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História UNKNOWN (JIkook) - Mudanças


Escrita por: evyamaze

Capítulo 37 - Mudanças


— Negativo? — Olhei o papel confuso, sentindo uma coisa estranha dentro de mim, e em seguida olhei para o médico. — Eu não estou grávido?

No fundo, eu me sentia frustrado. Porque eu estava daquele jeito? Eu realmente não queria um bebê...

— Não. — ele disse calmo, ajeitando o jaleco. — Ao menos é o que foi indicado no exame. O nível de HCG presente no sangue é muito abaixo do "normal" para indicar uma gestação.

— Ah... — Seokjin ao lado pareceu murchar. — mas isso tem cem por cento de precisão?

— Há probabilidades de falhas, mas a taxa de HCG está quase nula, sem sinal de gestação.

— Quais são as possibilidades de falha? — perguntei.

— Fazer o exame com muita antecedência, por exemplo... A maioria das vezes, a gestação é muito nova para ser descoberta, em torno de uma ou duas semanas.

— Então quer dizer que o Chimmy ainda pode estar grávido, não é?

— Aconselho que acreditem no resultado de hoje, ao menos por enquanto. Mas se em duas ou três semanas o senhor pode refazê-lo.

— certo... Mas irei acreditar neste resultado. Seria muito pouco provável o resultado estar errado.

— Mas há uma coisa a mais que percebi em seus exames, senhor Park.

— O quê?

— Estive analisando-os bem. — me atentei junto à Jinie ao médico. — A taxa presente de hemoglobina no seu sangue está muito abaixo do normal.

— O que isso significa? — Seokjin perguntou, com seu instinto protetor aflorado.

— Que o senhor Park está ficando anêmico. A falta de nutrientes é algo bem notório aqui, e digo, eu até me assustei quando vi seus resultados, senhor. Está tendo bastante tontura, não é isso?

— Sim... Enjoos também.

— Enjoos não são um dos sintomas principais da anemia, mas podem vir a ocorrer. O senhor tem se alimentado bem?

— Na medida do possível... — ele me olhou pronto para me dar uma bronca, mas intervir antes — É que trabalho em casa, e tenho um bebê de três meses... É difícil assimilar o tempo correto para uma boa alimentação, trabalho e casa.

— Entendo... O senhor me disse que estava tomando anticoncepcional, certo?

— Sim... A moça que retirou meu sangue fez uma entrevista completa.

— É normal. — Ele riu soprado. — mas você sabe o nome do anticoncepcional que está tomando? — Assenti e retirei a caixinha da bolsa, o entregando. Isso era algo que aprendi com minha mãe. Se você vai ao médico, leve todos os remédios que está tomando no momento. — Como havia imaginado. — ele disse assim que pegou a caixinha. — Essa categoria de remédio que está tomando, é um dos mais eficazes, porém no seu caso, está tirando o seu apetite, o que é normal, já que isso é um dos sintomas colaterais dele, mas terei que receitar outro, e o senhor terá que passar por uma nutricionista o mais rápido possível, tudo bem? A anemia é algo bastante grave, e precisa ser tratada com cuidado e seriedade, antes que mude para algo mais grave.

— Tudo bem. — assenti para ele, vendo-o mexer em algo no computador.

Após buscar a receita do novo remédio, fomos até a farmácia mais próxima.

— Põe isso aqui. — Jinie pediu para o atendente da farmácia, e colocou cerca de dez pacotes de preservativo. — É para você, Chimie.

O rapaz sorriu registrando e procurei um lugar para me enterrar de tamanha vergonha que senti.

Se meu melhor amigo não estivesse grávido, e de gêmeos, com certeza ganharia uns tapas ali mesmo.

— Marcou a nutricionista? — ele me perguntou assim que retornamos para o carro.

— Marquei, mas no site só tinha para daqui a dois dias.

— Tudo isso, Chimie? Não tinha vaga mais próxima não?

— São só dois dias, Jinie!

— Tudo bem. — ele disse por fim, se ajeitando no banco também. — Chame Jungkook para ir com você, ele vai querer saber direitinho tudo o que tem que fazer para melhorar logo.

— Não, ele não pode saber disso! — Olhei rápido para ele. — Jungkook é muito chato com essas coisas, se a nutricionista me pedir para comer a cada três horas, ele me faz comer a cada três horas mesmo!

— E isso é correto, Chimie, senão, para quê ir ao médico? Jungkook só quer o seu bem.

— Ele não pode saber, é sério. — o olhei quase implorando.

— Tudo bem... Você que sabe.

Respirei mais aliviado, e sorri agradecendo meu amigo. O caminho de volta para a casa foi mais tranquilo, e de certo modo, até tranquilizante. Enfim tinha o resultado em mãos, e ao menos de gravidez, eu estava livre.

— Voltamos! — Jinie berrou assim que abriu a porta. Jungkook estava em sua salinha de desenhos, e somente pôs a cabeça para fora, nos olhando.

— Cadê meu filhote? — perguntei indo até ele.

— Dormindo. Eu estava terminando alguns esboços aqui... Voltaram rápido.

— U-hum. — Jinie falou entrando. — Kook, Chimie precisa comer bem, ok? — Disse, se jogando em meu sofá, pondo os pés para cima. — Ele está anêmico.

— O quê? — ele perguntou me olhando, e logo se pôs de pé rápido.

— Seokjinie! — Olhei-o, incrédulo. — Traidor!

Jin ergueu o dedo do meio sorrindo.

— Como assim anêmico, amor?

— Eu não ia te contar! Jinie é muito fofoqueiro...

— Você quer morrer? Porque a depender de você é o que irá acontecer! Somente o Jungkook para enfiar comida na sua goela. — Jinie ralhou — Seu idiota!

— Por que não ia me contar? — Jungkook parou na minha frente, me olhando com dureza. — É porque eu sou chato?

— Exatamente! Você é chato, e se preocupa demais... Eu tô bem, amor, prometo.

— Está nada. — Seokjin se põe de pé. — Eu vou indo, mas vê se come algo. E ah, quase me esqueci — olhou para Jungkook. — Ele tem uma consulta marcada com o nutricionista daqui a dois dias. Faça-o ir, ok? Beijos, fiquem bem.

