Acordei, fiz minhas tarefas matinais, frequentei as aulas, fiz tudo conforme a minha rotina manda, novamente os meninos não nos atrapalharam, mas no meio da troca de sala notei um recadinho do JiHoon na minha mochila. Nele estava escrito:
“Estou loucamente ansioso para o nosso encontro de mais tarde!
Atenciosamente, JiHoon...S2”
Ele colocou um coração na cartinha, que tipo de pessoa faz isso? Dobrei o papel novamente e guardei na minha mochila. Quando terminou as aulas fui para o meu quarto me arrumar, tanto fisicamente quanto psicologicamente, para a aula com o JiHoon. Escutei alguém bater na porta e então fui atender, era o JiHoon, ele estava ali me esperando com o maior sorriso do mundo, suas roupas completamente pretas, exceto pela jaqueta xadrez azul e branca e ele estava usando aquela calça, aquela calça apertada que faz com que seu bom* volume fique um pouco mais avantajado. Não! Não devo pensar nisso!
- Boa tarde – Falei sendo educada.
- Muito boa tarde senhorita HyunAh! – Ele disse continuando a sorrir abertamente.
- Vou pegar a minha mochila para que possamos ir para o campus – Falei me dirigindo a minha cama.
- Ué...? Não íamos estudar aqui no seu quarto?
- Não, não iria dar certo...
- O que foi? Está com medo de que aquilo ocorra novamente? – Ele disse erguendo uma sobrancelha.
- Sim, e é por isso que sou a favor de estudarmos em locais públicos, para que caso você faça algo comigo teremos testemunhas e pessoas para me defender – Fale me virando para ele.
- Não estou falando sobre isso – Seu sorriso desapareceu em questão de segundos.
- Mas eu estou, vamos? – Ele assentiu e saiu da frente da porta me dando passagem.
Ficamos durante um bom tempo comigo mostrando e explicando os assuntos enquanto ele anotava tudo, posso até dizer que era engraçado ver ele tão concentrado nas minhas explicações, ele parecia uma criancinha curiosa e empolgada com que estava aprendendo...
Os dias se passaram e aos poucos consegui fazer com que ele entrasse para o nosso trio de estudos, foi um pouco complicado fazer com que a SunHye e o YuKwon se acostumassem, até porque a gente apenas se sentava junto na mesa, mas estudávamos por contra própria, agora com o JiHoon no grupo eu teria que ficar falando para conseguir explicar cada parte do assunto para ele, mas depois os dois entraram na brincadeira e também viraram os professores do JiHoon. Era de uma certa forma divertido ver aquilo, até que o grupinho do JiHoon resolveu soltar toda a inveja deles em cima de mim.
Estava passando tranquilamente pelo corredor indo direto para a biblioteca quando vi o JiHoon com o grupinho dele, por instinto queria dar meia voltar para achar outro caminho, mas simplesmente não fiz isso e quando o JiHoon me viu ele veio correndo em minha direção como um filho que acaba de encontrar a mãe quando sai da escola.
- Hyunnie!! – Ele falou sorridente me abraçando – Ainda está de pé os estudos hoje não é?
- Sim, estou indo para lá agora, só vou pegar algumas coisas no meu armário – Falei sendo contagiada pelo seu sorriso.
- Ah claro! Então já vou indo para lá – Ele falou me dando um beijo na bochecha e indo para a biblioteca, esquecendo completamente dos amiguinhos dele.
Aproximei-me do meu armário e comecei a colocar o código quando vi pelo canto do olho o grupinho se aproximando de mim.
- Nossa, pelo visto o JiHoon está conseguindo o que apostou com a gente – Comentou o Kyung.
- É, acho que dessa vez perderei cem wons novamente – Disse o TaeIl cruzando os braços.
- O que ele apostou dessa vez? – Perguntei ainda mantendo a atenção em pegar as minhas coisas.
- Ele apostou cem wons de que ele conseguiria amansar a fera, que nesse caso é você... – Disse o JaeHyo tirando o pirulito da boca.
- Ah sim... Vocês não acham que está meio barato demais essa aposta? Visto que o serviço dele é bem difícil... Tentar me amansar, ele não está indo muito bem com isso não... E mais uma coisa: ao invés de ficarem fazendo fofoca da vida dos outros não acham melhor se concentrar nos estudos e tirar boas notas? Porque pelo que me contaram, se vocês reprovarem irão para o exército... Não sei ao certo, só acho isso uma boa opção – Falei fechando o meu armário, sorrindo sem mostrar os dentes e saindo dali.
