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História Uranias aestus - Capítulo 4: Possessivo


Escrita por: SoraSaki

Notas do Autor


E eis que ressurgi das cinzas tipo fênix! AOSIDASDIASDI
As postagens vão aos poucos voltar ao normal okay, peço um pouquinho de paciência porque desde o cb do Stray Kids e da postagem de My Girl as coisas ficaram intensas e não consegui por nada no lugar... Mas tá tudo entrando nos eixos e vida que segue!
Boa leitura anjinhos, tava com saudades~

Capítulo 5 - Capítulo 4: Possessivo


Fanfic / Fanfiction Uranias aestus - Capítulo 4: Possessivo

Capítulo 4: Possessivum

 

Parece que as coisas mudaram mais um pouco depois do vampiro notar a carência do outro. A ninfa passou a noite toda pertinho e cheio de animação, coisas que Hyunjin não estava habituado a muito tempo, tirando a excitação da caça ou de sentir o calor do sangue vital, não haviam muitas coisas que o animavam.

E as mudanças não passaram despercebidas. Afinal, na noite seguinte de sua volta, quando a sua pequena ninfa não apareceu ao início da noite como de costume e nem depois de esperar por quase uma hora… O Hwang estava preocupado. Não era intencional e vinha se tornando comum resgatar sentimentos que  tinham sido esquecidos.

Não perdeu tempo, adentrou a floresta e parou apenas por alguns instantes. Jeongin tinha tinha um cheiro específico e aquela energia única e indecifrável, o que facilitou seguir os rastros até encontrá-lo. Sempre acostumado a ser esquivo e sorrateiro, aproximou-se de forma silenciosa, querendo entender o que acontecia naquela cena adiante.

Era um tanto surreal até para ele, um vampiro. A ninfa parecia sussurrar enquanto mexia os braços de forma calculada mas com sua comum graciosidade inata. Ele estava em pé e seus movimentos pareciam controlar uma pequena nuvem, que curiosamente gotejava em uma chuva rala sobre uma porção de terra mexida.

Hyunjin conseguia admirar o perfil do menor, a luz lunar tornando o momento impressionante em um sonho real. Jeongin estava tão concentrado no que fazia que nem notou quando se aproximou com cautela. Vampiros podem ser curiosos, qualquer um ficaria curioso em ver aquilo, ninguém pode julgá-lo.

Estranhamente o solo parecia receber a água brilhante e germinar em uma velocidade incrível. Arregalou os olhos ao perceber que assim que Jeongin fechou os olhos e colocou as mãozinhas sobre a nuvem e passou a cantarolar, pequenos brotos de margaridas nasciam na porção de terra molhada.

Não havia o que ser dito depois de ver tamanho absurdo, bom, ele era imortal e sobreviviam da vitalidade alheia… Mas não era tão impressionante como: germinar flores segurando uma nuvem pequena nas mãos, e fazendo chover um líquido que se questionava se era somente água ou algo além.

As gotinhas foram parando aos poucos, assim como o silêncio voltava junto a brisa que carregou a nuvem para o alto. Encostado na frondosa árvore mais próxima, Hyunjin assistiu o menor abrir os olhos brilhosos e sorrir ao se despedir agradecendo à nuvenzinha branca que lembrava um algodão fofo.

— Mande lembranças e agradecimentos ao Felix por mim! — pediu com animação na voz melodiosa.

Felix? Ah, o irmão dele, lembrou logo em seguida. O loiro sentia seus lábios repuxarem e se tivesse um espelho perceberia o calor em seus olhos, a ternura incomum. Tais sensações que só desfrutava com a presença da ninfa, sendo esta a própria causa das reações incontroláveis.

Muitas novidades, quando pensava se habituar a alguma, aparecia outra para não ter tempo algum sem pensar no ser belo a sua frente. Os cabelos negros estavam molhados, dando um ar deslumbrante e provocante à figura esbelta. Jeongin estava na ponta dos pés enquanto acenava para a nuvem ainda, aos poucos parando seus movimentos, mas o sorriso saudoso restando na face jovial.

