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História Under the Moonlight - Capítulo 15 - like a virgin


Escrita por: chicamz

Notas do Autor


Boa leitura ;)

Capítulo 16 - Capítulo 15 - like a virgin


Fanfic / Fanfiction Under the Moonlight - Capítulo 15 - like a virgin

Camila Pov

Voltei para casa com um sorriso de rasgar o rosto. Cantarolei cada música da playlist que tocou no carro e até fiz dancinhas nas mais agitadas. Mas algo estava diferente aquela noite. Todos os dias, com raras exceções, eu tinha de massagear meu pênis antes de ir dormir. Recomendações médicas do meu médico de confiança e tio, Roger, Rogerino para mim.

Desde que eu me tornei uma adolescente meus pais conversavam comigo sobre alguns cuidados com essa parte do meu corpo que eu neguei por tanto tempo, mas que aprendi a aceitar. Coisas essas eram a higiene e circulação. Quando meu membro se desenvolveu plenamente ali por volta dos meus 18 anos, que foi quando eu comecei a trabalhar também, eu passei a usar bermudas de compressão com faixas que eram bem mais apertadas que as convencionais que muitos atletas utilizam e por isso a estimulação da área de forma rotineira se fez necessária.

Desde então eu realizava a massagem para descomprimir a carne que passava o dia bem presa. E não, não era como se eu tocasse uma punheta. Não pensava em nada erótico e nem chegava a ejacular, agia de forma bem terapêutica e isso levava tempo e demandava também concentração.

Mas essa noite eu não conseguia me concentrar. Era como se eu não estivesse fazendo exatamente aquilo que faço há anos. Eu a imaginei. A imaginei nua e olhando pra mim. Me desejando. Me beijando como fez na porta do elevador, como se quisesse me sugar toda a energia. E foi então que eu percebi que estava me tocando. Meu rosto estava quente e o suor corria livremente pelo meu corpo.

Não sei quanto tempo levou. Quando os jatos quentes acertaram o vidro do box do banheiro, a respiração presa em minha garganta foi liberada e eu me permiti relaxar. Logo que a sensação de alívio passou outra me atingiu. O medo e a culpa de estar escondendo essa parte de mim da minha então namorada se manifestaram num frio me percorrendo a espinha.

Por quanto tempo mais eu conseguiria guardar esse segredo? Qual seria a reação dela quando soubesse que a mulher aparentemente normal e certinha é uma... Uma...

Suspiro derrotada e depois de um novo banho inicio uma saga para desligar meus pensamentos acelerados e conseguir dormir.

[...]

Como eu previa, a cada dia ficava mais difícil me sentir confortável quando minha namorada e eu ficávamos a sós. Ora, é comum que namorados transem, não é? Ainda mais quando ambas as partes compartilham de confiança e tem uma química incrível como no nosso caso.

Quando Luna dormia e nós ficávamos nos beijando na sala Ariana tentava me levar pro quarto. Eu dava meu jeito e improvisava ali mesmo no sofá. Colocava meu joelho entre as pernas dela para evitar o contato direto com a minha pélvis. Mas ela investia os quadris contra a minha coxa e todo o autocontrole do mundo e a faixa de duas bandagens que eu usava agora não eram suficientes para aplacar o desejo e suas manifestações físicas.

Eu estava sempre me refreando e barrando a cantora que ficava com um bico enorme e às vezes isso até nos rendia pequenos desentendimentos. Mas com a mesma rapidez que ela criava algum caso, se arrependia e voltava toda manhosa pedindo cheirinho e cafuné. Completamente rendida àquela mulher eu apenas abria os braços e a acolhia.

Ariana Pov

Camila estava me levando a extremos. Ora me matava com tanto carinho e fofura, ora me matava de frustração. Sempre que eu tentava levar as coisas mais sérias ela se esquivava. Pesados em balança eu não tinha escolha. Camila me dava o que eu nunca tive. Um namoro adolescente com direito a todos os clichês. Compartilhar músicas, trocar mensagens o dia inteiro, sair pra tomar sorvete, comer pizza, ir aos rodízios e se empanturrar de comida enquanto Luna se esbalda nos brinquedos do lugar. Mas também me dava a segurança que só uma mulher responsável e comprometida poderia.