Olhei meu melhor amigo sair bem pleno e tive a vontade de tacar o chinelo nele de novo.

Depois que se foi, foi à vez de olhar para Jungkook, que em silêncio, foi até a cozinha e começou a retirar frutas da geladeira.

— O que vai fazer?

— Uma salada de fruta para você. Senta aí.

— mas-

— Sem mas! Sente aí e espere. E você vai comer tudo, entendeu?

Senti vontade de o xingar, mas sentei como havia me pedido. O observei cortar fruta por fruta, depois de alguns minutos, me entregou uma tigela grande com tudo dentro, e sentou ao meu lado com uma menor.

— Por que a sua é menor? — perguntei chateado, começando a comer.

— Porque eu já comi um pouco do kimchi que tem na geladeira, não estou com fome, só quero lhe acompanhar para não comer sozinho.

Olhei bem a cara dele, e para quem não tinha fome, ele comia com muito gosto. Sorri ao perceber o quão adorável ele era, só por estar ali comigo, apenas para não me deixar só.

— Sabe... eu pensei que estava grávido. — falei de uma vez, sem o olhar. — por isso fui fazer o exame...

— Eu também pensei sobre isso. Todos aqueles sintomas… — ele disse bem calmo, me surpreendendo. — mas eu sei que não quer um bebê agora... Eu fiquei feliz com a ideia, mas também fico feliz que tudo ainda esteja dentro do seu planejado.

— Nós teremos os nossos bebês, Kook. — disse o vendo assentir, mas com um rostinho triste. — Mas no futuro, você me entende, né?

— É claro que entendo. — ele me olhou e sorriu. — Tudo no tempo certo... Já temos um filho, os outros virão com o tempo.

— Sabe, eu penso em carregar aquele barrigão outra vez. — sorri e comi um pouco das frutas. — minhas costas doem só em lembrar.

— Eu poderia carregar.

Ele disse aquilo bem calmo, enquanto eu quase engasguei ao lado.

Tossi algumas vezes e o olhei assustado, quando voltei ao normal.

— Como?

Ele sorriu com os dentinhos de fora e assentiu.

— É. Eu poderia carregar os nossos bebês, você sabe que eu posso.

— Sei, mas nunca nem pensei em algo assim... Você já pensou?

— U-hum... Foi há uns dias, estive conversando com Namjoon-hyung, mas ele me chamou de doido... Disse que eu desmaiaria no primeiro chute.

— Ele tem razão. — sorri com a boca cheia. — Mas não nego, eu iria querer ver um Jungkook gravidinho... Você ficaria muito lindo, amor.

— Só teria um problema... — ele me olhou, sorrindo.

— Qual? — Eu já imaginava, então já estava sorrindo junto a ele.

— O sexo sabe? Mas não é um problema real. 

— Sei...  — gargalhe, negando. — Eu nunca fiz sexo dessa maneira.

— Poderíamos tentar, o que me diz?

— Eu não sei... Acho que não consigo fazer como você faz.

— Sem tentar, não saberemos nunca, não acha?

— Certo, então… Quando estivermos bem à vontade a gente tenta, porque eu acho que tenho vergonha. — ri, sentindo minhas bochechas queimarem. Só de imaginar eu já me sentia deslocado. Nunca havia feito algo como o que ele estava sugerindo.

— Vergonha, amor? Você só vai ter que meter em mim.

Abri os olhos assustado e envergonhado pela forma em que ele falou aquilo, tão naturalmente, e o safado só permaneceu lá, pleno.

— Jungkook, não fala assim! — cobri meu rosto com a mão, me sentindo mortinho de vergonha. — Eu nunca fiz isso mesmo.

— Nunca, nunquinha?

— Nunquinha. Você já?

— Se já fui passivo? — ele pergunta com tranquilidade, fazendo-me assentir enquanto minhas bochechas queimam ainda mais.

E Jungkook só concordou pleno, quase me fazendo engasgar.

— Mas já faz muito tempo. — falou pensativo. — talvez doa como a primeira vez. — franziu o nariz, voltando a me olhar e a comer.

— Muito tempo, quanto? — estava curioso, mas não queria parecer ciumento, então mordi o lábio inferior, ainda o observando.

Ele me olhou com as bochechas cheias e engoliu para continuar.

— No tempo de escola... — foi tudo o que disse, mas eu nem sequer precisava de mais para entender de quando e com quem ele havia feito aquilo.

— Ah...

— Você pediu para não escondermos mais nada um do outro, estou sendo apenas verdadeiro.

— Eu sei, e está tudo bem, amor.

— Mas, e então?

— O quê?

— Quando você vai me comer? — ele perguntou sorrindo, enquanto eu me engasgava mais uma vez.

Senti tapinhas serem dados nas minhas costas, enquanto a risada dele ia ficando mais alta.

— Misericórdia! Não fala assim, Jungkook-ah! — Precisei me erguer e buscar um pouco de água, olhando-o ainda rir.

— Vou falar como? Para testarmos, você vai ter que me comer mesmo!

— Eu não vou comer ninguém, seu doido! Vamos fazer amor!

— Você me pediu para te comer aquele dia, e eu comi, não foi? — ele me olhou, erguendo as sobrancelhas. — Você está ficando todo vermelho!

Neguei, pegando minha tigela de frutas e saí.

— Para onde está indo?

— Para bem longe de você, seu pervertido!

Subi os degraus da escada ainda ouvindo a risada dele e me tranquei no ateliê. Busquei meu celular e fui para o contato que mais me ajudaria naquele momento.

ME: você já comeu alguém?

TAE: boa tarde também.

ME: Me ajuda, Tae. Jungkook quer que eu coma ele, mas eu nunca comi ninguém.

TAE: Espera só um minuto, estou tendo uma crise de risos, e volto já.

ME: É sério, poxa.

ME: Tae?

ME: TAEHYUNG!

ME: Poxa, Tae, para de rir e me ajuda...

