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História Universo Atemporal - Dois Amores


Escrita por: rainbownizer

Notas do Autor


PRIMEIRAMENTE: AQUI VOS FALA A MAIS NOVA BIXO DO CURSO DE LETRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE SUL AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Eu consegui gente! Muito obrigada por tudo, por todas as energias positivas, por todo o apoio, sério. Foi mais que incrível e vocês são maravilhosos demais <3
Desculpa pela demora, sei que já é meia noite e eu deveria ter postado mais cedo, mas eu não consegui :s
Espero que gostem do capítulo, aproveitem muito, boa leitura <3

Capítulo 6 - Dois Amores


O almoço teve que acabar mais rápido do que gostaríamos, pois tínhamos que voltar rapidamente para escola. Adam teve que voltar para a com Eliza, pois não dava tempo de deixá-lo com os avós, que moravam do outro lado da cidade. Assim, decidimos ir até o outro lado da rua onde tinha uma parada de táxi. Adam estava entre nós, segurando a mão da mãe enquanto esperávamos o sinal abrir para nós na sinaleira, então, a minha surpresa não foi pouca quando o menino procurou minha mão para segurar também. A minha expressão surpresa não passou despercebida, pois Eliza olhou para mim com um olhar de quem pede desculpas, mas o menino tinha a cabeça erguida pra mim e aquele sorrisinho sem mostrar os dentes e isso foi o suficiente para me fazer explodir por dentro. Apertei a mão dele firmemente e sorri de volta. Antes que Eliza pudesse fazer qualquer pedido de desculpas em voz alta, os carros pararam e eu sorri para ela tranquilizadoramente e nós atravessamos. 

- Vejo vocês daqui a pouco. - Eu disse e Adam agarrou minhas pernas em um abraço, mas eu me abaixei prontamente para ficar do seu tamanho. - Obrigada mais uma vez pelo desenho, eu amei! - Eu sussurrei para ele como se isso fosse um segredo nosso e ele sorriu ainda mais. - Até mais, carinha. - Eu dei um beijo na bochecha dela e acariciei seus cabelos antes de colocá-lo no carro e ajeitar o cinto. Quando me voltei para Eliza, ela tinha um sorriso bonito no rosto, mas eu não conseguia decifrá-lo. 

- Obrigada. - Ela disse. - Por tudo, pelo almoço, pela carona, pela presença... Você tem sido incrível. 

- Obrigada vocês por terem alegrado meu almoço. - Eu disse e ela sorriu ainda mais largamente, exatamente como o filho tinha feito segundos atrás. Então ela me abraçou de repente, mas sem me dar o tempo para retribuir, ela deixou um beijo em minha bochecha e entrou no carro. 

- Até daqui a pouco. - Ela disse e eu apenas assenti, porque eu não conseguiria formar uma frase coerente no momento. Deixei-os ir com o táxi e voltei com a minha moto.

Não era surpreendente que eu tinha chegado primeiro que eles, a praticidade da moto sempre levando vantagem. O primeiro período da tarde começava dentro de dez minutos, então fui para a sala dos professores ajeitar tudo antes de ir. Não demorou muito até que Eliza e seu filho entrassem na sala dos professores também, ela parecia muito mais preocupada em se atrasar do que eu. Eu sorri internamente. 

- Você vai me deixar montar na moto? - Adam perguntou antes que eu fosse capaz de sair da sala. 

- É claro, carinha. Só não deu tempo hoje, mas da próxima você vai. - Ele abriu aquele sorrisão contente dele e eu também sorri. 

- Obrigada pelo almoço novamente. - A voz de Eliza soou, impedindo-me novamente de deixar a sala. - Da próxima vez é por minha conta. - Eu sorri, porque ela parecia muito contente agora, esbanjando um sorriso que a poucos o seu filho tinha me mostrado. Eles faziam isso o tempo todo? 

- Claro, com direito ao final da história? 

- Claro. - Ela repetiu e eu lhe sorri grandiosamente antes de sair. 

 
 

... 

