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História Underground - Rituais


Escrita por: polypop

Notas do Autor


Anteriormente...
- Fui com a Lily até a Battersea Power Station. - Disse Ethan.
- Descobriram alguma coisa? - Perguntou Vanessa.
- Nada. Mas foi só o começo.
...
- Você está em segurança. Amanhã a gente se vê. Eu prometo. – Ele a beijou novamente e cochichou no ouvido. – Se quiser, pode ir lá para casa.
Ela passou os braços ao redor do pescoço dele e o beijou intensamente, puxando-o para perto de si.
- Até amanhã, Ethan. – Ela disse tomando fôlego.
...
Apesar de ser um túnel, o local não era tão úmido quanto a descrição da visão de Vanessa, além de ser bastante movimentado. Ali, Lily esbarrava com o mesmo problema da Battersea Power Station: gente demais.
Se as informações dadas por Catriona estivessem certas, aquele seria o último local escolhido para um esconderijo.
Lily deixou os túneis e foi para a casa.
Mais um local riscado na lista.

Capítulo 23 - Rituais


            Era noite e Vanessa estava em cima da ponte, além de forte, o vento ali era gelado, ela estremeceu quando uma rajada a pegou desprevenida. Ela estava sozinha na ponte, nenhum carro passava no local e os barcos que circulavam pelo rio estavam ancorados àquela hora.

            Do outro lado da rua ela viu um homem. Um operário, provavelmente. Ele tinha o traje simples e usava uma jaqueta de couro marrom que não o esquentava do frio do outono. Ele mantinha o passo manso e esfregava as mãos tentando se esquentar um pouco.

            Estranhamente Vanessa não sentia tanto frio mesmo sem estar agasalhada. Ela observou por um tempo a água escura do rio balançando com a correnteza e quando olhou novamente para o homem uma figura se aproximava dele.

            O homem não percebia a aproximação e Vanessa começou a gritar chamando a atenção dele. Mesmo gritando a plenos pulmões ele não a ouvia. Com apenas uma mão a criatura agarrou o homem pelo pescoço e em um movimento rápido o mordeu no pescoço. O homem não teve tempo de reagir e quando percebeu o que estava acontecendo já era tarde demais.

            Ele abriu a boca para gritar, mas nenhum som saiu, pois ele já estava perdendo os sentidos.

            Vanessa correu em direção ao homem e a criatura, mas quando estava se aproximando ambos desapareceram e ela ficou sozinha em cima da ponte olhando para frente.

            Ela acordou em um salto, suando frio e ofegante, a cena parecia tão real que ela podia sentir gosto de sangue na boca misturado com a brisa úmida do rio. Ela se sentou na cama e bebeu água do copo que estava na mesa de cabeceira. Ainda estava escuro quando ela olhou pela janela, faltava algumas horas para o dia amanhecer.

            Há dias ela não tinha pesadelos. Ela daria tudo para estar com Ethan naquele momento e não se sentir tão só e tão assustada. Com ele ela nunca sentia medo.

            Sozinha ela tateou a mesa no escuro até encontrar as contas do terço. Ela segurou o objeto sagrado com força, colocou entre as mãos e começou a rezar. Por ela, por Mina e pelo homem que tinha morrido.

 

 

 

 

            Lily se levantou de madrugada para chegar à Tower Bridge antes do horário de movimentação. Ela atravessou a ponte cuidadosamente observando detalhes que talvez tenham passado despercebido nas outras tantas vezes que ela passou por ali, mas nada lhe vinha à mente.

            Ela resolver descer próximo ao Starbucks e se aproximar do píer para ter uma visão diferente da ponte, então quando estava descendo os últimos degraus ela tropeçou em algo e caiu. Ela esperava uma queda brusca e se preparou para o impacto contra o concreto, mas a queda foi amortecida por um volume corpulento. Quando ela se levantou para ver o que a tinha salvado da queda ela percebeu o corpo do homem. Os olhos e a boca ainda estavam abertos como se gritassem, mas foi a vez dela de segurar o grito. Desesperada ela pegou o telefone e ligou para a emergência.

 

 

 

 

            Sembene terminou de escrever o e-mail e apertou em enviar antes mesmo de revisar. Os dados que ele tinha eram mais importantes que qualquer preocupação com a gramática. Além do mais, Catriona não se importaria com um erro ou outro. Ele mal tinha fechado a página de e-mail quando o telefone tocou.

- Cat. – Ele atendeu nos primeiros toques.

- Conte-me tudo. – Ela disse ansiosa. O dia mal tinha amanhecido em Londres e ela já estava totalmente desperta.

- Está tudo explicado no e-mail.

- Eu sei, mas quero ouvir de você.

- Tudo bem. Eu encontrei um grupo que cultuava Sebekneferu, na verdade, seguiam os rituais de sangue que Sebekneferu fazia.

- Em 2019 existe um grupo fazendo rituais de sangue?

- Eu te mandei um vídeo, Cat. Você pode ver com os seus próprios olhos. Do mesmo jeito que eu vi.

- Por quê?