TAE: Certo, voltei. Quase engasguei, mas estou bem. No que eu posso te ajudar nisso, porque se não se lembra, eu sou casado e só faço sexo com meus maridos.

ME: Não é isso, seu bobo, não estou te convidando para um threesome!

TAE: Que bom, fico feliz. Mas, então, no que te ajudo?

ME: como eu como alguém?

TAE: Acho que você já sabe disso, não?

ME: Eu sempre fui comido, nunca comi ninguém! Eu tô em pânico! PÂNICO!

TAE: Relaxa, Jiminie. É normal. Você mete do mesmo jeito que alguém mete em você, simples.

ME: Você já comeu alguém? Sem querer ser invasivo, é claro.

TAE: já.

ME: Quem?

TAE: Os meus maridos?

ME: Os dois? O Hobi também?

TAE: O Hobi principalmente! Chim, somos abertos, não temos limites em relação a sexo ou a qualquer outra coisa. Por isso somos felizes juntos.

ME: Estou com medo. E se eu comer errado? E se machucar ele?

TAE: Ninguém nasce sabendo foder, Chim. Mas se você realmente quiser, vai fluir. Não faça nada para que somente ele sinta prazer, ou somente você. Todos envolvidos tem que sair felizes no final, entende?

ME: Entendo. Acredita que ele quer engravidar?

TAE: O Kook? Ele cortou o dedo naquele dia em que almoçamos na sua casa, e os olhos encheram de lágrimas! Se não fosse o Yoon para acalmar ele, Jungkook teria aberto o berreiro feito um bebê. Ele não vai aguentar uma contração.

ME: Ele é sensível demais... Mas isso não para agora. Queremos bebês, mas só daqui a uns anos, ele pode mudar, não é? Sabe, aguentar?

TAE: Pode ser. Mas faça como eu disse, deixe fluir, ok? Conversa direitinho com ele, que dará certo.

ME: Ok. Vou tentar.

TAE: Algo a mais?

ME: Sim. Diga ao Hobi que tenho convites para a próxima exposição e que são únicos, ou seja, vips. Reservei para ele.

TAE: Ele vai querer te beijar por isso, Chim! Ele estava querendo convites para mim e o Yoon há séculos, mas não conseguia.

ME: Ótimo, agora ele tem. Talvez eu também vá expor, mas nada de certeza ainda. Mas Seokjin e Namjoon também estarão lá, ficaremos todos juntos.

TAE: Está bem. Vou avisar ao Hobi e pode se preparar, ele vai te ligar quase chorando.

Ri negando, pois, conseguia imaginar Hoseok completamente animado.

ME: Certo, agora vou indo. Preciso cuidar dos meus amores.

TAE: Certo. E boa sorte na sua primeira foda como ativo.

Joguei o celular no canto, rindo da mensagem, e busquei um dos quadros em que estava terminando, para levar junto a mim, na viagem.

A viagem!

Eu tinha que contar a Jungkook, mas ainda me sentia muito envergonhado para encarar ele naquele momento, então decidi esperar um pouco, e comecei a pintar, deixando aquilo para depois.

[...]

Cinco dias depois.

Estava jogado no meio do tapete da sala, enquanto olhava as árvores através da janela grande da sala. Era uma tarde de terça, mas tinha cara de domingo, então estava ali, observando o vento as balançarem devagar, enquanto sentia uma estranha paz dentro de mim.

Havia acordado com muita indisposição, mas depois do resultado do exame, e após ter conversado com o médico, e ter passado por uma nutricionista, em casa isso já não era tão alarmante.

Bom, nem tanto.

— Chimmy, vem comer. — Jungkook chamou da cozinha. — Preparei um lanche para você.

Ergui a cabeça e fiz um bico enorme. Estava com tanta preguiça, que só de pensar em caminhar até lá, já me cansava.

— Traz aqui, amor.

Ele me olhou com a maior cara de tédio, e buscou os dois pratos que havia em cima do balcão.

— Você está o dia todo assim, amor.

— Eu só estou com preguiça. — Me ergui com muito custo e sentei no tapete. — o que é isso?

— Sanduíche de peito de peru com cenoura e um pouco de milho.

— Por que está frio? — franzi meu cenho, buscando um.

— Porque ele é para degustar assim. Experimenta.

Assenti e mordi um pedaço do sanduíche, logo abrindo os olhos ao sentir o sabor daquilo.

— Onde você comprou isso?

— Eu que fiz... Está ruim? — ele perguntou dando uma mordida no que segurava e franziu as sobrancelhas. — Está bom, Chim...

— Está maravilhoso, amor! Meu deus, você fez mais?

Ele assentiu, me olhando estranho e me pus de pé no mesmo instante.

Fui até a geladeira, e achei o pote com outros sanduíches lá. Peguei-o, junto à jarra de suco e dois copos, e voltei até a sala.

— Meu deus. — Jungkook disse sorrindo assim que sentei novamente ao lado dele com tudo. — Você está bem?

— Vou ficar depois que comer mais três desse. Você pode fazer isso todo dia? Isso é muito bom!

— Eu faço. — ele sorriu me olhando comer. — Você parece um monstrinho comendo.

— Cala a boca e come. — falei segurando o copo para ele colocar suco. — é sério, ficou demais, Kookie. Parabéns!

— Parece que você estava passando fome. — ele disse rindo e se inclinou para estalar um beijinho na minha bochecha. — Agora sei de onde o elefantinho tirou a fome de monstro dele.

— Kookie, eu te elogio e até parabenizo, e você me chama de passa fome? — reclamei, mas de nada adiantou — para de rir, seu idiota!

— Onde está Jiwan? — ele perguntou. — o hyung ainda está com ele?

— Ele disse que queria dar uma volta, e mostrar o filho lindo que tem aos amigos... Eu quase não deixei. Kihyun ainda não está cem por cento de saúde.

— É verdade. Mas ele foi sozinho ou o companheiro de sempre?

— Com o companheiro de sempre né. — sorri terminando meu primeiro sanduíche, buscando logo outro. — Chae e ele não se desgrudam nunca.

— Hyung, vai com calma. — ele pediu segurando a minha mão. — a comida não vai correr. Você pode engasgar!