— Ah, preciso me arrumar, estou atrasado para encontrar ele!

Hyunjin sorriu torto, mas logo tratou de ficar neutro. Um pensamento incômodo pasando por si, os olhos azuis se estreitando ao perceber algo. Desde que chegara ali, o menor não tinha nem sequer desconfiado de sua presença? Ele era muito descuidado… Isso deixou um desconforto irritante martelando em sua mente.

— Arrumar-se? Com quem você pretendia se encontrar, pequena ninfa?

Os olhos negros encontraram os azuis claros. O loiro observou a mão esquerda de Jeongin subir até a altura do peito e agarrar o tecido branco, enquanto os lábios se partiam em uma surpresa súbita. Podia sentir a brisa se agitar, ficando satisfeito ao vê-lo sem reação por ter sua presença ali.

O vampiro estendeu a destra na direção da ninfa com a palma aberta virada para cima. Ele estava chamando-o para se aproximar. Manteve aquela posição até que o menor viesse obedientemente ao seu encontro, as bochechas clarinhas com um tom leve de rosa alaranjado, ele parecia adorável daquela forma.

Quando sentiu a mão macia de Jeongin sobrepor a sua, fechou os dedos e o puxou suavemente até estarem mais próximos. Analisando cada traço, do rostinho pequeno e formoso, nunca se cansaria de admirar aquela beleza natural.

— V-você veio até aqui… — pausou, sem jeito. — Eu… pretendia ir até você.

— Estava demorando muito além do comum, por isso segui seu rastro até encontrá-lo. — Jeongin estava um tanto nervoso, envergonhado. Por isso deixou sua voz sair baixa e tranquila. — Você é muito desatento, eu estive aqui a algum tempo te observando.

Os olhos escuros pareciam hipnotizados sem deixar o rosto de Hyunjin. Não que o vampiro se incomodasse, mas seu foco mudou para os cabelos ainda úmidos, não resistindo em tocá-los com a mão livre. A outra ainda segurava a mãozinha quente do menor.

— Você fica um pouco diferente com eles assim… — Aproximou-se mais para aspirar melhor o aroma refrescante que desprendia dos fios recém lavados.

A ninfa tremeu com a carícia contínua e a proximidade. Aos olhos do loiro tudo era agradável vindo daquele serzinho, já havia se conformado e só buscava descobrir mais daquelas reações.

— Diferente como? — As palavras saíram arrastadas sem perceber.

— Você parece cativante e envolvente, é uma boa visão.

A mão grande desceu dos cabelos alheios e rumou até uma das bochechas quentes, acariciando-a com o polegar. Quando Hyunjin viu os olhos pequenos fecharem, suspirando em deleite, em sequência inclinando o rosto contra sua palma, buscando mais contato, foi o fim. Sentiu algo revirar dentro de si.

Uma estranha vontade de jogar a maldita ninfa na árvore atrás de si, e prensá-lo ali, cresceu. Engoliu em seco, sentindo a garganta seca ao ver o pescoço expondo-se mais com a inclinação da posição dele. Trincou o maxilar, refreando o desejo um tanto estranho que não era comum vir fora de momentos de caça.

Finalmente soltou o menor, respirando o oxigênio que não lhe fazia falta para dentro dos pulmões adormecidos. A ação foi feita de modo suave para não assustar a ninfa, então deu um passo, tomando uma pequena distância. Apertou a mão sob a sua e soltou-a também, vendo o outro sorrir-lhe tímido e já mais confortável ao que parece.

— Prefere que eu deixe eles assim quando nos vermos?

A indagação veio naquele tom curioso de sempre, mas com um toque de timidez. Hyunjin agradecia por seus anos de autocontrole com seu instinto vampiro, pois se sentiria péssimo caso fizesse algo que ferisse Jeongin. Na sua última caçada ele refletiu muito sobre aquilo, até mesmo se distraiu e quase foi descoberto por alguns humanos. O que resultou no seu atraso e na necessidade de matar mais um.