Quando cheguei na biblioteca e avistei a mesa que o JiHoon estava sentado preparei a minha melhor cara de aborrecida e me sentei do lado dele pegando as minhas coisas e abrindo o meu livro em uma página qualquer cobrindo a visão que eu tinha dele.
- Oi? HyunAh? Algum problema? – Ele perguntou confuso;
- Rum – Resmunguei colocando o livro bem mais na frente da minha cara fingindo o ignorar.
- Eu fiz algo de errado de novo? – Sua voz soou um pouco decepcionado e sua pergunta mais parecia uma afirmação, senti dó dele, abaixei o livro e cruzei as minhas mãos em cima da mesa.
- Não, você não fez nada de errado – Ele respirou aliviado – Mas seus amigos sim, eles ficaram me provocando dizendo que o que você está fazendo faz tudo parte de uma aposta.
- Ai minha nossa, eles realmente fizeram isso – Ele disse se encostando na cadeira enquanto passava as mãos pelo cabelo – Desculpa por isso, ele só fizeram porque estão com ciúmes de eu estar passando mais tempo com vocês do que com eles e porque eu rejeitei ir para uma festa que a amiga do Kyung vai dar hoje, espero que não fique com raiva de mim...
- Ainda estou falando com você, não é? – Ele assentiu – Cadê os dois?
- Eles disseram que iam para um compromisso e não tinham hora para voltar – Ele sorriu, aí tem.
- Ah sim... Arrume as suas coisas, vamos sair hoje.
- Por quê? Vamos para onde? Está me convidando para sair? – Ele levantou uma sobrancelha sugestiva.
- Hmmm... Mais ou menos, eu também fui convidada para essa festa e estou um pouco enjoada de só ficar estudando, mas como não quero e não gosto de sair sozinha quero que vá comigo, que tal? – Ele apenas assentiu animado já arrumando as coisas dele – Perfeito, bata na porta do meu quarto as oito.
Coloquei uma calça azul meio rasgada, uma blusa branca que mostrava a minha barriga e um salto preto, deixei meu cabelo solto e coloquei uma maquiagem leve, já está ótimo ter apenas a roupa exagerada. As oito em ponto ele bateu na porta, abri ela, sua reação foi tão engraçada, parece que de repente estávamos brincando de estátua, ele simplesmente congelou fitando-me de cima a baixo.
- O que foi? – Perguntei ruborizando – Exagerei?
- O que? Han? Não! Claro que não – Ele falou voltando a si – Para uma festa você está perfeitamente apresentável... Vamos? – Perguntou estendendo a mão, aceitei sorrindo e então fomos para o seu carro.
- Prefiro ir no meu – Falei quando entramos no veículo.
- Para os nossos pais acordarem com a notícia de que a gente bateu o seu carro, que é muito caro, não obrigado – Ele girou as chaves.
- Como se o seu fosse o mais barato do mundo, trocar por um Audi R8 Pyo, sério? – Ele parou de dirigir o carro – O que foi?
- Você nunca me chamou de Pyo – Ele praticamente sussurrou.
- Nossa... Desculpa, nem percebi se não quer que eu lhe chame assim novamente é só me falar... É que, sei lá, eu apenas falei, foi muito natural sabe... – Disse encostando a cabeça no banco.
- Não, tudo bem, mas é que, o meu pai me chamava assim antes de tudo – Assenti compreendendo.
- Me desculpe então, não queria causar essa reação em você – Falei me sentindo culpada, o pai dele foi um dos piores caras que já conheci na minha vida, não queria ter feito ele lembrar, não depois do que o pai dele fez com a mãe.
- Não precisa se desculpar, foi até bom... Me lembra de momentos felizes – Pude notar uma centelha de sorriso em seu rosto, minha expressão começou a se suavizar.
Chegamos no local da festa que na realidade era uma casa que ficava em bairro rico, a estrada enfeitada com lampiões que brilhavam com cores diferentes, ele estacionou o carro, saiu de ele e abriu a porta para que eu pudesse sair, trancou o carro e antes que pudesse entrar entrelaçou a sua mão na minha, olhei para aquele gesto sem entender.
- É por precaução sabe, caso queira dar uma louca ou algum mané dar em cima de você – Dei de ombros e entramos no local, a parte de dentro da casa estava totalmente cheia, passamos pela sala e pela cozinha até chegarmos no jardim onde tinha pouco fluxo de gente.