 
 

As aulas ocorreram como de costume e hoje estava sendo um dia muito bom, porque as turmas estavam muito contentes com as notas da prova. A maioria tinha tirado notas muito positivas e eu estava muito feliz de ver que eles estavam indo bem. Que estavam realmente aprendendo o conteúdo. Eu não estava apenas orgulhosa deles, mas orgulhosa de mim e por tudo que eu tinha feito até aqui. Eu estava orgulhosa do rumo da minha vida, mesmo que eu não tinha percebido toda a evolução até agora. Algo na presença de Eliza me fez perceber que eu, finalmente, estava num bom lugar da minha vida, mas estava ocupada demais reclamando sobre a vida que eu tinha perdido quando ela se foi. Porém, mesmo que a dor da ausência de Eliza me consumisse o tempo todo, eu tinha conseguido a maioria das coisas que eu sempre quis, o que me faltava era o amor. Amor esse que eu pensara que tinha morrido com ela. Mas ela tinha sido tudo que eu precisava e eu não tinha percebido isso até agora, mas ela exigiu de mim o melhor. Ela acordou o melhor de mim, quando eu nem sabia que esse melhor existia. Ela me incentivou a ser melhor e isso eu nunca poderia agradecer o suficiente. O amor que tínhamos uma pela outra deu frutos e floresceu minha vida de um jeito inacreditável.

Quando eu vi Eliza na frente da escola com Maria, uma espécie de pânico me paralisou. Afinal, podia ser a minha Eliza e podia ser uma pessoa completamente diferente, mas com o mesmo rosto que o dela. Eu não sabia, mas qualquer uma das possibilidades me aterrorizava. E se fosse ela? E se ela tivesse, de alguma forma, viajado para o futuro novamente? Ela teria que voltar em algum momento e eu não suportaria perder ela mais uma vez, a primeira já tinha quase me matado. Mas e se não fosse? E se ela fosse uma pessoa ruim? Se eu tivesse que ver seu rosto todos os dias, sabendo que por dentro não era tão bonito? Que o corpo da mulher da minha vida servia de invólucro para alguém que não merecia essa honra? Não que eu realmente me importava com essa coisa de tempo e realidade, porque isso não fazia sentido algum quando eu tentava entender tudo que acontecia. Então eu simplesmente decidi que era irrelevante as perguntas, mas sim a finalidade. O resultado. Resultado esse que não era apenas o meu amor pela Eliza, mas que por causa desse amor, ela e eu éramos quem somos hoje. Mas eu estava curiosa, meu amor por ela era maior que o medo que me consumia. Eu precisava conhecê-la, eu precisava me queimar uma última vez que seja. E no fim, ela não era nem uma nem outra, era essa mistura perfeita de Eliza e de um outro alguém que eu estava me apaixonando tão rapidamente. Alguém que tinha uma cópia em miniatura ao seu lado, tão adorável quanto ela. Alguém que eu queria conhecer cada vez mais. Essa mulher ainda seria a minha ruína e agora ela tinha um pequeno ajudante. 

 Eu estava sobrecarregada demais, o dia tinha sido ótimo, mas me exigiu energias que eu nem sabia que existiam. Meu corpo não doía, mas minha cabeça parecia que poderia explodir a qualquer momento. Tinha duas ligações perdidas da Costia, mas hoje eu não poderia ver mais ninguém. Hoje eu não poderia lutar contra nenhum sentimento mais. Por isso, peguei minha moto e fui direto para casa, sem me despedi de ninguém, nem mesmo da Marie e eu tinha lhe prometido uma carona. 

 
 

... 

 
 

Quando acordei, logo pela manhã mandei uma mensagem pra Costia. 

 Alycia: Desculpa não ter te ligado de volta, eu estava tão cansada que desmaiei na cama. A morena não costumava acordar tão cedo quanto eu, então eu estava surpresa que a resposta veio logo em seguida. 

Costia: Tudo bem, linda. Você já está a caminho do trabalho? 

A: Ainda não, vou fazer um café antes

C: Não faça, não será necessário. Estou a caminho da escola, podemos tomar café da manhã juntas? 

A: Wow, isso é novo. Desde quando você acorda tão cedo?

