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História Until You - Pirate's Personal Devil


Escrita por: yukin0

Notas do Autor


Olááá, como estão? Espero que bem!
Hoje é dia de Changlix para alegrar nosso final de ano e ainda por cima com um capítulo um pouquinho maior! Espero que gostem!
Boa leitura! ~ ♡

Capítulo 22 - Pirate's Personal Devil


Beijo. Um contato tão íntimo, mas ao mesmo tempo tão normal. Para alguns significa carinho, para outros desejo. Mas para Felix não significava nada, e deveria ser a mesma coisa ao beijar Seo Changbin. Deveria. Mas não foi.

 

Seu coração acelerara e nada mais ao seu redor importava no momento em que seus lábios encontraram os do Seo, porém, tinha a leve impressão de que o moreno não sentira o mesmo, pois nos minutos seguintes já agia como se nada tivesse acontecido.

 

Não sabia o que aquilo havia significado para si, mas sabia que, para seu guarda-costas, não havia passado de um erro, o qual nunca mais cometeria. Talvez não fosse dessa maneira, afinal sequer conversaram sobre, mas ao fechar seus olhos, a verdade que via era aquela, e seria nela que acreditaria.

 

Convencera a si mesmo durante todo o tempo de que Changbin não sentira nada, da mesma forma que deveria ter acontecido consigo. Bastava fingir e estaria tudo bem, sua amizade com o rapaz era ótima e não seria um ato impensado que a estragaria. Não daquela vez.

 

Na visão de Changbin, aquele beijo significara dúvida. Assim como o Lee, não sabia o que havia sentido, mas sabia que algo havia remexido dentro de si. O que era de fato um erro, visto que ao outro lado encontrava-se Lee Felix, o rapaz que fazia listas enormes de quantas pessoas beijara na vida, muitas quais ele sequer sabia o nome.

 

Changbin não passara de mais um qualquer. Seu trabalho fora apenas mais um fator que o fizera desistir daqueles sentimentos estranhos, tinha em mente que se alguém descobrisse, tudo iria por água a baixo. Não estava quebrando uma cláusula qualquer, e sim, a que Jungsu deixou bem claro que o colocaria na zona de perigo.

 

O dia seguinte veio, assim como o próximo, e o próximo. Nada havia mudado, nada estava diferente. O que era gratificante, mas ao mesmo tempo desgastante para ambos, pois sentiam que precisavam daquilo mais uma vez, daquele toque, daquele carinho, mas não poderiam ter sob suas orgulhosas circunstâncias.

 

Olhares cruzados e sorrisos amarelos que disfarçavam aquela dor, tudo por conta da barreira que eles mesmos criaram, em forma de defesa às trágicas emoções. Os dias se passavam, mas ambos se recusavam a tocar no assunto, mesmo que suas mentes estivessem atormentadas pensando naquela simples palavra: Beijo.

 

A correria do tempo logo os levara a setembro, finalizando de uma vez o mês não tão pacato assim de agosto. Agora, perdido entre as semanas que rapidamente se passaram, Felix realizava o fato de que faltavam dois dias. Dois dias para completar seus 19 anos. Mas apenas por aquela data se aproximar já se sentia desanimado. Quanto mais tempo passava, pior a situação ficava. Brigas, luto, insanidade. Tudo de uma vez, apenas por conta daquela estúpida data.

 

Faltavam dois dias para o aniversário de morte da sua mãe. Seriam exatos 12 anos sem a presença dela em sua vida. 12 anos remoendo aquele dia. 12 anos sem uma família de sangue. 12 anos e ainda doía.

 

Mas o problema não parava por aí. O problema repartia-se ao lembrar daquele que deveria exercer sua figura paterna. Jungsu todos os anos o culpava pela morte da mãe, cada vez mais paranoico e impaciente.

 

Não houve um aniversário desde seus 7 anos que o homem passara com o filho, sempre fugia, deixando bem claro que não queria contato e não dava a mínima para felicitações. Jungsu não queria saber de Felix naquela data, mas fazia questão de dias antes, presenteá-lo com repetitivas discussões. Era sempre o mesmo discurso, culpando, ameaçando, amedrontando e entristecendo o mais novo, tanto através de suas palavras, quanto de seus gestos bruscos, que atacavam o filho em momentos de raiva.

 

Após isso, seu pai viajava, deixando-o sozinho em casa, mas ao contrário do que dizia, Felix não estava sozinho, ele tinha seus melhores amigos, os quais faziam de tudo para tornar um dia tão doloroso em especial. Eram festas, bebedeiras, brincadeiras e diversão.

 

Aquele ano não seria diferente. Como de costume faria uma festa com Jisung, considerando que o rapaz fazia aniversário um dia antes de si, com direito a toda comemoração que ambos mereciam. Ainda que tivesse uma constante mágoa com cada ato de seu pai, ainda que a morte da sua mãe o abalasse, ainda que seu corpo pedisse por um tempo, ainda que sua mente precisasse de espaço. Estaria alegre para aqueles que desejavam vê-lo sorrindo, tal como todos os anos.

 

Ergueria a cabeça, abriria um belo sorriso e agradeceria cada parabenização, mas, por enquanto, se permitiria chorar e lamentar pela saudade de uma boa vida, de sua infância e de sua sanidade.

 

¦×¦

 

– Eu vou ter que vestir isso? — Changbin saiu do pequeno provador sem um sorriso em seus lábios. Sua expressão demonstrava um certo desconforto ao que suas sobrancelhas se franziam e um pequeno bico se fazia presente em seus lábios. Minho por sua vez apenas rira da situação, sem tirar os olhos da vestimenta que o menor trajava.

 

– Você acha que estamos aqui pra quê? — Disse sarcástico e Changbin cruzou seus braços, aumentando mais ainda seu fofo bico. – Temos que escolher as fantasias logo e na minha humilde opinião essa está perfeita! — Se permitiu elogia-lo, porém arrancando apenas um suspiro do outro.

 

Dali dois dias seria a festa de aniversário de Jisung e Felix, na qual um dos requisitos seria uma fantasia. Não seria nada enorme, apenas algo que fosse memorável para marcar seus 19 anos, e nada melhor que uma festa caracterizada.

