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História Universo Atemporal - Péssimo Hábito


Escrita por: rainbownizer

Notas do Autor


Hello guys! Did you miss me? Primeiramente, aqui vou eu me desculpando novamente pela demora, porque toda vez eu digo que não vou demorar e demoro mais que da última vez, me perdoem, POR FAVOR! Quem conseguiu falar comigo, sabe que eu fiz uma cirurgia no final do mês passado, então, ficou bastante complicado para se quer pensar em escrever alguma coisa (mas eu pensei!). Bom, eu estou com algumas boas ideias na cabeça, mas, infelizmente, eu vou demorar sim para postar. Minha faculdade começou e eu já estou cheia de coisas para ler, textos pra fazer, trabalhos, enfim... Então, por favor, tenham paciência comigo e eu vou tentar fazer capítulos maiores para vocês passarem mais tempo lendo e não ficarem esperando tanto. Me desculpem mesmo por todo o transtorno! Enfim, espero que gostem do capítulo abaixo, obrigada por todos os comentários no capítulo anterior, vocês são incríveis! Beijos de luz e boa leitura <3

Capítulo 8 - Péssimo Hábito


 

Eu queria me desculpar pelo excesso, eu não queria assustá-la, eu tinha que ir devagar, eu sabia disso. Mas eu mesma não conseguia dizer uma palavra sequer. Foi então que sua voz soou muito baixa... 

 

- Eu... Eu não sei o que dizer. - Eu já estava levemente em pânico. - Isso significou mais do que você possa imaginar, estou sinceramente muito emocional agora. - Ela disse com um sorriso muito sem graça e o rosto muito vermelho. - Obrigada. - Ela disse e segurou minha mão sobre a mesa. Não foi um "obrigada" que você diz para alguém, após te dar licença. Não foi um obrigada como o que você diz ao garçom depois que ele trouxe sua comida. Não foi um "obrigada" meramente por educação. Eu pude sentir pelo jeito que ela olhava dentro dos meus olhos que ela realmente quis dizer isso. Como se, de alguma forma, uma simples palavra pudesse dizer tudo. - Você tem sido mais que incrível comigo e se tem alguém extraordinário aqui é você. 

Eu não sei se ela tinha a menor noção do que eu sentia naquele momento, ou em qualquer outro momento em que ela estivesse ao redor, porque eu não era muito discreta quando se tratava dela, eu simplesmente não conseguia segurar as reações do meu corpo e da minha mente. Eu simplesmente a amava com toda a força que eu tinha dentro de mim. Como você pode conter algo tão poderoso? Agora mesmo eu sentia uma espécie de energia que corria sobre o meu corpo e aquecia cada lugar por onde passava e era uma sensação tão boa, um sentimento de felicidade pura. Quão grandioso é você ouvir palavras tão carinhosas de alguém que você nutre um sentimento tão intenso? É como se o mundo começasse a fazer sentido. Como se todo o sofrimento que você teve antes disso desaparecesse e aquele momento te fizesse sorrir involuntariamente. Você já explodiu em um sorriso? Isso é simplesmente indescritível. Eu me sentia explodir agora, como se cada célula do meu corpo sorrissem para ela. E essa parecia ser a explosão mais bonita do mundo.

Quando ela percebeu que eu não tinha dito absolutamente nada, ela retirou sua mão da minha com uma vergonha aparente, porém, eu capturei sua mão de volta antes que ela a escondesse debaixo da mesa e sorri ainda mais grandiosamente, então ela sorriu também, porque naquele momento ela percebeu que a gente não precisava dizer mais nada. 

Tem alguns momentos que as palavras apenas sobrecarregam e esses momentos são os mais preciosos, são momentos em que os sentimentos são mais importantes e eles estão mais vivos que nunca, pois ambas as partes conseguem senti-lo e compartilhá-lo e é a prova viva de que eles existem e são como uma energia que estão ao nosso redor e conectam as pessoas. Quando duas pessoas se olham nos olhos e sorriem uma para a outra, não existe coisa mais bonita e real.

 

...

 

No dia seguinte eu não vi Eliza, pois, era um sábado e não tínhamos que trabalhar. Costia e eu tínhamos marcado de almoçar e passar o resto do dia juntas. Não era como se eu pudesse controlar, mas eu esperava uma simples mensagem de Eliza, então eu estava checando meu celular a cada minuto. No entanto, eu sabia que era muito improvável receber uma mensagem dela, afinal, não tínhamos combinado absolutamente nada, então seria, na verdade, algo muito inusitado se ela de repente me mandasse qualquer mensagem, infelizmente...

