História Undone - Conected -- MICHELLE

Eu sentia meu coração abalado. Eu me sentia completamente abalada. Não sabia se chorava ou se simplesmente corria para casa. A primeira opção foi mais forte e eu apenas deixei as lágrimas caírem. 

Tinha ido até a casa de John, um dos garotos da banda dos meninos do Lost & Found Music Studios, porque eu estou completamente apaixonada por ele há, sei lá, mais de um ano. E mesmo que eu seja uma dançarina do The Next Step e não tenha muito tempo livre, sempre arranjo algum para dar uma visita no Studio que é, na verdade, bem perto.

O John sempre foi meio distante, além de ter muita vergonha, ele também tem um peso muito grande nos ombros. Ele se culpa pela morte da mãe, que estava com depressão profunda e acabou suicidando. Embora ele fosse uma criança e não tem culpa nenhuma. 

Eu já tinha ido na casa dele uma vez, novamente para procurá-lo, e acabei por ficar conversando um tempão com a avó adorável dele, porque ele não estava lá. E dessa vez, eu estava percebendo que ele estava ainda pior. Encontrei o John no Lost & Found e até nos demos as mãos, porque eu queria lhe passar segurança. Ele parecia muito mal. E estava começando a perceber que ele estava melhorando bem, até aquele momento. Ele dê início retribuiu meu toque, contudo depois se levantou e foi embora, me deixando sozinha.

Eu, no fundo, já sabia que ele gostava de mim. Havíamos, de certa forma, confessado um ao outro, só que não firmamos nada porque ele parecia estar um pouco despreparada e eu disse que era melhor esperarmos algum dia, quem sabe, e John concordou. 

Só que estava muito preocupada com ele e resolvi ver se estava bem. Talvez, tenha sido a pior coisa que fiz.

Fiquei um bom tempo falando com a avó e o pai dele, todavia quando John chegou em casa ele parecia arrasado e a primeira coisa que fez foi me mandar embora, eu tentei falar com ele, mas continuou me expulsando. Ele não foi grosseiro, pediu por favor para que eu fosse embora, só que aquilo fez meu coração doer muito. O que ele estava pensando? Porque ele estava agindo assim?

Depois de sua avó e seu pai tentarem intervir, senti que não era bem vinda e meus olhos já estavam marejando, por isso afirmei que iria embora e sai correndo até a varanda, onde deixei as lágrimas realmente rolarem.

Não sabia o que fazia. Estava desolada. Como eu podia gostar tanto dele e ele não perceber isso? Ele não precisava fazer isso. Se ele nos desse uma chance, eu sei que poderia melhorar a sua vida. Eu poderia resgatá-lo.

Estava começando a pensar que deveria realmente ir para casa, quando ouvi a porta se abrir e me virei. Deparando-me com John. Ele parecia arrasado e arrependido, contudo estava me sentindo tão estranha, que sai correndo e ele foi atrás. Paramos em frente à calçada da sua casa e ele se voltou para mim.

_Michelle, espera! Por favor, me escuta... - Eu o encarei com os olhos cheios de água - Olha, eu to mal, eu não sei se consigo fazer isso, eu não sei como consertar... Eu não quero te magoar...

Eu o observava enquanto ele estava tentando não me machucar, entretanto era o que havia feito, mas naquele momento a única coisa que eu sabia e que sentia que deveria fazer era confessar tudo. Tirar todo aquele peso de cima de mim. Não me importava com mais nada. A única coisa que queria era ele. Queria ele bem. Queria estar com ele.

_E-eu não to nem ai... Eu amo você.

John me olhou nos olhos. Ele não tinha reação, nem tanto eu. Estávamos apenas nos observando. Um olhando nos olhos do outro. Todavia de certa forma, nós sentíamos que estávamos conectados. Algo nos colocava em sintonia e isso deixou com que todos os nossos problemas de antes fossem embora. Eu não deveria ir embora. John não deveria ir embora. Nossos problemas é que deveriam ir embora.

