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História Vai sonhando! (Clace) - Twenty


Escrita por: Clacezinho

Capítulo 20 - Twenty



 No domingo, tomaram café da manhã, despediram-se de María e Edoardo, colocaram Louca no carro e decidiram voltar para Milão. Quando pegaram a rodovia, Clarissa, dirigindo, colocou a mão na perna de Jonathan com naturalidade. 
— Obrigada, foram dias maravilhosos. 
— E sem paparazzi. Isso sim que foi incrível. — Ela sorriu e ele confessou: 
— Sinceramente, Clary, aparecer na imprensa nunca foi meu objetivo. Como você deve ter comprovado, quando me veem com uma mulher, todos se apressam em tirar conclusões erradas, começam a falar de namoro, de compromisso, de casamento… Se tivessem visto a gente na casa, pode ter certeza de que já estariam divulgando absurdos. 
— Você se importa tanto?
— Me importo, não gosto que inventem coisas sobre a minha vida e…
 — Mas olha só, Jonathan — interrompeu.
 — Quer você goste ou não, você facilita. 
— Eu?! 
— É, você.
 — Ah, corta essa, Clary. Não entendo como você pode pensar isso de mim. Clarissa fez que sim e acrescentou, ao ver a expressão carrancuda:
 — Você é famoso, ganha uma fortuna, é jogador de primeira linha, o que você acha que os paparazzi deveriam fazer quando te veem sair com tantas mulheres? —
 No mínimo não inventar história.
 — Entendo, mas… 
— Você acha mesmo que devem me julgar por eu sair com mulheres? 
— Não acho, mas repito, você entende o que estou te dizendo.
— Quero entender, mas não consigo. Não gosto que fiquem tentando arrumar namoradas pra mim o tempo todo. As mulheres com quem saio pra jantar, almoçar ou passar um fim de semana não são mais do que simples amigas — respondeu, malhumorado. Clarissa fez que sim e sorriu para ele, mas, por dentro, embora seu coração batesse forte só de ter Jonatha por perto, seu bom senso lhe gritava e sabia que ele tinha razão: precisava se afastar de Jonathan o quanto antes.
No dia 27 de fevereiro, o aniversário de Suhaila foi comemorado na Casa della Nonna. Foi um dia muito feliz para a menina: ela estava completando 7 anos e se sentia uma mocinha. Orgulhosa, Clarissa bateu palmas e tirou fotos enquanto a pequena assoprava as velas do bolo acompanhada do irmão e do resto das crianças. Jonathan ficou sabendo do aniversário no dia seguinte. 
— Mas por que você não me disse nada? — reclamou ele. 
— Jonathan, nunca pensei que o aniversário de uma menina de 7 anos fosse te interessar — respondeu Clarissa, surpresa, sem entender qual era o problema.
— Porra, Clary, era o aniversário da Suhaila! 
— E daí?! 
— A Suhaila é a minha garota! — rebateu sem querer deixar transparecer os sentimentos que aquela criança provocava nele.
 — Ah, bem, o senhor me perdoe! Não sabia que a coisa fosse tão séria. — Riram e ela continuou:
 — Podemos remediar. No sábado à tarde eu dou uma festa na minha casa com a minha família e amigos e lá você pode dar os parabéns a ela. 
— Maravilha, o que posso dar de presente? 
— Sem dúvida alguma um kit de cabeleireiro, ela vai adorar. Jonathan nem pensou a respeito; estava decidido a comparecer. No sábado chegou às três da tarde na casa de Clary para ajudar com os preparativos. Dez minutos depois, um homem veio trazer um tanque de gás e disse, antes de ir embora: 
— Clary, quando acabar, me ligue que venho buscar, está bem?