— Você me acha mesmo um morto de fome, não é? — larguei o sanduíche no pote, entristecido.

— Claro que não, só que você está comendo rápido demais. Pode engasgar.

— Você disse que eu parecia um monstro comendo... Você me acha feio?

— O quê? — Ele me olhou franzindo o cenho e riu — Não falei para valer, você sabe.

— Você me acha, não é? — Senti uma enorme vontade de chorar. — Eu sou feio?

— Chimmy, não, claro que não, amor — ele soltou o sanduíche que comia também, e veio para o meu lado, quando ouviu o meu primeiro fungar. — Não chora, poxa. — pediu.

Mas seu pedido não adiantou. Eu comecei a chorar do nada.

DO NADA.

Mesmo sabendo que não tinha motivo nenhum para aquilo, senti uma tremenda vontade de pôr aquele choro para fora. Jungkook se desesperou e começou a secar minhas lágrimas de modo rápido, deixando beijos em minha bochecha.

— Você é lindo, não chora, por favor. — ele enxugava e deixava beijos. — Você ouviu? É lindo, o mais lindo do mundo!

— Eu sei que sou... — disse fungando, sentindo os dedos dele limpar minhas bochechas. — eu sou lindo, mesmo. — funguei, soluçando.

— É claro que é! O mais lindo, agora para de chorar, por favor. — ele soltou uma risada — eu não entendi o motivo desse choro. — me encarou. — algo aconteceu para te deixar tão triste assim?

— Não aconteceu nada. — me agarrei a ele, ainda fungando e logo o senti me abraçar, me deixando igual uma bolinha dentro de seu abraço. — eu sou só um bobo... — tentei segurar, mas voltei a chorar.

— Ei. — ele ergueu meu rosto e me fez o encarar, limpando mais uma vez minhas lágrimas. — Para de chorar amor, eu não estou entendendo nada... — ele parecia quase desesperado. — Você não é feio, nem bobo, entendeu?

Assenti me enroscando ainda mais nele, tentando controlar as lágrimas, e o ouvi soltar uma risada. Estiquei-me para pegar meu sanduíche de volta, e logo continuei a comê-lo.

— Isso é mesmo bom. — falei de boca cheia e fungando. — E amo você...

Jungkook riu, mas olhei-o e seu riso parou no mesmo instante.

— eu também te amo, pequeno. — deixou um beijo na minha testa. — Você está bem agora? — assenti e o abracei com mais força. — O que foi essas lágrimas, uh?

— Eu não sei. — Fui sincero ao falar, e logo suspirei olhando para ele. — E você também é lindo. 

— Sou? — ele perguntou me olhando com aquele sorriso lindo, negando.

Assenti me sentindo melhor e até sorri.

— O mais lindo também!

Ele soltou uma risada soprada e me agarrou com mais força

— Chimmy você está todo estranho hoje. Está mesmo se sentindo bem?

— Só porque eu disse que você é lindo?

— Só porque você está estranho mesmo. Só isso. Você acabou de chorar comendo um sanduíche, e foi do nada. Isso é normal?

— Deve ser só o estresse! — falei me aconchegando mais e continuando a comer.

— Você anda tendo muito estresse?

— U-hum... Tem muita coisa para resolver com pouquíssimo tempo! São os quadros, o trabalho, Jiwan, a casa, a viagem… estou exausto.

— Viagem? — ele se afastou devagar, e me encarou com as sobrancelhas franzidas. — Que viagem, amor?

Arregalei meus olhos.

Merda, merda, merda!

Eu tinha realmente esquecido de contar, e perceber aquilo somente ali, me fez querer esmurrar o meu próprio rosto, de tão lascado que eu estava.

Ainda não havia dito nada a Jungkook sobre viajar e tudo já ocorreria em breve, muito em breve.

— Eu me esqueci de te contar. — me afastei dele, limpando de vez meu rosto. — Eu fui convidado para uma reunião com compradores.

— Sério? — ele abriu os olhos, sorrindo. — Isso é muito bom, amor, e onde será?

— Então... será na França. — sorri sem graça. — na semana que vem.

— França? — ele abriu os olhos em espanto. — Você tem uma reunião na França?

— Sim. — sorri feliz e dei até palminhas. — Eu estou tão feliz, amor. Isso vai valorizar tanto a minha carreira! Eu e Yeji vamos com o Joon, e ficaremos em um hotel lindo no centro, com vista para a torre Eiffel e tudo!

Jungkook ficou quieto por alguns segundos apenas me olhando.

Eu o olhei sem entender o silêncio, e Devagar o vi se afastou de mim, ficando de pé.

— Eu não estou incluso nisso, não é? — perguntou sem sequer me olhar. — não é?

— Amor...

— Responde, Jimin...

— Não me chama de Jimin, parece bravo. — Fiquei de pé e fui para frente dele, o encarando debaixo, ainda sem jeito.

— É o seu nome. — seu rosto exalava seriedade.

— Me chame de amor… — falei abraçando-o.

— Você está desviando do foco da minha pergunta. Eu estou  ou não incluso nisso? 

— O Joon só tinham passagem para-

— Já entendi. — umedeceu os lábios, negando. — Não pensou na possibilidade de comprarmos uma passagem avulsa?

— De verdade? Juro que não. Eu realmente não pensei nisso porque estive tão cheio que até esqueci de te contei.

— Esqueceu, sei… — Jungkook bufou. — quer que eu acredite mesmo nisso? Ou em que você simplesmente não queria que eu fosse?

— Não é isso, o Joon me-

— Por que só o chama de Joon agora? Já são tão íntimos assim, Jimin-ah?

— Jungkook, por favor, sem ciúme... Eu só não me lembrei de te contar. É isso.

— Ah, claro. Eu sou seu noivo, moro com você na mesma casa, nos vemos por vinte e quatro horas diariamente,  mas você esqueceu, é bastante compreensível. — ele falou tudo de braços cruzados me olhando. — E desde quando você foi convidado para isso?

