História Used to Love Her (Hiatus) - Where, not When

Capitulo 10: Quando, não onde.

"Às vezes, nossa luz se apaga, mas é reacesa pela faísca de alguma outra pessoa." - Albert Schweitzer 

Flashforward // Axl Rose 

 O dia parecia se estender cada vez mais sem ela ali comigo, estava desesperado atrás de qualquer pista sequer, mas era impossível, a pouco minha barra havia sido limpa por falta de evidencias, mas ainda assim a mídia especulava tentando me manchar como criminoso, o que na altura do campeonato talvez eu realmente fosse... 

As luzes brilhavam iluminando meu rosto, minha cabeça pendia para trás e a música era lenta, quase como se fosse um borrão para meus ouvidos. Estava mais do que nunca só, e mais uma vez minha antiga amada era minha estimada e unica companhia. 

I used to love her
But I had to kill her

  Em um piscar de olhos já não estava mais lá, tudo era breu, me sentia caindo em de um precipício que não tinha fim. Uma forte ventania que me sufocava sem me deixar escolhas a não ser desistir. 

Onde você está? 

Meu jardim é vazio sem você para me ajudar com as rosas.

I knew I'd miss her
So I had to keep her
She's buried right in my backyard

 

Flashforward off
 

Pov's Elizabeth 

Era lindo. Tudo que eu conseguia pensar agora era o quão linda era aquela vista, o campo gramado, uma arvore com uma enorme copa sozinha em meio a toda aquela vastidão verde e logo a frente um lindo riacho de água cristalina que certamente corria em direção ao mar. Aqueles cabelos cacheados e volumosos que eu agora admirava estavam voando para trás enquanto ele caminhava em direção a arvore, eu que antes não conseguia raciocinar muito bem, me sentia completamente bem em minhas faculdades mentais, e claro, a vergonha do que eu anteriormente havia feito vinha como uma bomba explodindo na minha cabeça. 

 Me aprecei para alcançar o Slash que agora se encontrava muito á minha frente, por fim ele já havia sentado á sombra eu eu ainda estava caminhando. 
Malditas pernas curtas! 

— Pood... — Me calei quando notei seu olhar perdido, ele parecia pensar em coisas que o fazia triste pois seu semblante havia mudado completamente. 

 Me sentei ao seu lado me encostando na arvore e observando o céu que agora já ganhava tons mais escuros de azul, a tarde estava acabando e logo o céu estaria repleto de estrelas, o que em minha opinião era a melhor parte dentro das 24 horas, era fresco e bonito de se ver. 

— Então... Se sente melhor? — Slash por fim se pronunciou. Olhando para o lado me deparei com seus olhos me encarando fixamente. 

—  Sabe, se não fosse por você eu estaria encrencada e com uma mancha no meu histórico. — Sorri ainda o encarando. —Obrigada.

— Não vou dizer que me preocupo com essa mancha, até porquê eu tenho várias no meu, mas... Disponha. 

 O silencio se instalou no local deixando um clima engraçado, não sabia o que dizer e visivelmente ele também não, ainda mantínhamos os olhos fixos um no outro, mas isso já estava começando a se tornar um pouco vergonhoso para mim, é claro, em vista de que não havia passado mais de dois minutos sequer que estávamos dessa forma. Por fim o cabeludo se rendeu e desviou o olhar para o riacho e com as mãos habilidosas pegando um cigarro e o acendendo em uma velocidade surpreendente. 

 Mesmo que o fim da tarde estivesse agradável o clima ali não estava. 

— Slash? Posso te perguntar algo. 

— Sim? — Novamente ele voltou seus olhos em minha direção. 

— O que tem passado? Notei seu semblante triste. — Claro que eu não esperava respostas, que ele se abrisse e me contasse seus problemas, mas me surpreendi ao notar que ele procurava palavras e por diversas vezes abria e fechava a boca sem emitir nenhum som sequer. 

