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História Unhearted. - The infinite part II


Escrita por: Bandit

Capítulo 5 - The infinite part II


Fanfic / Fanfiction Unhearted. - The infinite part II

Brendon

 

É o primeiro de dois fins de semana que meus pais vêm a Leavenworth, com uma grande mochila de presentes e roupas que provavelmente nunca irei usar. Minha mãe pede que Srta. Tracy prepare o jantar e se tranca em seu quarto, e meu pai ainda não perguntou como foi a minha semana. Limito-me a sentar no outro sofá com meu caderno de músicas.

Quando nos juntamos na mesa do jardim de trás, Grace usa um colar de pedras azuis e Boyd segura o jornal sobre os olhos. Minha mãe observa Seth, meu pequeno e preto gato, rodear as árvores e subir em seus galhos, quieta e pensativa. Nós dificilmente conversamos sobre algo que não envolva trabalho ou faculdade ou problemas da vida alheia.

Vocês são um bando de burgueses safados.

— Sarah completa dezesseis anos em algumas semanas, mãe — aviso-a. Grace franze o cenho. — Pode ir comigo comprar o presente? Você sabe sobre mulheres.

Ela sorri e balança a cabeça.

— Iremos amanhã mesmo. E poderá trazê-la para um almoço conosco — aperta minhas bochechas. — O que tem em mente?

— Algo brilhante? — meu pai ri na outra cadeira, mas não fala nada. — Sarah tem olhos azuis e... dei um anel de presente de um ano de namoro.

— Pode dá-la um colar para combinar com o anel. Algo que seja duradouro.

Você pode me explicar o infinito, se eu lhe der uma xícara de café?

— Algo que seja duradouro, sim.

Ela escolhe um colar com uma grande pedra de safira em formato de coração. A vendedora me sorri ao fechar a caixa com um laço vermelho e entrega-la à minha mãe. Do lado de fora, crianças correm pelas calçadas de neve derretida.

— Podemos ir aos Smith antes do almoço? — sugiro, enquanto saímos da loja com o presente para um mês.

— Por que iríamos a uma confeitaria antes do almoço?

— Porque todas as famílias se reúnem lá no domingo. É uma tradição desse lugar.

— Todas as famílias, huh?

É a primeira vez que Grace come algo açucarado na minha frente em três anos. Spencer nos serve em uma mesa alta circular vermelha sobre o piso quadriculado, com um estranho sorriso para a minha mãe. Ela não fala enquanto estamos aqui.

Voltamos para casa uma hora antes do horário marcado com Sarah. Minha mãe me convence a usar uma roupa socialmente aceitável e abaixa meu cabelo com pomada, tagarelando sobre comidas e bebidas quentes e um pouco de vinho na minha taça. Proibira-me de beber fora de sua presença um ano atrás.

Sarah está tão azul quanto seus olhos.

Ela senta ao meu lado na mesa de jantar, depois de abraçar e beijar meus pais e aceitar que Srta. Tracy pegasse seu casaco. Junto as mãos no colo.

— Você poderia vir mais aqui durante os fins de semana que visitamos a cidade, querida — Boyd a despenteia carinhosamente. Meu suco é de limão. — Adoramos tê-la por perto para manter as rédeas curtas em nosso filho.

— Ela faz isso bem, pai — aceno. — Pode ter certeza.

— Já decidiu qual prova fará ano que vem? — ele pergunta. O assunto universidade é recorrente nos Urie, sem um motivo específico.

— Para Direito, na Califórnia. Assim como Brendon — ela sorri para mim. Sorrio de volta. — Seremos na faculdade como na escola.

— É um bom plano — toco-a no rosto. É macio. — Já decidiu a área?

— Quero advogar, em defesa das mulheres em especial. Desejo tirá-las de seus relacionamentos abusivos — minha mãe bate uma palma e se esticar sobre a mesa.

— É uma ótima área. Precisamos de mais advogadas mulheres.

É um bom momento.

— Não sei se quero fazer direito, pai.

Boyd limpa a boca com o guardanapo e apoia o cotovelo na mesa. Minha mãe olha para Sarah e para mim e fica calada enquanto ele parece juntar seu autocontrole.

— O que pensa em fazer então?

Música. Dança. Pintura. Qualquer coisa que seja arte.

Espere completar dezoito anos. Será melhor para você.

— Medicina.

Fecho os olhos enquanto ele respira fundo. Seth mia no canto.

— Um médico e uma advogada casados me parece uma boa forma de começar uma vida — meu pai enfim fala. Grace beberica seu vinho. — Ao menos é algo ao seu nível. Nada de... cinema, por exemplo.

Eles não têm o direito de decidir o que você vai fazer pelo resto da vida.

— Garanto que não farei algo que me deixe passando fome.

Sarah aperta minha mão sob o pano da mesa, e o almoço segue em silêncio. As palavras de Ryan ainda estão rondando minha cabeça como fantasmas e o molho tem gosto de morte.

Nós nos juntamos na sala para uma maratona de cartas sobre a mesa de vidro. Minha mãe ganha duas rodadas, eu uma e meu pai e Sarah nenhuma. Meu relógio é lento em empurrar o ponteiro ao redor do centro e passar as horas.

O dia morre, e a noite é sem estrelas. Um extenso breu que só é perdido pelas luminárias espalhadas nas calçadas.

— Você vai me buscar para irmos juntos à escola amanhã? — Sarah beija meu rosto quando paramos de frente para sua porta. Seus olhos pesados sob a maquiagem brilham na escuridão noturna.

Ela é tão fodidamente bonita.

— Como todos os dias.

Trago-a para meus braços apertados, contra o meu peito. O vento bate em minhas costas com força, com cheiro de terra molhada junto ao perfume caro que ela usa, como um jardim de diferentes flores. A lua brilha acima de minha cabeça.

— Vejo você amanhã.

Leavenworth é uma típica cidade do interior que nunca vai desejar ver um centro comercial ou industrial. As pessoas são pacatas e andam a pé, os prédios são antigos e as casas europeias e coloridas, os parquinhos e lagos e pisca-pisca nas árvores são sua maior atração e o vale leva duas horas para ser subido por alguém sem um bom veículo. O cheiro é de morangos silvestres.

Sarah aperta minha mão, ao que entramos na instituição. As paredes brancas fecham ao meu redor.

— Eu devo buscar meus livros com Hayden antes que ela suma — ela me avisa assim que chegamos ao pátio. O lugar ainda está um pouco vazio. — Você se importa em ficar sozinho um pouco?

— Vá pegar seus livros. Eu vou ficar bem.

Há uma enorme árvore-coração no centro do pátio, e amareladas folhas crescem dela. É um grande e velho parque de fundo de jardim rodeado de pessoas estranhas e gargalhadas altas.

Ryan está debaixo da árvore com um livro apoiado nos joelhos e um copo fechado de alguma bebida quente. Sento-me ao seu lado, com a bolsa sobre o colo, e seus pequenos e brilhantes olhos castanhos viram da página desenhada para mim. Uma menina segura uma mão solitária na folha branca.

— Olá, garoto que devia fazer psicologia e não jornalismo — ele ri debochado.

— Jamais daria certo.

— Por quê? — coço a testa. Ryan morde a boca.

— Eu sou apenas bom ator.

Dessa vez, quem ri debochado sou eu,

— Certo, bom ator — aperto seu ombro. Ele estremece sob meu toque. — Você tem tempo para conversar sobre o infinito?



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