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História Unexpected Connection - Epílogo: Parte Dois.


Escrita por: brunacezario e MaluBrochu

Notas do Autor


Estamos em 2040 e Supergirl acabou de lançar a sua temporada 153, YAY!!!
Oi gente, perdão a demora, não nos matem, lembrem-se que amamos vocês bastante e aproveitem bem a leitura!

Capítulo 33 - Epílogo: Parte Dois.


Casa das Reid-Luthor, 7:22 AM. 

A polícia acaba de levar sob custódia Malcolm Merlyn. Ele, assim como outros empresários, foi preso devido um dossiê que chegou as mãos das autoridades. Nesse dossiê encontra-se todos os negócios ilegais que Merlyn fez com Lex Luthor, incluindo a participação no trágico desabamento do prédio que ocorreu há 3 anos, onde Lex Luthor fora condenado à prisão perpetua”. 

- Tem alguma coisa que você gostaria de me contar? – Reign questionou, parando ao lado da esposa. Lena estava de pé, com uma xícara de café na mão, focada no jornal matinal. 

- Eu ia te perguntar a mesma coisa. – Lena respondeu, voltando sua atenção para Reign. – Tem certeza que você e o Winn não estão por trás disso? 

- Por mais que eu quisesse levar os créditos por isso, - Reign deu alguns passos, parando de frente para Lena, impedindo que a esposa voltasse a olhar para televisão enquanto ela falava. - eu deixei toda essa história para trás depois da condenação do seu irmão. 

- Pensei que havia sido por causa de um certo acordo que você fez com a Kara. – Lena disse como quem não queria nada. Reign a encarou com uma sobrancelha erguida, tentando ler na expressão da esposa se ela sabia realmente de algo ou se só estava plantando verde para colher maduro. Lena sorriu de canto de rosto, erguendo a xícara de café para Reign e tomou um gole do líquido. – Eu te conheço Reign Reid-Luthor. 

- Talvez... – Reign retribuiu o sorriso sugestivo. – Ela disse que eu podia entregá-la, mas... – Balançou a cabeça em negativo. – Eu queria realmente deixar toda essa história para trás. Que bem faria? 

- Será que vão atrás dela também? – Reign ergueu os braços, respondendo com o gesto que não fazia a menor ideia. Fazia um bom tempo que não ouviam falar de Kara Danvers, fora o fato de seu escritório de advocacia fazer um tremendo sucesso em tão pouco tempo de funcionamento. E, depois de tudo, não era como se elas procurassem ter notícias da Garota de Aço. – Espero que não venham atrás de mim. 

- Você nem ouse brincar com isso! – Reign caminhou para longe de Lena, andando em direção da cozinha. Lena riu. – Isso não tem graça, Lena. 

- Me desculpa. – Ela pousou a xícara de café em cima do balcão. – Vem aqui. – Gesticulou, chamando a esposa com uma expressão doce. Reign revirou os olhos, mas andou em direção à Lena da mesma forma. A empresária levou as mãos até a cintura de Reign, olhando dentro de seus olhos. – Eu jamais vou quebrar a minha promessa e, se precisar, prometo de novo. Eu jamais vou ser esse tipo de empresária. Nunca fui. E, com você trabalhando diariamente ao meu lado, eu nunca vou ser. A não ser que você me induza. Você sabe que eu não consigo falar “não” para você ou para a Ellie. 

- Lena, por favor, cala a boca. 

Lena riu, beijando Reign logo em seguida. No momento, era a melhor coisa que ela poderia fazer com sua boca. Pelo menos seus beijos não aborreciam Reign logo de manhã. 

- Ninguém acredita em mim quando eu falo que todas as vezes que eu me atraso para a escola é porque vocês duas estão se beijando. – Ellie disse em um tom natural. 

- Você nunca chega atrasada na escola. – Reign tratou de desmentir aquele absurdo. – Nós somos mães muito responsáveis. 

- Não foi o que a tia Maggie disse quando livrou a mamãe de duas multas por dirigir rápido, todas no horário da manhã, quando vocês estão me levando para a escola. 

Lena balançou a cabeça em negativo, virando o rosto para não ter que encarar a expressão de reprovação de Reign. Ellie levou as duas mãos até a boca, lembrando-se de que acabara de contar um pequeno segredo que ela e Lena tinham. 

- Você é uma bilionária e fica pedindo para a Maggie dar um jeito em suas multas? – Reign indagou em um tom mais para divertido do que julgador. – Eu... – Ela riu, desacreditada. 

- Eu sou uma Luthor que não dá razão para que a mídia fale mal, você quer mesmo que eu seja atacada por não respeitar as leis de trânsito? Ninguém vai contar a versão de que eu levei a multa para impedir que minha filha chegasse atrasada na escola. 

- Se me beijasse menos nada disso aconteceria. 

- Não, não, não, não mesmo. – Disse Ellie balançando a cabeça em reprovação por causa da fala da mãe. – Eu não ligo de chegar atrasada na escola. Vocês podem se beijar o quanto quiserem. 

- Quando você for adolescente, eu tenho certeza que vai se arrepender de ter dito isso para gente, ainda mais quando estivermos nos beijando na frente dos seus colegas de escola. – Disse Lena com um sorrisinho divertido. Reign riu, concordando. Ellie não disse absolutamente nada. Claro que aquilo não era verdade. Jamais teria vergonha de suas mães. – Vamos? Não quero tia Maggie falando no meu ouvido sobre multas mais uma vez. 

