Estávamos em queda livre. Eu estava abesbilica enquanto via o chão longínquo ficar cada vez mais perto, Fuly tentava voar sem sucesso, Pierre tentava agarrar-se ás paredes, o que não funcionava e Gustavo já estava muito abaixo de nós.
Apesar da queda imensa, eu sei que eles sobreviveram á mesma, mas eu não… pois apenas tenho 1 de HP. Nós sabemos tudo sobre as ALMAS, HP, LOVE, Pontos de defesa e de ataque, fazia parte do treino para fazer parte do grupo. Eu sou a única que tem apenas “1” em todos os dados.
Entrei em desespero, sou a mais velha do grupo, tenho de os proteger, mas não os posso proteger morta. Fechei os olhos, senti o meu olho direito arder e fiquei o mais quieta possível, já quase aceitando o meu destino. Então eu senti chão, mas não como se tivesse caído brutalmente, e sim como se eu sempre estivesse estado ali. Abri os meus olhos lentamente e olhei para onde eu me encontrava. Estava de pé num monte de flores amarelas, algumas tingidas de vermelho, o resto da sala era escura e medonha. Olhei para cima, correndo para fora dali ao ver Gustavo chegar ao fim da queda de forma estrondosa, seguido por Fuly e Pierre que aterraram mais graciosamente. Voltei para o pé deles, que pareciam estar bem…
Boli – Pessoal! Como estão? Muito feridos?
Pierre – Eu estou bem, querida. Obrigado.
Fuly – Doí-me um pouco a cabeça, mas estou bem.
Gustavo – Boli, como fizeste aquilo?
Boli – Aquilo o que?
Pierre – Estavas a cair ao nosso lado e do nada desapareceste e reapareceste aqui no fundo.
Boli – Eu não faço a mais pequena ideia de como fiz isso.
Gustavo – Tu deves ter o poder de criar atalhos – disse ele pensativo.
Boli – Atalhos?
Gustavo – É mais conhecido como teletransporte.
Fuly – Mas como é que fizeste isso?
Boli – Eu não sei… apenas fechei os olhos?
Gustavo – As nossas almas ativam alguns poderes quando estamos em perigo…. E tu morrerias se não criasse o atalho a tempo.
Fuly – Aí não! Isso não! Eu não viveria bem com isso! - disse de forma histérica.
Pierre – Meus queridos, o que interessa é que estamos todos vivos.
Boli – Todos menos a criança…
A tal criança que nós seguíamos estava ali, morta nas flores amarelas. Era uma criança humana com uma alma azul ciano. Víamos a alma rachar sobre o corpo. Esta logo se estilhaçou por completo…
Gustavo – Uma busca para nada, uma queda para nada…
Fuly – Não sejas tão pessimista!
Boli – Pierre, achas que conseguimos sair daqui? – Falei olhando para cima.
Pierre – As minhas teias não nos aguentam e a Fuly não consegue voar na vertical, muito menos com peso extra. Só se tu conseguires teletransportar-nos lá para cima.
Boli – Foi a primeira vez que o fiz, não sei controlar.
Pierre – Então não temos outra escolha senão ir em frente por este local.
Boli – O que trouxeram de mantimentos?
Fuly – Apenas algumas latas de atum, salsichas e milho, juntamente com um kit de primeiros-socorros. Apenas daria para dois dias se racionarmos bem.
Gustavo – Ou seja tenho de encontrar uma saída e depressa.
Pierre – Entanto é melhor começarmos queridos.
Gustavo – Certo, vamos.
Fomos em direção a uma porta que nos levou a uma sala diferente. Essa nova sala era escura e no centro tinha uma flor amarela com cara.
Flowey - Opa! Como vai! Eu sou FLOWEY. FLOWEY a FLOR… Mas o que são vocês?
Gustavo – O que somos nós? O que és tu? Flores não têm cara...
Fuly – Gusto! Não sejas mal-educado – retorquiu.
Boli – Bem, Flowey, eu sou uma híbrida de humano e esqueleto, chamo-me Boli. Ela uma híbrida de humano e fada, ele um híbrido de aranha e humano e ele é uma gárgula – eu apontava para cada um enquanto falava.
Flowey – Oh! Não sabia que existiam híbridos de monstros com humanos, chega a ser irónico. Bem, é a vossa primeira vez no SUBSLO, certo?
Gustavo – Sim, é sim…
Flowey - Pocha, tudo deve parecer tão confuso. Alguém precisa vos ensinar como as coisas funcionam por aqui!
Pierre – Sem querer ser rude, nós conhecemos bem as “coisas de monstros”. Sabemos o que é uma alma, LOVE, HP… tudo isso.
Flowey – É sério? Mas tenho a certeza que não conhecem A REGRA DE OURO!
As nossas almas apareceram no ar, duas brancas, uma roxa e uma verde. Á nossa volta apareceram um monte de sementes brancas.
Flowey - Neste mundo, é matar ou MORRER. Por que ALGUÉM desperdiçaria uma oportunidade como essa? Quatro almas de uma só vez. Como não resistir? Agora… MORRAM!
As sementes aproximavam-se de nós. Ninguém estava calmo e eu muito menos, com tantas sementes não me conseguiria desviar… ninguém conseguiria.
Do nada, as sementes desapareceram e uma bola de fogo acertou em Flowey.
? – Mas que criatura terrível, torturando umas almas tão inocentes…
Fuly – Mas como…?
? - Ah, não tenham medo, minhas crianças. Eu sou TORIEL, a guardiã das RUÍNAS. Eu passo por este lugar diariamente para ver se alguém caiu. Vocês são os primeiros a vir aqui em muito tempo.