Costia parecia muito contente em passar uma tarde no shopping, comendo algumas besteiras e andando de mãos dadas, apenas olhando vitrines. Ela era mais incrível do que eu conseguia colocar em palavras, mas Eliza tinha um espaço enorme dentro de mim que parecia tomar conta de tudo. Eu simplesmente não conseguia me concentrar 100% na mulher maravilhosa ao meu lado. Parte de mim queria estar com Costia, queria estar com ela tanto fisicamente, como mentalmente, mas minha cabeça estava infestada com os olhos azuis mais brilhantes que eu já vi em toda a minha vida. Mas eu queria Costia, eu queria estar verdadeiramente com ela, porque era mais seguro e mais fácil. No entanto, outra parte de mim não se importava de ter que sofrer tudo de novo só para estar com Eliza novamente. Aqui é que está o problema, a vida não é tão fácil quanto parece e eu tinha medo de deixar Costia, de magoá-la de um jeito irreversível para me arriscar no escuro com Eliza, afinal, ela não era a minha antiga Eliza. Ela era alguém que beirava a antiga e a nova e eu não sabia o quanto da antiga tinha influência sobre ela e o quanto dessa parte poderia me amar novamente, se é que realmente pudesse me amar.

- Você está estranha. - Costia disse depois de um tempo passeando pelos corredores do shopping. - Distante. - Completou, parando de andar e me encarando preocupada.

- Desculpa. - Eu disse. Ela respirou fundo e ajeitou os cabelos longos atrás das orelhas. Pela primeira vez em toda a tarde, eu realmente reparei nela. Não só no rosto, no sorriso e nos olhos marcados por um delineador bem escuro. Eu reparei na sua roupa, nas curvas invejáveis, na pele bronzeada, na energia gostosa que emanava dela, no seu cheiro doce, nos cabelos que ela, provavelmente, dedicava bastante tempo para cuidar deles e deixá-los tão bonitos como estão agora.

- Eu sei que a gente nunca chegou a conversar sobre nós, eu nunca realmente te pressionei sobre isso, porque eu sabia que você não estava pronta e eu sou muito paciente, Alycia. Mas... Mas... - Ela tentou dizer.

- Mas faz muito tempo que você está pisando em ovos comigo. - Ela apenas assentiu e eu suspirei tristemente.

- Você parece pronta agora. E algumas vezes eu acho que finalmente estamos caminhando para frente, mas só pra então voltar tudo de novo. Isso está me confundindo tanto. E, caramba, eu gosto de você. - Ela riu sem humor. - Eu realmente gosto de você, na verdade, eu mais que gosto de você e eu estou tão pronta pra te fazer feliz e te fazer esquecer qualquer tipo de dor que você teve no passado, mas eu simplesmente estou tão cansada, Alycia. Eu sinto como se você me mantivesse aqui, mas sem a real intenção de estar comigo e isso não é justo. - Ela apenas me encarava e esperava que eu dissesse algo, mas eu não conseguia. Ela estava certa, não estava? Eu a queria por perto, eu precisava dela, mas até mesmo o universo sabia que eu só pertencia a uma pessoa e, infelizmente, não era ela.

Sem receber qualquer resposta, Costia apenas riu sem humor mais uma vez, negou com a cabeça e foi embora. Eu a vi caminhar cada vez mais para longe, vi os cabelos longos até a cintura, vi os quadris balançarem de um lado a outro em cada passo firme. Aquele momento pareceu durar horas, era um sensação muito ruim vê-la ir embora, eu me sentia mais triste do que eu achei que ficaria, mas eu nem tive a decência de correr atrás dela.

 

...

 

Depois do final de semana presa no meu aconchegante apartamento e tentando evitar o mundo lá fora, logo de manhã cedo o Ricky me ligou dizendo que estava organizando uma festa com Lindsay para comemorar o evento dos meus três melhores amigos morando juntos em um novo apartamento. Eu estava mais que feliz por eles, eu estava genuinamente feliz.  Me dispus a ajudá-los na festa e eles pareciam muito contentes, inclusive me deram carta branca para convidar quem eu quisesse.

