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História Universo em conflito - Os quatro cavalos do apocalipse


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 56 - Os quatro cavalos do apocalipse


Magali caiu de joelhos no chão e Cascão correu para ampará-la.

- Você tá bem, linda?

- Harmonizar a barreira tirou muito das minhas forças, mas ficarei bem logo. – a moça olhou para o céu e ficou tão maravilhada quanto os outros.

- Nunca vi nada igual! – Mônica disse.

- É o sobrenatural voltando a se manifestar. – Magali explicou. – Todos devem estar vendo isso no mundo inteiro.

- É tão legal! – Denise falou filmando com o celular.

Cebola suspirou de alívio, pois seu trabalho naquele mundo estava concluído.

- Hã... o que é aquilo ali? – Sofia apontou para o céu onde todos viram um ser alado se aproximando.

- É o Ângelo, galera! – Cebola falou e foi até ele. – E aí, cara? A barreira já tá consertada!

- Estou vendo e principalmente sentindo! Com o sobrenatural de volta tudo vai ficar bem de novo.

Os outros olharam para o Ângelo não acreditando no que estavam vendo. Era um anjo de verdade, ainda que com asas negras.

- Eu nunca vi um anjo na vida! – Sofia falou chegando mais perto e Mônica também se aproximou.

- Foi você quem me ajudou naquele dia, não foi? Nunca tive a chance de te agradecer!

Ângelo corou e esfregou a nuca um tanto sem jeito.

- De nada... – ele raspou a garganta e falou sério. – Vocês terminaram aqui, mas ainda vão ter problemas quando passarem por aquela porta.

- Sabemos disso. – Cebola retrucou.

- Antes de irem embora, a Mulher do Barco quer falar com você um instante, Cebola.

- Mulher do Barco? Ah, tá, a Dona Morte!

- Quêeee? – os outros perguntaram ao mesmo tempo e Mônica segurou o braço dele.

- Ele ainda é muito novo pra morrer agora, faz isso não! – Cebola colocou uma mão no rosto dela e falou carinhoso.

- Pega nada não que ela só quer falar comigo.

- E somente com ele. Os outros esperam aqui.

- Não demoro. – Cebola deu um beijo no rosto dela, que ficou corada e com cara de boba.

Os dois foram a outro ponto da margem e a turma pode ver um barco se aproximando, surgindo entre uma neblina fraca. Cebola conhecia bem aquela silhueta.

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- Er... o Cascão tá dormindo... – Toni falou se esforçando para não dar uma mancada. Sr. Antenor parecia não se conformar.

- Puxa, ele está perdendo esse espetáculo! Ah, eu vou lá acordar ele de qualquer jeito!

Antes que os rapazes entrassem em pânico, Jeremias teve uma idéia e falou.

- Peraí que vou dar um jeito de trazer ele cá pra fora. – e entrou correndo na casa.

Xaveco estava se acomodando para voltar a dormir e Jeremias o pegou pelo braço.

- Cara, a gente tá com um baita problema. O pai do Cascão tá lá fora e quer ver ele de qualquer jeito!

- Agora danou tudo! Como a gente faz?

- Você vai se passar pelo Cascão.

- Eu? Tá doido?

Sem falar mais nada, ele fez com que o rapaz se enrolasse na coberta e mostrasse só um pouco do rosto. Depois foi catando várias meias sujas pela sala e colocou embaixo das cobertas, para que Xaveco as segurasse.

- Que é isso, cara? Quer me matar?

- Se você não estiver fedendo, o pai dele vai desconfiar. Agora vamos.

Os dois saíram e Xaveco achava que não havia a menor chance do Sr. Antenor cair naquela farsa.

- Já não era sem tempo, filho! Olha só que beleza! Você nunca mais vai ver algo assim na vida!

- Poxa, pai, isso é muito legal! – ele falou tentando imitar a voz do Cascão.