— Desde a visita dele... — Jungkook ia abrir a boca mais uma vez, mas fui mais rápido. — E eu estava doente! — o encarei sério. — Passei dias vomitando, sem vontade de trabalhar, mas me forçando a isso... Estava com enjoos, tontura, exausto... Não quero usar isso como desculpa para que me perdoe, mas é a verdade, eu realmente esqueci. — segurei seu rosto. — Acredita em mim, por favor.

Jungkook suspirou.

— Você não tem ideia de como me sinto agora?

— Posso presumir — falei, entristecido. — Mas acredita em mim. Vamos conversar melhor, está bem?

— Agora preciso de um tempo.

— Jungkook-ah...

Não consegui falar algo a mais. Jungkook se virou para sair.

— Onde você vai? — perguntei.

— Dar uma volta. — disse abrindo a porta principal, e logo saiu, sem falar mais nada.

— Mas que droga! — falei, chateado. 

Busquei os sanduíches já sem fome nenhuma, e guardei-os na geladeira para que não se estragasse.

Subi os degraus com raiva de mim mesmo, me vendo sozinho naquela casa enorme e fui até meu quarto, tomar um banho para esperar meu noivo voltar e quem sabe tentar ter uma conversa civilizada novamente com ele.

[...]

Jungkook passou a tarde toda fora. Chegou logo após o pôr do sol, e se trancou em sua sala de desenhos.

Pensei em ir até a ele, mas sabia que era perdido. Decidi esperar e quando ele se sentisse à vontade, tentaria conversar.

Sabia que estava verdadeiramente magoado, mas eu não sabia se por saber da viagem ou por saber que não poderia ir.

Depois de um tempo no ateliê, desci para a sala, e ainda permanecíamos em silêncio.

Jungkook já estava na cozinha preparando o jantar e tentando fazer tudo certo, enquanto eu fingia estar olhando alto na internet, quando, na verdade, estava me corroendo por dentro de nos ver assim pela primeira vez, em silêncio e brigados.

Eu apenas o observava, não sabia como fazer para voltarmos ao normal, e no meio de toda aquela inquietação, foi que ouvi a campainha da casa tocar. Fui rápido em correr para abri-la, pois sabia que era Hyun trazendo Jiwan de volta.

— Oi, papai Minie. — Hyun disse sorrindo com o bebê de frente a seu corpo. — voltamos!

— Que saudade. — falei pegando o bebê manhoso do braço dele. — Está tão quietinho.

— Ele mamou as duas mamadeiras... Acho que está com sono. — assenti começando a caminhar com o bebê. — Dei banho também, me molhei todo durante o processo, mas deu certo no final.

— Vocês se divertiram? — perguntei sentando no sofá.

— Muito. — Hyun sorriu e sentou ao meu lado. — ele ri muito, Minie, e é muito fofo, eu não aguento. Mas ele tem uma mania de puxar os cabelos alheios se deixar perto. Puxa sem dor nem piedade.

— Isso é verdade. — falei olhando o bebê.

— Hyung! — Jungkook apareceu na sala e cumprimentou Kihyun. — Como está? Curtiu o passeio?

— Estou bem. Mas nós ficamos em casa mesmo, não saímos. Assistimos duas horas da galinha que o Minie disse que ele gosta, e depois brincamos um pouco.

— Ele estava falando da mania que o bebê tem de puxar os cabelos, amor — falei na esperança de ter um pouco da atenção de Jungkook para mim e quem sabe, quebrar um pouco o clima entre nós dois.

— Ah, ele faz isso toda hora. — Jungkook me olhou por breves segundos, assentindo, e desviou os olhos para Kihyun. — Estou fazendo o jantar, hyung. Ficará para jantar conosco?

— Ah, não. Eu tenho que ir… tenho um jantar marcado para hoje.

— Tudo bem, mas fique à vontade, certo?

— Obrigado, Jungkook.

Jungkook assentiu e voltou à cozinha. Hyun olhou para mim, e logo suspirou.

— Vocês brigaram não, é? — ele perguntou para mim, de forma baixa.

— Como sabe disso?

— Vocês mal se olharam, e eu sei quando você está incomodado com algo, Minie. O que aconteceu?

— Terei que fazer uma viagem na semana que vem para a França, e me esqueci de contar para ele.

— Como assim esqueceu?

— Eu só esqueci Hyun, só isso. Estive cheio de trabalho e ainda fiquei doente por esses dias, então-

— Doente? — me interrompeu. — Por que não me falou nada?

— Porque foi só uma bobagem. Foi só uma indisposição, mas já passou.

— Indisposição? 

— Sim, tive tonturas e até vomitei. E você sabe como eu odeio vomitar, não é?

Hyun me olhou por breves segundos e sorriu.

— Você lembra o que são esses sintomas são né?

— Eu já fiz um exame de sangue, porque também achei isso, mas não estou grávido, estou anêmico.

— Anêmico? Sério? — ele me olhou assustado enquanto assentia. — Minie, isso é muito grave.

— Eu sei... Já fui a uma nutricionista, e seguindo o que ela me disse para seguir.

— Descanse também. Essa viagem que fará, é a trabalho?

— Sim, irei encontrar com alguns compradores. Yeji irá comigo também, ela é aprendiza agora.

— Mesmo? Você está ensinando?

— Sim, ela tem bastante talento, quero investir.

— Sabe, isso é muito doido. — ele sorriu e me olhou. — Eu hoje vejo o quão mudado eu estou. Antes eu te olhava, e eu só via o comodismo. Eu sei que deixou de pintar por livre e espontânea vontade, para se dedicar a nós aquele tempo. Mas hoje vejo que toda aquela futilidade, não era você! Olhe você, você está brilhando! Hoje eu consigo te olhar e ver um futuro muito promissor e longo, e você se dedica ao bebê e ao Jungkook ao mesmo tempo! É incrível, entende?

— Eu acho que sim. — sorri ao tocar a mão dele. — Nós estávamos distantes, eu vivia apenas gastando dinheiro com besteiras, e sequer sentíamos falta um do outro, né? — sorri para ele. — Talvez fôssemos algo que foi feito para dar errado, a gente que não entendia...