Pierre – Podes nos ajudar a mostrar o caminho, querida?
Toriel – Claro! Como se chamam?
Boli – MV Boli.
Fuly – Fuly.
Pierre – Pierre.
Gustavo – Gustavo.
Toriel - Venham! Eu vos guiarei através das catacumbas. Por aqui.
Toriel era diferente, parecia uma mulher cabra. Baskerville já me tinha dito que monstros esta espécie fazia parte da realeza. Mas o que já ela aqui, nas ruínas? Ela tinha pelo branco e apenas usava uma longa veste roxa com um símbolo branco ao peito e com mangas compridas da mesma cor. Baskerville tinha-me dito que esta espécie era fortíssima e que só um humano poderia mata-los, o que me fez pensar... porque ela não nos atacou?
Entramos numa nova sala, esta roxa que tinha seis botões prateados no chão e uma alavanca dourada ao lado da porta que nos levaria para outra sala.
Toriel - Bem-vindos ao vosso novo lar, pequenos. Permitam-me vos educar no funcionamento das RUÍNAS.
Pierre – Com todo o respeito, eu sou da sua altura…
Gusto – Também és o mais novo do grupo.
Pierre – Cá entre nós, a idade e a altura são inversamente proporcionais neste grupo.
Boli – Ha ha ha. Belo momento para dizer que sou baixa.
Toriel andou por cima de alguns botões e depois seguiu para a alavanca, acionando-a e fazendo a porta se abrir. Então ela voltou para nós.
Toriel - As RUÍNAS são repletas de quebra-cabeças. Fusões anciãs, entre distrações e trancas. É preciso resolvê-los para ir de uma sala á outra. Por favor, tentem acostumar-se com eles.
Fuly – Esteja descansada.
Toriel avançou, sendo seguida por nós.
Toriel – É muito bom ver que híbridos como vocês ainda estão vivos na superfície. Os humanos não são tão cruéis… não é?
Gustavo – Os humanos não aceitam os híbridos…
Toriel – Como assim, minha criança?
Gustavo – Eu tenho 16 anos…
Fuly – Gustavo!
Boli – Um monstro que conseguiu ficar na superfície, recolheu-nos e tomou conta do todos nós num local escondido.
Toriel – E como chegaram aqui, minha pequena?
Boli – Estávamos á procura de uma criança que tinha fugido.
Pierre – Acabamos por cair aqui durante a procura.
Toriel – Então temos um trabalho parecido, meus pequenos.
Fuly – Parece que sim…
Toriel – Bem… como vocês são muitos, é melhor terem um líder. Qual de vocês é o mais velho?
Boli – Sou eu.
Toriel – Hum… uma Skeleton, acredito que sejas uma boa líder, minha pequena.
Eu sentia-me bem perto de Toriel, não por ela me colocar como líder, mas ela fazia-me lembrar o Senhor Baskerville.
Toriel – Nesta sala há vários interruptores, só precisas de acionar os que eu marquei. É fácil, está já ali a primeira.
Pierre – Eu faço isso – Pi apenas lançou uma teia e puxou-a de modo a acionar a alavanca.
Toriel – Muito bem minha criança. A próxima está já além.
Fuly – Eu vou lá – começou a voar em direção da alavanca.
O resto foi em frente onde vimos uns espigões desaparecer.
Toriel - Esplêndido! Estou muito orgulhosa de vocês, meus pequenos. Vamos até a outra sala. – Toriel avançou.
Gustavo – Isto é ridículo…
Boli – Tu queres voltar para a fábrica, não queres?
Gustavo – O mais ridículo é TU seres a líder.
Boli – Desculpa? Qualquer um de nós poderia ser o líder.
Gustavo – Mas a mais fraca é que foi escolhida.
Boli – Isso é inveja Gustavo?
Gustavo – Ficaríamos melhor se outros de nós fosse o líder, só isso.
Fuly – Meninos, não discutam.
Gustavo – Ninguém te chamou para a conversa.
Boli – Hei! Ela não fez mal nenhum.
Pierre – Deixem de se comportar como crianças! – todos olhamos para Pierre que parecia enervado. – Toriel está á nossa espera, e Gusto, foi a Toriel que escolheu, se não gostas da decisão, fala com ela… Nossa queridos, eu é que devia ter “menos maturidade”.
Pierre avançou comigo e Fuly de seguida e Gusto depois.
A nova sala era pequena com as paredes roxas e tinha uma espécie de boneco castanho.
Toriel – Sendo híbridos no SUBSOLO, eu não sei como os monstros iram reagir, mas eles podem vos atacar. Vocês precisarão estar preparados para tal situação. Porém, não se preocupem. O processo é simples. Quando encontrarem um monstro, vocês entraram em uma LUTA. Enquanto estiver em uma LUTA, inicie uma conversa amigável. Apenas ganhe tempo. Eu virei para resolver o conflito. Pratiquem conversando com aquele boneco.
Gustavo – Isto só pode ser uma brincadeira…
Boli – Comecemos.
Iniciamos uma luta com o boneco. Tinha os quatro botões que eu tão bem conhecia… Lutar… Agir… Item… e Piedade… conhecia bem demais aqueles botões. Fuly clicou em Agir, sendo seguida por todos. Não aconteceu nada…, mas Toriel pareia estar feliz com a nossa ação.
Toriel – Ah, muito bom! Vocês são muitos bons. – E saiu para a sala seguinte…
Pierre – Podíamos ter dito que sabemos lutar…
Boli – Isso não será necessário… vamos.
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