Depois do ocorrido no estúdio ela fez questão de revistar matérias de Direito trabalhista para me orientar e me dar todo o suporte no processo que eu abriria contra a empresa, bem como me ajudou a paparicar minha pequena filha machucada. Eu não devia reclamar do nosso relacionamento, mas eu não podia evitar.

- Parece que eu tô vivendo aqueles namoros santos, sabe? - Dizia para Sam que roubava o meu lanche da bandeja.

- Ai amiga, eu sei que disse que ela deveria ser virgem e a chamei de mosca morta, mas isso foi antes da gente se conhecer. Camila é um mulherão da porra. - Confessou entre uma mordida e outra.

- Sim, desde aquele bendito jogo que vocês foram ver na churrascaria não se desgrudam mais. - Ralhei.

- Não acredito que você tá com ciúmes de mim. De mim, mulher perigosa? Faça-me o favor. Sabe que quebração de louça não é comigo.

- Ai, Sam, não sei... Parece que ela foge. A gente tá se beijando no meio do filme e tá tudo ok, mas quando eu acho que vamos pro quarto ou sei lá dá uma rapidinha ali na sala mesmo, ela corre como o diabo da cruz. Será que eu não sou boa o suficiente pra ela?

- Já pensou que ela pode te achar especial demais pra estrear assim? Sei lá, já tentou um jantar regado a vinho?

- Esqueceu que ela não bebe? Capaz de terminarmos a noite tomando uma das vitaminas que ela faz, e eu não quero mais envolver bebida em decisões importantes. Com ela eu quero luzes acesas e sobriedade total.

- Hum... Tá apaixonada, hein?

- Não posso negar. - Belisco uma batata e observo o movimento na praça de alimentação. - Acredita que ela me deu uma camisa do América? E pra ser sincera, se eu fosse torcer pra algum time eu escolheria o Desportivo.

- Quê???

- É lá que estão os jogadores mais gatos. Caguei pra esse lance de bola.

- O que disse? - Arqueou as sobrancelhas e eu dei de ombros. - Retire o que disse. Ou nunca diga isso perto da sua namorada, ela morreria. Primeiro pela blasfêmia e segundo pelos "gatos".

- Mas eu achei fofo demais. O jeitinho dela toda sem graça pra me entregar o pacote dizendo que se agora eu era namorada dela precisava de uma camisa do time.

- Acertou o tamanho?

- Perfeitamente, como se conhecesse meu corpo como a palma da mão. - Suspirei. - Ai... Queria.

- Vou te dar a dica. Chama ela pra assistir ao jogo de sábado. Eu fico com a Luna e quebro essa pra você. Leva ela no teu carro, toma as rédeas da situação. A churrascaria é ótima, o time tá bom, Se Deus quiser vai ganhar e isso é gol pra ti também. No fim da noite você sabe o que fazer.

- Samantha, você é um gênio.

[...]

- Sabe o que eu acho que você devia fazer? - Camila discursava sobre a minha situação no estúdio. - Depois que terminar de gravar essas faixas que restam e cumprir o aviso, crie um canal numa plataforma de vídeos.

- Está sugerindo que eu me torne uma youtuber?

- Não, estou apenas te dando uma ideia. Você tem tanto a dizer, entende de música, tem uma técnica que impressiona... Eu pensei, você dá aulas de canto, então, por que não expandir o alcance? E além disso você pode divulgar o seu trabalho autoral. Tem tanta gente aí entupindo as plataformas de conteúdo de baixa qualidade. Você faria um belo trabalho.

- Não sei se me saio bem com as câmeras.

- Você tá brincando, né?

- Você tá querendo o quê, hein, dona Camila? - Estreito os olhos indo na direção dela.