Eu estava muito distante deles ultimamente. A verdade é que eu estou distante deles desde a faculdade, porque era doloroso ver que eles não lembravam de Eliza e tinham suas vidas normais como se ela nunca tivesse existido. Me doía saber que ela fora esquecida, me doía por Eliza também, porque ela os amava muito. No entanto, eles eram minhas pessoas favoritas de todo o universo e eu não podia perdê-los, eu não podia afastá-los de mim, não era justo com eles ou comigo. Mas eu estava mais que disposta em mudar isso, porque eles eram a minha família e Eliza gostaria que permanecêssemos juntos.

Meu dia tinha começado muito bem, apesar dos acontecimentos do final de semana. Então eu estava relativamente contente em voltar a trabalhar. Mas é claro que eu sabia bem o porquê da animação em estar de volta à escola. No entanto, eu não vi a Eliza em lugar algum, nem na sala dos professores, nem nos corredores da escola e, mesmo na hora do almoço quando eu perguntei sobre ela, um dos meus colegas me disse que ela tinha saído para almoçar com Daiane, professora de sociologia. Não pude deixar de me sentir chateada com isso, apesar que não era uma obrigação almoçarmos juntas todos os dias. Mas ainda assim, eu me senti triste. Só então me dei conta que não era porquê aquele momento era especial para mim que seria para ela também.

Almocei com Marie então, e decidi me abrir com minha amiga sobre tudo que estava acontecendo, sem contar exatamente a verdade sobre Eliza.

- Fica com as duas, ué. - Marie disse muito naturalmente quando eu cheguei ao final de todo o relato.

- Isso pode funcionar bem pra você, Marie, mas não acredito que funcionaria bem pra mim. - Ela deu de ombros, mas parecia compreender.

- Você nem sequer tentou, mas tudo bem. Aqui está o que eu acho. - Ela suspirou antes de falar. - Você nem sequer chamou Eliza pra sair, mas você não pode fazer isso enquanto estiver namorando.

- Não estou namorando. - Eu disse.

- Você meio que está. - Eu não disse nada. - Mas enfim, você não quer se arriscar a levar um não, ou um "não sou gay" e estragar tudo que você tem com Costia. - Concordei. - Porém você está evitando a real questão aqui. Costia é perfeita, ela é linda, tem um corpo maravilhoso, e o sorriso, nossa!

- Vá direto ao ponto, Marie. - Ela riu.

- Além de ela ser deslumbrante fisicamente, ela é incrível como pessoa. Eu a vi poucas vezes, mas as vezes que a vi ela era além de simpática. Sempre deixando todo mundo confortável e sendo amável até com o gato do vizinho. E ela te trata tão bem... Ela realmente gosta de ti, porque ela está nessa confusão há tanto tempo e ela não sai com mais ninguém a não ser você, Alycia. Ela investiu em ti, ela cuidou de ti, ela foi paciente e te deu amor mesmo quando você não pediu por isso. E você sabe disso, e é exatamente por isso que você simplesmente não pode dar um fora nela. Porque você vai quebrar o coração dela de uma forma muito cruel, porque ela não fez nada além de se dedicar à você. Mas aí é que está, ela não obteve sucesso em ter seu coração. Você gosta dela, eu sei que gosta. Mas você tem muito mais gratidão por ela do que paixão e isso também não é justo com a garota.

- Por que você acha que eu não estou apaixonada por ela?

- Porque Eliza conseguiu fazer em menos de uma semana, o que ela vem tentando há, sei lá, anos? Tem pessoas que a gente ama, mas simplesmente não está apaixonado, Alycia, acontece. Não é algo que a gente pode forçar ou controlar.

- E o que você me sugere fazer?

- Primeiramente, mande uma mensagem para Costia, diga que ela tem razão e que você está sendo uma idiota com ela. Diga que você é uma bagunça e que não quer arrastar ela nisso, diga para ela não se prender a você, mas também não te abandonar. Diga para ela fazer o que a deixa feliz e se colocar em primeiro lugar, porque você quer vê-la feliz.

- Vou fazer isso agora mesmo. - Eu disse pegando o celular. 