 

Danvers Advocacia, 9:47 AM. 

- Nós estamos indo bem no caso do assassinato, não estraguem tudo. – Disse Kara na reunião que fazia com todos os seus advogados pela manhã antes de começarem realmente o expediente. – Acho que é isso. – Ela fechou a pasta em sua frente, deixa que todos aguardavam para poderem levantar e irem realizar seus trabalhos. – Lance, Sharpe, uma palavra. 

As duas mulheres se entreolharam com um pouco de receio, mas voltaram a se sentar enquanto todos os outros advogados deixavam a sala de reuniões.  

Normalmente, quando Kara Danvers pede para alguém ficar depois da reunião matinal, isso significa que essa pessoa está com problemas ou que fez alguma coisa errada em algum caso. Ninguém tinha realmente problema com Kara na firma. Ela era uma excelente chefe, mas a Garota de Aço levava muito a sério cada caso que pegava, cobrando o máximo de excelência de todos que trabalhavam com ela. 

- Se isso é sobre o caso do Slade... – Sara adiantou-se. 

- Isso não tem nada a ver com o caso do Slade. – Kara tratou de esclarecer, fechando a porta da sala de reuniões. – Até fiquei surpresa por vocês terem conseguido um acordo. Na verdade... – Caminhou a passos lentos de volta a enorme mesa. – Não fiquei. Vocês são minhas duas melhores advogadas, sempre conduzem os casos da melhor maneira possível. É exatamente isso que eu procuro em sócias igualitárias. 

- Sócias igualitárias? – Ava indagou, surpresa. – Pensei que isso não seria cogitado até o próximo ano. 

- As coisas mudam. – Kara sentou-se.  – E podem mudar muito mais daqui alguns dias, portanto preciso de advogadas como vocês para conduzirem a firma. 

- Isso tem a ver com as pessoas que estão sendo presas por causa do desabamento do prédio e de mais diversos outros negócios ilegais que fizeram com o Lex? – Sara questionou, bastante confusa com o rumo de toda aquela conversa. – Você acha que virão atrás de você em seguida? Eu pensei que você tivesse sido inocentada. 

- Eu fui. Isso não significa que eu seja inocente. – Sara e Ava se entreolharam. Ela estava confessando? Estava confirmando que iriam atrás dela? Ela iria se entregar? O que estava acontecendo? – Quando eu decidi te contratar, sua irmã disse para eu ficar longe de você. 

- Ela me disse. – Sara respondeu, embora não estivesse entendendo o rumo que aquela conversa estava levando. – Laurel falou que tinha medo de você me corromper. “Ela é uma excelente advogada, mas isso não significa que ela seja boa”. – Relembrou as palavras da irmã mais velha. Kara assentiu. Era bem a cara de Laurel falar algo do tipo. – Mas, independente de qualquer coisa, eu não podia perder a oportunidade de trabalhar para a Garota de Aço. É a Laurel que está indo atrás de todos esses empresários? Ela está indo atrás de você? 

- Não. – Kara reforçou a resposta balançando a cabeça negativamente. – Eu só quero saber se a minha empresa estará em boas mãos. 

- Kara, você vai precisar de nós? – Ava perguntou. – Legalmente falando. Você vai precisar que cuidemos do seu caso? 

- Talvez. – Kara levantou-se da poltrona. – Por favor, não mudem o nome da minha firma para “Avalance Advocacia”. Todo mundo sabe que vocês duas são um casal, não precisam... – Gesticulou, fazendo uma careta. 

As duas se entreolharam, um pouco perplexas com toda aquela conversa. Todo mundo sabia mesmo que elas eram um casal, mas Kara nunca havia comentado nada tão explicitamente e, muito menos, chamado elas pelo nome do casal. 

- Nós ainda achamos que você errou na hora de escolher o nome. – Sara confessou. 

- Deveria se chamar “Garota de Aço Advocacia”. – Ava completou. – Quem sabe depois de te tirarmos dessa confusão? 

- Eu que vou me colocar nessa confusão, então... – Ela abriu a porta da sala de reuniões. – Mais tarde resolvemos todos os detalhes para a sociedade. 

As duas assentiram, assistindo Kara deixar a sala de reuniões. Com o passar dos segundos, as coisas foram ficando mais claras na cabeça de ambas e elas passaram a ter uma leve ideia do que se tratava realmente toda aquela conversa. 

 

Prédio da L-CORP, 1:02 PM

- Você não sabe o que eu descobri! – Disse Laurel entrando toda esbaforida no escritório de Winn. O advogado parou o lanche que estava comendo na metade. Ele amava quando Laurel entrava daquela forma em seu escritório, pois sempre era responsável por excelentes informações (ou fofocas). – Sabe o vigilante? Eu acho que sei quem é. 

- Espera. – Winn pousou o lanche em cima da mesa, assimilando o que Laurel acabara de dizer. – Você sabe quem é que está levando à justiça todos que fizeram trabalho sujo com o Lex? – Laurel assentiu, sorridente. – Como... Como? Ah cara! – Não deixou com que Laurel prosseguisse. – O Oliver descobriu, não descobriu? Ou ele é o vigilante? Não me surpreenderia. Até ontem ele era um ninguém, agora é o seu noivo, e candidato a prefeito com o apoio de Cat Grant. 

- Ele só tem o apoio da Cat porque é o meu noivo. – Laurel afirmou, convencida. 