— Mas não demos errado, Minie. Olha só a gente. Estamos sentados, juntos, com o nosso bebê aqui. Nós demos certo, muito certo. E eu sou grato em te ter como um amigo.

— Aish, não me faz chorar... Eu tô muito sensível esses dias.

Hyun sorriu e pegou o bebê do meu colo, para se despedir.

— Tenho que ir agora, mas eu volto em breve para ver essa bolinha.

— Está bem. — sorri para ele. — E você, está bem?

— Estou sim. Mas por quê?

— Só curiosidade. — sorri, mas ele semicerrou os olhos, me fazendo gargalhar. — Você está com alguém, não está?

— Porque a pergunta? — ele tentou não sorrir, mas era inevitável.

— Você está sorrindo como um bobo apaixonado.

Kihyun comprimiu os lábios em um sorriso pequeno e envergonha, e percebi o rosto rosado. 

— Estou… — foi sincero. — mas não é nada concreto ainda.

— Fico muito feliz por você. É bom te ver aproveitando a nova chance de viver que teve.

— Tudo mudou, Minie. Eu me sinto feliz, e fico ainda mais ao te ver feliz também. Estou me sentindo feliz com a pessoa que estou saindo, e me sinto ainda mais feliz em saber que o nosso filho está bem. Sabe, há uns dias, eu até chorei por isso.

— Você chorou? — franzi as sobrancelhas.

— Eu sempre me lembro do passado. Minie, toda a vez que lembro que pedi para você tirar o nosso bebê, eu sofro... Jiwan é a minha felicidade, e eu quase destruí isso.

— Não pense mais nisso, hyung. Eu também sofri muito, mas depois que ouvi o primeiro chorinho, tudo de ruim sumiu. Faça isso também, está bem? Esqueça. Olhe para os seus braços, ele está aqui, conosco. É o que importa de verdade.

Hyun assentiu sorrindo de modo calmo e deixou um beijo na testa do bebê.

— Eu posso te dar um abraço? — ele perguntou.

— É claro que pode. — me aproximei e o abracei forte. — Fique bem, ok?

— Ficarei...

Depois de um tempo ainda conversando, Hyun se foi, deixando o bebê dormindo. Então o coloquei no berço, e desci, sentindo o cheiro bom da comida que Jungkook preparava.

Sentei novamente no sofá, mas logo o vi pôr a mesa e me olhar.

— Está pronto. — foi o que ele disse.

Ergui-me, e fui até a cozinha, o ajudar com o que faltava.

— Deixa que eu levo. — Falei segurando os pratos da mão dele.

— Obrigado. — ele disse sem dar o sorriso rotineiro, e voltou para pegar os talheres.

Suspirei pela milésima vez aquele dia, e pus a mesa. Sentei em meu lugar de sempre, e fiquei um pouco feliz por ele sentar ao meu lado.

— Sopa? — perguntei ao vê-lo por um pouco no prato e logo me entregar.

— De frango com legumes... Você gosta, certo?

— É a minha favorita, amor. — sorri por vê-lo me olhar e logo provei. — E está uma delícia.

— Mesmo?

— U-hum. Nem doce, nem salgada. Está ótima.

— Obrigado. — ele não conseguiu segurar e soltou um pequeno sorriso. — Por que o hyung estava triste?

— Ele não estava.

— Não?

— Não. Na verdade, ele estava feliz. Me disse que está saindo com uma pessoa e que está feliz.

— Mesmo? — O lado curioso dele o fez perguntar aquilo de modo eufórico, com um sorriso nos lábios. — E é o Chae?

— Ele não disse, e eu não perguntei, mas provavelmente.

Jungkook assentiu, atentando-se à sopa quente, tomando cuidado para não se queimar.

O jantar dali em diante seguiu em um completo silêncio. Vez ou outra Jungkook me olhava e parecia se certificar se eu estava realmente comendo.

Após acabarmos, ele simplesmente limpou a mesa, e disse que estava indo tomar um banho, e logo iria dormir.

Cansado, eu subi para nosso quarto também e o esperei sair do banho.

Assim que saiu, ele levou um leve susto ao me ver na cama, mas seguiu calado até o closet.

— Vamos conversar? — Perguntei ao ficar de pé, indo até ele — Por favor?

— Tudo bem. — disse simples — Só me deixe pôr uma roupa, está bem?

Assenti, mas não saí do closet. O esperei terminar, para enfim me olhar.

— Eu sei que está com raiva. E sei que tem razão de estar, mas eu realmente-

— Você pode deixar o bebê comigo? — ele me interrompeu. — Seria melhor para você, já que é uma viagem a trabalho, e assim, eu também não ficaria sozinho...

— Deixar Jiwan?... — O olhei e me aproximei. — Eu pensei em te levar. Compramos uma passagem, você fica no quarto do hotel comigo…

— É melhor assim, Chim. Eu não quero te atrapalhar.

— Você está triste comigo?

— Eu fiquei muito, mas já passou… Mas pensei em ao menos deixar Jiwan ficar aqui, comigo... Ele nem passaporte tem ainda, e demoraria muito até sair um.

— Acabei esquecendo até disso… — neguei com um sorriso, mas me sentia completamente exausto.

— Está tudo bem, e eu acredito em você... Eu me magoei em saber que não passou por sua mente me convidar para ir, e que tenha esquecido de me contar, mas entendo que é a trabalho e talvez eu realmente até te atrapalhasse.

— Você não me atrapalharia nunca, amor. Se quiser ir, eu tento organizar tudo.

— Não, está tudo bem assim. Eu não posso ir de qualquer jeito. Tenho a reunião com os meus funcionários, é necessário.

— Poxa, a reunião... — estapeei minha testa, me recordando também. — eu me esqueci disso também.

— Você anda muito esquecidinho. — ele soltou uma risada e me olhou mais calmo. — Mas tudo bem você faltar, na próxima, com certeza estará lá, certo?

— Certo. — lhe dei um sorriso também.

— Quando você viaja?

— Em três dias.

— três dias? — ele abriu os olhos espantado — Mas já?