Costia, sei que você não quer saber sobre mim agora, porque eu agi como uma idiota no sábado. Eu sei. Eu sou uma bagunça, eu sempre fui desde o início. Eu sinto muito que você continua pisando em ovos comigo. Eu não quero que você faça isso, eu não quero que você se sinta cansada e presa a alguém que não consegue fazer você a pessoa mais feliz do mundo, porque ser feliz é exatamente o que você merece. Eu gosto de você, não esqueça disso, nunca duvide disso. Mas eu quero que você se sinta livre para procurar a sua felicidade, não se preocupe comigo. Eu estarei aqui quando você estiver pronta para conversar sobre. Seja feliz, Costia, seja feliz por nós duas.

- E sobre a Eliza - Marie continuou, chamando minha atenção de volta para ela. eu enviei a mensagem e me concentrei na minha amiga. - , convide-a para a festa lá em casa. Tente descobrir qual é a dela. É o clima perfeito, descontraído, feliz, com música, bebida... As pessoas são mais abertas em festas.

- Ok.

- Você vai seguir o que estou dizendo cegamente? -Ela perguntou surpresa, eu ri baixinho.

- Não é como se eu tivesse uma solução melhor.

- Nossa, fui fazer uma brincadeira e você começou a ofender! - Nós gargalhamos.

 

...

 

A semana passou muito devagar e monótona, a coisa mais movimentada que me aconteceu foi quando Costia me respondeu dizendo que entendia o meu lado, mas que ainda estava chateada e precisava de um tempo, porém agradeceu a mensagem e disse que me chamaria quando estivesse pronta.

Já era sexta-feira e nem sinal de Eliza. Como a gente podia trabalhar no mesmo lugar e não se ver por dias? Eu estava começando a achar que ela não trabalhava mais aqui quando a vi voltar do almoço. Eu tinha optado por trazer algo de casa, então passei o intervalo todo na sala dos professores adiantado algumas tarefas e correções. Quando a porta da sala se abriu, eu olhei instintivamente em direção a ela e a vi entrar muito rapidamente. Ela parecia surpresa em me ver ali, levemente assustada até. Eu sorri para ela, não que eu pudesse evitar fazê-lo, porque meu coração parecia bombear alegria quando ela estava por perto.

- Oi. - Eu disse. - Semana agitada? - Falei enquanto ela guardava algumas coisas e pegava outras no seu armário. Ela só tinha olhado pra mim quando cruzamos os olhos na porta, agora ela parecia com pressa.

- Bastante. E a sua?

- Não muito. Está com pressa? O sinal só vai bater daqui a dez minutos.

- É, eu sei, mas eu tenho que fazer algumas coisas antes, até logo! - Ela disse, fechando o armário e se direcionado à porta.

- Ei – eu chamei antes que ela saísse, ela se virou para me olhar. Ela parecia estranha, mas tão linda como sempre. As vezes eu simplesmente ficava tão impressionada com sua beleza. Como é que alguém pode ser tão bonito? Eu adorava tudo nela, as sobrancelhas, o seu maxilar, a cicatriz que ela tem perto dos olhos, o formato de coração nos lábios, as ondas douradas de seu cabelo, o brilho levemente triste que ela carregava naquelas olhos deslumbrantes... -, você tem planos para amanhã?

- Hum... Fazer uma sessão de filmes infantis com o Adam. A gente faz todo sábado a tarde. - Ela disse com um ar de riso, colocando mexas de seu cabelo atrás da orelha. Parecia um pouco impaciente, deslocando o peso do corpo para outra perna.

- Entendi, isso parece divertido. - Ela sorriu. - Mas meus amigos estão fazendo uma espécie de festa de inauguração amanhã à noite e eles me deixaram convidar alguém, eu estava pensando se você não podia me acompanhar?

- Amanhã a noite? - Ela parecia estar em uma batalha interna.

- Sim. Eu teria te convidado antes, mas eu não te via em lugar algum.

- É, eu ando um pouco... Quer dizer... As coisas estão... Agitas. Bem, eu não sei se consigo ir amanhã.

- Tudo bem. Mas eu vou te mandar uma mensagem com o endereço e se você conseguir alguma brecha, apareça por lá.

- Tudo bem, até mais. - Ela disse, muito impaciente e estranha. Franzi a testa.

- Até. - Eu disse, mas ela já tinha fechado a porta atrás de si.

 

...