- Não quer tirar essa coberta pra ver melhor... credo, que futum é esse?

- Se ele tirar a coberta, vai ficar pior. – Franja falou tentando ajudar e o Sr. Antenor acabou desistindo.

- Bom, eu vou indo pra casa, tenho que trabalhar amanhã. Não fiquem aqui fora por muito tempo, garotos!

Quando o homem foi embora, todos suspiraram de alívio.

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- A Mônica? Ela tá no banheiro, daqui a pouco vem! – Luisa aparecia no visor do celular da Mônica e Cascuda tentava despistá-la.

- Só quero falar com ela para ter certeza de que tudo está bem. Essa coisa no céu é muito estranha e essa eletricidade me deixou preocupada! Ela não está demorando?

- Acho que ela tá fazendo outra coisa... É que a gente comeu muito ontem!

Enquanto Cascuda enrolava a mulher, as meninas corriam contra o tempo para empastar o rosto de Sarah com uma máscara de beleza e amarraram um grande lenço em seus cabelos, deixando só algumas mechas à mostra.

- Ah, ela voltou. Vou passar o telefone. De nada! – Sarah pegou o celular e falou tentando imitar a voz da Mônica, mas acabou saindo meio estranha e anasalada.

- Oi! Não se preocupe, eu tô bem!

- O que é isso no seu rosto?

- É só uma máscara de beleza... mãe... quero ficar bem bonita pra festa da Carmem!

- Por que sua voz está esquisita assim? Está gripada? Acho que seu pai devia ir buscá-la e...

- Querida, por favor, deixe a menina. – elas ouviram a voz de um homem falando e Luisa deu um suspiro.

- Tem certeza de que está tudo bem?

- Claro que sim, mãe! Tudo tranquilo! A gente tava olhando o céu pela janela do quarto, não saímos nem nada, estamos todas quietinhas aqui!

- Hum...

As outras torciam para que a mãe da Mônica caísse naquele truque e Sarah fazia o melhor que podia para despistá-la.

- Bem... se é assim, você pode continuar com suas amigas. Só não fique aí o dia inteiro, está bem?

- Pode deixar mãe. Beijo, tchau!

Quando ela finalmente pode desligar o celular, todas suspiraram aliviadas.

- Ai, que sufoco! – Marina falou deitando no colchonete mentalmente exausta com tantas emoções.

Infelizmente o alívio não durou muito. Alguém bateu na porta do quarto.

- Está tudo bem aí? – era a mãe da Denise no outro lado e elas viram que estavam bem encrencadas.

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Quando o barco chegou perto da margem, Dona Morte saltou e veio trazendo o remo, que se transformou em foice quando tocou a terra firme. Mais atrás, o resto da turma olhava com os olhos arregalados e brancos de medo. Cascão não sabia se tremia ou se amparava Magali.

- Vejo que conseguiu reequilibrar a barreira.

- Pois é... não foi fácil não. – ele a olhou com curiosidade. A morte usava as mesmas roupas pretas, mas daquela vez tinha uma capa com capuz. Ele arriscou uma pergunta. – Hã... você é a Dona Morte alternativa?

- Não tenho duplos. Eu sou apenas eu em qualquer mundo.

- Mas hein? – antes que seu cérebro entrasse em pane tentando entender aquilo, a morte continuou.

- Vocês enfrentarão um grande perigo dentro de pouco tempo.

- A Berenice, não é? Ela deu o maior trabalho no mundo original.

A morte balançou a cabeça levemente.

- Não é a Berenice que você deve temer, tenha isso em mente. Agnes é o maior perigo.

- De qualquer forma tem um... hã... amigo meu que vai nos ajudar.

- O humano com poder de controlar o tempo a quem você chama de Paradoxo.

Cebola ficou um tanto sem jeito, mas não devia ser surpresa Dona Morte já saber sobre o cientista.

