu rosto que, como o resto de seu ser, escaldava pelos misto de sentimentos que transmitiram entre si.

Ao sentir o maior apertar sua cintura, um gemido baixo deixou os lábios de Hongjoong, fazendo-o sorrir convencido antes de transferir os beijos molhados até seu pescoço enquanto o de cabelos platinados se continua mordendo sue lábio inferior.

– S-Seonghwa. – arfou – E-Eu também venho te observado muito... M-Meu olhar pode parecer sempre vidrado em livros, mas todo o resto de mim pensa apenas em você e a vontade de o ter para mim...

Para parte de seu alívio, considerando que estavam em uma biblioteca, os selos do moreno trilharam dali até estarem novamente em sua boca, finalizando aquele momento com o toque de suas testas quentes e o som respirações ofegantes.

– Quando guardarmos tudo, vamos terminar o que começamos aqui em minha casa... O que me diz? – o pedido de Seonghwa, mesmo feito fracamente, foi audível, sendo respondido com um sorriso malicioso de Hongjoong antes desse roubar um último beijo de si.

– Não precisa nem perguntar...

Os dongsaengs do universitário ou seus próprios livros que não se dessem o trabalho de o esperar, pois seus planos, mesmo traçados de forma tão repentina e incongruente, eram muito mais interessantes que passar a noite toda estudando.

Fim



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