- Te ajudar e quem sabe ganhar uns beijos. - Dá de ombros com um sorriso sapeca.

- Falando em ajudar... - Distribuo beijos alternados em seu rosto e lábios finalizando com um mais intenso. - Hm, que acha de assistir ao jogo comigo no Horan's?

- Uau! - Ela parecia genuinamente surpresa. - Eu nem sei dizer o tamanho da minha felicidade. Tinha combinado de ver com Sam, se você não se importar de tê-la conosco.

- Sam é de casa. Mas eu tinha pensado em ter essa experiência só com você. Até falei com ela sobre um possível turno no sábado.

- E ela topou? - Assinto. - Você deve ter feito uma boa oferta.

- Ela comprou a causa.

- Mal posso esperar pra te ver de América.

- E eu mal posso esperar pra te ver xingando. - Devolvo e vejo suas bochechas ganhando cor.

[...]

No sábado, quando Camila chega ao meu apartamento e nos despedimos de Luna e Sam, a convenço a irmos no meu carro. Ela estranha, mas aceita. A churrascaria do loiro é mesmo um bom ambiente, e eu não demoro para me sentir a vontade e engrossar o coro para o time da minha namorada.

- Mas esse goleiro, hein! - Digo me referindo ao goleiro do time adversário que pegava todas as bolas.

- A gente não desiste. A zaga tá boa, meio campo trabalhando bem a bola. O gol vem! -  Camila fala com os olhos pregados no telão.

- Ameeeeeeericaaaa! Ameeeeeericaaa! - Os presentes mais animados começam a entoar e eu logo os acompanho.

Levanto da cadeira e percebo o olhar de Camila sobre mim, mais precisamente sobre as minhas pernas. Eu usava um short jeans bem curto, a camisa do time e um tênis mid branco. O olhar da minha namorada me deixou quente e eu tive de pedir um chope bem gelado para estabilizar a temperatura do meu corpo. No segundo gole um cruzamento me fez largar a tulipa sobre a mesa e esperar pelo desfecho. Gol. Gol do América!

Todos começaram a pular em comemoração. Logo, Camila me abraçou. Agarrada em suas costas mantive o abraço pelo máximo de tempo possível e ao final deixei um beijo no canto de sua boca. Voltamos a sentar e cantar algumas músicas. Nos levantamos novamente após o segundo gol com Camila xingando e fazendo gestos brutos em comemoração. Algo em mim se acendeu ao vê-la daquela maneira e eu pedi um segundo chope em comemoração ao resultado final. Camila se manteve em suas batatas e refri.

- Então, vamos?

- Só vou pagar a conta. Pode ir pro carro, vou direto no caixa para ser mais rápido. Niall está enrolado com a casa cheia hoje.

- Te espero lá. - Fui pro carro e esperei por ela lá. Pouco tempo depois ela encostou na janela.

- Você fica tão fofa dentro desse carro. - Ela disse antes de deixar um selinho em meus lábios.

- Detesto esse carro, mas aceito o elogio. - Faço sinal para que ela entre e ela hesita. - Entra, Camila! Eu bebi dois chopes e estou bem para dirigir. Vou até colocar o cinto direito já que nesse carro tão pequeno ele não me sufoca.

- Quando devolvem o seu? - Ela pergunta após sentar no banco do carona e passar o cinto. - Você reclama desse como se fosse uma gigante em uma caixinha de fósforos. O carro é novo.

- Mas é muito baixo e eu já estou acostumada com o meu. Gosto de carro espaçoso, grande, alto. - A vejo tragar saliva e mexer as mãos inquieta. - Eu ainda estou falando de carros, Camila.

- Uh, eu estava pensando na vitória do América. Você gostou do jogo?

- Muito.

E daí ela iniciou um falatório ininterrupto sobre o time, as tabelas, a campanha e tudo mais que envolvia o campeonato. Eu apenas assentia, sorria e dirigia em direção ao palco da minha cartada final.