- A habilidade dele não irá ajudá-los. Somente seres do mundo material seguem as leis do espaço e do tempo. Agnes não faz mais parte desse mundo agora.

- Não entendi... o que aconteceu com ela?

- Tomou sombra líquida. – Ângelo respondeu. – Agora ela não é mais humana.

Cebola remexeu suas memórias ao lembrar-se do que Denise tinha lhe contado quando foi ao planeta Tumba com Mônica e Astronauta. Rosinha também tinha tomado sombra líquida e se transformou numa criatura mortal e perigosa.

- Pindarolas, como a gente faz? A luz do sol resolveria, mas ainda é de madrugada!

- Terão que lidar com ela de outra forma. – D. Morte voltou a falar. – Ângelo ajudará vocês. Aquela jovem feiticeira também. Não tire seus poderes agora, vocês precisarão dela. Agora vão, não há mais nada a ser feito aqui.

Cebola voltou para o resto da turma com o rosto carregado de preocupação e falou para eles sobre a Agnes.

- È isso aí, galera. Ela vai dar um trabalhão dos diabos. A gente não vai poder facilitar.

- Aposto que ela deve estar nos esperando do outro lado. Nem vamos ter o elemento surpresa! – Mônica falou desapontada.

- Teremos que encarar de frente. – Sofia falou, também com medo.

- As paradinhas de IOR não vão proteger a gente? – Cascão perguntou segurando seu talismã de clipes.

- É difícil responder. Com a barreira reequilibrada, os poderes delas podem ter aumentado. – Magali respondeu e não parecia estar com medo. – De qualquer forma, não as deixem tocar em vocês.

Como não podiam ficar ali para sempre, eles respiraram fundo, tomaram coragem e atravessaram a porta voltando ao mundo material. Como Cebola esperavam todos foram recebidos pela voz fria de Agnes.

- Sejam bem vindos de volta. Pensei que nunca mais veria vocês de novo.

Na frente deles, não muito longe da porta, estavam Agnes, Penha e... Berenice? Ela estava bem diferente do que ele se lembrava, com uma expressão pelo menos vinte vezes mais perversa no rosto além dos sinais de idade avançada. Já Agnes e Penha estavam vestidas para matar, literalmente. Penha usava um vestido vermelho justo com decote em V, cauda de sereia e estava coberta de jóias. Agnes usava um vestido rosa claro curto e de aparência bem jovial. Seus cabelos estavam soltos, ela usava maquiagem, um belo conjunto de colar e brincos de turmalina e só parecia dois ou três anos mais velha que a Penha. Era o tipo de mulher que o faria virar a cabeça se não soubesse que era o demônio em pessoa.

Sofia as encarava sentindo mágoa e rancor da amiga que lhe traiu.

- Ah, vejo que a Judas está entre vocês. – Penha falou com sarcasmo.

- Judas é você que me deixou pra servir de comida pra Agnes! Eu achava que você era minha amiga, sua falsa!

- Sem dramas, por favor. Erram apenas negócios. – Penha falou como se ter deixado Sofia para morrer nas mãos de Agnes não fosse nada de mais.

- Grrrr!

- Agora que vocês harmonizaram a barreira, finalmente a Serpente poderá voltar e transformar esse mundo! – Agnes voltou a falar e Cebola deu uma risada.

- E ela vai voltar como se só tô vendo três cavalos? – o rapaz observou, aliviado, que o cavalo da peste não estava entre eles. A mulher deu aquele sorriso perverso.

- Agora eu posso ver que o quarto cavalo já está entre nós. Bem na minha frente, para ser mais precisa.

Ele olhou para os lados e depois de volta para Agnes. Ao perceber que ela o olhava diretamente, sentiu uma coisa bem ruim no peito. Aquilo só podia ser uma piada de mau gosto!

- Cê tá de sacanagem comigo! Cavalo da peste? Eu?

Berenice deu uma risada rouca e desagradável.