- Ah... – Winn sacudiu a cabeça lentamente, como se tivesse começado a enxergar coisas que não via antes, mesmo que estivessem bem debaixo de seu nariz. – Isso é um daqueles noivados arranjados. Vocês vão casar por interesse político. 

- O que? Não! – Exclamou Laurel, ofendida. – Nós vamos nos casar porque nos amamos, e... – Ela balançou a cabeça em negativo, tentando alinhar seus pensamentos novamente. – O que meu noivado tem a ver com essa conversa? Oliver não é o vigilante. A Kara é. 

- Kara? Que Kara? – Indagou Winn, confuso. – Existe outra Kara em National City? Você acredita na teoria que todos nós temos 7 sósias perdidas por aí? 

- Winn... – Laurel estendeu para o advogado o lanche que ele estava comendo quando adentrou o escritório. Só assim para ver se ele ficava quieto e deixava com que ela terminasse. – Foco! – Winn pegou o lanche da mão dela, dando uma considerável mordida. – Eu saí para almoçar com a Sara hoje e ela deu a entender que a Kara que é a vigilante. 

- Isso não é possível! – Winn exclamou com a boca cheia. – Como ela é a vigilante? Eu ainda acho que a Reign teve que vender a alma para ela, e agora, sem mais nem menos, ela está entregando todo mundo que trabalhou com o Lex? Que estavam envolvidos no desabamento do prédio? Isso não faz o menor sentido. 

- Eu também achei que não fazia, mas ela era a única que tinha esse tipo de acesso. Kara era a única pessoa que Lex confiava cegamente, ao ponto dela conseguir passar a perna nele. 

- Por que ela faria uma coisa dessas? – Winn questionou ainda descrente. - Por que logo agora? 

Laurel ergueu os ombros, completando: 

- Peso na consciência, talvez? 

Os dois se entreolharam, pensando seriamente na possibilidade de a Garota de Aço ter uma consciência. Eles balançaram a cabeça, sem dizer uma única palavra, mas ambos sabiam que estavam pensando a mesma coisa: Kara Danvers e peso na consciência, duas coisas que não faziam o menor sentido em uma mesma frase. 

A dupla de advogados discutiu mais algum tempo sobre o assunto até chegarem a conclusão de que Lena precisava saber que Kara estava envolvida em todas aquelas denúncias. 

Por não saberem a motivação da Garota de Aço era melhor prevenir do que deixar as coisas rolarem. Kara poderia ser a vigilante pelos motivos certos ou poderia ainda guardar algum tipo de rancor que Lena desconhecia, tramando mais alguma coisa para incriminar a CEO da L-Corp. 

- Quando vocês dois estão juntos significa duas coisas: Uma notícia muito boa ou uma notícia muito ruim. – Lena apontou, intrigada com o fato de seus dois melhores advogados estarem em sua sala. - Qual das duas que é? 

- Depende do ponto de vista. – Laurel foi a primeira a dizer algo. 

- Nós descobrimos quem é o vigilante. – Winn resolveu ir direto ao assunto. Lena o encarou com uma sobrancelha erguida, enquanto Laurel o encarou com os braços cruzados e uma expressão de desaprovação. – A Laurel descobriu quem é o vigilante. – Retificou, apontando para a loira. 

- Não é nada confirmado, eu só juntei as peças. – Laurel tratou de deixar claro. – A Kara é o vigilante. 

Lena encarou os dois por alguns instantes em completo silêncio, causando um pouco de inquietude tanto em Laurel quanto em Winn, e logo em seguida ela riu. 

Winn acompanhou a risada de sua chefe, embora não soubesse do que ela estava rindo.  

Laurel ficou encarando os dois com os braços cruzados e uma expressão de completa confusão. Do que os dois estavam rindo? 

- O que é tão engraçado? – Reign indagou entrando no escritório. 

- Eles acabaram de dizer que a Kara é o vigilante. – Disse Lena. 

- Eu não sei o motivo disso ser engraçado, mas é a mais pura verdade. – Disse Winn. 

- Vocês estão falando sério? Não é brincadeira? – Lena questionou, chocada. – A Kara é mesmo o vigilante? 

- Tudo indica que sim. – Disse Laurel. – Não tive como ter certeza por isso resolvemos te contar. Talvez você consiga confirmar se é verdade ou não. 

- Ou podemos deixar isso para lá. – Reign sugeriu. – Lena não tem nada a ver com as pessoas que estão sendo entregues ou com a Kara. 

- Por isso que achamos que a Lena deveria ir atrás da verdade. – Disse Winn. – Nós não sabemos o motivo dela estar fazendo isso. E se tudo isso for um plano para ela incriminar a Lena novamente? 

- A que custo? – Indagou Reign, achando tudo aquilo um absurdo. – O que ela ganharia com isso? 

- Eu também não sei, mas eles têm razão. – Lena soltou um longo suspiro e levantou-se da poltrona. – Preciso saber se ela está mesmo por trás disso e se isso é algum plano para me prejudicar de alguma forma. 

 

Danvers Advocacia, 4:17 PM.  

- Adorei o que você fez com o lugar. – Disse Lena parada na entrada do escritório de Kara. – Estava mesmo curiosa para conhecer o escritório de advocacia que tanto falam ultimamente. 

- Está precisando de advogados competentes, Sra. Luthor? – Kara perguntou sem tirar a atenção dos documentos em sua frente. – Sra. Luthor... Tão estranho te chamar assim. 