 

Naquele momento os dois melhores amigos escolhiam o que de fato usariam na comemoração. Changbin havia acabado de provar uma fantasia de pirata, a qual dava um ar estiloso ao Seo. A roupa consistia em uma camisa de mangas longas branca e solta, com um decote relativamente grande, mostrando parte de seu peitoral, por cima havia um casaco de couro falso na cor marrom e com detalhes típicos de um pirata. Já a parte inferior caracterizava-se por uma calça preta e uma bota na mesma cor.

 

Parecia simples demais, porém ao ver como as vestes combinavam perfeitamente com a aparência instigante do moreno, Minho não teve outra opção a não ser insistir para que o amigo a usasse.

 

– Não acho que estou parecido com o Jack Sparrow. — Olhava para si mesmo, persistindo em sua opinião, em meio a uma risada sem graça.

 

– Não mesmo. — Disse sincero, rindo soprado ao encarar a expressão descreditada de Changbin. – Você está melhor que ele. — Piscou para o amigo, o fazendo rir mediante suas bobeiras.

 

Minho colocara sobre a cabeça do mais novo um pequeno chapéu para completar a fantasia, o incentivando a virar seu corpo e encarar sua figura no espelho. Não estava tão ruim quanto imaginava, mas ainda não se sentia a altura para acompanhar Lee Felix.

 

O loiro não o contara sobre a fantasia que usaria, mas sabia bem que seria algo extravagante, que deixaria o rapaz perfeito, valorizando cada centímetro de seu corpo. Sendo assim, como seu amigo, gostaria de estar ao menos apresentável.

 

Entretanto, olhando profundamente para si e avaliando seu reflexo, sentiu que talvez estivesse realmente bonito, como o próprio Minho havia dito. Sentiu também que, apenas talvez, fosse capaz de arrancar um elogio de Felix. Não reparou no momento que o nome do Lee lhe veio à mente, mas sabia que algo dentro de si queria impressiona-lo e fazê-lo soltar um “wow”.

 

– Tudo bem. Acho que ficou legal até, não é? — Suspirou, se dando por vencido e recebendo um enorme sorriso de Minho, que assentiu alegremente. – Você já escolheu a sua fantasia?

 

– Sim! — Retirou-se por um momento, fechando-se no provador à frente de Changbin, levando alguns poucos minutos para que abrisse novamente a cortina, revelando um verdadeiro gato. No sentido literal da palavra. Minho estava usando uma bela e minimalista fantasia de felino, a qual o deixaria fofo se sua intenção não fosse ser extremamente sexy.

 

– Uau. Tudo isso pra impressionar o Jisung? — Seu queixo caíra de um segundo para o outro. Seu melhor amigo definitivamente sabia como se vestir com segundas intenções. Ele estava maravilhoso, como sempre. – Você realmente consegue ficar bonito de qualquer jeito. — Sorriu animado.

 

– Ótimo, você vai precisar de ajuda para se arrumar? — Se ofereceu, já sabendo que o amigo não tinha noção alguma de maquiagem ou cabelo, porém algo dentro de Changbin não o deixaria aceitar aquela ajuda. Queria estar apresentável por si só, e faria de tudo para consegui-lo.

 

– Nah, eu consigo me arrumar sozinho. — Deu de ombros e afirmou com convicção.

 

– Eu quero ver um Changbin extremamente perfeito, certo? — Ficara um tanto surpreso com tamanha confiança, mas não iria contrariar o Seo, pois mais que nunca desejava vê-lo se empenhando para alguém. E mesmo ele não admitindo sua intenção, sabia que por trás de todos os panos o nome “Lee Felix” irradiava de sua mente.

 

– Pode deixar.  — Finalizou com um belo sorriso de lado, voltando para seu provador para retirar a fantasia. Aquela festa iria ser incrível e Changbin estava mais ansioso que nunca.

 

Estava pela primeira vez se sentindo como um adolescente. Por mais que houvessem várias responsabilidades caídas sobre si, sentia que poderia beber até cair, se divertir e fazer tudo que gostaria de ter feito anos antes. Agradecia imensamente a Felix e Jisung, mesmo sabendo que nada daquilo era com a intenção de proporcionar uma aventura ao moreno. Ainda assim, aproveitaria tudo que tinha direito, além de fazer o possível para alegrar o dia dos tão queridos aniversariantes.

 

¦×¦

 

O final da tarde do dia 15 estava chegando. O clima estava agradável e propício para uma ótima festa. Os convidados logo passaram a se arrumar, tendo em mente que mais um ano havia chegado e, com ele, a grande festa dos reis da faculdade, repleta de decorações chiques, bebidas caras e hormônios a flor da pele. Eles eram de fato de outro patamar, ou pelo menos era isso que a maioria pensava.

 

O fato era que os rapazes escondiam grandes dores, e o momento certo para se soltarem sem medo era enquanto bêbados em festas, liberando o lado que todos conheciam: A realeza do campus.

 

Mais uma vez as expectativas estavam altas para todos, principalmente para Changbin, o qual nunca frequentara de fato uma grande festa ou uma balada. Era tudo novo, e a única coisa que sabia era que precisava acompanhar às expectativas. Agora, sozinho após um longo banho, faria de tudo para mostrar um lado igualmente novo, estava por conta própria, e seria dessa maneira que impressionaria os demais.

 

A cabeleira loira do rapaz albino não saiu de sua mente nem por um segundo, o que era um grande problema, pois sentia as borboletas em seu estômago se agitarem mais uma vez, mesmo que fosse no fundo de seus pensamentos, sabia que quem realmente queria impressionar era o próprio Lee Felix.

 

A mansão estava impecável e pronta para a comemoração. Tal como estava Felix, com uma bela e colorida maquiagem na cor vermelha, combinando com sua fantasia de tirar o fôlego. Estava vestido como diabo, ou melhor, como o próprio Lúcifer. A fantasia escarlate, preta e curta permanecia colada a seu corpo em uma mistura de lycra e PVC. Em seus fios havia uma tiara com dois pequenos chifres e em seus lábios um sorriso ladino, que, acompanhados de um olhar feroz, cumprimentava alguns convidados.

 

Definitivamente Lee Felix.

