- Não se esqueça que sua mãe quer que você vá lá no domingo.
Era sexta, quase nove horas da noite. Estavamos indo embora do trabalho. Tem sido assim a semana toda e graças ao céus, vou poder voltar ao meu horário normal. Tem sido muito cansativo dessa forma. Meu emocional e físico estão cansados e eu só preciso dormir o dia inteiro, pra pelo menos dar um jeito no físico.
- Tudo bem... - Respirei fundo pegando o elevador juntamente com meu pai e logo meu celular vibrou no bolso traseiro. Peguei vendo quem era e sorri quando vi o nome do Jungkook na tela.
- Quem é esse? - Meu pai perguntou. Dei de ombros rejeitando por hora a ligação.
- Jeon Jungkook. - O celular vibrou outra vez.
- Aquele garoto que veio aqui? - Assenti. - Eu pesquisei sobre ele... Família boa, boa condição financeira, terminando o curso de engenharia mecânica. Um bom partido... - Suspirei. Meu pai sempre falando disso. Eu sabia que no domingo, ele iria me apresentar pra mais um homem. - Mas duvido que ele vá querer algo com você. Duvido até ele ser mesmo seu amigo sem ser por interesse. - Assenti. Eu vinha pensando nisso desde que falei do meu pai. Tenho medo das pessoas se aproximarem de mim só por causa do meu pai.
- Eu também duvido.
Passamos pela porta de ferro do elevador e seguimos para a entrada do edifício. Meu pai cumprimentou o segurança que fazia ronda a noite e conversaram um pouco. Eu iria esperá-lo no lado de fora. Ele me levava todos os dias pra casa, já que é muito tarde. Senti meu celular vinrar outra vez e dessa vez atendi.
- Porque rejeitou todas as minhas chamadas nonna?
- Não foi por querer, estava conversando com o senhor Kang. - Suspirei. - O que você queria?
- Eu tô te vendo... - Busquei ele com o olhar, o encontrando do outro lado da rua. Ele ascenou pra mim e eu fiz o mesmo corando. - Vou desligar.
Assim ele fez, e quando deu, ele atravessou a rua correndo e parou na minha frente. O cabelo estava bagunçado devido a corrida. Ele estava lindo.
- Oi. - Ele disse. Eu sorri, virando o rosto pro lado.
- Oi. - Ele segurou meu rosto e me fez olhar pra ele. Ele estava sorrindo. Um forçar de garganta fez Jungkook tirar sua mão do meu rosto e se afastar. Ele fez uma reverência. Ele estava corado. - Senhor Kang!
- Olá! - Meu pai se virou pra mim. - Vamos? Ou...
- Eu posso levar ela hoje senhor Kang? - Jungkook disse todo atrapalhado.
- Pode. Não se esqueça de domingo Buma! - Dito isso ele foi para seu carro. Jungkook esperou meu pai sair pra se virar pra mim.
- Ele me dá medo! - Ele comentou, eu ri.
- Você não viu nada... - Ri e ele me acompanhou. - O que você queria comigo? - Era bom conversar com Jungkook sem gaguejar, eu ainda tinha vergonha perdo dele, mas já estava me soltando com ele. Era bom poder ser eu mesma perto de mais alguém fora o Yoongi. Lembrando dele, dei um suspiro triste. Jungkook começou a caminhar e eu fui com ele.
- Conversei com o Yoongi hoje. Ele me contou... - Arregalei os olhos parando de andar. Meu coração disparou e senti minhas mãos suarem.
- T.te contou o quê? - Gaguejei nervosa.
- Voltou a ficar tímida? - Ele riu. - Não vou mentir dizendo que não gosto, porque eu acho fofo. Mas não precisa sentir vergonha perto de mim nonna...
- O que ele contou Jungkook! - Falei um pouco mais alto. Ele se assustou e eu me recolhi.
- Calma! - Ele tocou meu ombros. - Ele me falou sobre sua família, sobre seu pai querer te casar a força. - Ele suspirou me largando. - Eu não podia saber isso? Porque você nunca quer que eu saiba da sua vida nonna? Qual o meu problema?
- Nenhum Jungkook...
- Então porquê eu não posso saber de nada da sua vida? Tenho que ouvir do Yoongi. É chato isso! - Ele voltou a caminhar e logo parou em frente ao seu carro. Entrou e eu fiz o mesmo.