Suspirei assentindo, e o vi me olhar por breves segundos, até assentir também e caminhar de volta ao quarto, sentando na cama.

— Está tudo bem, mesmo? — perguntei. — Digo, em eu ir e você ficar?

— Eu só pensei que demoraria um pouco mais...

— Me desculpe...

— Não, tudo bem. — ele assentiu, mas eu sabia que ele ainda estava mal. — Você vai deixar o bebê?

— Você quer mesmo ficar com ele sozinho? Você tem as cafeterias para contabilizar diariamente, ele dará ainda mais trabalho.

— Mas eu faço isso em casa. Você vai para outro país, precisará sair a eventos... Ele ficará bem aqui comigo, qualquer coisa eu chamo o Jin-hyung e ele me dá uma mãozinha.

— Ele iria adorar. — sorri e me aproximei. — Tudo bem, eu o deixo. Mas sobre nós-

— Sem, mas, amor. Estamos bem. — garantiu. — Eu não te odeio por isso.

— Só vou acreditar nisso se me der um abraço! 

Jungkook riu, mas assentiu e se enroscou em mim, deixando um beijo sobre meu pescoço.

— Desculpe o silêncio, eu realmente me senti magoado por não saber disso antes, precisei pensar um pouco... Mas estamos bem.

— Tudo bem. Eu não queria esconder nada de você, você sabe disso, não é? — ele assentiu. — Nós somos um casal, e a sinceridade é a nossa base.

— Está tudo bem, amor. — ele sorriu e deixou um beijo na minha testa. — Vamos dormir.

— Quer dormir? — sorri e coloquei minhas mãos por debaixo do pijama que ele usava. — Tem certeza?

— Você não vale nada, sabia disso? — ele disse e me virou na cama rápido, jogando meu corpo lá, e logo veio por cima, beijando meu pescoço. — Quer fazer amor?

— Você quer? — perguntei erguendo meu corpo, o ajudando a já tirar minha blusa.

— Eu quero muitas coisas... — Ele jogou minha camisa, e se ergueu para tirar a dele. — Quero você todo.

Mordi o lábio inferior ao vê-lo com o peito despido, e quando se preparou para retirar o short que usava, um chorinho manhoso foi ouvido do quarto ao lado, junto a um arfar dele.

— Eu vou. — avisou.

Jungkook saiu de cima, e caminhou desanimado até o quartinho de Jiwan. Aproveitei o tempo sozinho para tomar um banho, e esperá-lo voltar, mas em algum momento enquanto fazia isso, acabei dormindo, e somente às três da manhã, despertei com o movimento de Jungkook deitando na cama.

— Ele dormiu. — ele falou logo após um bocejo. — Pode voltar a dormir, amor.

— Se ele acordar novamente eu vou. — o abracei de lado me aninhando e deixando um beijinho abaixo da boca, sobre a pintinha que ele tinha ali. - boa noite.

— Boa noite. — ele disse já de olhos fechados. — eu — um bocejo. — te amo.

Sorri e assenti.

— Também amo você.

[...]

— Você vai mesmo fazer isso? Eu perguntei ao Namjoon-hyung, ele disse que arde, Chim! ARDE!

— Eu já descolori meus cabelos uma vez Kook, não arde tanto assim não, são só umas pinicadinhas.

— O hyung disse que quis chorar...

— O hyung é fresco. — sorri e ajeitei Jiwan na cadeirinha do carro. — Eu não.

— Tudo bem, então. — Jungkook sorriu e deu um beijo na bochecha de Jiwan, em seguida veio até a mim. — Nós ficamos de comprar o seu carro, lembra?

— Não tem muita pressa. Eu uso o seu. — sorri e o puxei até juntar nossos corpos. — Agora me dê um beijinho, que tenho horário marcado no salão.

Ele soltou uma risada, mas logo me beijou. Jiwan como sempre começou a fazer o barulho dele, então logo nos separamos.

— Eu acho que ele não gosta de ver os papais se beijando... — falei.

— Acho que filho nenhum gosta né?

— É, tem razão. — lhe dei um último beijo e fechei a porta do lado de Jiwan. — Até mais, anjo.

Ele me deu um último beijo e se afastou para que eu entrasse no carro. 

— Volte lindo, se é que é possível ficar ainda mais lindo do que você já é.

Sorri e acenei uma última vez, logo dando partida no carro para sair.

— Farei o meu possível.

[...]

Estava aguardando o produto fazer efeito nos meus fios, enquanto Jiwan era o centro das atenções no salão de beleza.

— Ele é tão fofinho, Jimin. É lindo!

— Obrigado, Hyuna-noona. — sorri para ela e vi Jiwan gargalhar das caretas que as outras moças faziam.

Estava em um salão em que eu já frequentava. A noona, ou mais conhecida como Kim Hyuna, era uma velha conhecida e amiga, também uma excelente profissional, então sempre confiava meu cabelo a ela.

— Quem diria você se tornando pai, hein? — ela disse voltando a atenção aos meus fios que ficavam mais claros.

— Eu não planejei... Mas para ser sincero, ele foi o melhor acaso que já me aconteceu.

— É filho daquele bonitão que vinha sempre  te buscar aqui? — assenti sorrindo a cara que ela havia feito. — Por isso a criança nasceu esse anjinho lindo, vocês fizeram um bebê com uma genética impecável!

— É… mas nós não estamos mais juntos, acredita?

— Não? Pensei que essa aliança fosse de noivado. — ela disse apontando para meu dedo direito. — Aliás, ela é linda.

— Ah, mas essa aqui é de noivado mesmo. — sorri bobo, olhando-a em meu dedo. — Estou noivo, mas é de outro.

— Você está noivo de outro? — ela puxou a cadeira e sentou ao meu lado, doida para fofocar. — É bonito como o anterior?

— É ainda mais! — sorri vendo o sorriso animado que ela abriu. — Noona, eu achei o amor da minha vida!

— Estou vendo nesse seu sorriso! Ele é gentil com você?

— Ele é tudo de melhor comigo, noona. Ele me conheceu grávido, e pediu para namorar comigo mesmo assim. Tudo foi muito rápido, mas tão intenso, que eu não consigo mais me ver sem ele no futuro.