 

Juntamente a ele estava um alegre Jisung, apesar de sua fama, o rapaz sempre foi extremamente simpático com todos. Apesar disso, ninguém com olhos seria capaz de negar o visual marcante do rapaz, esse que se vestia como Peter Pan, um de seus personagens animados favoritos. A fantasia era repleta de detalhes e, em conjunto a maquiagem simples e bonita, ele exalava a mais pura perfeição.

 

– Feliz aniversário pra vocês dois! — Minho os parabenizou assim que adentrou a festa, fazendo questão de deixar um beijo molhado na bochecha gordinha de seu namorado, o abraçando fortemente. Aquele seu sorriso aberto e felicidade aparente estavam acompanhados de um outro rapaz, o qual Jisung já conhecia, e, inusitadamente, Felix também.

 

O homem alto e de bela feição se apressou em cumprimentar os dois rapazes, parabenizando-os com um sorriso pecaminoso em seus lábios recheados. Ele trajava uma simples fantasia de salva-vidas, essa que, por sua vez, estava um tanto rasgada, consequentemente revelando partes de seu corpo bem definido. Sua presença por si só era destacada, atraindo milhares de olhares para seu rosto.

 

Hwang Hyunjin, mais conhecido como “Prince Hyunjin”. 19 anos de pura sedução, como costumava dizer. Fazia faculdade de dança, lugar onde encontrou um de seus amigos mais próximos: Lee Minho. Tal como Felix, era um bad boy daqueles vistos em filmes adolescentes, sempre ficando com quem desejasse. Era necessário apenas um sorriso para que milhares caíssem aos seus pés, e definitivamente o rapaz de cabelos negros e compridos se aproveitava da situação. Era um frequentador constante de baladas, mas não chegava a ficar bêbado nelas por conta de sua alta tolerância a álcool, coisa que não o impedia de esquecer até mesmo o rosto daqueles que passaram por sua boca durante a noite. Entretanto, jamais se esqueceria de quando encontrou o tão famoso Lee Felix no mesmo recinto que si, fora uma noite memorável, capaz de torna-los amigos, não daqueles próximos ou em que se pode confiar, e sim amigos com quem se pode contar em momentos de carência.

 

Minho e Hyunjin não roubaram a atenção dos aniversariantes por muito mais tempo, logo foram atrás de bebidas e diversão. Jisung tentara ao máximo segurar sua vontade de se juntar ao namorado, e mesmo que estivesse adorando receber as diversas pessoas que chegavam, a presença mais importante para si ainda lhe roubava a atenção. Felix pouco se importara, apenas liberou o rapaz para ir curtir, coisa que o Lee também iria fazer, isso se não estivesse tão ansioso esperando por alguém.

 

– Wooyoung! Chan! Que bom que vieram! — Chamou as duas figuras, sorrindo como nunca antes. Já havia se passado um tempo desde que o Han se retirara e, mesmo assim, aquele por quem esperava não aparecia, dessa forma o tédio já lhe tomava, porém encontrou um resgate ao que os amigos se fizeram presentes, esses que estavam acompanhados da presença de uma outra pessoa. – Jeongin?

 

– Feliz aniversário! — Gritaram os dois em uma felicidade extrema. Ambos abraçaram o loiro de forma apertada, fazendo com que Felix soltasse boas risadas. Os rapazes não demoraram a se separar, logo ajeitando suas fantasias. Eles estavam em sintonia ao se vestirem como Cosmo e Wanda do desenho animado “Os padrinhos mágicos”, era uma mistura fofa e engraçada, além de ser a cara do casal.  

 

– Vocês já se conhecem? — Foi a vez de Wooyoung perguntar, um tanto confuso, pois, pela expressão e fala de Felix, o Lee e o convidado que trazia consigo já pareciam se conhecer. – Esse é meu meio-irmão mais novo de quem te falei, Yang Jeongin. — A boca de Felix instantaneamente formou um “O” devido a surpresa, seus amigos estavam todos interligados, porém não fazia ideia que todos acabariam sendo tão próximos assim. Afinal, a sua frente estava o babá de Yesun e Daehyun, que eram irmãos de seu guarda-costas, contudo Jeongin era, também, o melhor amigo de Seungmin, além de ser o meio-irmão que um de seus amigos mais próximos.

 

Uma relação louca, de fato. Mas engraçada ao que parava para contempla-la.

 

– Oi Felix! Parabéns! — Sua fala carregava timidez e em seu rosto uma expressão adorável se fazia. O garoto alto estava lindo e extremamente fofo ao vestir-se como Timmy Turner, completando de uma vez por todas o elenco principal da animação.

 

Jeongin era alguém muito falante, mas não em frente a todos, pois, acima de qualquer coisa, era totalmente tímido e sentia-se receoso ao fazer novas amizades, o que o impedia de passar sua imagem brincalhona, sendo substituída por alguém fofo e delicado.

 

– Obrigado! — Agradeceu e sorriu sem deixar os dentes a mostra, tratando de explicar a situação para o casal bem a sua frente, que parecia tão confuso quanto si. – Conheci o Jeongin quando ele se candidatou para ser babá dos irmãos de Changbin.

 

– Que grande coincidência. — Uma voz conhecida se fez presente, revelando a ilustre figura do guarda-costas se aproximando do pequeno grupo, juntamente a Seungmin e sua cabeleira ruiva que combinava com sua bela fantasia vampiresca.

 

Todavia, quem realmente roubara os holofotes fora Seo Changbin, o rapaz moreno havia caprichado ao se arrumar, assim como Minho exigira. Por mais que não houvesse nada de extravagante, tudo se transformava com a forma como as peças se dispunham em seu corpo, como seu cabelo estava propositalmente bagunçado, como seu peitoral estava a mostra e como em seus lábios avermelhados havia um sorriso ladino. Aquilo batera com todas as forças em Felix.

 

Tão forte que sentira até mesmo suas pernas bambas. O que Seo Changbin havia feito consigo? Precisava ter alguma feitiçaria envolvida, pois a ideia do mais velho lhe causar borboletas no estômago era estranha demais para aceitar, mas parecia ser tão verdadeira quanto qualquer outra sugestão.