Fomos o caminho inteiro em silêncio. Bem, quase, já que Jungkook bufava e suspirava alto. Parecia imerso aos seus próprios pensamentos e se chateava com eles.
Nós paramos em frente ao meu prédio e eu desci e ele me acompanhou. Eu suspirei quando parei e ele ficou ao meu lado.
- Se o Yoongi te contou sobre meu pai, deve saber o porquê de eu ter que ir em casa no domingo... - Eu disse.
- Contou.
- Acho que dessa vez, ele consegue. - Eu disse baixo.
- O quê? - Gritou e veio pra minha frente. - Você não tá falando sério né? Diz que só tá fazendo hora comigo.
- Não Jungkook... Dessa vez eu vou aceitar. Dar orgulho ao meu pai pelo menos uma vez na vi...
- Você não pode fazer isso Buma! - Passou as mãos pelo rosto. - Você não pode fazer isso comigo! Eu gosto de você nonna!
- Não Jungkook! Você não gosta de mim. - Ele me olhou nervoso. - Você só está assim, porque quer de algum jeito se sentir mais perto da University. Você quer se redimir pelo seu eu do passado. Você não gosta de mim Jungkook...
- Não é por isso nonna! Merda.
- É sim Jungkook... Você quer ser notado por ela, e ajudando alguém como eu te dá pontos com ela. - Ele começou a negar com as mãos e a cabeça. - Sim Jungkook, e eu acho que você já conseguiu... Pode continuar com a sua vida normal como era antes de mim... Eu não me importo em ficar sozinha de no-
- Não! Porque você tá fazendo isso? - Ele tinha os olhos marejados e aí eu percebi que eu também tinha. - Não é por causa da University, nem por pena ou seja lá o que você acha. Eu gosto de verdade de você nonna! Como você acha que eu me senti, quando você desmaiou no refeitório? Quando eu te liguei e você estava chorando? Nonna, me doeu tanto...
- É pena...
- Não é não! - Ele segurou meu rosto com as duas mãos e seu segurei seu pulso esquerdo. - Até quando nós dividimos o meu fone, quando fingimos ser namorados por causa daquela menina, as nossas mensagens trocadas, o cheiro que fica no meu carro toda vez que você entra nele... - Ele já estava falando mais baixo. - Meu coração fica quentinho perto de você nonna! Então não fale isso, ele se quebra todinho.
- Jung-
Ele me beijou.
Um simples selar demorado que me fez derreter. Meu coração disparou quando senti a corrente elétrica passar por nós. Me senti amada, feliz, surpresa, angustiada. Mas principalmente feliz.
Apertei seu pulso e ele chegou mais perto do meu corpo pequeno. Senti sua língua desenhar meus lábios e eu entreabri minha boca, e assim nossos músculos se encontraram. Era meu primeiro beijo.
E foi com quem eu gostava.
Ele quem me conduzia. Logo sua mão não estava mais em meu rosto e sim, uma em minha nuca e a outra em minha cintura me matendo presa à ele. Eu me segurei em seus ombros e senti ele sorrindo durante o beijo.
Ele se afastou quando o ar fez falta e colou nossas testas, eu continuei de olhos fechados não acreditando que tinha acabado de dar meu primeiro beijo.
- Estou feliz! - Ele disse e eu abri os olhos, vendo como seu sorriso podia iluminar a noite. Senti meu rosto corar. - Foi seu primeiro? - Assenti escondendo meu rosto no seu peitoral e ele me abraçou forte. Respirei fundo sentindo seu perfume e me sentindo segura. - Me sinto mais feliz ainda sabendo disso!
- Para! - Minha voz saiu abafada por estar como rosto colado em seu corpo e seu peito subiu e desceu várias vezes, mostrando que o mesmo estava rindo.
- Não aceita a proposta do seu pai nonna! Não faz isso comigo. - Saí de seu abraço e ele me segurou pelos ombros me dando um selinho rápido.
- E.eu preciso... E.ele vai sentir orgulho de mim pela primeira vez.
- Ele pode sentir orgulho de você de outra forma! - Ele sorriu abertamente.
- Como?
- Namora comigo Nonna?
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