História União - Capítulo Único

União

Já era tarde quando eu voltava para Konoha. Um dia comum lá e eu ainda teria que voltar depois de já ter chegado em casa. Mas, se eu quisesse viver esse romance escondido, teria de aguentar isso e muito mais. Afinal, se trata do meu grande e único amor.

Não era bem isso que o casal ― na época ― que menos queria atenção queria de fato, entretanto, foi isso que o pequeno Shikadai havia encontrado no sótão da casa: um bilhete. Dentre inúmeros pergaminhos que tinha ali sobre clãs, aquele bilhete secreto estava entre alguns. E aquela busca por pergaminhos importantes acabou servindo de verdade para o descobrimento sobre seus pais ― sobre o romance deles, na verdade.  

A princípio, Shikadai achou desinteressante demais tudo aquilo. O que iria fazer com aqueles bilhetinhos de seus pais para o seu treinamento secreto? Não tinha nem o que se fazer com aquilo. Mas, alguns dias depois, voltou lá no sótão só para ver mais dos bilhetinhos e descobrir o desfecho da grande história de amor.

Eram tantas coisas no sótão interessantes de verdade… e em alguns momentos encontrava bilhetinhos amorosos dos seus pais entre as coisas. Nunca tinha reparado que, quanto mais passava tempo ali, mais descobria mais sobre seus pais de verdade. Mas sempre que podia, lembrava para si mesmo que não era aquilo que procurava; precisava apenas descobrir algo que ninguém sabia sobre alguém (qualquer pessoa que julgasse ser ideal para o desafio), e teria que fazer isso sem ninguém saber.

Jamais quis bisbilhotar qualquer coisa íntima dos pais. No entanto, os bilhetinhos secretos sobre o romance secreto de seus pais também haviam vindo bem a calhar.

Hoje, eu e Temari, quase fomos pegos. Naruto bem que desconfia da gente, mas ele sequer nota alguma coisa de verdade. E a prova viva disso é o que a Hinata sente por ele… Ele é um belo de um baka, embora seja um grande amigo.

Naruto era o Hokage de Konoha, disso ele tinha conhecimento ― todo mundo tinha. Entretanto, o que eram simples boatos sobre sua esposa e ele na adolescência, de fato, eram realmente uma verdade? Era o que estava parecendo.

Ainda surpreso, Shikadai continuou a bisbilhotar.

Shikadai, nos seus 12 anos de idade, nunca fora desobediente ou desonesto ― principalmente com seus pais. Estava no sótão da casa, e agora quase morava ali. Uma vez, Temari pedira para o filho ir no sótão e procurar por um antigo poncho de seu pai que estava por lá. Era natal, e tudo que a família gostava de fazer no natal era relembrar do passado. E, uma vez indo lá sozinho, o pequeno Nara acabou descobrindo caixas e mais caixas de segredos antigos dos seus pais. E, unindo o útil ao agradável, dessa vez, resolveu tirar proveito do caso.

― O que tem naquelas caixas, pai?

― Um pouco sobre o Nara e o No Sabaku.

Bastou saber do que se tratava para despertar a curiosidade sobre o que seus pais um dia foram de verdade, além de realmente ter a necessidade acadêmica para tal coisa. Iria descobrir algo ou de sua mãe ou de seu pai. Seria clichê para o desafio imposto por sua sensei, mas era o que estava sendo mais acessível.

Falar com seus tios às vezes era torturante, principalmente se tratando de Kakuro, que tentava ao máximo ser engraçado nas histórias, mas que não surtia tanto efeito assim no pequeno sobrinho. Sem falar que ele tinha que fazer tudo no mais sigilo que podia; não podia dar pistas sobre o interesse peculiar em algum dos dois ― seu pai e sua mãe. Então, aquele sótão era parecia perfeito.

Sobre seu pai, sabia que ele foi o único da sua turma quem se formou chunnin no primeiro exame chunnin, vencendo, uma das provas do exame, a sua mãe.

Essa foi uma das melhores lutas que eu já tive. Tinha um escrito a mão embaixo da foto dos dois jovens que eram Shikamaru e Temari. A foto também estava na sala, mas aquele comentário era bem novo para si, quando seus pais sempre diziam que um dia contariam para o menor a história da foto.

― Não precisa mais, mãe e pai. ― comentou internamente.

Além de alguns retratos e pergaminhos que tinham no sótão, ali em cima parecia-se mais com um museu do que propriamente um sótão velho e sujo. Tinha algumas armas e utensílios que via nas fotos de seus pais, mas que dessa vez estavam presos em caixas de vidro. Curioso.

― Porque aquelas armas estão presas nas caixas? ― uma vez perguntou a sua mãe, quanto a própria limpava seu leque de batalha na varanda de casa. ― Tem um leque menor do que esse que você usa, mãe.

― Ah, era meu leque de quando eu tinha a sua idade. ― disse Temari, nostálgica. ― Estão guardados, para que a nossa futura geração possa nos conhecer, assim como você conhece seus avós.

Nos conhecer. Parecia que a mãe disse algo importante ali. Aquela última fala da mãe ficou na sua cabeça por dias, até perceber o quanto seus pais eram importantes.

Conversando uma vez com sua sensei, Moegi, perguntou sobre como a Terceira Grande Guerra Ninja tinha sido para as pessoas da vila. Aquele assunto ainda era difícil de ser falado, principalmente pelas perdas que houveram e pela destruição. Mas Moegi, a responsável por aquela “missão”, lhe disse algo importante.

― A Guerra foi bem tensa, mas eu ainda era criança. Mas sabe de uma coisa? Todas as nações que lutaram juntas acabaram ficando mais unidas devido a isso. Tínhamos um laço muito forte com a Areia devido ao seu tio e ao Hokage terem coisas em comum, e posso dizer com toda a certeza que essa união nunca se acabará, ou será que você esqueceu que é fruto da Areia e da Folha?

Deixou a brisa passar por seus cabelos, que eram parecidíssimos com o do seu pai. Lembrou que seu pai também era um amante do céu. A sensei deixou isso pairar no ar, e o deixou refletindo sozinho.

Olhou alguns retratos de seus pais com os amigos, conseguindo identificar alguns pais dos seus amigos. Buscou uma caixa e colocou o necessário: fotos, bilhetes, pergaminhos, armas, brincos, bandanas, sacos de comida, areia, vestes...

Uma vez voltando ao lugar de encontro com seu time, Shikadai disse que sua missão já estava pronta, surpreendendo tanto seus parceiros ― ChoCho e Inojin ― quanto sua sensei.

― E qual foi a pessoa que você investigou secretamente? ― perguntou Moegi, curiosíssima sobre o trabalho de Shikadai. Ele tinha ótimas referências.

― O tema do meu trabalho é a União. ― decidiu informar, antes de revelar que investigara a união que havia sido feita com o passar dos anos entre a Areia e a Folha.