- Por que? Costume do Srta. Luthor ou por que achou que eu nunca fosse me casar? 

- Você quer mesmo que eu responda? – Kara fez uma pergunta retórica. – O que você quer, Lena? Tenho certeza que você não deixou sua empresa no meio do dia somente para conhecer a minha firma. 

- Você tem razão. – Lena deu dois passos para dentro do escritório, fechando a porta atrás de si. – Eu sei que você é o vigilante. 

- Sou quem? – Kara se fez de desentendida, deixando de lado os documentos que estava lendo. – Sério que essa foi a desculpa que você arrumou para vir me ver? Isso é saudade de quando trabalhávamos juntas? Pensei que Laurel Lance suprisse suas necessidades. – Disse de uma forma debochada, sorrindo sugestivamente com o canto de rosto. – Ela não te dá motivos para desconfiar dela? Isso está atrapalhando o relacionamento? 

- Você nunca vai deixar isso para lá? – Kara ergueu os ombros. Como poderia deixar para lá algo que ela usava constantemente para provocar Lena? – O que você pretende entregando todas essas pessoas? O que você vai ganhar com isso? 

- Eu juro que não faço a menor ideia do que você está falando. Eu não sou esse tal de vigilante. Minha firma tem clientes de verdade. Clientes pagantes. Acha mesmo que eu iria perder meu tempo entregando todo mundo que ajudou o seu irmão nos trabalhos sujos? Logo agora? Quem gosta de fazer boa ação é você. – Riu com deboche. – Ainda não acredito que você tornou o hospital público e deixou de faturar milhões. Eu entendo a necessidade que as pessoas têm de fazer caridade. É a forma delas se sentirem alguém melhor, mesmo não sendo, mas existe ser caridosa e ser burra. Adivinha qual dos dois você é? Eu não sou do tipo que faz caridade, Lena, então por que você acha que eu faria uma coisa dessas?  

- Essa é a pergunta que eu me fiz o caminho inteiro. – Lena confessou. – A única resposta que consegui é que pessoas mudam. 

Kara riu, debochada. 

- Não, elas não mudam. – Ela afirmou. - Eu continuo sendo A Garota de Aço. Só mudei de endereço, literalmente. 

- Se o vigilante não é você, isso não te preocupa? Você pode ser a próxima. 

- Eu também tenho uma Lance no meu time de advogados. – Disse Kara em tom convencido. – Podem vir atrás de mim. Não passo nem duas horas na delegacia. – Revirou os olhos, fazendo um barulho com a boca. – Quem aguenta passar mais de cinco minutos com a minha querida cunhada? Você foi interrogada por ela. Não deu vontade de cometer realmente um crime? 

- Kara, se isso for mais um de seus joguinhos... 

- Está vendo como pessoas não mudam? – Disse Kara em um tom cínico. – Novamente você está me acusando de algo que eu nem estou fazendo. O mundo não gira em torno de você, Lena. Nem tudo que as pessoas fazem tem a ver com você. Agora, se você me dá licença... – Abriu a pasta com os documentos novamente. – Se você não tem trabalho para fazer, eu tenho. Muito. 

Lena pensou em dizer algo, mas achou melhor que a conversa fosse encerrada por ali mesmo.  

Kara soltou um longo suspiro, soltando uma caneta no meio dos documentos assim que Lena deixou o seu escritório. Ela recostou-se em sua poltrona, apoiando a cabeça no encosto e fechou os olhos. Quando pensou que iria começar a relaxar, limpando de sua mente a breve visita de Lena, seu celular tocou. 

- Kara Danvers. – Atendeu ao aparelho sem muita animação. 

- Querida, me desculpe, eu sei que você deve estar atolada de trabalho, mas eu preciso de um grande favor seu. – Disse Eliza, do outro lado da linha, em um tom manso. – Será que você pode ficar com os trigêmeos? Eu recebi uma chamada do hospital... 

- Os trigêmeos tem duas mães. – Kara foi sucinta. 

- Eu sei. A Alex está em uma cirurgia que só deve terminar no começo da noite e a Maggie está em uma negociação de reféns. 

- Essas crianças não têm duas babás? 

- Uma está doente e a outra em um velório de algum parente. Por isso que eles estão comigo hoje, mas... Não estaria te pedindo isso caso eu não tivesse mesmo que ir para o hospital. 

- Elas sabem que você está me pedindo para ficar com as crianças? 

- A Maggie foi a primeira a concordar. 

- Ah sim, claro. – Disse Kara em um tom de deboche misturado com descrença. – Essa vai ser a única vez. 

 

Apartamento da Kara, 7:31 P.M. 

Alex sorriu com ternura ao entrar no apartamento de Kara e encontrar a irmã deitada no chão com seus três filhos. As crianças dormiam aconchegadas nela, enquanto Kara assistia, sem nem ao menos piscar, Marsha e o Urso. Um dos desenhos favoritos dos trigêmeos. 

Ela ainda possuía a chave do apartamento. Mesmo com todas as desavenças, discussões e brigas, Kara nunca havia pedido a chave de volta, trocado a fechadura do apartamento ou pedido para que Alex nunca mais entrasse sem bater. Alex, mais do que nunca, foi grata por isso, caso contrário teria perdido uma das cenas mais apaixonantes que poderia ver na vida. 