No fim, foram duas refeições cheias porque sabia que preferia manter uma boa relação com a ninfa. De preferência sem terminar com o corpo desfalecido do outro em seus braços por sua própria culpa.

— Não precisa, eu aprecio eles secos naturalmente também.

Jeongin inclinou a cabeça de modo adorável ao encará-lo e pareceu satisfeito com a resposta. Logo uma brisa um tanto quente e mais forte passou por eles e circundou a ninfa que saiu de cabelos secos depois de um tempinho naquele vento. O sorriso bonito se abriu mais, evidenciando as maçãs do rostinho corado.

Hyunjin nem percebeu que sorriu de volta.

— O que estava fazendo antes? — indagou, mirando a terra molhada que fazia um buraco no meio das margaridas que tomavam o local.

— Precisava recuperá-las… — Jeongin andou até estar próximo a parte em que regava a terra anteriormente, quando percebeu o vampiro ao seu lado continuou. — Por minha causa ficou assim, não poderia deixá-las assim depois de tudo que fizeram por mim antes.

O maior olhava para os pequenos brotinhos, eram margaridas nascendo ali pelo que entendeu.

— As margaridas fizeram algo? Em que elas te ajudaram, Jeongin? — Hyunjin havia desistido dos livros, tudo que lhe intrigava iria perguntar para a ninfa agora, eles estavam mais confortáveis.

— Elas me fizeram companhia, consolando e tranquilizando as minhas aflições. Precisava retribuir por terem me ajudado a dormir seguro entre as pétalas que caíram das flores que se sacrificaram por mim… 

O menor tinha agachado em frente a terra renovada, tocando um dos brotinhos com a ponta do dedo indicador. O sorriso singelo na face da ninfa fez o vampiro olhar questionador para as flores, mas de certo modo agradecido, talvez passasse a gostar de margaridas também.

— Aflição? Então algo aconteceu enquanto estive fora? Gostaria de ajudar se for algo que eu possa fazer. — Voltou o olhar ao corpinho embolado que parecia tão pequeno ali, encolhido ao seu lado, agachou-se ao lado dele.

— Eu estava aflito porque você estava fora, não se preocupe, estou ótimo agora.

Ao ouvir a frase dita em tom alegre, pode sentir o menor inclinar o corpo em sua direção, seus ombros e braços se tocando suavemente. Hyunjin olhou de soslaio para a feição sorridente que ainda parecia concentrado nas margaridas brotando. Aquilo o passava uma paz tão grande, ao mesmo tempo que o fazia borbulhar em emoções quase humanas.

Jeongin merecia algum crédito por trazer vida a todo aquele bosque, por tornar aquelas semanas mais vivas e interessantes. Nada era tedioso com alguém que parecia tão satisfeito com cada simples detalhe da natureza, eles compartilhavam aquele interesse genuíno.

— Humm, acho que tenho uma parcela de culpa talvez, mas você sempre dorme aqui entre as margaridas? — Hyunjin estava se permitindo mostrar algo além da sua imparcialidade vampiresca de sempre.

— Claro que não! Elas ficariam apertadas e amassadas. Eu durmo em cima de uma nuvem que costumo puxar até a copa daquela árvore onde você estava encostado antes.

— Você dorme em uma nuvem?!

Chocar um vampiro de mais de trezentos anos era coisa fácil para Jeongin ao que parece.

— Sim! Felix que me ensinou como fazer, mas acho que só ninfas da nossa linhagem conseguem… Desculpe, Hyunjin — respondeu amuado. 

— Pelo quê?

— Eu pretendia convidá-lo para dormir comigo, mas agora que me dei conta que não daria certo. — Jeongin acrescentou enquanto olhava pensativo para o grosso galho que usava para apoiar sua nuvem.

— Por que queria dormir comigo? — O vampiro espremeu os lábios, seus pensamentos não estavam ajudando com o rumo nada castos que tomavam.

— Você não acha legal dormir em uma nuvem? Queria te mostrar como é confortável!

O moreno tinha um sorriso grande no rosto enquanto os olhinhos se fechavam por causa da expressão. As mãos abriam e fechavam como se pudesse sentir a fofura da nuvem naquele instante só de mencioná-la.