— Aish, que inveja. — ela me empurrou devagar no ombro e sorriu. — Eu fico muito feliz por você, Jimin. Mas vamos ao que interessa!

— Que seria?

— Uma foto! Mostra logo a cara desse homem, por que para te deixar com esse sorriso bobinho no rosto tem que ser o homem mais bonito do mundo, apesar de que mesmo que fosse feio, ele te faz bem, né?

— Ah, ele faz muito! — Peguei meu celular e destravei, logo mostrando a foto de tela, minha, com Jungkook e Jiwan. — Mas é lindo mesmo. Esse é o meu homem, noona.

— Jiminie! — ela pegou o celular da minha mão e abriu a boca, surpresa. — Que homem lindo! Olha esse sorriso!

— Parece um anjinho, não é? Tão fofo e lindo… Mas ele é bem gostoso também. É uma mistura inexplicável.

— ah, você está muito bobinho mesmo. Todo apaixonado. — Ela me entregou o celular. — Vocês formarão uma linda família.

— Já somos, noona. Ele também é pai do meu bebê, mesmo que Hyun, o pai biológico, seja presente.

— E os dois se dão conhecem?

— Jungkook e Kihyun? — a vi assentir para a pergunta. — Ah, eles se dão muito bem. São amigos e tudo, mesmo eles se conhecendo depois que eu já estava grávido.

— Sério? Quisera eu, meu ex se dar bem com o atual.

— Você tem um atual? Porque não me contou?

— Não tenho, mas eu sei que o surtado do meu ex não presta, então não daria.

— Ah, entendi. — gargalhei e a vi ficar de pé, para verificar meus cabelos. — já está bom?

— Já sim. Vamos tirar e ver como você fica gato todo loirinho.

Ergui-me da cadeira, sempre de olho em Jiwan e caminhei até a área para lavar.

— Independente da cor, eu sempre fico gato, noona.

[...]

— Fecha o olho!

— Onde você está? Eu ouvi o barulho do carro estacionar.

— Estou do lado de fora, Kookie. Agora fecha os olhos!

— Ok, fechei.

— Jura, juradinho?

— Juro, juradinho, amor.

— Está bem.

Encerrei a ligação, e com Jiwan no colo, entrei na casa.

Jungkook estava logo no sofá, com seu computador no colo, provavelmente trabalhando.

— Não abre ainda. — Avisei e coloquei Jiwan deitado com cuidado ao lado dele. — Pronto? — ele assentiu já com um sorriso bonito no rosto. — Ok, pode abrir.

Ele abriu os olhos devagar, mas como sempre, colocou a cara mais assustada possível.

— Woah! — ele abriu a boca e ainda mais os olhos e devagar fechou o computador. — Meu deus do céu!

— O que, não gostou?

— Jimin-ah! — ele se ergueu e tocou devagar meus cabelos. — Você parece um anjo!

— Então você gostou?

— Eu amei. Você está perfeito! Talvez mais que perfeito... Um deus grego!

— Aish. — cobri meu rosto. — Está me deixando envergonhado...

— Hyung! Espera aí, calma, me deixa sentar que eu tô nervoso. — ele riu e voltou a sentar no sofá, ajeitando Jiwan que apenas observava tudo. — Vem cá loirinho. — me chamou para sentar em sua coxa.

Fui até ele e sentei-me, o vendo me olhar todo bobo, agora de pertinho.

— Eu nunca pensei que você poderia ficar ainda mais lindo...

— Estou me sentindo um pouco estranho ainda... Mas gostei muito de como ficou.

— Você está ainda lindo.

— Você já disse isso... — sorri e estalei um beijo na boca dele.

— É que eu preciso dizer, porque você realmente está lindo!

— Certo, eu já estou ficando sem jeito. — Me ergui e peguei o bebê. — Eu vou subir, e dar banho nele, tudo bem?

— Não, deixa que eu vou. — ele se ergueu e pegou o bebê. — Você precisa se alimentar. Fiz sanduíche de peru para você, mas vê se não chora, ok?

— Seu bobo! Mas só fez um? — perguntei o vendo rir.

— Fiz três, mas não coma muito depressa, pode fazer mal.

— Tudo bem. — sorri e o vi se afastar.

Corri para a cozinha doido para comer, e quase chorei de emoção quando vi os sanduíches prontinhos e cortadinhos, lindos para serem devorados.

[...]

— Vamos tomar um banho? — Jungkook falou assim que pôs Jiwan para dormir.

Já passava das dez da noite, e estava terminando de ajeitar minha mala quando ele entrou.

— Hoje é meu último dia com você...

— Não me lembra disso, anjo. — suspirei e ergui minha mão para ele segurar. — Vamos ficar agarradinhos até amanhã.

— Tudo o que o meu pequeno quiser. — Ele sorriu e veio até a mim, para deixar um beijo sobre minha boca. — O que você quer?

— Vamos para a cama e eu conto. — pisquei o fazendo rir novamente.

— Hm... Eu acho que o que você quer é o mesmo que eu quero. — ele me virou devagar, beijando minha nuca, e logo passou a língua por minha nuca, finalizando com uma chupada em minha orelha.

— Acho que nem precisamos falar mais nada, né? — inclinei minha cabeça para o lado, o recebendo mais, e com as mãos para trás, ergui minimamente a camisa dele.

Jungkook deixou uma risada baixa escapar, e me virou devagar, me fazendo encará-lo.

— O que você quer?

— eu preciso responder? — o toquei entre as pernas e senti a dureza que estava por debaixo da bermuda frouxa que ele vestia. — eu acho que não...

Ele mordeu o lábio inferior, soltando mais uma risada, e caminhou junto a mim até a cama, me deitando com ele por cima.

— Você quer fazer amor? — perguntou, deixando beijos espalhados.

— Eu quero fazer muitas coisas, anjo — ergui uma de minhas sobrancelhas, enquanto sorria para ele.

— Tipo o quê?

— Tipo tudo.

— Tudo? — ele sorriu entendendo.

— Tudo.

Continua...



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