 

– Feliz aniversário Felix. — Continuou o menor, dessa vez sorrindo alegre. O queixo do Lee estava caído e seu corpo paralisado, coisa que não passou despercebida pelo guarda-costas. Havia atingido seu objetivo mais fácil do que esperava. Só faltava admitir para si mesmo que não queria impressioná-lo apenas por impressionar. Queria ser aceito por aquele da fantasia de diabo, tal fantasia que, sem remorso algum, Changbin admitiria que tornava Felix um pedaço de mal caminho.

 

Verdadeiramente falando, Felix já era um pedaço de mal caminho por si só, mas observando como aquelas tonalidades vermelhas entravam em harmonia com seu corpo bem esculpido, sua mente não conseguia achar outra alternativa além de pedir socorro, porque estava se afogando em meio a luxuria que o loiro o proporcionava apenas com uma simples visão.

 

– Parabéns Felix! — Disse Seungmin na tentativa de quebrar o gelo, pois, no momento em que o Lee trocara olhares com Changbin, ambos paralisaram, se perdendo um no outro. Todos pareciam ter percebido aquela tensão, mas ninguém se atreveu a corta-los em meio a algo que parecia tão íntimo e estranhamente sedento.

 

Fizeram de tudo para aquela amizade continuar sendo a mesma, mas após terem se beijado, nada havia sido igual. Era uma nova perspectiva, que os fazia flutuar em meio a sentimentos confusos. Era a barreira que criaram sendo destruída aos poucos.

 

Depois de segundos, que mais pareceram horas, Felix se desvencilhou do olhar profundo do Seo. Agradecendo a Seungmin pela parabenização, esse que logo se juntara a Jeongin, Chan e Wooyoung em uma conversa animada.

 

– Felix, eu posso te tirar do seu posto por um momento? — Changbin perguntou confiante, mais uma vez olhando fixamente nos olhos castanhos do loiro. Aquelas simples palavras saíram mais estranhas que o imaginado, mas ainda sim Felix aceitara.

 

– Claro, eu estava só esperando vocês chegarem na verdade. — Admitiu, sorrindo abertamente, lembrando-se de quem era: um rapaz confiante e que permanecia acima de qualquer intimidação. Era Lee Felix. – Vamos.

 

Os dois passam a andar lado a lado, sem pressa, mas também sem fazerem questão de se pronunciar, apesar disso, o silêncio era cômodo e não durara muito, pois logo se encontraram junto as flores quais lhe traziam diversas memórias e sensações. Estavam mais uma vez no jardim.

 

– Não é muito. — Se pronunciou um tanto apreensivo assim que se sentaram em um banquinho por ali disposto. Não haviam muitas pessoas no recinto, dado que a maioria já se encontrava imersa no som alto dentro da mansão. – Mas eu queria te dar isso. — Não iria se arrepender de nada, mas toda sua confiança fora embora ao que começara a falar com o mais novo, restando ao moreno apenas a incerteza do que aconteceria. Sem mais delongas o rapaz tirara do bolso uma caixinha dourada, fechada por uma fita da mesma cor levemente mais clara. Changbin sorrira e estendera o embrulho para que Felix o pegasse. – É bem simples e não precisa usar se não quiser, mas eu me lembrei de você assim que vi. Ele me lembra das suas sardas, que mais parecem uma constelação... E, hm, talvez eu já tenha falado isso, mas você fica ainda mais bonito quando as deixa a mostra. — Riu sem jeito.

 

Assim que aberta, a caixinha revelava um belo colar prateado, com um delicado pingente de estrelas, porém a explicação por trás que realmente lhe pegara de surpresa.

 

Felix estava sem reação, olhava fixamente para a caixinha a sua frente, mas estava chocado o bastante para não ser capaz de mexer um músculo e receber tal presente. Pensava não merecer algo tão sentimental e bonito quanto aquilo.

 

Era apenas um presente de amigo para amigo, mas tudo que Felix conseguia fazer era imaginar como seria conviver tão próximo de um Changbin cuidadoso. O problema era que já convivia, passava seus dias ao lado de um rapaz moreno e cheio de carinho, ainda que bobo e ao mesmo tempo sério.

 

– Eu adorei. — Sorriu largamente, tentando não aparentar sua vergonha. Tudo que menos precisava era um Changbin mais receoso com o presente que preparara tão carinhosamente. – É realmente bonito. — Segurou de uma vez por todas a caixinha em mãos, desviando o olhar para o objeto que o almofadado de cor neutra resguardava. – Eu não quero correr o risco de perder, então não vou usar agora, mas eu realmente gostei. E o motivo por qual você comprou... Bem, me deixa feliz. — Admitiu, abaixando os olhos novamente.

 

– Você não as cobriu hoje, de novo. — Foi a única coisa que conseguiu falar, encarando bem o rosto do loiro, que, por mais que estivesse com maquiagem, exibia e expelia o brilho de suas pequenas sardas.

 

– Não. Na verdade, eu quis deixa-las amostra pra... — Você. – Testar minha autoconfiança. Sabe como é, não? — Disse a primeira coisa que lhe veio à mente, rindo sem graça em seguida, pois ainda não estava mentalmente pronto para admitir para si mesmo que fazia aquilo para chamar atenção do mais velho.

 

– Certo. — Changbin acompanhou o maior no riso, deixando clara sua expressão feliz, pois, por mais que envergonhado, no fundo estava aliviado pelo Lee ter aceito seu presente. – Isso me deixa feliz também. — Um sorriso bobo se abrira em seus lábios e, desde o início, seus olhos não prestavam atenção em nada que não fosse a feição de Felix.

 

Ambos estavam sem jeito algum, não houve nada de muito exorbitante, porém ainda havia uma tensão entre eles, que ambos sentiam. Felix sorriu, novamente negando qualquer sentimento, e abraçou o amigo, se aproximando do ouvido do menor para agradecer mais uma vez pelo presente fofo que ganhara.

 

– Vamos, a festa acabou de começar. — Tomou alguns segundos para si, respirando fundo e, só então se afastando daquele contato. – Mas antes. — Pareceu se lembrar de algo de extrema importância. – Você se lembra que me prometeu um aniversário incrível? — Indagou, na esperança de que o mais velho não tivesse se esquecido da promessa feita há cerca de um mês. Não passava de uma brincadeira, mas não custava tentar ver onde aquilo os levaria.