— Eu realmente não sei. — O silencio foi quebrado depois de alguns minutos de espera que pareceram uma eternidade. Ele tirou o cigarro dos lábios o apagando e em seguida o guardando novamente na cartela. —  Acredito que como você, eu também esteja cansado de tudo. Tenho várias reclamações, mas ao mesmo tempo não tenho nada... As vezes me sinto fora da banda, é como se eu não tivesse na mesma onda que eles.
     Axl apesar de tudo, ele é uma pessoa extremamente triste e tenta esconder com aquela mascara de arrogância, Izzy é totalmente misterioso e eu realmente não faço ideia de como ele lida com as coisas, Duff e o Stee só sabem sair para beber e acabar com algumas putas na cama, já eu... — ele suspirou fundo — O que eu sou? Eu tenho a Pandora e a música, meu trabalho de merda e amigos problemáticos, mas fora isso, quem sou eu? Quem é o verdadeiro Saul ? 

  Seus olhos pareciam buscar explicações nos meus, e eu, que por minha vez tentava esconder minha surpresa da melhor forma depois de toda essa confissão, queria de verdade poder ajuda-lo. ]

—  Slas... Saul, sei que você quer ouvir uma solução que eu infelizmente não posso te dar, — respirei fundo e peguei em sua mão, o que foi no impulso e acabou visivelmente o surpreendendo. —  o que posso te oferecer é apoio e um ombro sempre que precisar desabafar. Estamos quebrados e isso é horrível.... Sabe, eu nunca gostei muito da escola, mas na matemática aprendemos que duas metades formam um, se somos dois jarros quebrados, juntos podemos nos ajudar fazendo com que nos tornemos um jarro intacto. 

Sua mão foi se envolvendo ainda mais forte na minha conforme eu ia falando, nossa respiração era calma e espaçada, o clima antes gélido agora se encontrava ameno, mesmo nesse breve silencio já bastava para entender que compreendíamos como ambos estávamos nos sentindo. Seu olhar passeava por todo meu rosto, vez ou outra parava em meus olhos e em seguida descia até meus lábios, eu por minha vez não estava atrás, analisava toda a extensão visível de seu rosto por baixo de todo aquele cabelo, dando uma atenção em especial para sua boca carnuda. 

Sentia lentamente nossos corpos se aproximando como imas, a vontade era quase palpável e por fim cedemos ao desejo repentino. Nossos lábios estavam colados em um beijo ardente e cheio de desejo, sua mão livre foi de encontro a minha cintura me puxando mais para perto de si enquanto a minha ia em direção ao seu emaranhado de cabelo, que ao toque se mostrou-se macio. 

O tempo parecia se prolongar enquanto nossas línguas se mantinham em contato em uma dança que agora era lenta e exitante, precisávamos daquilo mesmo sem saber o motivo, era como se fosse o selo do contrato invisível de sermos a muleta um para o outro em períodos obscuros. 

O que parecia ter durado longos minutos logo se desfez, eu abri os olhos me deparando com um olhar preocupado do Slash para mim, confesso que estava um tanto quanto confusa, o que havíamos feito não era errado de nenhuma forma, então qual o motivo dessa expressão...

— Meu trabalho. Elizabeth, eu definitivamente não posso me atrasar e sinto que já passei do horário... Estarei fodido se chegar muito atrasado novamente. — Ele parecia nervoso e falava tudo muito rápido enquanto se levantava já indo caminhando em direção de onde tínhamos vindo sem olhar para trás ou me esperar. 

Seria essa a estaca zero novamente? Definitivamente esse foi o pior dos gelos que havia levado. 

Pov's Katherine Fletcher 

Quatro dias depois

— Bom dia senhorita Fletcher. — Aquela voz grave que agora eu bem conhecia falava próxima ao meu ouvido. Meus olhos ainda estavam fechados, mas conseguia ouvir muito bem o som dos bips para saber exatamente onde me encontrava. — Se a senhorita não abrir os olhos serei obrigado a te fazer cócegas... Sei que esta acordada. 