 

O sábado finalmente tinha chegado e eu já estava no apartamento dos meus amigos. O lugar estava mais cheio do que eu imaginava e era legal ver as pessoas se divertindo depois de eu ter passado horas arrumando o local. Mas foi divertido até para arrumar, fazia tempo que não ficávamos com todos os meus amigos juntos e foi bom passar o tempo com eles, eu sentia a falta principalmente do meu melhor amigo de infância, porque eu o afastei bastante e não era justo com ele. Mas lá estávamos todos nós, os três apaixonados e eu (a fada madrinha/cupido?) dançando como loucos e rindo muito um da cara do outro. A família estava quase completa, e assim que eu pensei na mulher a quem meu coração pertencia, avistei os olhos azuis do outro lado da sala, parecia ter acabado de chegar, tinha o sorriso no rosto, parecia ter nos observado por alguns segundos e se divertia com a cena dos meus amigos e eu na pista de dança improvisada. Toquei o braço de Marie para que ela entendesse meu afastamento e passasse a informação para os outros, então, eu fui até Eliza.

- Ei, você veio! - Eu disse animada, controlando a vontade de puxá-la em um abraço amoroso. - Estou tão feliz que você conseguiu vir.

- Finn se ofereceu para levar Adam para passar a noite na sua casa. - Ela disse, mas logo bateu a mão em sua própria testa. - Lá vou eu sendo a mãezona que só sabe falar dos filhos. - Eu ri levemente e peguei sua mão para evitar que ela repetisse o gesto.

- A mãezona é uma mãe incrível e deve se orgulhar disso. - Nós sorrimos uma para outra, mas quando ela encarou nossas mãos juntas, eu a soltei um pouco sem graça. Ela colocou ambas as mãos no bolço e também parecia muito desconcertada. - Você quer beber alguma coisa? Temos de tudo.

- Não sei se devo beber algo alcoólico.

- Você deveria, não é todo dia que você vai numa festa. Você pode ter um dia de folga. - Eu a encorajei e fomos na cozinha preparar sua bebida. Era uma mistura simples de vodka com energético e eu acabei fazendo o mesmo para mim.

- Então, eu não te vi nem mesmo nas horas de almoço, você estava atolada em trabalho? Eu poderia ajudar... - Ela sorriu, baixando o olhar para os pés por alguns segundos.

- Bem, na verdade eu estava bem apressada essa semana sim, mas eu decidi almoçar com outros colegas para conseguir conhecer todo mundo. Eu não quero te deixar ofendida, nem nada...

- Não deixou, eu entendo totalmente. - Eu disse com sinceridade, mas não pude deixar de me sentir um pouco desapontada. - Bom, você quer dançar?

- Ah, eu preciso estar pelo menos um pouco bêbada para fazer isso. - Ela disse divertida, bebericando a bebida do seu copo, eu ri brevemente. - Mas vá em frente, eu estava te vendo dançar e você definitivamente sabe como usar suas curvas. - Ela disse, mas sua honestidade me assustou um pouco e parece que ela percebeu o que tinha dito, então bebeu um grande gole de sua bebida e evitou meu olhar. Eu apenas sorri.

- Estou lisonjeada! Mas tenho certeza que você pode fazer muito melhor. - Eu disse, sorrindo grandiosamente em uma tentativa de tirar o desconforto dela.

- Talvez, mas eu, com certeza, preciso estar bêbada para tentar. - Ela riu de si mesma. - Mas você pode ir se quiser.

- Não, eu espero por você. Já dancei bastante antes de você chegar, talvez a gente possa ir na varanda onde o barulho é menor e está bem mais fresco.

- Você não precisa ficar comigo o tempo todo, por favor, se divirta.

- Eu estou me divertindo - eu disse, decisiva. -, varanda? - Ela apenas assentiu com um sorriso enorme no rosto e nós fomos. Cumprimentei várias pessoas no caminho e meus amigos me olhavam com a cara mais indiscreta do mundo e eu poderia morrer de vergonha, mas eu não o fiz. Eu apenas sorri para elas.

A varanda estava cheia também e não tinha lugar para sentar. A maioria das pessoas estavam ali para fumar e como eu não era mais uma fumante, me senti um pouco desconfortável e me preocupei imediatamente com Eliza, porém, ela também tinha tirado uma carteira de cigarro de sua bolsa e tirou um deles, colocando-o na boca.

- Péssimo hábito, eu sei.