Kara parecia outra pessoa quando estava com os sobrinhos. Em sua expressão ela trazia uma leveza e em seus olhos tinha muito carinho e amor por aquelas três criaturinhas. Embora a Garota de Aço tentasse disfarçar a forma que agia sempre que estava com os trigêmeos, cada dia parecia mais impossível ela conseguir esconder como ela ficava a vontade e até gostava do tempo que passava com os três. 

- O que você deu para os três? – Alex perguntou em um sussurro. 

Kara levou o dedo indicador até a boca em um gesto pedindo silêncio para a irmã. Alex fez um gesto de zíper fechando, se segurando para não rir. 

Com cuidado Kara foi se desvencilhando aos poucos de Hunter e Jamie que dormiam quase com o corpo inteiro em cima dela. Jamie se moveu, deixando Kara em alerta para voltar do jeito que estava deitada caso aquilo fosse um indício de que a menina iria acordar, entretanto, foi só um alarme falso. Ela pegou uma das almofadas espalhadas pelo chão e levantou a cabeça de Charlie que dormia em cima de suas pernas. Kara moveu as pernas e colocou a almofada embaixo da cabeça da criança, finalmente ficando livre para levantar do chão. 

Alex desejou ter filmado a cena somente para usar no futuro, caso Kara resolvesse afastá-la novamente. Por mais que a irmã estivesse mais presente em sua vida e na vida de seus filhos, era inevitável não esperar que algo acontecesse e Kara deixasse de manter contato com frequência ou sumisse por meses sem nem ao menos mandar notícias. 

- Você precisa de babás mais competentes – Disse Kara abrindo a geladeira. - ou você acreditou mesmo na desculpa de velório de parente? – Ela colocou duas garrafas de cerveja em cima da mesa redonda. – Esse é o que? Terceiro? Quarto parente que morre? 

- Em três anos esse foi o único parente que morreu. Você precisa acreditar mais nas pessoas e ser menos desconfiada. 

- Pessoas que acreditam demais nos outros tende a se decepcionar com mais frequência, sabia disso? 

- Obrigada por cuidar deles. – Alex resolveu não entrar no assunto sobre a pouca fé que sua irmã tinha sobre tudo. – Espero que não tenham dado muito trabalho. 

- Você não sabe o milagre que desenhos e vídeos de músicas fazem. – Kara olhou para os sobrinhos que ainda dormiam profundamente no chão. - Como eles podem ficar hipnotizados por horas por causa de uma galinha azul? – Ela ameaçou sorrir, mas se conteve, voltando a olhar para Alex. – Não foi tão ruim assim essa primeira e última experiência. 

- Não precisa ser a última. 

- Mas ela vai ser. Eu não vou estar aqui para uma próxima vez. 

- Isso é sua forma de dizer que não vai mais cuidar deles quando precisar ou... Se isso tem a ver com a Maggie, será que vocês não podem sentar e simplesmente se resolverem? É tão difícil assim? 

- Isso não tem nada a ver com a planta. Só tem a ver comigo e mais ninguém. 

- Oh meu Deus, Kara! – Alex levantou da cadeira. Mil coisas passavam por sua cabeça. - O que você fez? Isso tem a ver com todos aqueles empresários que trabalhavam com o Lex indo preso? 

- Talvez. 

- Talvez? – Alex riu de nervoso. – Estão vindo atrás de você também? Eu pensei que você tinha enterrado isso. 

- Eu enterrei, mas chegou a hora de desenterrar. – Kara tomou um gole de sua cerveja, completamente tranquila, enquanto Alex a encarava de uma forma apreensiva e um pouco desesperada. – Eu preciso fazer isso. 

- Você precisa... – Alex fez uma pausa, entendendo finalmente sobre o que toda aquela conversa se tratava. – É você. O vigilante é você. – Kara mexeu os lábios, deixando subentendida a confirmação. – Você não precisa se entregar, Kara. O que você fez perto de todos os outros não é nada. Você... – Alex balançou a cabeça em negativo, um pouco atordoada. – Por que você está fazendo isso? Por que você não consegue ser feliz por cinco minutos? Você não conseguiu mais me afastar e por isso prefere ser presa a ter que conviver comigo? 

- Isso não tem nada a ver com você, Alex! – Disse Kara um pouco irritada. – Isso tem a ver comigo. Eu preciso fazer isso e eu não me importo se você concorda ou entende. 

- Claro que você não se importa. Quando você se importou? Você acabou de tomar uma decisão sem pensar em mim ou naqueles três. – Apontou rapidamente para os filhos. – Sem pensar no quanto isso poderia nos afetar. 

- Essa é quem eu sou. 

- Não. – Alex balançou a cabeça em negativo, rindo de nervoso. – Essa é quem você tenta ser, mas eu não entendo mais o por quê. Ninguém aqui quer te machucar ou te abandonar, mas você não consegue entender isso. 

- Alex, você pode falar o quanto quiser, eu já tomei a minha decisão. 

- Eu sei que já tomou. – Alex limpou algumas lágrimas que escorriam por seus olhos. - E se não tivesse acontecido esse imprevisto, nem se dar ao trabalho de me contar você iria. Estou errada? 

O silêncio de Kara valeu mais do que qualquer palavra.  

Alex balançou a cabeça, indignada. O momento que ela tanto tinha receio que chegasse, chegou, e ela nem tinha um vídeo de Kara com os trigêmeos como uma última tentativa de ganhar a irmã pelo coração que incansavelmente ela tentava fingir que não tinha. 