Escolhi um motel bacana e com um bom serviço. Quando fiz a volta com o carro e o parei ao lado da recepção dei uma olhada para Camila e sua expressão era neutra. Entendi como uma concordância e peguei uma suíte. Entrei com o carro e o estacionei na garagem privativa. Logo estávamos subindo as escadas. Percebi as mãos de Camila um tanto frias, mas encarei aquilo como nervosismo.

- Tem hidro aqui. Quer ir agora ou depois? - Ela permaneceu calada e sentou-se na beirada da cama. - Tudo bem, a gente pode ir depois. Eu estou louca pra te ver sem essas roupas. - Disse antes de avançar contra ela na cama, mas o olhar de desespero que ela me lançou me paralisou no momento seguinte. - Camila, amor, o que houve?

- Ariana, eu... - Seus lábios tremem. - O que disse? - Sua expressão era confusa.

- Perguntei o que houve.

- Não, antes.

- Te chamei de amor(?)

- Isso não é justo. - Ela nega com a cabeça e leva as mãos ao rosto. Me aproximo da cama e me agacho em sua frente repousando as mãos em seus joelhos. - Você não merece isso.

- Camila, o que está havendo? Eu te trouxe aqui porque pensei que você não se sentisse a vontade para estar comigo assim com Luna em casa, mas não precisamos fazer nada se você não quiser.

- Eu sou virgem, Ariana. - Seus olhos estavam fixos no chão. - Eu sou uma maldita virgem beirando os trinta. Você não deveria estar com alguém como eu.

Eu procurava palavras e tentava reagir, mas meu cérebro estava girando em looping com a informação principal e meu corpo não recebia os comandos.

Meu mundo caiu.

Mas que merda que eu havia feito? Levar a minha namorada virgem a um motel. Que ideia de gênio, Ariana. Você não sabia, dizia uma das minhas vozes dentro da cabeça. Mas deveria ter deduzido, rebatia a outra.

- Amor... - Levantei seu rosto com o polegar e o indicador. - Olha pra mim. - Seus olhos eram arredios, mas estavam ali. - Me desculpe. Perdão. Eu não sabia. Eu...

- Não é culpa sua. Eu não sou quem deveria... Eu não sirvo pra você. Eu...

- Camila, se tem uma coisa que é certa, essa coisa é que você é para mim. Não posso negar que é incomum. Eu não imaginei que fosse esse o motivo da suas esquivas, mas eu estou pronta para você e vou esperar você também estar para mim. Me desculpe por isso. - Abri os braços para o ambiente. - Nós podemos ir devagar. Eu não quero perder você por isso. Por favor, me perdoe.

- Sou eu quem te pede perdão. Eu...

-Shhh... - A calo com um beijo terno e roço nossos narizes ao final. - Vamos embora?

Ela assentiu e saímos dali o mais rápido possível. Deixei Camila na frente de sua casa e nos despedimos com um beijo terno sob os olhares de Sofia e Danny na calçada. Chego ao meu apartamento com os ombros no chão. Como eu não cogitei aquela possibilidade? Claro. Algo havia de estranho com Camila. Não é comum que alguém namore uma mulher que tem experiência e não avance o sinal por meses.

- Que cara é essa, mulher perigosa? - Sam vem pelo corredor prendendo os cabelos.

- Paguei o maior mico, Sam. Deu tudo errado. - Bufo frustrada e me jogo no sofá. - Vou ter de recomeçar do zero com Camila.

- Ué... - Fica sem entender, mas não insiste no assunto. - Olha, sua filha hoje estava impossível.

- Deixa a minha bichinha. Sabe que ela ainda está dengosa por conta doa machucados. Ela reclamou de dor?

- Não, reclamou do ataque do Amélica'. Ela queria mais gols e me fez narrar uma continuação do jogo para ela dormir, na qual o América marcava mais 4 gols. Tive de encarnar um narrador. Tá feliz, Galvão?

- Ai Sam, você é uma graça. Eu não sei o que seria de mim sem você.

- Uma mãe mais estressada.