- Tá com vermes na cabeça, moleque? Eu sou o cavalo da peste!

- E você, Cebola, é o cavalo pálido da morte.

O rapaz ficou sem fala, assim como o resto da turma. Agnes continuou.

- A morte sempre te acompanhou. Primeiro você perdeu seu pai e sua irmã, depois sua mãe. E tem uma marca no seu braço que o torna imortal. Quem melhor do que você para ser o cavalo da morte?

- Cebola... é verdade? – Mônica perguntou tão chocada quanto os outros.

- Sei lá, essa maluca é que tá falando! Tô sabendo disso aí não!

- Ela diz a verdade. – Magali falou. Agora posso ver. Quando o sobrenatural voltou, a Serpente o escolheu para ser o cavalo da morte.

- Sai pra lá, não quero ser cavalo nenhum! – o rapaz ainda custava a acreditar naquele absurdo.

Penha deu um passo para frente e falou fazendo aquela pose de rainha.

- Eu sou o cavalo vermelho da guerra! – ele sentiu arrepios desagradáveis. Agnes também deu um passo à frente.

- Eu sou o cavalo negro da fome! – e Berenice completou.

- Eu sou o cavalo branco da peste!

Certo. Seu cérebro estava em pane. Quem podia imaginar que a Berenice alternativa era o cavalo da peste? Ele não previu aquilo e muito menos que seria o cavalo da morte. Era demais até para sua mente processar.

- É sua vez, Cebola. Se declare como o cavalo pálido da morte. O selo romperá e a Serpente voltará para mudar esse mundo!

- Não faz isso, Cebola! – Mônica pediu segurando seu braço. Isso fez com que ele saísse do choque.

- Claro que não vou fazer galera! Nem sonhando! Vocês quebraram a cara porque não vai ter cavalo da morte nenhum aqui não!

Se por um lado era muito estranho ele ser o cavalo da morte, por outro talvez fosse até bom. Bastava não se manifestar para a Serpente não voltar nunca. Era uma boa solução. Já Agnes parecia ter outros planos.

- Odeio quando a diplomacia fracassa. Berenice, acabe com eles, só não machuque o Cebola.

A mulher se ergueu no ar, para espanto total de todos e quando Cebola viu uma aura suja e nojenta ao redor das mãos dela, gritou para os amigos.

- Cuidado!

Mônica e Denise pularam para o lado quando um raio de sujeira veio na direção delas, deixando um buraco corroído no chão.

- Véi, que doideira é essa? Argh! – ele também saltou para o lado tentando proteger Magali.

- Fiquem quietos, pirralhos! – a mulher gritou disparando raios para todos os lados.

Ângelo tentou ir para cima dela e segurar seus braços.

- Anjo imundo da morte! Você levou a minha filha! – ela rosnou e disparou um raio de sujeira que o jogou no chão se contorcendo de dor. – Morra! Morram todos vocês!

Denise estava caída no chão e gritou quando viu um raio de sujeira vindo para o seu lado. No último instante, alguém entrou em sua frente. Era Magali que tinha feito uma espécie de escudo na frente delas.

- Fiquem atrás de mim!

- Acha que isso vai me deter, sua coisinha asquerosa? – a mulher disparou mais raios e Magali viu que não podia atacar sem baixar a guarda e deixar os amigos desprotegidos.

Cebola gritou.

- Magali, ela não pode com água!

Sem responder nada, a moça deu um soco no chão e o fez tremer. De repente, uma grande mão feita de água atravessou o piso e envolveu Berenice que gritava feito doida. Era água limpa e tratada.

- Aí você apelou, gata! – Cascão murmurou quase sentindo pena daquela mulher.

- Ela não vai para lugar nenhum agora. – a massa de água congelou ao redor de Berenice, deixando-a imobilizada e batendo os dentes por causa do frio.

Agnes bateu palmas.