C: Desde que eu percebi que eu sempre estou dormindo, enquanto você tem que levantar sozinha, fazer o café e ir trabalhar. Apenas pensei que seria bom se eu fosse uma companheira dessa vez.

A: Eu não me importo que você descanse, Costia. Seu trabalho é tão cansativo quanto o meu. 

C: Pare de ser adorável, porque eu não estou por perto para te beijar. Não enrole, venha, já estou quase chegando. 

A: Você não existe!" Eu disse, antes de correr para fora do apartamento ao encontro da morena. 

 

Ela já estava com seu carro estacionado na frente da escola, era muito cedo para que estivesse movimentado, pois era pouco mais de 06:00 da manhã. Estacionei a moto e vi ela saindo do carro, nos encontramos no meio do caminho e ela me beijou sem nenhum aviso prévio. Não foi um simples beijo, foi algo que me sugou todo o ar dos pulmões. 

- Wow! - Eu disse assim que ela se afastou, ela sorriu descaradamente. - Isso tudo é saudade? - Brinquei. 

- Não me culpe, desde que dormimos juntas, dormir abraçando os travesseiros é um saco. - Eu sorri. 

- Vem cá. - Eu a puxei pela cintura e a beijei mais uma vez, mas dessa vez muito calmamente. 

- Merda, você beija muito bem. - Eu ri e ela me deu mais um selinho. - Fome?  

- Sim! - Ela sorriu de um jeito muito meigo e nós fomos até uma padaria que ficava na outra rua. Ela segurou minha mão em um gesto claramente inseguro e eu simplesmente sorri para tranquilizá-la.  

 

Há tempos eu não tinha um café da manhã tão completo, e eu não falo apenas da comida, mas sim desse sentimento descontraído que te faz começar o dia bem. Costia me fazia rir com uma facilidade admirável, sempre fez, mas eu me sentia mais leve ultimamente, então, nós estávamos fluindo tão naturalmente. Conversar com a morena era sempre muito fácil e até hoje ela conseguia elevar meu humor sem fazer esforço algum. Eu já estava satisfeita e feliz quando decidimos ir embora, já estava quase na hora da minha primeira aula também.  

Assim como fizemos no caminho até a padaria, voltamos para a escola com as mãos entrelaçadas. Eu não tinha percebido o quanto eu sorria, até ver o mesmo sorriso no rosto de Costia quando paramos em frente ao portão grande do meu trabalho. 

- Então é isso. Valeu totalmente a pena ter acordado cedo hoje. - Ela disse risonha. 

- Estou disposta a começar o dia assim sempre, muita comida e um show de humor particular. - Brinquei e ela riu verdadeiramente, mordendo os lábios ao final e encarando os pés. - Eu realmente amei hoje, obrigada. - Eu disse, agora sinceramente e ela levantou o olhar para encontrar o meu. 

- Sei que eu não deveria fazer isso, porque é seu local de trabalho, mas eu apenas preciso. - Ela disse e não me deu o tempo para responder, quando seus lábios colidiram com os meus com certa urgência. Não foi um beijo muito intenso, mas um roçar de lábios muito carinhoso. Quando ela se afastou, meus olhos focaram em Eliza atrás de Costia. Ela claramente tinha visto a cena, mas foi muito educada em não demonstrar nenhum tipo de expressão. 

- Bom dia. - Eu disse me sentido tanto constrangida quanto insegura quando ela passou ao nosso lado. 

- Bom dia. - Ela respondeu de forma amável, esbanjando seu sorriso típico. Ela acenou levemente com a cabeça na direção de Costia, que fez o mesmo cordialmente. - Oh, eu quase esqueci. Licença - Ela disse em tom de desculpas por interromper algo que Costia estava prestes a dizer. -, desculpa interromper e desculpa fazer esse pedido, mas eu realmente não faria se não fosse tão necessário.  

- Tudo bem, Eliza. O que aconteceu? - Perguntei imediatamente. 