 

– Claro que eu lembro. — Sorriu de canto. – E eu continuo mantendo a minha promessa de tornar seu aniversário de 19 anos o melhor. — Segurou as mãos pequeninas do loiro, sem desmanchar seu sorriso ou vacilar o olhar. Iria até o fim com aquilo, para somente então, conseguir descobrir os efeitos de Lee Felix sobre si.

 

O Lee sorriu e assentiu. Poderia ficar horas ali apreciando o menor, reparando em cada um de seus detalhes, mas sabia que não deveria. Apenas afastou tais pensamentos, era seu aniversário afinal de contas, então aproveitou o contato de mãos para segurar a palma de Changbin firmemente, levando-o aonde a festa definitivamente acontecia.

 

As situações pareciam ter se invertido e sua mente o levava para aquele grande dia, em especifico para a baixa luz do luar que iluminava o rosto do Seo próximo ao seu. Agora era a vez de Felix mostrar a Changbin um pouco de seu mundo.

 

Sequer haviam chegado ao interior da mansão, onde se concentravam as pessoas e a música alta, mas o aniversariante já havia arrumado bebida para ambos, coisa que definitivamente fez o moreno rir, sorrindo abertamente enquanto tomava um drink forte e chique, segurando uma das pequenas mãos de Felix.

 

Era bebida atrás de risadas, danças e mais bebidas, a cabeça do Seo explodia com a música alta, mas não o bastante para que o fizesse desistir de estar com seus amigos. Se reencontrara com Chan, o levando em uma conversa sobre composições, que contava com a presença de Jisung e Felix, enquanto Seungmin estranhamente conversava com o mais novo conhecido de Changbin, Hwang Hyunjin. Já Minho ficava próximo a Seungmin, porém rindo em uma conversa aleatória com Wooyoung e Jeongin.

 

Não demorou muito para que se unissem em um grupo só, todos pareciam que se conheciam há anos e aquilo só motivou mais ainda o brinde que Jisung propusera em nome de uma longa e forte amizade entre aqueles nove garotos.

 

Todos viraram seus copos, bebendo em homenagem ao brinde. O clima não poderia estar mais agradável, o que logo abriu espaço para que os convidados começassem a ficar alterados. Alguns já começavam a falar coisas sem sentido, outros já passavam mal, e haviam aqueles que optavam por ficar no refrigerante.

 

E fora nesse clima que começaram os tão esperados jogos. Quem os sugeriu era um mistério, mas rapidamente todos se juntavam em uma engraçada e sensual batalha no Just Dance. Era o momento para mostrarem seus charmes, e a escolha fora um completo agrado para os aniversariantes, principalmente para Felix, que já adentrou a pista escolhendo uma coreografia. Estava confiante, alegre e talvez um pouquinho bêbado, porém nada que o impedisse de dar um show ao dançar junto a Minho e Hyunjin.

 

Os três dançavam em uma completa sincronia, como se já tivessem treinado tal coreografia, a telona continuava a mostrar “Perfect” “Super” e “Good”, mas ao final, o verdadeiro vencedor fora Hyunjin, o aluno de ouro da faculdade de dança e o mesmo que agora caçoava de Minho por ter perdido. Já Felix ficara surpreso consigo, nunca havia estudado nada de dança ou música, apenas gostava de estar em movimento, ainda sim, conseguira ter uma ótima pontuação e uma apresentação de cair o queixo.

 

O loiro saíra da pista, dando espaço para Jisung e Minho dançarem uma coreografia de casal. Os dois estavam felizes, mas na companhia um do outro tudo se tornava mais incrível. Seus sorrisos se alargavam como nunca e os olhares apaixonados eram percebidos por qualquer um. Era uma bela química, pois, acima de tudo se tratavam com tamanho respeito e se divertiam completamente.

 

– Felix. — Changbin chamou assim que o Lee se aproximou novamente. Estava segurando seu próprio copo e o do rapaz mais alto, que agora continha água para que ele pudesse se recompor. Ainda estava em choque com tal apresentação, visto que nunca havia descoberto aquele lado do loiro. – Eu não fazia ideia de que você sabia dançar tão bem.

 

– Obrigado. — Agradeceu assim que lhe foi entregue o copo. – Eu sempre gostei de dançar, mas nunca tive tempo pra me dedicar a algo assim. Passatempos são inúteis, como diria Lee Jungsu. — Brindou com o copo de Changbin e ambos beberam. Por mais que tivesse citado seu pai, incrivelmente não se sentiu para baixo, estava feliz, e nem mesmo aquele homem poderia o tirar aquilo. Diferente do que o pai dissera, tinha um guarda-costas e ao mesmo tempo um amigo para livra-lo de tamanha escuridão, e ali estava ele sorrindo de maneira boba e alegre para Felix. – Você tá bem? — Perguntou, afinal, nunca havia visto o Seo bêbado e não fazia ideia de como ele reagiria a quantidade de álcool que estava tomando.

 

– Você deveria seguir com isso algum dia talvez. — Sugeriu, dando de ombros. – Eu? Ainda não estou tão bêbado, então sim, tá tudo bem. — Riu de leve, vendo o maior assentir com um sorriso nos lábios. Não estavam longe um do outro, apenas a uma distância segura, mas Changbin ainda sentia como se estivesse sendo puxado por aquela delicadeza em seu sorriso aberto. Tentava não prestar tanta atenção nele, mas era impossível não se perder naquele olhar, nada mais a sua volta parecia fazer sentido por longos minutos, e sequer precisava, pois enquanto estivesse ali em um clima agradável com Felix, estaria tudo bem.

 

– Changbin? — Piscou os olhos, voltando sua atenção para o quê o Lee havia falado. Aparentemente tinha perdido algumas poucas palavras, e se sentia um imbecil por fazer isso. Estava agindo como um idiota, tudo por causa da figura a sua frente. – Você ouviu? — Apenas balançou a cabeça negativamente um tanto perdido, fazendo com que Felix soltasse um riso. – Vamos jogar verdade ou desafio! — Saiu puxando o Seo, que ainda continuava sem saber o que estava acontecendo, mas aceitou de bom grado a brincadeira.