- Gostei do seu truque, bruxinha. Agora vamos ver se você consegue lutar comigo! – sua forma mudou rapidamente, fazendo surgir tentáculos bem negros para todos os lados e Cebola logo reconheceu a forma monstruosa que Agnes tinha adotado no mundo original.

- O correto é saber se você consegue lutar comigo! – Magali conjurou um feitiço e disparou raios contra ela, que se desviou agilmente e tentou golpeá-la com um tentáculo arrancando grandes lascas do chão.

Os outros se dispersaram e Sofia se aproveitou da distração de Agnes para dar uns bons tapas na cara da Penha.

- O que você quer, aberração? Voltar com o rabo entre as pernas? Talvez eu te aceite se você ajoelhar e beijar meus lindos pés!

- Vai sonhando, sua baranga!

- Barranga? Como ousa?

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Paradoxo acionou seu relógio e os ponteiros giraram de um jeito estranho. Por um instante o tempo parou, mas a criatura de sombras continuou se movimentando e ele viu que alguma coisa nela estava atrapalhando sua habilidade de manipular o tempo.

- Eu não esperava por essa! – ele murmurou contrariado, só podendo observar tudo discretamente do lado de fora do salão.

Se aqueles jovens conseguissem sair do salão, ele poderia acionar o mecanismo que tinha instalado na porta. Mas com sua habilidade de parar o tempo comprometida por causa daquela criatura, ele teria que contar com a sorte e esperteza do Cebola.

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Sofia assumiu posição de luta, pensando num jeito de imobilizar Penha antes que ela conseguisse lhe controlar. Enquanto isso, Agnes disparava outro tentáculo contra Magali e ele foi cortado com um golpe vindo de Ângelo, que se recompôs.

- Criatura maligna, seu lugar não é neste mundo!

- Quero ver você me tirar daqui, seu intrometido! – ela tentou atacá-lo e foi atingida por outro raio disparado por Magali.

Cebola se esforçava para pensar em alguma coisa para resolver aquela situação e se sentia em um beco sem saída. O pior era que nem adiantava apelar para a ajuda de paradoxo. O dispositivo que o cientista instalou na porta estava lá, invisível graças a tecnologia avançada. Só era preciso apertar um único botão para acabar com tudo, mas não dava para fazer isso com eles dentro do salão. E se tentassem sair, elas iam persegui-los. Tudo tinha que ser bem sincronizado. Sua cabeça voltou a funcionar.

- Mônica, tenta ajudar Sofia com a Penha. Ela também é perigosa.

- Tá bom! – a moça correu para enfrentar aquela francesinha metida.

- Cascão, dá cobertura pra Denise.

- Como é? – outro pareceu não gostar e Cebola insistiu.

- Você não tem como ajudar a Magali agora. Anda, vai!

O sujinho atendeu de má vontade e Cebola voltou-se para a luta principal bem a tempo de ver Agnes golpear Ângelo com força, jogando-o no chão.

- Fique aí seu anjo atrevido! – sem perder tempo, o rapaz gritou para Magali.

- Tente fazer alguma luz! Só assim pra derrotá-la!

- Cale a boca, seu imbecil!

Agnes se voltou para acertá-lo com um tentáculo e Magali murmurou.

- Supplendum ignis! – e uma chama pequena saiu em cada um das mãos fazendo Agnes dar risada com sua voz meio monstro, meio feminina.

- Acha que isso aí vai me deter? Que patético!

- Sim, eu acho. - Ela estendeu as mãos diante do rosto – Ignis, focus, flama! – e soprou.

Dois jatos fortes de fogo dispararam contra Agnes, fazendo-a gritar e se contorcer.

- Agnes, não! – Penha gritou tentando correr na direção dela e foi cercada por Sofia e Mônica.

- Você vai ficar bem aqui, "querrida"! – Mônica cuspiu imitando o sotaque da outra.