- Quer que eu vá te deixar em casa? Ou você dorme no quarto da Luna e eu durmo com ela no meu. - Ela acena. - Único abraço possível essa noite.

- Força, mulher perigosa! - Gargalho e ela nega com a cabeça. - Durmo aqui mesmo e amanhã cedinho vou pra casa.

[...]

De manhã cedo mandei mensagem para Camila me desculpando mais uma vez pelo ocorrido na noite anterior e ela se mostrou insegura quanto ao futuro do nosso relacionamento. Não quis prolongar a conversa por aquele meio. Declarei a minha vontade de vê-la e questionei se ela queria também.

Luna e Sam acordaram ao mesmo tempo e enquanto elas tomavam café eu arrastei meu notebook e controlador midi para colocar em prática a ideia que me rondava a mente desde que me dei conta que estava apaixonada por Camila. Aos poucos a canção foi tomando forma, mas ainda não era hora de mostrar a ninguém.

- Filha, coma devagar. - Afastei o notebook e fiz um carinho em seus cabelos. Ela apenas sorriu e continuou a mastigar.

Desde o acidente eu estava ainda mais grudada à minha filha. Com a ajuda de Camila e de um advogado que ela me indicou consegui o direito de cumprir meu aviso prévio sem interferência de Frederic e sem mais brigas. Meus direitos seriam assegurados junto à justiça do trabalho, visto que eu havia recusado o acordo com meu ex patrão.

Meu carro ainda não me havia sido devolvido e eu tentava me habituar ao Up, pequeno e baixinho. Luna adorava, dizia que o carro era perfeito para ela. Estar com a minha filha e com Camila era o que me mantinha sã. Nos dias que se seguiram ao acidente na escola, Luna ficou muito sensível e sentiu o impacto do meu desentendimento com seu pai que resolvera dar as caras. E por isso, somente por isso, perdoei Nathan e dei uma trégua.

- Filha, seu pai tá chamando aqui. - Avisei que o cantor tentava uma chamada de vídeo.

- No computador, mamãe? - Perguntou empolgada.

- Sim, venha. Venha falar com ele, meu amor. - A posicionei diante da tela e deixei os dois a vontade. Apanhei meu celular sobre a mesa e sorri ao ver a resposta de minha namorada.

"Seguro que sí, cariño. Vienes o voy?"

Camila Pov

A vida é realmente um grande RPG, onde eu, com certeza, não sou o narrador. Estávamos vendo o jogo no maior clima de casal torcedor e tudo corria bem, de repente os dados rolam novamente e eu estou sentada numa cama de motel passando uma vergonha sem tamanho ao assumir para a minha namorada que eu ainda sou virgem aos 28 anos de idade.

Mesmo Ariana me tranquilizando, me chamando de amor e dizendo que me esperaria eu não consegui relaxar. Dormi mal, tive pesadelos e acordei de mal humor, o que era raro. Mas foi só receber sua mensagem pela manhã para, novamente, rolar os dados e tudo mudar.

Falei com meus pais sobre sair depois do almoço e logo minha mãe reclamou.

- Se você vai para a casa de Ariana as traga para cá. Já está mais do que na hora de formalizar essa relação. Até Sofia saiu na sua frente. Danny vem almoçar conosco hoje. Traga as duas queridas e faremos logo as as devidas agregações.

- Mamá!

- Anda, Karla Camila. Não me faça tomar a frente por você.

[...]

- Ih.. Vocês já vão começar com esse papo de carros? - Ralhou Sofia na mesa do almoço.

- Logo, logo você vai querer puxar esse papo, Sofia de Fátima. E afinal já decidiu para que vai se aplicar nos exames?

- O curso ainda não, mas já sei que será algo na área das exatas.

- Camila ainda fez uma fake humanas, Sofia não vai me dar essa alegria. - Meu pai avaliou.

- Alejandro, Camila me falou de sua biblioteca e eu ficaria encantada em conhecê-la. - Ariana comentou enquanto ajudava Luna com seu prato.