 

Enquanto algumas pessoas não largavam a pista de dança, outras já preferiam uma brincadeira mais caseira e divertida, sugerindo então verdade e desafio. Nem mesmo Felix conhecia todos que estavam na roda naquele momento, mas sequer se importava. Aos poucos mais pessoas chegavam e mais divertido aquilo se tornava.

 

Não demorou muito para que o jogo começasse, a garrafa girava e algo constrangedor aparecia. Changbin ainda estava com um pé atrás por estar em meio a tantas pessoas, mas bastou alguns desafios para que o rapaz se soltasse, largando de uma vez por todas seu lado racional. Bebera até sentir-se tonto e deixar de ser meticuloso a cada ato. Sua mãe que o perdoasse, mas era extremamente divertido poder agir sem responsabilidade de seus atos. Era apenas uma brincadeira afinal.

 

– Felix! — Jisung, que estava frente a si, agora tinha um sorriso de canto no rosto. A garrafa interligava ambos, tendo a base de quem pergunta virada ao Han e sua expressão maléfica. – Verdade ou desafio?

 

– Você me conhece demais, é lógico que desafio. — Não era bobo nem nada, sabia que Jisung tinha cartas na manga quando se tratava em expor verdades sobre Felix, não que o rapaz fosse fazê-lo, mas o fato de ter aquele poder era por si só assustador.

 

– Certo. Se é assim, eu desafio você a passar 7 minutos no céu com a pessoa a sua direita. — Disse extremamente calmo e sorridente, espantando os demais. Jisung parecia ter tudo em suas mãos, enquanto o namorado gargalhava da situação. Já Felix, direcionara seu olhar para sua direita, onde havia um belo Seo Changbin o olhando um tanto confuso, mas feliz pelo efeito do álcool.

 

– O que é isso? — O guarda-costas indagou baixinho para o Lee, que estava meio sem jeito pelo que teriam que fazer, mas não daria para trás, porque sabia bem que quando o Han queria algo, esse algo aconteceria, sendo assim sua prenda seria bem mais direta.

 

– Vem comigo. — Segurou a mão de Changbin e levantou, o levando para um dos lavabos da casa, algumas pessoas os acompanhavam para tirarem prova de que ficariam ali presos pelos exatos 7 minutos. O lugar era um tanto pequeno e, conforme exigia a brincadeira, escuro. Não enrolou muito, adentrando o cômodo enquanto a porta era trancada do lado de fora pelo próprio Jisung. — 7 minutos no céu é um desafio em que duas pessoas têm que ficar presas em um lugar pequeno e escuro por 7 minutos, podendo fazer o que quiserem. Geralmente são armários ou coisas do tipo, mas o da sala está meio empoeirado já que ninguém usa e eu não quero ficar lá. Então cá estamos nós. — Explicou brevemente a brincadeira, dado que o outro não sabia do que se tratava.

 

Changbin já estava alterado pela quantidade de bebida que foi desafiado a ingerir, mas aquilo não o impedia de entender o que estava acontecendo. O deixando um tanto sem jeito, pois “fazer o que quiserem” era um tanto vago demais, podendo significar muitas coisas.

 

– Entendi. — Foi tudo o que disse, ficando em silêncio por um tempo sem saber o que fazer, nunca havia feito aquilo então não fazia ideia do que esperar, mas, assim que percebeu o incômodo alheio, Felix se retratou no que havia dito.

 

– Não precisamos fazer nada, fica calmo. — Riu brevemente, imaginando os questionamentos que fizera o Seo ter. – Só temos que ficar perto mesmo e esse lavabo é bem pequeno. — Explicou-se, tentando não aparentar que realmente queria algo.

 

– Ah... Ok. Seria estranho ter que fazer alguma coisa assim do nada. — Admitiu, dando uma risada boba e se recostando na porta. Realmente não havia muito espaço, mas tentava ficar o mais distante possível do loiro, não querendo incomoda-lo.

 

– É. Até porque você é tão pequeno quanto esse lugar e não conseguiria fazer nada. — Brincou rindo alto de sua fala, mesmo que Changbin não fosse tão baixo, sempre brincava com aqueles poucos centímetros de estatura a menos que si, o que fazia o rapaz ficar na ponta dos pés e lhe mostrar a língua.

 

Mas dessa vez fora diferente.

 

– O que? Acha mesmo que eu não faria nada só porque você é um pouquinho mais alto? — Arqueou as sobrancelhas, encarando aquilo como um desafio, fazendo questão de abrir um sorriso irônico em seu rosto desacreditado.

 

– Claro que não Binnie. — Fingiu, dando um tapinha em seu ombro. – É porque eu sou o filho do seu patrão também. — Ria um tanto escandalosamente, mesmo não sendo tão engraçado assim para o mais velho.

 

– Por enquanto isso não me impede de nada, afinal eu posso fazer o que eu quiser aqui, não é Lixie? — Tombou sua cabeça levemente para o lado, mordendo seu lábio inferior e retirando o casaco de pirata que lhe cobria. Estava mesmo provocando Lee Felix, sendo o rapaz desinibido e confiante que nunca aparentara ser.

 

– Talvez. — Deixou no ar, ainda em tom de brincadeira, pois mesmo com toda aquela postura do guarda-costas, julgava que ele nunca faria nada.  – Contanto que eu queira, pode até ser. — Cessou as risadas e deu de ombros, encarando o menor se movimentar em sua direção.

 

Se aproximou consideravelmente de Felix, o fazendo recuar para trás e encostar na pia, o que não impediu o moreno de praticamente grudar seus corpos e alcançar a orelha do outro com sua boca.

 

– E você quer? — Sussurrou com uma voz surpreendentemente rouca, que fez com que finalmente o Lee entendesse o que estava acontecendo. Não haviam mais brincadeiras, porque Seo Changbin estava realmente dando em cima de si, e o mais importante, estava conseguindo deixa-lo sem reação. – Hm? Não estou ouvindo você dizer nada. — Mordeu levemente o lóbulo da orelha de Felix, atiçando-o. – Então quer dizer que quem não conseguiria fazer nada nesse jogo é você?