 

Departamento de Polícia de National City, 10:58 P.M. 

Kara jogou uma pasta em cima do relatório que Maggie terminava de preencher. A detetive jogou o corpo um pouco para trás na poltrona por causa do susto. 

- Qual o seu problema? – Maggie perguntou com um pouco de irritação no seu tom de voz. – Se eu errasse isso, você que ia preencher para mim novamente. – Kara a encarou com uma expressão de tédio, nenhum pouco abalada com as ameaças infundadas. – O que é isso? – Pegou a pasta na mão. – Se isso é mais algum caso do vigilante, vai ficar para amanhã. Eu não vejo a hora de ir para a casa e dar um beijo nos meus filhos. A propósito, espero que eles tenham colocado fogo em seu apartamento. 

- Eu quero confessar. 

- O que? Que você adorou passar a tarde com as crianças? Eu sei, você não está enganando mais ninguém. 

- Oh, meu Deus! – Kara bufou, impaciente. – Como Alex pode ter tanto mal gosto assim? – Murmurou, tentando recuperar a paciência que estava pouca desde a conversa com a irmã. – Eu quero confessar o meu envolvimento com o desabamento do prédio. 

- Você... – Maggie sorriu de forma desacreditada. – Não, não, não, não. – Ela pegou a pasta em cima da mesa e começou a andar pela delegacia. Kara seguiu os seus passos. – Você não... – Ela abriu a porta da sala de interrogatórios e adentrou na sala. Maggie jogou a pasta em cima da mesa, desligou a câmera, o microfone e assim que puxou Kara para dentro da sala, bateu a porta. – Você não vai se entregar! Você não vai fazer isso com a Alex! 

- Eu preciso fazer isso. 

- Não, você não precisa. Você só quer fazer isso porque tem o prazer de machucar todas as pessoas ao seu redor. – Maggie explodiu. 

Kara riu, desacreditada com o que ouvira. Ela deu algumas voltas no pequeno espaço que estava na sala de interrogatório. Pela primeira vez tinha dezenas de respostas prontas na ponta da língua para ofender Maggie, mas não queria usar nenhuma delas. A detetive poderia estar errada sobre si, mas ela nunca havia dado motivos para que Maggie pensasse o contrário por nunca ter se importado com a opinião de Maggie sobre ela. 

- Se eu não me entregar, eu não vou poder entregar a Siobhan. – Kara contou a verdade em um tom ameno, beirando o cansado. Pela primeira vez ela não estava na defensiva. - A prisão dela depende da minha prisão. 

- Espera... – Maggie mexeu no cabelo, processando as informações. – Você é mesmo o vigilante? – Kara assentiu. Maggie resolveu sentar. A surpresa da afirmação de sua desconfiança deixou suas pernas fracas. – Por que? 

- Porque a próxima criança atingida pela queda de um prédio pode ser um dos meus sobrinhos. – Kara confessou, ganhando olhares surpresos de Maggie. – Eu não quero mais ninguém machucando pessoas inocentes somente para faturar milhões. Não foi para isso que eu me tornei advogada. 

- Kara, sabe a diferença entre você, a Siobhan e todos os outros envolvidos nos negócios ilegais do Lex? – Kara a encarou, aguardando a resposta. – Todos tinham negócios ilegais feitos recentemente. Não foi algo que parou com a queda do prédio ou a condenação do Lex. Siobhan vive em Metropolis prestando serviço as pessoas com todo o conhecimento que possui. O Daily Planet tem ela em sua folha de pagamento. – Kara franziu o cenho, surpresa com a informação. – Eu pedi para alguns amigos ficarem de olho nela. Ela está andando na linha, igual a você. – Kara riu com deboche. – Você não pega casos quando tem certeza de que a pessoa é culpada, sua firma é a que mais atende pró-bono em National City e eu nunca vi advogados tão felizes por trabalharem com A Garota de Aço. Se você querer se entregar é sua forma de se redimir por tudo o que você fez quando trabalhava para o Lex... – Maggie levantou da cadeira. – Você está cometendo um grande erro. Aqui fora, com tudo que você está fazendo, é a melhor forma de você se redimir do que passar anos trancada em uma cela. 

- Eu não estou tentando me redimir. Só estou te dando o que você sempre sonhou: me colocar atrás das grades. 

- Se você acha que eu vou fazer isso com a sua irmã, toda a pesquisa que você fez antes de me conhecer foi em vão. A Alex está feliz com a sua presença na vida dela. Tudo para Charlie, Hunter e Jamie é “a tia Kara”. Eu não vou tirar isso deles. Se você quer tirar essa felicidade deles e de você mesma, fiquei à vontade, mas só a partir de amanhã cedo que é quando o detetive Olsen ou qualquer outro detetive estará aqui para ouvir a sua confissão. – Maggie abriu a porta da sala de interrogatório. – Enquanto isso curta a sua última noite em liberdade. 

 

Casa das Reid-Luthor, 11:17 P.M. 

- Você acha que as pessoas podem mesmo mudar? – Lena virou de barriga para cima na cama. Não conseguia dormir e, pelo barulho da respiração de Reign, sabia que ela também estava acordada. – Digo... Drasticamente mudar? 

- Amor... – Reign se ajeitou na cama, ligando o abajur. – Você convive com a Lillian. Ela é a prova viva disso. Nem careta ela faz mais quando a Ellie a chama de vó. 