- Pelo menos as minhas noras me dão o prazer de apreciar a literatura. Danny mesmo já compartilhou algumas leituras comigo, Ariana. Ficaria feliz de apresentar meu acervo para as duas.

Eu podia jurar que estava vermelha como um pimentão. Ariana se limitou a sorrir e Danny continuava com aquela cara relaxada dela com o braço sobre o ombro de Sofia. Logo Luna retomou o assunto dos carros e meu pai e eu entramos numa discussão sobre os nossos até eu dar a cartada final.

- Papá, vamos encerrar o assunto antes que a fabricante convoque um novo recall para o seu'Frágile', digo, Agile.

- Cheque-mate, flaca. - Disse e voltou a comer.

- Fica assim não, Dr. Ale, pede pro papai noel, vai que ele te dá. - Arranco algumas risadas.

- Falando em papai noel, o natal vem se aproximando e desde já quero convidá-las para passar aqui. - Minha mãe se adiantou.

- Meus pais também fazem questão da família presente, mas eu prometo comparecer ao natal de vocês. - Danny esclarece.

- Oba, oba, oba. Mamãe, a gente vem, não vem? - Luna saltita animada na cadeira.

- Claro, meu amor.

- Você e a tia Mila são as melhores. - Todos na mesa voltam os olhos para a menina, que parece ficar acanhada e também lembrar de alguma coisa. - Tia Mila, você pode me levar ao banheiro?

- Eu levo você, filha. - Ariana se adianta, mas Luna recusa.

- Deixa que eu vou com ela, Ari. - Acompanho a menina até a porta do banheiro e antes eu abra a porta ela dispara.

- Eu não queria vir no banheiro de verdade, Tia Mila. Eu queria pedir sua ajuda pra comprar um presente pra mamãe. Eu falei com o meu pai pra ele me dar dinheiro pra eu fazer um aniversário bem legal pra mamãe como ela sempre faz pra mim, mas ele disse que eu não posso fazer sozinha, então eu queria comprar um presente.

Uau! O aniversário de Ariana já batia à porta e eu não estava me tocando. Tinha pensado há algumas semanas atrás em reformar o piano de parede que ela mantinha no quartinho, mas seria difícil fazer surpresa. Agora com o pedido de Luna eu já sabia o que fazer.

- Vamos fazer assim, Princesa. Eu te ajudo a comprar um presente bem legal para a sua mãe e você me ajuda a organizar uma festinha bem bonita para ela. Combinado?

- Combinado. Tia Mila... Eu te adoro.

- Eu também te adoro, baixinha. - A pego no colo e caminho com ela de volta para a mesa.

O almoço transcorreu tranquilo e agradável. Apesar de não ter simpatizado com Danny logo de cara, a jovem aos poucos ia ganhando a minha admiração. Tratava Sofia como uma princesa e isso me enchia os olhos. Luna passou o café pós-almoço todo contando as tatuagens da namorada de minha irmã que contava algumas histórias para a menina curiosa e desenvolta.

- Um minuto, Lu. Preciso atender os tios do refri que estão ligando para mim. - Danny explicava calmamente.

- Mas faltam pouquinhas.

- Você não quer que as pessoas fiquem sem refrigerante. Quer?

- Não, não. Por favorzinho. - A tatuada saiu para atender ao telefone e Luna voltou seu olhar para mim. - Tia Mila, precisamos comprar refrigerantes para... - Pareceu se tocar da presença de sua mãe e travou a fala.

- Para quê, mocinha?

- Para a noite da pizza, mamãe.

- Mas isso vai demorar praticamente uma semana, amor. - Ariana disse ao fazer um carinho na bochecha da filha.

- Eu sei. Só estou lembrando para a Tia Mila não esquecer que vamos juntas ao supermercado.

- E eu não vou com vocês?

- Não, mamãe. Você fica em casa gravando os vídeos. - Luna determinou.

- E está funcionando, Ariana? - Minha mãe quis saber.