- Suas malditas! Vocês não podem comigo! – a moça se concentrou e nada aconteceu.

- Há! Nós temos a marca de IOR! – Sofia riu. – Você não pode fazer nada com a gente!

Penha não sabia se ficava preocupada com Agnes ou com as duas que estavam a sua frente. Berenice permanecia congelada e não podia fazer nada.

- Isso mesmo, Magali! Acaba com ela! – Cebola incentivou, sendo apoiado pelo Cascão.

- Vai lá, linda! Não dá mole não!

Até Denise batia palmas ao ver que eles estavam ganhando a batalha e Ângelo estava se levantando para ajudar também, pronto para chutar aquela criatura para o outro mundo onde Dona Morte daria conta dela.

- Agora chega, você vai sumir desse mundo agora mesmo! – Magali falou criando uma espécie de chicote de fogo e lhe golpeando com vontade.

- Desgraçada!

- Você vai pagar pelas pessoas inocentes que matou! – daquela vez ela fez uma espada de fogo e Agnes viu que não ia aguentar mais aquele golpe. Bem... ela não era Berenice, mas podia jogar sujo.

O monstro voltou à forma humana, se concentrou o máximo que pode e todos se sentiram mal, até Ângelo.

- O que é isso? – Mônica cambaleou um pouco, mas ainda conseguiu ficar de pé.

- A Agnes tá sugando todo mundo! Ela ficou muito forte e nem os talismãs vão segurar por muito tempo! – Sofia respondeu.

Cebola viu que os amigos estavam cambaleando, mas ficou desesperado quando Magali caiu de joelhos e Ângelo se estatelou no chão, se contorcendo. Nenhum dos dois tinha a marca de IOR para lhes proteger.

- Ah, como é bom! Eu devia ter feito isso antes! – Agnes se aproximou da Magali sem medo e lhe agarrou pelos cabelos, sugando sua energia. Cascão tentou ir para cima dela e caiu pelo meio do caminho, bastante fraco.

- Para com isso, você vai matar ela! – Cebola gritou.

- Eu sempre quis ter esse banquete e não vou parar agora. A não ser que você queira colaborar.

- De jeito nenhum!

- Então vou acabar com todos, a começar por essa bruxa!

E como as coisas já não estivessem ruins o bastante, ele ouviu o grito de Sofia. Se aproveitando de sua distração, Penha a segurou por trás.

- Agorra, sua tonta, você vai servir parra alguma coisa! – Sofia lutou por um tempo, mas acabou caindo diante do controle da Penha.

- Sofia, você tá bem? – Mônica gritou indo em direção a ela. Quando chegou perto, duas mãos grandes e fortes agarraram seu pescoço e ela foi erguida no ar, fazendo seus pés balançarem. – Ei, o que você tá fazendo? Eu tô do seu lado! Ai!

- Ela só obedece a mim. Sofia, acabe com ela e...

- Não, Penha. Espere mais um pouco. – Agnes falou e criou um tentáculo bem forte que atingiu o bloco de gelo que segurava Berenice, fazendo a mulher cair de joelhos no chão tremendo de frio.

- Grrrr! Odeio água, odeio! Deixa eu acabar com essa bruxa agora mesmo!

- Primeiro, acerte o anjo atrevido. Eu mandei ficar no chão e ele não obedeceu! – Agnes apontou para Ângelo que começava a levantar e Berenice o fulminou com um raio de sujeira. Daquela vez ele não ia levantar mais.

Agnes voltou a falar.

- Agora, Cebola, só depende de você. Declare-se como cavalo pálido da morte e deixo seus amigos irem embora. Caso contrário, vou sugar todos até não sobrar nada!

Se tinha uma coisa que ele odiava, era um plot twist no qual os heróis se davam mal. Por que tinha sempre que ser assim? Agora todos estavam em um beco sem saída.


Notas Finais


Supplendum ignis - quer dizer "fazer fogo" em latim


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