— Bo-bom dia. — Abri rapidamente os olhos quando senti sua mão em minha cintura. Seu rosto estava relativamente próximo ao meu e meus olhos no mesmo instante foram de encontro com suas iris, confesso que ficava um pouco confusa, seu olho era lindo, mas eu nunca sabia se eram verdes ou castanhos... 

— Achei que teria de ficar aqui mais uma noite esperando que acordasse... — Ele se sentou na poltrona perto da minha cama.

—  Você está aqui a quanto tempo? — Arregalei os olhos em surpresa. 

— Desde ontem a tarde... Confesso que fiquei preocupado, te ligue centenas de vezes e você não me atendia. Fui a sua casa e você não estava, por fim fui até a Elizabeth e ela me disse que você estava aqui internada. — Me permiti sorrir, Izzy definitivamente era um amor de pessoa, parecia uma providencia divina que havia chegado em minha vida, e confesso que esses pensamentos me fizeram sorrir ainda mais. — O que foi? 

— Não é nada... Eu só fiquei surpresa em te encontrar aqui. Fico feliz que tenha vindo... 

—  Não te deixaria sozinha... Você poderia ter avisado antes de vir, eu teria feito companhia. 

—  Você sabe que não é necessário senhor Stradlin. — Ele fez uma careta de quem iria protestar, mas logo o interrompi — O que te trouxe até aqui tirando sua preocupação? Sei que não foi só isso. 

Pov's Izzy Stradlin 

Dois dias antes da ida ao hospital. 

Claro que uma maconha era sempre bem vinda. Estava sentado no sofá da sala fumando enquanto assistia um jogo de futebol, Steven estava desmaiado no chão de tanta bebida, roncava igual a um trato, já Duff estava jogado na poltrona ao lado com uma latinha de cerveja na mão, estava mais pra lá do que pra cá, eu mal sabia se ele estava realmente assistindo televisão, Axl estava a dias trancado em seu quarto, tinha medo de entrar lá e o encontra-lo em estado de decomposição em cima da cama, claro, o que me deixava aliviado era os constantes sons de coisas quebrando ao serem arremessadas. E por fim Slash que era o orgulho da casa estava trabalhando, diferente de mim que passava outra quarta-feira perdida sem nada produtivo e dinheiro entrando no meu bolso. 

 Não estava afim de um rabo de saia no momento, só queria relaxar e conversar com alguém que tivesse mais coisas na cabeça além de um neurônio. Já havia ligado para a Kathe diversas vezes e ela nunca me atendia, estava ficando curioso, será que ela estava me evitando? E para tirar minhas duvidas fui até sua casa que se encontrava um breu, tudo fechado e sem indicio de vida habitando aquele local.

Estava dividindo minha atenção entre tragadas direcionando os olhos para a televisão e pensando como iria encontrar Katherine. Nesses pensamentos me veio uma ideia repentina, mas logo fui interrompido por um grito grave vindo a porta da frente. Slash estava berrando chamando todos para se reunirem, o coitado do popcorn que estava jogado no chão acordou em um pulo e logo em seguida um Axl mal-humorado desceu as escadas resmungando para que todos ouvissem suas lamurias. 

— O que foi porra. — Duff olhou impaciente para o poodle. — Quem morreu? Porque está gritando desse jeito? 

— Felizmente ou infelizmente ninguém morreu... — ele adentrava a sala esbaforido enquanto balançava um papel em sua mão. —  Tenho uma ótima noticia...

—  Fala logo caralho, para de suspense. — Axl disse ríspido.

— Nós... Nós vamos... — Enquanto ele tomava folego, visivelmente cansado pela correria, aproveitei a deixa. 

 Meus olhos se arregalaram quando peguei o papel de sua mão. Um sorriso tomou conta de meu rosto, finalmente um pouco de ação!