Lena riu lembrando de todas às vezes que Lillian reclamou do fato de Ellie chamá-la de avó, até o dia que, sem nem ao menos perceber, Lillian começou a referir-se como avó de Ellie. 

- Essa história da Kara ainda está te incomodando?  

- Às vezes eu acho que falhei com ela. – Lena procurou pela mão de Reign. Somente as mãos entrelaçadas faziam com que ela se sentisse mais calma, segura. – Ela nunca foi uma má pessoa, mas as minhas atitudes... 

- A Kara é uma pessoa complexa. O desentendimento que vocês tiveram, como qualquer outra pessoa, poderia ser resolvido com um pedido de desculpas, mas essa não é a forma que ela lida com as coisas. 

- O que aconteceu com a minha esposa? – Lena perguntou em um tom descontraído. – Ela está mesmo justificando a forma Kara Danvers de agir? 

- Se você se recorda bem, eu já fui como a Kara. Não de maneira extrema, mas fui. Também era difícil para mim confiar nas pessoas, mas aos poucos eu mudei. Eu acho que as pessoas só mudam se têm isso dentro delas, caso contrário, elas não veem motivo para isso. 

- É... Eu acho que você está certa. 

- Eu estou sempre certa. – Reign sorriu de forma convencida para Lena. – Você mudou também. 

- Graças a você. – Lena beijou Reign. – Talvez Kara tenha encontrado um motivo que valesse a pena mudar. 

- Talvez. 

 

Apartamento da Kara, 8:30 A.M 

As palavras de Maggie ficaram martelando na cabeça de Kara a noite inteira. 

Quando ela decidiu entregar todas as pessoas envolvidas nos negócios ilegais do Lex a última coisa que imaginou era que ficaria conhecida como “o vigilante”. 

Como alguém que não estava fazendo mais do que sua obrigação poderia ser tratado como um herói? 

Kara só estava tentando fazer o que era certo depois de muitos erros que cometeu pelo caminho por causa da forma que resolveu seguir com a sua vida. Por causa do seu código de depender de si mesma e mais ninguém. Ela só estava tentando fazer o certo para que seus sobrinhos tivessem o mínimo de orgulho que fosse dela. 

A primeira vez que a ideia passou pela sua cabeça, ela se achou a pessoa mais estúpida do mundo. As três crianças mal falavam e, sem nem ao menos fazerem esforço, conseguiram ter aquele poder gigante em sua vida. 

Pensou em se afastar mais uma vez por estar ficando cada vez mais perigoso todo aquele envolvimento, mas pensou em Alex. A última coisa que queria era magoar a irmã novamente, então resolveu ficar. 

A cada contato que tinha com Charlie, Hunter e Jamie, a vontade de fazer o certo aumentava. Somente a imagem de um dos seus sobrinhos passarem pelo que a Ellie passou a aterrorizava, então ela não podia deixar mais nenhuma obra suja machucar inocentes. Ela nunca foi de machucar inocentes até aquele prédio. 

No primeiro dossiê que vazou, Kara possuía a consciência de que aquelas prisões encerrariam com a sua, caso contrário não colocaria todos os envolvidos na cadeia. Ela era a peça chave para prender Siobhan. 

Kara se olhou no espelho pela última vez. Ajeitou o vestido social azul no corpo, colocou alguns fios de cabelo no lugar e pegou a pasta que estava em cima da penteadeira. 

Havia tomado sua decisão. 

Não voltaria mais atrás. 

 

Departamento de Polícia de National City, 9:10 A.M

- Sawyer, você vai amar essa! – James disse todo animado balançando uma pasta nas mãos. – Você não sabe quem está na sala de interrogatório. Isso é tudo que você sempre quis. 

Maggie tentou olhar por cima dos ombros de James para ver se conseguia ter uma boa visão da sala de interrogatórios, mas além do detetive ser mais alto do que ela, a sala estava rodeada de policiais. 

Pelo jeito, uma boa noite de sono para colocar as ideias de volta no lugar só não funcionava com Kara Danvers. 

- Quem... Quem vocês pegaram? – Maggie perguntou, mas morrendo de medo da resposta.  

Acalmara Alex na noite anterior, dizendo que tinha dado mais algumas horas para Kara pensar, mas sabia o quanto a cunhada podia ser cabeça dura. Não queria destruir Alex com uma ligação dizendo que Kara foi presa, mas se viesse a confirmação de que a cunhada se entregou, preferia que a esposa soubesse por ela do que pela televisão. 

- Damian Darhk! – James respondeu eufórico. Arrancando um suspiro de alivio de Maggie. – Sawyer, você me ouviu? Nós pegamos Damian Darhk. 

- Eu ouvi. – Maggie sorriu, expressando mais um pouco de seu alívio. – Precisa de ajuda no interrogatório? 

- Foi para isso que eu vim te contar. – James bateu de leve com a pasta no braço de Maggie. – Eu vou ser o policial bom. 

 

Danvers Advocacia, 9:40 A.M. 

- Continuem fazendo um bom trabalho. – Kara encerrou a reunião. Todos, como de costume, se levantaram para voltar ao trabalho. – Avalance, um minuto. – Sara e Ava se entreolharam. Não iam nunca deixar de achar estranho Kara as chamando assim. – Eu preciso que vocês façam algo. 