 

O mais novo ficara em silêncio por um tempo, tentando controlar a montanha russa de sentimentos e hormônios que lhe remexiam por dentro. Aquilo fizera Changbin soltar uma risada sarcástica e fazer menção de voltar para a porta, mas assim que seus olhos encontram os de Felix, percebeu que havia brincado com fogo, e, agora, iria se queimar.

 

Os corações acelerados, perdidos e ansiosos.

 

Felix não pensara duas vezes, apenas puxara Changbin novamente para perto, rodeando a nuca do menor com suas mãos pequenas e macias.

 

– Eu quero. — Changbin não perdeu mais um sequer segundo. Suas mãos firmes apertaram a cintura marcada do Lee, mas antes de encurtar a distância entre eles, fizera questão de dar uma breve olhada na feição entregue de Felix. Um sorriso libidinoso se fixara em seus lábios, esses que rapidamente encontraram a boca do outro.

 

Changbin aprofundou o beijo no mesmo instante, iniciando uma guerra de línguas em meio ao desejo. Não havia nada que os deixasse incertos dessa vez, pois queriam aquilo mais que tudo, e o calor que lhes subia a espinha só era um fator que os dava mais certeza do que faziam.

 

Se separaram devido à falta de ar, mas em poucas inspiradas, já retomaram tal contato, qual os deixava cada vez mais afoitos e ousados. Iriam até o final com aquilo e pensavam jamais se arrepender daquela decisão.

 

Sem que interrompesse o beijo, o Seo ergueu o rapaz, deixando-o sentado na pia, sequer ligando para os produtos que caíram ao chão. Changbin cortou o ósculo após um tempo, descendo selares pelo maxilar de Felix até se alojar no pescoço do rapaz, marcando a pele alva com mordidas, chupões e selares. O loiro, por sua vez, se segurava para não se deixar levar completamente, mas era inevitável que alguns suspiros escapassem de sua boca, quais o Seo julgava como música para seus ouvidos. Uma de suas mãos desceu a alça da blusa de Felix, liberando completamente a clavícula magra do loiro, que agora encontrava a saliva quente do mais velho.

 

Ele mordia os lábios, sentindo que aquilo ficava cada vez mais perigoso. Mas não voltaria atrás, honrando a sua vontade inconsciente e desfazendo os nós da camisa de tecido de Changbin, retirando-a de uma vez. Entretanto sentia-se impotente e sem saída ao que o outro, com uma de suas mãos livres, apertara sua coxa, o fazendo arfar em meio a um gemido baixo e sôfrego.

 

– Changbin... — O chamou, segurando um gemido assim que tal mão audaciosa chegava mais perto de sua virilha em uma massagem nada pura. Porém suas tentativas se demonstravam cada vez mais falhas, pois, antes mesmo que percebesse, já havia se entregado para o Seo, seu corpo e sua alma já lhe traiam enquanto amavam cada toque que recebiam de alguém com quem jurou que nunca teria nada. Mas porra... Era uma sensação tão boa.

 

– Eu não pude te dizer ainda, mas você está extremamente bonito hoje. — Sua voz estava um tanto baixa. Sorriu de canto, subindo seu rosto a altura dos olhos do Lee, podendo observa-lo inteiramente, mesmo com a pouca luminosidade. Sua tiara já havia caído por algum canto, sua boca inchada já perdia a cor do batom avermelhado e sua pele branca expunha a presença do guarda-costas pelo lugar. Mas ele não havia acabado por ali.

 

Talvez Changbin sequer fosse se lembrar daquilo no dia seguinte, e isso incomodava um pouco a mente de Felix, porém ao finalmente encara-lo com o tronco desnudo, cabelo bagunçado e um sorriso filha da puta dos lábios, não conseguia fazer nada além de querer mais.

 

O rapaz se aproximou novamente, tomando seus lábios e tentando estabelecer um ritmo àquele beijo repleto de tesão e impaciência. Felix usava suas mãos para se apoiar na pia, sustentando seu corpo já excitado, já Changbin usava sua destra para acariciar a bochecha do Lee, enquanto sua mão livre puxava o rapaz cada vez mais para si.

 

– Feliz aniversário Lix. — Murmurou assim que se afastaram a procura de ar. Ainda que repleto de ousadia, o rapaz conseguia ser dócil ao dizer. Estava acreditando nas palavras de um bêbado e apenas talvez aquilo fosse errado, porém não dava a mínima.

 

Em resposta apenas selou os lábios com um sorriso.

 

Felix não mentiria, gostava daquela sensação de acolhimento, mas também adorava ser dominado e dominar. Podia ser o passivo, mas isso não o impedia de tomar atitude, que fora o que fizera ao empurrar Changbin na parede, descendo da pia. Antes que pudesse sequer atacar novamente os lábios do moreno, esse se derreteu em um gemido arrastado quando o loiro, levando a situação a outro nível, roçara a perna ao membro já ereto do rapaz.

 

Não tinha a menor vergonha de fazer aquilo, talvez já estivesse acostumado, mas com Changbin havia algo diferente, só não sabia o quê.

 

Felix segurou o queixo de Changbin, sorrindo com a visão que tinha do menor. A respiração pesada, a qual continha milhares de xingamentos era, de certo, maravilhosa para o Lee. O loiro aproximou seu rosto lentamente e deixou um breve selar pelos lábios do Seo, quem, apenas com o olhar, parecia implora-lo por mais.

 

Se afastara poucos centímetros e, passando a mão por toda a extensão do tronco do Seo, Felix se agachara. O mais velho não poderia negar o calafrio que lhe subira, mas não também não sentia vergonha alguma, o álcool o impedia de tal coisa, lhe restando somente um tesão reprimido.

 

– Eu também não tive oportunidade, mas... — Deu uma pausa, abrindo lentamente o botão da calça a sua frente. Descera o zíper sem pressa, mas não se prolongara muito mais, descendo a veste que tanto lhe atrapalhava. – Você está completamente gostoso com essa fantasia. — Sorriu de canto e passara a mão por cima da boxer preta que o menor usava, provocando-o a soltar longos suspiros. – Acho que você precisa de uma ajudinha, certo? — Apertara a região e Changbin instantaneamente mordera os lábios, judiando-os com seus dentes. – Hm? Eu não ouvi uma resposta. — Era sua vez de brincar, e o moreno agora tinha seu feitiço voltado contra si, mas jamais negaria que aquela sensação era incrível.