Ela fez que sim e, quando ficou a sós com Jonathan, explicou: 
— É o Rosendo. Ele tem uma loja de doces aqui perto e pedi o tanque pra encher as bolas. Penduraram os enfeites em meio a risadas e, quando terminaram, começaram a encher as bexigas. Clarissa colocou na boca uma das que tinha acabado de encher, sugou um pouco e disse com uma voz igualzinha ao do Pato Donald:
 — Que tal a minha voz? Sexy, não acha? Jonathan deu uma gargalhada e ela continuou com voz estridente: 
— Você me comeria agora? Jonathan soltou a bexiga que tinha nas mãos, pegou Clarissa no colo e enquanto caminhava até o quarto, cochichou, provocando seu riso estrondoso:
 — Como você… do jeito que for. 
— Uooou… — riu Clarissa. Jogou-a na cama, tirou a camiseta cinza que vestia e quando ela abriu os braços para recebê-lo, se jogou sobre seu corpo de forma cômica. Risadas, beijos, abraços e roupas por todos os lados. Necessitavam fazer amor com urgência, queimavam de desejo um pelo outro, mas a campainha tocou na hora H. Entreolharam-se. A campainha voltou a tocar, e instantes depois, ouviram a porta se abrir.
 — Clary, querida, está em casa? 
— Smurfette? 
— Caraca, meus pais! Mas que horas são? — sussurrou Clarissa, levantando-se às pressas. Os dois se vestiram depressa enquanto Clarissa gritava: 
— Um segundo, já vamos! Jonathan soltou um palavrão. Teria dado qualquer coisa para que Norton não os pegasse no flagra. Dois minutos depois, quando saíram do quarto, assim que o viu, Jonathan soube exatamente o que ele pensava. A mãe de Clarissa o cumprimentou com um grande sorriso. Imaginou que aquele deveria ser o homem que deixava sua filha tão ocupada. Via sua menina feliz e isso era a única coisa que importava.
Porém, ao se concentrar no marido, não gostou da expressão que viu em seu rosto. Juntos, os quatro terminaram os preparativos para a festa de Suhaila. Clarissa e sua mãe conversavam sem parar enquanto Jonathan e o pai dela mal trocavam uma palavra. A tensão entre eles era evidente. Às cinco da tarde a campainha começou a tocar repetidas vezes. A maioria das pessoas se surpreendeu ao ver o jogador ali, embora imaginassem que era um convidado do pai de Clarissa. A campainha não parou de tocar até que a casa se encheu de adultos e, principalmente, de crianças. Rachel, muito contente, fazia questão de que todos tivessem algo para beber, enquanto Norton batia papo amigavelmente com o resto dos convidados. Com todos, exceto Jonathan, algo que não passou despercebido para Clarissa.
 Às seis da tarde, a campainha voltou a tocar: era Antonella com Suhaila e Israel. A menina entrou na casa e ficou louca de felicidade quando todos gritaram “Parabéns!”. Israel abraçou Jonathan assim que o viu, apertou sua mão como se fossem velhos amigos e não se afastou mais dele. Nervosa, Suhaila beijou a todos e, quando chegou à Clarissa, abraçou-a de tal maneira, agarrando-a por um longo tempo, que todos ficaram arrepiados. Aquilo era adoração. Também ficou muito entusiasmada ao ver Jonathan, arregalando os olhos ao máximo e se atirando em seus braços. Ele a pegou no colo, comovido por aquela demonstração de carinho. 
— Como está minha garota aniversariante? 
— Contente… já tenho 7 anos! — confessou, toda orgulhosa. 
— Parabéns, linda! 
— Obrigada! — gritou ela feliz, agarrando-se com força ao pescoço dele. Clarissa e Israel se aproximaram deles e a criança disse algo que fez os quatro rirem ao mesmo tempo. Emocionada, Rachel disse para o marido:
— Que casal lindo eles formam, não acha? O técnico respondeu coçando a cabeça:
 — Não acho nada. Rachel sabia o que não abandonava a cabeça do marido, por isso chegou mais perto e o repreendeu: 
— John Norton, eu te conheço e sei o que está pensando. 
— Sabe, é? Que surpresa! Em resposta à ironia, ela o beliscou no braço e ele se afastou.