- Qualquer coisa. – Sara respondeu prontamente. Kara jogou a pasta na mesa, fazendo com que ela escorregasse até as mãos de Sara. Com um pouco de receio por causa do conteúdo que poderia encontrar, a advogada pegou a pasta e começou a folheá-la com calma e cuidado. – Você está falando sério? – Indagou, surpresa. 

- Por que não? 

- Por que agora? – Foi a vez de Ava perguntar. 

- Se eu falar que é por que eu ainda quero ver as irmãs Lance juntas em um tribunal vocês acreditam em mim? 

- Era mais fácil você dizer que essa é a forma que encontrou para continuar provocando Lena Luthor. – Disse Sara com um sorrisinho. Kara Danvers não tinha jeito. 

- Então? 

- Eu vou entrar em contato com a Rhea agora mesmo. – Disse Sara. – Considere a Cadmus a nossa mais nova cliente. 

Kara assentiu, satisfeita com o que ouviu. 

- Sobre o seu outro problema... – Ava trouxe o assunto de volta com cautela. 

- Está tudo resolvido. Não precisam se preocupar. 

- Ótimo. – Disse Ava. – Se era só isso... 

- Danvers, Lance, Sharpe... O que vocês acham? – As duas encaram Kara, sem entender a pergunta. – O nome na parede? Ou vocês desistiram de serem sócias igualitárias? 

- Você disse que resolveu o outro assunto, então nós pensamos... – Sara não conseguiu completar, ainda processava o que a chefe acabara de dizer. – Eu ainda prefiro “Garota de Aço” 

- Eu também. – Ava concordou. – É o seu apelido, mas acho que mostra o poder de todas as mulheres que trabalham aqui. 

- Nós podemos discutir sobre isso na hora do almoço, então. – As duas assentiram, com um sorriso. – Agora podem voltar ao trabalho. Cadmus não se tornará nossa cliente sozinha. 

 

Casa Danvers Sawyer, 4:53 P.M 

- Tia Kara! – As três crianças falaram juntas, correndo em direção de Kara e abraçando suas pernas.  

Alex ficou olhando para a presença da irmã no quintal de sua casa, totalmente perplexa. 

- Será que vocês podem... – Kara fez um gesto com a mão pedindo para que as crianças mantivessem distância. – Esse vestido é novo e vocês estão com as mãos... – Ela balançou a cabeça em negativo ao ver uma mancha marrom em seu vestido. – Isso é sorvete ou terra? – Perguntou, analisando a mancha. 

- Os dois? – Charlie respondeu com um pouco de dúvida. 

- Você quer sorvete, tia? – Jamie perguntou. – Ainda tem um monte. 

- Se não vier com terra... 

- Mamãe, a tia Kara quer sorvete! – Hunter avisou. 

- Vou levar a tia Kara para escolher o sorvete, enquanto isso tentem não estragar mais nenhuma planta do jardim da mãe de vocês. 

Kara se segurou para não rir. Inacreditável como Maggie sempre ajudava com as piadas prontas. 

- Você não está usando uma tornozeleira. – Alex observou, olhando rapidamente para o calcanhar de Kara. 

- Se você está esperando por um pedido de desculpas... – Kara cruzou os braços, encostando-se no balcão da cozinha. – Pessoas mudam de ideia. 

- Eu fico feliz que você tenha mudado. – Alex esboçou um sorriso afetado. – Posso perguntar o que fez você mudar de ideia? 

- Eu fiz minhas pesquisas e descobri que não tem postickers na prisão, então... – Kara deu de ombros. Alex riu. 

- Isso significa que você vai continuar sendo babá dos trigêmeos ocasionalmente? 

- Contanto que você pague a lavanderia de todas as roupas que eles sujarem. – Kara passou o dedo na mancha de seu vestido. – Isso, definitivamente, não é sorvete. 

- Mas isso é. – Alex ergueu três potes de sorvete. – Nós costumamos misturar os três. 

- Nós fazíamos muito isso quando éramos mais novas. – Kara relembrou. - Eliza e Jeremiah tiveram uma época que só trabalhavam para comprar sorvete para gente. 

- Agora Maggie e eu estamos trabalhando só para comprar qualquer tipo de comida para esses três. 

- Ninguém mandou quererem aumentar a taxa de natalidade de National City sozinhas. 

Alex fez uma careta, entregando uma taça com sorvete para Kara.  

Não demorou muito tempo para que os trigêmeos aparecessem na cozinha fazendo a maior algazarra pedindo por mais sorvete. 

Alex não conseguia esconder o sorriso do rosto vendo sua irmã com seus três filhos competindo para ver quem tomava mais sorvete.  

Discretamente ela pegou o celular, tirou uma foto de toda aquela bagunça e mandou para Maggie com uma mensagem escrita “Obrigada”. 

Na delegacia, Maggie também sorriu com a foto, tendo o seu coração aquecido por saber que sua esposa e seus filhos estavam felizes porque Kara resolveu que não iria sair da vida deles. 

Ela respondeu de volta com um “Eu não fiz nada” por acreditar mesmo que não havia feito, pois no final das contas, a decisão de parar de afastar todas as pessoas importantes em sua vida foi de Kara. 


Notas Finais


E aí, o que acharam??
Será se é agora que encerramos UC de vez, ou terão mais capítulos? Vamos aguardar!
Lembrando que o twitter para mandar amor é esse @gayshwpper, e o twitter para mandar hate é esse @bruunacezario.
Até ;)


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