- Eles sabem dos desaparecimentos. Aparentemente há mais casos do que os registrados, eles estão com medo.

- E para isso preferem invocar forças de 2 mil anos antes de Cristo?

- Os al'ahya' al'amwatI, ou mortos-vivos se você preferir chama-los assim, já estão entre nós. O que eles querem com o ritual é monitorar as legiões e talvez serem poupados na batalha. O medo faz as pessoas agirem irracionalmente.

- E o que você acha disso?

- Eu não estou aqui para julgar, Catriona, sou apenas um observador te contando o que eu vi. Mas se quer saber, eu não daria o meu sangue em troca de um poder infinito ou de uma proteção obscura. Prefiro ser eu mesmo até o fim.

            Ela ficou em silêncio por um momento, apenas absorvendo as palavras.

- O que mais? O que mais você viu?

- Eles anseiam pelo retorno de Amunet. Acreditam que serão dignos de um lugar no reinado das trevas.

- A humanidade não sabe o que pede.

- Nós nunca sabemos, Cat.

 

 

 

 

            Catriona chegou cedo ao trabalho. O e-mail que recebeu de Sembene antes mesmo de levantar da cama a deixou ansiosa para voltar ao Museu. Precisava falar com Ferdinand sobre a conversa que teve com Sembene, aquilo só reforçava a profecia.

- Bonjour! Chegou cedo, minha querida. – Espantou-se Ferdinand ao entrar na sala e encontrar Catriona já trabalhando.

- Sembene entrou em contato comigo hoje cedo. Temos novidades.

- Não me parecem boas. – Não era uma pergunta.

            Ela acenou em negativo com a cabeça.

- Alguns inconsequentes estão fazendo rituais de sangue no Egito. – Ferdinand abriu a boca e emitiu um som de surpresa. Ela não esperou que ele dissesse algo para que continuasse a contar. – Estão fazendo os mesmos rituais que Sebekneferu fazia. Não chegaram às últimas consequências... ainda. – Ela enfatizou a última palavra.

- Sebekneferu deu seu sangue à Amunet para chegar ao poder. Ela foi a única mulher a subir ao poder depois da morte do imperador Amenhemet I.

            Catriona concordou com Ferdinand.

- Mas a que preço?

- Dizem que a origem dos vampiros foi com ela. Após o último ritual, quando todo o sangue da Rainha foi exaurido, ela foi enterrada por sete dias e ao voltar do mundo dos mortos sua alma já pertencia a Amunet. Ela conseguiu todo o poder que desejava, mas a sede era implacável. Todos os guardas que vigiavam o sarcófago em que foi enterrada acabaram se tornando mortos-vivos por ela.

- Foi um reinado bastante caótico e a praga das legiões foi espalhada...

- Depois de Sebekneferu eles passaram a esconder a identidade.

- Até agora.

- Até agora. – Ele concordou.

- Sembene disse que as pessoas estão com medo do retorno das legiões. Acham que de algum modo estarão protegidas se já estiverem envolvidas com Amunet.

- É um erro comum acreditar que podem confiar nas forças ocultas.

- Ele também acha que é uma forma que eles encontraram de monitora-los.

- Sembene está envolvido?

- Ele é curioso e crente demais para não se envolver, mas está se mantendo a salvo.

            Ferdinand assentiu.

- Sembene é um homem consciente. Não se preocupe com ele, chérie. Ele não corre mais perigo do que eu ou você e nos manterá informados caso aconteça qualquer coisa.

 

 

 

 

            Assim que Ethan fechou a porta do flat, Vanessa o puxou para um beijo arrebatador, ela sentia a falta dele mais do que gostaria de admitir. Por um momento esqueceram que ainda estavam no meio do apartamento (e não dentro do quarto) e a ousadia do ato foi tanta que eles precisaram parar para respirar fundo.

- Victor? – Ela exclamou com a face rosada se lembrando do colega de Ethan.

- Trabalho, laboratório, universidade... ou qualquer outro lugar. – Ele sorriu tranquilizando-a. – Ele nunca chega cedo em casa.

            Ela sorriu aliviada, dando um breve beijo nos lábios dele. Não que ela fosse recatada, mas não tinha a menor intenção de se exibir assim. Ele a beijou de volta e a pegou no colo, levando-a para o quarto. Ele a deitou na cama e voltou para trancar a porta.

- Pronto. Totalmente a sós. – Ele disse, já se debruçando sobre ela. Sem pressa e sem interrupções inesperadas ele a beijou com voracidade. Ela retribuiu na mesma intensidade, se derretendo de satisfação nos braços dele.

            Depois de longos minutos, eles se renderam juntos ao prazer da volúpia, inebriados de desejo eles foram a outra dimensão. A cada momento que passavam juntos a intensidade parecia ser cada vez maior. Não precisavam expressar em palavras o que cada molécula de seus corpos sentia. Suados e ofegantes eles se encararam apenas para confirmar tudo o que estavam vivenciando. Definitivamente eles tinham química juntos, mas aquilo não apenas sexo.

            Então contentes, eles recomeçaram as carícias serenamente.



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