- Está tudo bem, não se preocupe. Eu só queria saber se teria como você me ajudar com o login do site da escola, eu não conheço muito bem os outros professores e ficaria muito sem graça de perguntar para outra pessoa. - Ela ajeitou o cabelo, parecia muito envergonhada e eu sorri ao admirá-la. Céus, ela estava tão linda essa manhã. Os olhos estavam tão claros, tão vivos e brilhavam tanto sob os primeiros raios de sol. Sua pele era mais pálida que a minha, mas tinha o tom rosado nas bochechas. Os cabelos estavam muito ondulados e ela estava impecável às sete da manhã. Como era possível? 

- Sem problemas, eu já entro e te ajudo, ok? - Eu disse, tentando não parecer afetada como eu realmente estava. Costia tinha uma expressão indecifrável no rosto e Eliza parecia muito tímida agora. Depois de alguns longos segundos, Eliza me olhou uma última vez nos olhos, me agradeceu e entrou no prédio da escola. 

- Desculpa, eu não queria ter te deixado sem graça nem nada. - Costia disse enquanto assistimos Eliza sumir para dentro da escola.  

- Você não deixou, fique tranquila. - Eu sorri ainda tentando parecer indiferente. Mas a verdade é que com esse encontro, eu me sentia uma pessoa horrível. Como eu poderia ter sentimentos por duas pessoas ao mesmo tempo? De um lado, tinha Costia, alguém que insistiu tanto em mim e foi tão paciente, que só demonstrava o quanto ela gostava de mim. Me ajudou em coisas que ela nem pode imaginar, me fez querer estar com alguém de novo, me fez ter segurança, me fez acreditar de novo. Como eu poderia simplesmente jogar isso fora? Antes dela eu estava em constante preocupação sobre o que eu faria da minha vida e depois dela, eu simplesmente tinha me convencido que a vida ainda estava no mesmo lugar, esperando para que eu possa vivê-la e ela me fez viver. Me fez querer tentar de novo. Eu estava sempre com o pé atrás e sendo mais cautelosa do que eu já fui em toda a minha vida, mas ainda assim eu estava caminhando, ainda assim eu estava indo diretamente pra ela. 

Então vem Eliza, quebrando tudo pela segunda vez. Me fazendo questionar absolutamente tudo, me fazendo cair nesse buraco que me sugava para dentro sem piedade. Com ela eu não tinha freios, eu não conseguia pensar, eu não tinha nenhum controle sobre nada, nem sobre mim mesma, nem aos efeitos que ela causava em mim. Mas com ela eu também sentia essa coisa avassaladora dentro do peito, que fazia todo o meu corpo tremer em excitação, que fazia meu coração bater como um louco em pura felicidade, que me fazia sorrir tanto que deixava minhas bochechas doloridas. Com ela era a certeza do amor, mas a dúvida da reciprocidade. Com ela era sempre perguntas, mas eu não tinha nenhuma resposta. 

- Ainda assim, eu não devia te beijar no trabalho. Os alunos poderiam ter visto, a diretora, enfim. Eu sinto muito. 

- Tudo bem, não é grande coisa. - Eu disse, acariciando seus braços amavelmente. A frente da escola começava a ficar movimentada e o fluxo de alunos era cada vez maior. - Eu tive uma manhã incrível, nada vai estragar isso. - Eu disse e vi aquele sorriso enorme amanhecer em seus lábios. 

- Oi sôra! - Dois alunos passaram juntos. 

- Bom dia! - Eu respondi, mas logo me concentrei na morena a minha frente. 

- Passa a noite na minha casa hoje. - Ela disse, mas eu não sabia se devia, ela viu a hesitação e falou novamente. - Se quiser, você é sempre bem vinda. Vou te deixar trabalhar, tenha um ótimo dia. 

- Você também. - Eu disse. - Bom trabalho! - Ela sorriu, beijou minha bochecha por longos segundos e se foi. 

Eu estaria mentindo se não dissesse que estava completamente dividida entre correr para o prédio para ajudar Eliza e correr para Costia e dar mais um beijo nela. Porém, sem saber o que fazer, fiquei parada no mesmo lugar pensando que antes eu estava sofrendo por falta de amor e agora, eu, aparentemente, tinha dois. 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAA TÔ MUITO FELIZ GENTE! ESPERO QUE TENHAM GOSTADO E UM BEIJÃO <3


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