— Ah, sim, claro… 

Hyunjin até pensou em chamar o menor para dormir consigo, mas era melhor deixar assim. Não estava pronto para garantir a segurança disso e não queria atravessar a linha por enquanto. Precisava aprender primeiro a ser mais racional se quisesse sentir ou dar prazer a sua ninfa, não se achava que o outro sairia vivo caso perdesse o controle. Isso o perturbava só de cogitar a ideia.

Fechou os olhos, buscando mudar o foco, e assim que abriu-os, pode se lembrar de voltar a uma linha de raciocínio. Cutuco o broto de flor mais próximo com a mão, distraindo-se com a diferença de tamanho.

— Inclusive, não sabia que ninfas como você podiam germinar a terra tão rápido, como fez isso?

— Eu consigo. — Jeongin respondeu baixinho, um tanto pensativo. — Posso te mostrar, mas não posso te explicar, tudo bem Hyunjin?

O rostinho da ninfa buscou a confirmação do loiro. Assim que obteve, ajeitou a posição agachada e esticou o braço rente ao do outro. Seu dedo indicador passou pela pele gelada da mão descoberta do vampiro, o qual trajava uma camisa de botões e manga comprida, o contato singelo inicialmente frio foi esquentando.

O toque pareceu acender a ponta do dedo magro do menor, que logo depois foi tocar um dos brotos verdinhos. Jeongin tinha as sobrancelhas unidas em concentração. Assim que a ponta acesa do seu dedo tocou a pequena plantinha, a luz pareceu penetrar seu corpo verde e jovial, fazendo-a desabrochar lentamente.

A luz entrou no caule e percorreu o broto, fazendo-o florescer em uma bela margarida. Hyunjin estava chocado pela cena intrigante, ainda podia sentir o calor do toque da ninfa em sua pele, a luz era quente mas não queimava. E aquilo não era uma luz qualquer, luz não fazia plantas crescerem de uma hora para outra.

Infelizmente, Jeongin disse que não poderia lhe explicar aquilo. Guardou a curiosidade para si, sentindo que acabara de presenciar algo muito único e secreto.

— Nunca mostrou isso a ninguém, Jeongin?

— Não, só minha família sabe… 

Hyunjin sentia o ardor em sua pele ainda, uma formigação gostosa.

— Irei cuidar de você enquanto estiver comigo pequena ninfa — disse ao ficar de pé ao lado do menor ainda agachado. — Não se preocupe com coisas além do que já está habituado fazer.

Com isso dito, o loiro levou a mão grande aos fios negros, bagunçando o topo dos cabelos levemente ondulados e sedosos. Cuidaria da ninfa como cuidava das suas rosas, estava definido. No minuto seguinte, um barulho de galho partindo foi ouvido, mas ao virar na direção do som encontrou uma lebre lhes encarando do outro lado do rio.

Como não era nada demais ignorou e voltou a atenção ao falatório do menor que começou a explicar sobre margaridas. A conversa fluiu durante todo domínio de Nix, findando pouco antes de Hemera trazer Hélio consigo para um novo dia.

 

[...]

 

Duas noites se passaram depois disso. Jeongin estava eufórico de tão feliz, sorria o tempo todo e parecia irradiar uma fina e misteriosa luz sob sua pele vez ou outra. Era como a luz pura mas de modo suave, suas orbes vez ou outra brilhavam encantadoramente para Hyunjin. Assim como dançava a beira do rio e junto as margaridas, se exibindo ao maior.

O vampiro aproveitava todos os momentos. Ambos se entretiam unicamente com a presença um do outro. Era tão curioso ver como a sinergia das duas criaturas tão diferentes, mas semelhantes em seu período de conforto. Porque a noite era a única que permanecia unido-os em seus encontros seguidos.

Jeongin até mesmo arriscou levar o seu vampiro para passear consigo pelo bosque. Achou que seria recusado, pediu pela caminhada e companhia do loiro apenas por impulso. No entanto recebeu uma resposta positiva logo de cara, sentia-se tremer em empolgação, já nem sabia definir quais emoções eram mais fortes por Hyunjin.