John passou a mão pelo cabelo sem graça e eu sorri de leve. Como amava aquele gesto. Como amava o jeito que seus olhos azuis passeavam delicadamente por minha face. Como eu amava seu sorriso sincero. Como eu amava seus gorros e seu estilo descontraído. Como eu o amava.

Então, em seguida, para quebrar aquele silêncio e dar ouvidos ao que nossos corações clamavam, John se aproximou e me puxou pela cintura pra um beijo apaixonado e verdadeiro. Senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Eu havia esperado tanto tempo por aquilo. Me sentia completa junto dele.

Envolvi meus braços em seu pescoço e deixei com que aquele momento me guiasse. A única coisa que queria era estar com ele. Queria fazê-lo feliz. Queria que ele me fizesse feliz e, agora, eu sabia que podia confiar em alguém mais do que eu mesma, porque compartilhávamos do mesmo sentimentos. Nós nos conectamos. Estávamos conectados era como se uma nova constelação estivesse nascendo daquela nossa união.

Quando nos distanciamos sorrindo um para o outro, apoiamos nossas testas uma na outra e deixamos que nossos sentimentos falassem por nós.

_Michelle... Me perdoa... E-eu também amo você.

_Como eu quis ouvir isso...

_Eu também... Sabe, eu não quero te magoar, eu só quero te ver feliz.

_E-eu vou estar feliz com você...

John hesitou um pouco, ele parecia digerir minhas ultimas palavras e tentar encontrar o certo a se dizer.

_Você... Quer estar comigo?

_É o que eu mais quero, John. Eu sempre quis.

_Esse é o momento? E o que fazemos com o algum dia?

Respirei fundo e levantei o olhar para encontrar o dele. Estávamos tão próximos que eu podia mergulhar naquela imensidão azul.

_Você não percebe? Esse algum dia já chegou. Estamos prontos... Se nos dermos essa chance.

_Então... Michelle... Você...

Ele parecia tão nervoso. Eu amava quando ele não sabia o que dizer. Sorri profundamente vendo que ele estava assim por mim, com medo de me magoar e isso soava como protetor, o que me deixava segura junto dele.

_Sim, John... O que eu mais quero é namorar com você - Eu o respondi antes que terminasse a pergunta por estar tão eufórica com isso.

_Ótimo. Eu também - John se deixou sorrir para mim de volta.

Estávamos juntos. Oficialmente juntos e nada mais importava naquele momento. A única coisa que existia no mundo eram eu e ele. Michelle e John. Donos de uma nova constelação. Era assim que estávamos nos sentindo naquela dança do amor, naquela canção do amor, naquela linguagem do amor: Conectados.

Em seguida, John estendeu a mão para mim e eu entrelacei com a minha segura e livre. Ele se virou para mim e me guiou até seu quarto. Seu pai e sua avó não estavam mais na sala, mas algo me dizia que eles sabiam que estávamos mais que bem, que eles também queriam aquilo e eu me senti bem vinda ali novamente.

Eu me sentei na cama dele e John pegou o violão. Ele falava com a música e eu com a dança. Essa demonstração de arte que nos uniu desde o começo.

_E-eu... Escrevi uma música para você, e acho que esse é o momento certo para te mostrar.

_Eu adoraria ouvir.

Sorrimos um para o outro e ele começou a dançar com os dedos pelas cordas do violão e dar origem aquela melodia linda e contagiante que invadiu o meu peito por inteiro.

"The moon looks at the sun
They are in tune
It makes a beautiful melody
They wish be together soon

And I look at you
Like the moon looks at the sun
The dance and the song
Mixed turns we in one

We're conected
We're conected
We're conected
We are sun and moon
But we are together
Like a new constalation

The moon needs the sun
She shine because of him
It makes a beautiful wave
That they wish swim

And I needs you
Like the moon needs the sun
The steps and the rhytms 
Guide us to be one

We're conected
We're conected
We're conected
We are sun and moon
But we are together
Like a new constalation

We're conected
We're conected
We're conected
We are sun and moon
But we are together
Like a new constalation

We're conected like a new constalation"

"Could an undone person, with their world destroyed and their feelings broken, find something really strong to help her rise up?"