Sinto que se eu tivesse ficado mais alguns segundos dentro da casa teria adquirido a tal da claustrofobia, nos sentamos em uma mesa que ficava no canto do jardim e ficamos jogando conversa fora por um bom tempo, até que o olhar dele se fixou em alguém e então ele virou a cabeça e ficou me encarando.
- O que foi? – Perguntei.
- Nada, só por favor não pare de falar comigo – Ele disse tentando disfarçar o nervosismo.
- Por que está assim JiHoon?
- Não...
- Olha quem resolveu aparecer para a festa – Interrompeu uma mulher, virei o rosto para ver quem era, não a reconheci, mas posso dizer que é a mulher mais mal vestida que já vi em toda minha vida, seu vestido era de um vermelho extremamente chamativo e com muito brilho, era tão apertado que fazia com que a suas duas melancias cheias de silicone saltassem do decote, sua cara estava com uma maquiagem muito forte, seus olhos pretos e a boca da cor do vestido, suas bochechas não pareciam rosadas e sim como se alguém tivesse dado uma chinelada em sua cara, seu cabelo estava tão cheio de spray fixador que nem o vento tina forças para movimentar ele – E dessa vez veio acompanhado, isso é novidade – Ela sorriu mostrando os seus dentes exageradamente esbranquiçados e com uma pequena linha de batom nos dois dentes da frente, ok, pequena linha é bondade minha, tinha praticamente uma freada de pneu ali, sem dúvidas essa mulher não conhece o espelho.
- Oi Giselle – Disse o JiHoon nenhum pouco feliz com a presença dela – Essa aqui é a HyunAh, HyunAh essa é a Giselle minha...
- Ex/futura namorada – Ela sorriu estendendo a sua mão cheia de anéis e pulseiras a apertei sorrindo – Você é aquela HyunAh famosa por acaso?
- Não, não sou – Respondi sendo simpática.
- Tem razão, a outra é muito mais bonita – Ela falou se ajeitando para se retirar.
- Falou aquela que não conhece o espelho – Murmurei alto o suficiente para que ela pudesse ouvir.
- Como é que é minha querida?
- Querida não, porque não sou nada sua – Falei me levantando – E quem é você para dizer o que é bonito e o que não é? Visto que parece que nunca viu um espelho, seu dente todo sujo de batom, o cabelo está tão cheio de spray fixador que nem se mexe direito, esse vestido parece que você comprou numa sessão de roupas infantis de tão apertado que está e o sapato... – Falei me inclinando um pouco sobre a mesa, ela é mais baixa do que eu e ainda estava usando um salto enorme prata cheio de brilho que não combinava nenhum pouco com as joias que são douradas – Bom, sobre ele nem irei comentar, agora se nos der licença, peço que não perturbe a mim e nem ao meu namorado – Não acredito que falei isso, em caso de emergência use essa tática – Porque você deve estar se perguntando o que ele viu em mim, só posso te dizer que é tudo o que você não tem e mais um pouco... Agora, faça o favor de se retirar...
Sentei-me na cadeira novamente enquanto eu a observava indo embora pisando fundo.
- Nossa, da próxima vez te chamarei novamente para me defender – Ele disse maravilhado – Namorado é? Desde quando eu ganhei esse posto?
- Foi preciso, senão ela não ia largar do seu pé...
- Bom, agora ela vai largar do meu pé, mas não sem antes dedurar para todas as meninas da faculdade que estou namorando...
- E quem se importa com isso?
- Eu me importo, não sei você, mas sou conhecido por fazer sucesso entre as mulheres e essa aí que você acabou de humilhar foi a minha última namorada, estudante de advocacia, está no último ano e é a fofoqueira máster da faculdade inteira...
- Terminou com ela faz quanto tempo?
- Um mês eu acho – Ele disse com indiferença.
- Então quer dizer que naquele dia em que você entrou no meu quarto bêbado e quase me estuprou você ainda estava com ela?
- Por que sempre volta para esse bendito dia?
- Responde.
- Sim, eu ainda estava namorando ela, mas terminei minutos depois quando percebi o que realmente tinha feito... Agora será que dá para esquecer o que aconteceu naquele dia, por favor, sinceramente não quero me lembrar da burrada que fiz...
- Desculpe, mas fiquei traumatizada, você tirou o meu bv muito de repente...
- Espera – Ele me interrompeu – Você era realmente bv? – Assenti.
- Por quê? – Perguntei com a sobrancelha erguida.
- Porque eu posso te dizer que você faz um ótimo trabalho com a língua para alguém que ainda era bv – Ele sorriu e então comecei a ruborizar.
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