Mas sabia que gostava de tê-lo por perto, que gostava de como o Hwang lhe tratava, e de como estavam próximos e se tocando mais. Tudo que era estranho se tornava aos poucos confortável e normal. As mãos unidas e os dedos entrelaçados pareciam muito normais quando estavam próximos o suficiente para isso.

Mesmo que às vezes a ninfa sentisse uma estranha tensão pairar entre eles, tentava não ligar muito, afinal, Hyunjin já parecia ter mudado muitas coisas por sua causa. Tudo bem ele se afastar ou ter os olhos vermelhos aparecendo de vez em quando, certo? Devia ser coisa de vampiro.

Talvez não, mas o que estava acontecendo agora mostrava que mais coisas estavam acontecendo do que os olhos normais poderiam perceber. Mas nada escapava daquele vampiro.

— Jeongin, você precisa me ouvir, volte para o casarão e fique por lá até eu voltar.

— Por quê?

— Agora não há tempo de perguntas e respostas… Apenas o faça.

— Não quero ir para ficar lá sozinho. — Um bico irritado se formou em sua face contorcida. — Prefiro ficar com você!

Os olhos vermelhos apareceram, raivosos e fitando o menor com certa intimidação, uma que não parecia abalar a postura da ninfa. Jeongin não entendia e queria terminar seu passeio pelo bosque com o maior, por que precisavam se separar justo agora?

A mão do loiro se fechou em punho, tentando manter a calma. Sua urgência estava quase o cegando da sua tranquilidade corriqueira, até que sentiu a manga da camisa ser agarrada por uma das mãos magras do menor.

— O que está havendo, Hyunjin? Eu fiz algo que lhe deixou bravo assim? — perguntou tristonho.

A brisa parecia lenta e um pouco mais pesada, só então Hyunjin se deu conta que estava sendo irracional. Mas não queria explicar nada agora, precisava resolver aquilo e rápido. Em um momento de urgência, se deixou levar pelos instintos e puxou o corpo menor para seus braços em um abraço rápido e um tanto apertado.

— Você não fez nada de errado, pequena ninfa. Apenas preciso que me escute, por favor.

Jeongin ouvia a voz baixa e sussurrada do maior em sua orelha. Apenas isso era o suficiente para aquecer seu corpo, não imaginaria que o aperto firme o fariam se sentir tão quente e inquieto, porém seguro. Quando ouviu o maior pedir quase em tom de súplica, sentiu-se intrigado e surpreso, porque não era do feitio do outro.

Devia ser algo sério e se não era por sua culpa, então deveria confiar em Hyunjin.

— Ou melhor, volte para a árvore, puxe sua nuvem e aproveite para dormir mais cedo, tudo bem? — As mãos grandes acariciavam as costas do menor, tentando mantê-lo calmo e distraído. — Você fica mais seguro em sua nuvem, não é?

O vampiro se afastou para fitar com seriedade a ninfa, as mãos apoiadas nos ombros alheios para que se atentasse ao que dizia..

— Sim, somente quem consegue controlar os mesmos elementos poderia fazer algo a mim quando estou protegido por ela — respondeu confuso, seus olhos negros piscavam tentando compreender o que se passava.

— Ótimo, fique lá por hoje. Amanhã a noite eu vou até você, então me espere para descer, certo… Jeongin?

— Humm, tudo bem então… Mas você ficará bem? — Jeongin queria falar muitas outras coisas, mas o vampiro parecia com pressa de repente.

— Está tudo bem, não se preocupe. — Hyunjin sabia que só aquilo não seria suficiente, então pegou o rostinho bonito em mãos e se aproximou. —  Eu te vejo amanhã, Innie.

Jeongin arregalou os olhos aos sentir os lábios frios em sua testa, na parte exposta pela franja escura. Seu coração pareceu parar por alguns segundos, assim como todo ar pareceu faltar. O apelido e o beijo o deixando atordoado que o ar se movia estranhamente em volta deles.