 

– Por... F-favor. — Soltou um gemido sentindo sua cueca sendo descida e uma mão habilmente agarrando seu membro. – Caralho Felix. — Murmurou pecaminosamente. Era tudo que o Lee precisava ouvir para que começasse a movimentar sua destra.

 

Sua mão masturbava o rapaz, vez ou outra passando seus dedos levemente pela glande sensível do outro. Sabia bem o que estava fazendo e Changbin parecia estar definitivamente no céu no momento em que a língua de Felix tocara seu membro, como forma de uma brincadeira boba e totalmente prazerosa.

 

Rapidamente sua boca engolira toda aquela extensão da melhor maneira possível. Por mais que geralmente não o fizesse, o mais novo desejava passar a melhor sensação para seu hyung, esse que adorava a forma como os lábios do outro sugavam seu membro, sem nem mesmo conseguir impedir seus gemidos de escaparem de maneira sôfrega.

 

Changbin tentava ao máximo não fazer muito barulho, mas sentia-se impedido ao que a língua do outro maltratava seu membro, enquanto o olhar feroz do rapaz não se separava do rosto do guarda-costas. Aquilo era bom pra caralho. O mais velho arfara e em um movimento rápido, a mão forte do moreno segurara os fios loiros de Felix, puxando-os prazerosamente.

 

Minutos se passaram e Changbin sentia seu ápice mais próximo do que esperava, consequência do aumento da velocidade nos movimente de Felix, quem se demorava ao apreciar as expressões maravilhosas do Seo, imaginando como seria ter uma verdadeira foda com aquele homem.

 

Sem muita demora, o gozo do mais velho preenchera a boca do Lee, que não desfez seu sorriso principalmente ao ver aquele resultado. Changbin soltara um longo gemido enquanto seus lábios eram completamente maltratados por seus dentes. Definitivamente esteve no céu por longos minutos.

 

Queriam mais, precisavam de mais. Porém aquele jogo de provocações se findara ao que três batidas foram ouvidas da porta.

 

– Os 7 minutos já acabaram faz um bom tempo, pombinhos. Espero que tenham aproveitado, mas agora é hora de festa. — A voz brincalhona de Jisung se fizera presente do outro lado da porta, e mesmo embriagados com aquela sensação, a reação inicial de susto os fizera se ajeitarem o mais rápido possível. Changbin recolhera suas roupas, se vestindo e ajeitando-as como se nunca as tivesse tirado, já Felix ajeitava suas vestes e colocava sua tiara novamente no lugar correto. Mas nada estava como antes e jamais seria.

 

– Eu vou pegar bebida para nós dois. — Sorriu de lado, com a confiança intacta, se retirando do banheiro em um pulo, deixando para trás um Felix excitado por mais toques. Changbin não perdia por esperar, pois àquela altura, não havia racional que o impedisse de ir para cima do moreno. Desejava beija-lo até o dia acabar. Pelo menos até o dia acabar.

 

Não queria parar para pensar sobre isso, porém fazia tempos que o Seo não saia de sua cabeça e, mesmo que involuntariamente, Felix já havia imaginado diversas situações acontecendo, ainda assim senti-las se tornando realidade era algo diferente, incrível, se pudesse dizer. Nunca havia sentido nada além de tesão ao ficar com alguém, mas com Changbin era diferente, o loiro sentia vontade e, acima de tudo, felicidade, era como se o sorriso não quisesse deixar seus lábios apenas pelo fato de ter seu guarda-costas por perto, remexendo seu estômago e confundindo seus sentimentos.

 

Exatamente, sentimentos, pois, pela primeira vez, queria mais que sexo e prazer. Queria Seo Changbin.

 

Minutos se passaram, o Lee já havia terminado se retocar a maquiagem, e agora, esperando sentado em um sofá não muito longe do lavabo que estivera antes, passara imaginar um Changbin bêbado e perdido pela festa, o que não seria difícil dado o estado do rapaz. Tais pensamentos o encheram por mais um bom tempo, até que resolvera levantar de seu acento e ir atrás do rapaz cujo chapéu de pirata se sobressaia.

 

Passava entre corredores e milhares de pessoas, andando em uma velocidade mais rápida que o usual, sendo assim, não demorou muito para que finalmente o encontrasse. Ele estava ali, em meio a várias pessoas e a música alta, só não esperava vê-lo segurando uma bebida para si enquanto se perdia aos beijos com Hwang Hyunjin. Seus olhos se arregalaram em um misto de surpresa e decepção, não estava esperando nada demais daquela relação, mas não aceitava o fato de que havia acabado de pagar um boquete para alguém que ao menos lembrara de si ao beijar outro poucos minutos depois.

 

Não pedia exclusividade, mas erroneamente havia achado que Changbin o trataria com prioridade assim como o cobiçado Lee Felix fizera.

 

Fora trouxa e idiota ao pensar que pelo menos por um dia seria a prioridade de alguém. Não era culpa de Changbin, via que, assim como seu pai costumava dizer, a culpa era inteiramente sua. E agora estava sozinho, correndo para longe, infeliz, irresponsável e incoerente.

 

Sua festa acabara por ali, tal como acontecera com outro indivíduo, que igualmente vira a cena e desejara jamais ter conhecido o famoso Prince Hyunjin. Ambos os rapazes deixaram a festa sem nada a perder, apenas a vontade de se encarem com os próprios olhos.

 

E ali a tão esperada comemoração ia por água a baixo, levando, em sua correnteza, o que um dia foram os sentimentos de 4 garotos.


Notas Finais


E aí? Muito bom? Muito ruim? Críticas construtivas são bem-vindas!

Não sei nem o que dizer do capítulo de hoje, então deixarei com vocês para desabafarem nos comentários! kkkkkkk

Já quero me adiantar e desejar a todos vocês um feliz natal e ótimo ano novo! Obrigada por apoiarem a fic e vamos seguir nessa reta final! Já fico até emotiva só de pensar que logo essa fic vai acabar, Until You me ajudou a crescer muito, principalmente nesse ano difícil!

Bem, até janeiro! See ya! ~♡


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