- Tudo bem. - Eu a tranquilizei. - Fique a vontade. - Ela assentiu ainda um pouco envergonhada e acendeu o cigarro. Tenho que admitir que ver a Eliza inalar a substância e soprar a fumaça no ar foi mais sensual do que eu tinha previsto e eu engoli a saliva que tinha se formado na minha boca, olhando para o céu em seguida para evitar ser pega na encarada. Tinha muitas pessoas ali, estava quase desconfortável, porque todas as cadeiras estavam ocupadas, as pessoas conversavam e riam muito alto e estávamos um pouco espremidos uns nos outros devido ao ambiente pequeno em comparação a quantidade de pessoas. Eu não podia reclamar tanto, porque nesse momento Eliza e eu estávamos tão próximas, que quando alguém passava por nós, nossos seios roçavam um no outro e era tão errado que eu estava erotizando isso em minha cabeça. E se não fosse apenas isso, seus olhos azuis estavam firmes sobre os meus e a sua boca se abrindo e fechando para colocar o cigarro entre os lábios e soprar a fumaça para o ar estava me deixando tão quente. Nós não estávamos falando nada, apenas olhávamos para o céu ou uma para a outra e ela parecia tão séria naquele momento, tão madura e misteriosa. Ela não parecia envergonhada agora, mesmo que estávamos tão próximas que eu podia sentir o cheiro de seu cigarro misturado com o seu perfume. Pelo contrário, ela parecia me desafiar com o olhar. Olhava bem no fundo dos meus olhos quando colocava o cigarro entre os dedos, levando-o aos lábios e tragando vagarosamente, fazendo a brasa brilhar, queimando cada vez mais próximo de seus dedos delicados. E então ela soprava a fumaça e olhava para o céu com uma expressão bastante reflexiva. Eu estava ficando muito atordoada para não dizer excitada.

As pessoas pouco a pouco terminavam seus cigarros e voltavam para dentro, enquanto o espaço ficava cada vez mais vazio. Nós já podíamos apoiar os braços na grade da varanda e estávamos em uma distância normal quando Eliza acabou o seu cigarro.

- Sua não-namorada ainda não chegou? - Ela perguntou de repente e eu que estava olhando para o céu, por me sentir muito intimidada com seu olhar penetrante, voltei a olhá-la.

- Ela não vem. - Eu disse simplesmente.

- Ela tinha compromisso?

- Não sei. Nós não estamos exatamente nos falando.

- Mas você a convidou?

- Não, mas Marie pode ter convidado. - Ela assentiu com um balançar de cabeça, e decidiu não insistir no assunto. Voltou a olhar para o céu com uma expressão reflexiva novamente, dessa vez, ao invés de fazer o mesmo, eu fiquei observando-a.

- Posso te perguntar uma coisa? - Ela disse, voltando sua atenção para mim.

- Claro.

- Por que você me chamou para a festa de seus amigos? - Ela disse sem rodeios, colocando ênfase no "me". Eu pensei por alguns segundos em uma resposta que ela pudesse digerir.

- Eu quis convidar alguns amigos.

- Mas parece que você conhece todo mundo aqui. E se os donos do apartamento são seus amigos, isso quer dizer que muito provavelmente boa parte dos amigos deles são seus amigos também.

- O...K... - Eu disse pausadamente. - Eu conheço a maioria deles, sim, mão não são necessariamente meus amigos.

- Mas... - Ela tentou dizer, mas alguém acabou me empurrando para cima dela e como ela estava muito próxima da parede, nossos corpos ficaram praticamente colados e seus olhos estavam cravados nos meus. Ela não conseguiu completar a frase, nem eu mesma consegui dizer mais nada. Eu estava tão próxima de me inclinar mais alguns centímetros, pois não faltava mais que isso para nossos lábios se tocarem, e eu estava realmente fazendo isso, porque Eliza não parecia desconfortável, não riu da situação ou tentou sair dali. Na verdade, ela dividia o olhar entre meus olhos e meus lábios, foi então que eu ouvi a voz.

- Alycia? - A voz sobressaiu mesmo com o burburinho das pessoas e o som da música ao fundo. Eu me afastei rapidamente de Eliza e encarei os olhos tristes de Costia parada na porta da varanda. 

 


Notas Finais


OPA, GOSTARAM? FIQUEM A VONTADE PRA CONVERSAR COMIGO. VOU TENTAR POSTAR O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, MAS NÃO PROMETO NADA. BEIJOS DE LUZ DA TITITA RAINBOW <3


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