- Ah, Sinu... Eu estou gostando desse novo desafio, mas por enquanto não é nada profissional.

- Vou me inscrever no seu canal e publicar na minha página pras minhas amigas verem.

- A divulgação vai ser pesadíssima. Olha só que mãe mais tecnológica essa nossa, hein, Camila? - Sofia riu e se retirou para encontrar com Danny que continuava ao celular.

- Muito obrigada pelo apoio, Sinu. Vocês são anjos na minha vida. Não sou muito religiosa, mas agradeço a Deus sempre por ter posto essa coisa linda no meu caminho. - Ariana me abraça e me beija as bochechas me deixando sem graça.

- E eu agradeço por você ter cruzado o caminho desse meu anjo aqui. - Minha mãe aponta para mim. - Camila e Sofia são minhas preciosidades, mas Camila é uma jóia rara. Ver o carinho que você tem com ela só reforça ainda mais o sentimento que tenho por você e pela pequena. Fico muito feliz que vocês estejam juntas oficialmente.

- Eu também, Sinu. Na verdade, acho que vocês já percebiam que estávamos juntas antes mesmo de nos darmos conta. Agora que Camila já está a vontade comigo eu não largo mais.

Minha mãe me lançou um olhar que eu não soube decifrar. E isso era coisa rara. Logo Danny retornou caminhando lado a lado com Sofia que mantinha o braço circulando sua cintura.

- Tenho dois convites para vocês e não aceito duas negativas. - Ela disse animada e logo Luna, que brincava no jardim que ficava ao fundo do quintal, correu para perto dela.

- Oba! Eu adoro convites. - Bateu palminhas. - Podemos ir mamãe? Diz que sim, mamãe. Por favorzinho.

- Calma, meu amor. Deixa a tia Danny falar. - Ariana apaziguou.

- Fala, Tia Danny. Fala.

- Bom, primeiro eu queria sugerir pegarmos uma praia agora. - Minha mãe e Sofia me olharam aflitas e eu tentei de todas as maneiras disfarçar o meu desconforto. - O dia tá tão lindo. Acho que merecemos brindar ao sol que faz lá fora.

- Bom, eu agradeço o convite, mas não vou atender por motivos de soneca da tarde. - Diz meu pai e minha mãe logo se põe ao seu lado como se endossasse o discurso dele.

- Ok, mas me deixem ao menos lançar a segunda proposta. - Meu pai faz sinal para que ela prossiga. - Queria convidá-los para um bailinho no meu bar. Não é nada demais. Só me deu vontade de retribuir a vibe boa que recebo sempre que venho aqui. Faço uma playlist colaborativa com baladas consagradas e nós dançaremos no salão do Maloca. Eu sei que vocês adoram dançar e amanhã é feriado na cidade. O que me dizem?

- Ah, nós vamos, Alê. Vou passar aquela sua camisa e espero que você descanse bem agora a tarde para dançar comigo a noite. - Minha mãe advertiu.

- Ótimo! E vocês? - Pergunta se dirigindo a mim e Ariana.

- Bom, eu vou falar com Sam sobre um possível turno hoje a noite.

- Chama ela. Gente boa aquela doidinha. Vocês podem estender o convite aos amigos, tá? Vibração positiva é o único pré-requisito.

- Mas Luna precisa de uma babá. - Ariana fica pensativa. - Espera... Filha, o que acha da Jessie?

- Tudo bem. Eu queria dançar também, mas já vi que esse é um programa de adulto. - Responde emburrada.

- Vem cá, meu amorzinho. - Puxa a filha pro colo. - Que tal se a gente fosse à praia, uh? Se a gente caprichar no protetor solar e te colocar na sombra não vai ter problema.

- Oba! Vamos para a praia, Tia Mila!

- Praia, uh? - Rindo de nervoso. - Vamos sim. 

÷



Notas Finais


E agora? Como Camila vai escapar dessa ou será que não vai? Nos reencontraremos em breve e com conclusões. A grande revelação vem vindo.

Megabeijo xx


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