Quando Hyunjin se afastou, ele lhe virou de costas e apertou seus ombros antes de empurrá-lo em direção ao rio. Desejou boa noite com voz rouca e contida e o apressou para que se afastasse.

A ninfa passou a correr pelo bosque, sua pulsação acelerando muito além do normal, assim como a respiração curta e quente. A brisa deu lugar a um vento irregular e abafado, podia sentir a pele esquentar do centro da testa e passar por todo corpo. Apesar do calor que sentia seu corpinho estava arrepiado e a voz sufocada em sua garganta.

Parou apenas quando chegou em sua amiga árvore, logo chamando a nuvem com pressa. A destra foi o rosto, as pontas dos dedos tocando a testa, o local onde recebeu o toque gélido que o aquecera daquele jeito. Só então notou que tremia, mas fez exatamente tudo que Hyunjin pediu.

Quando achou que estava respirando normalmente e poderia fechar os olhos, tentando dormir mais cedo que o habitual, foi como se pudesse ouvir a voz rouca sussurrar o apelido repentino que ganhou. Suas mãozinhas agarraram com força a superfície fofa da nuvem e virou-se, enterrando o rostinho corado no algodão místico e natural. Sua cabeça possuída por uma única coisa, a mesma de todas as noites: Hwang Hyunjin.

 

Do outro lado do bosque, o loiro tinha uma expressão fria, uma que nunca chegou a mostrar a sua ninfa. Ele seguia os rastros estranhos no ar, o cheiro conhecido que fizera com que afastasse Jeongin daquela forma: sangue… humano. Não sabia o porquê o aroma de alimento apareceu forte naquela porção, mas não queria envolver o menor no que quer que estivesse para acontecer.

Os olhos escarlates brilharam na noite que pareceu escurecer pela nuvem que encobria convenientemente a luz da lua, facilitante que o vampiro se esgueirasse tranquilo pelas sombras do bosque. Andou por um tempinho, finalmente chegando até a borda, a divisa onde terminava o bosque e começava a estrada que usava para as cidades e vilas próximas.

Procurou por toda área de vegetação, atrás de sinais humanos, mas tudo levava até o ponto perto da estrada. Vasculhando melhor finalmente encontrou algumas gotas de sangue fresco na borda de uma folha afiada, a planta era na altura do joelho, logo deve ter sido a responsável pelo ferimento no humano.

Quem quer que fosse foi até ali e foi embora rápido o suficiente para que Hyunjin não notasse a intrusão. O que talvez não estivesse totalmente correto, afinal, estava tão distraído prestando atenção em Jeongin que pode ter deixado passar o cheiro de humano por perto.

Aquilo era ruim.

O vampiro tinha os olhos brilhando frios e cortantes na mesma cor do líquido que pingava da folha. Seu maxilar estava pressionando em irritação. Não sabia o que aquela pessoa queria, mas talvez voltaria, e isso já bastava para que se sentisse incomodado. Seu recanto de paz não poderia ser manchado por mãos humanas gananciosas.

E ao pensar no moreno se enfureceu um pouco mais, não queria que nenhum humano se aproximasse, nem mesmo o visse. Só de pensar que poderia desejá-lo como indicava nos livros que leu sobre mitologia e ninfas. Ninguém iria tocá-lo daquela forma, não mais. Hyunjin não iria deixar que tocassem no que lhe pertencia, nem no bosque nem em Jeongin.

 


Notas Finais


Mwhahaha, última postagem antes de entrar em outubro aaaaa, lembram que nesse mês tem aquele evento de todo ano no dia 31 né... então, de algum jeito essa fic acaba esse mês sem falta!
Quem será que surtou mais, eu escrevendo ou vocês lendo? asopdjasop, estamos em um páreo duro aqui viu...sentiram falta da nossa ninfa Innie e do vampirinho Hyunjin? Poxa eu juro que o terror não será esquecido ><

ps: Back Door é incrível, ainda sigo no stream e nos votos, menos frenética, mas sem falta! Não desanimem, mas lembrem de se cuidar também, okay? Beijinhos e até o próximo cap ;)


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