 — Rachel, pelo amor de Deus, se não gosto… não gosto, mulher. Esse homem está todos os dias nas revistas, e todo dia com uma mulher diferente. Não quero algo assim pra minha filha. Sem se surpreender, ela continuou, olhando fixo para ele: 
— Esse homem é um bom moço. 
— E um mulherengo. 
— Ora, como você. Norton se virou para ela perplexo e respondeu, ofendido:
— Isso foi há anos, antes de te conhecer. Por que está dizendo isso agora, Rachel? Muito satisfeita com a resposta, Rachel o agarrou pelo braço. 
— Eu sei, Grande Chefe… eu sei — murmurou, sorrindo. 
— Por acaso não se lembra do que diziam sobre você quando tinha a idade dele? Se eu tivesse levado em consideração tudo o que falavam do Exterminador, não estaria aqui agora. Lembre-se que eles inventavam… 
— Rachel… 
— Esse jogador é como você, tem tudo: mulheres, dinheiro e sucesso, mas analise o olhar dele e preste atenção em como ele olha para a Clary. Ele a olha como você me olhava quando me conheceu e se apaixonou por mim. — Norton olhou para Rachel, que prosseguiu:
 — Não seja tão crítico com o que a imprensa diz sobre ele e veja você mesmo o carinho que tem pela nossa filha, assim você vai perceber a verdade. Portanto, pare de pegar no pé dele e seja gentil com o moço.
Norton ficou pensativo. Sua esposa costumava acertar nos assuntos do coração, mas mesmo assim, era muito difícil dar o braço a torcer. Clarissa era importante demais para ele. Dez minutos depois, todos estavam comendo sanduíches, salgadinhos de queijo e batatas fritas, regados a litros de Coca-Cola e suco de laranja. Depois de cortar o bolo, os convidados começaram a entregar os presentes a Suhaila, que estava tão feliz, que não conseguia parar de saltitar. Aquela era sua festa e ela estava contente, muito contente. Em um dado momento, Norton se aproximou de Jonathan e começou a conversar: 
— Minha filha está feliz, obrigado! O jogador fez menção de responder, mas o técnico continuou: 
— Mas você não está à altura do que ela precisa. Sei que essa felicidade durará pouco e não exatamente porque ela não goste de você. Você está agindo mal, rapaz, muito mal.
Dito isso, se afastou e deixou Jonathan sem saber como reagir. Queria conversar com Norton, mas sabia que não era nem o momento, nem o lugar. Era melhor deixar aquela conversa para outro dia. Assim que terminaram de entregar os presentes, Clarissa colocou música e a voz de Elvis Presley cantando One-Sided Love Affair começou a ressoar. Ela deu uma piscadinha para Jonathan, que devolveu o sinal com um sorriso, e se aproximou do pai. 
— Grande Chefe, dança comigo a nossa música? Norton sorriu e, surpreendendo os convidados, tirou a jaqueta e começou a dançar com a filha um rock and roll que deixou a todos perplexos. Rachel aplaudia, adorando ver seu marido e sua filha dançarem, sem perder o ritmo. No fim, todos aplaudiram e Norton beijou a filha. 
— Te amo, Smurfette — sussurrou. 
— Eu também te amo, papai. Os convidados dançaram ao som de Elvis durante horas até que, por volta das nove e meia, a festa acabou. Suhaila pediu para dormir na casa de Clarissa, que fez a surpresa de permitir que ela ficasse. Norton e a esposa levaram Israel para a Casa della Nonna. O menino preferia voltar, pois na manhã seguinte tinha marcado de jogar futebol com colegas do colégio. Naquela noite, quando finalmente conseguiram fazer Suhaila dormir, Jonathan e Clarissa se esticaram no sofá da sala, esgotados, e ele disse de uma vez, sem conseguir aguentar nem um segundo mais: 
— Por que seu pai acha que não estou à altura do que você precisa? Sem palavras, Clarissa tentou aparentar normalidade e o beijou quando sentou em seu colo. 
— Sabe, príncipe?
 — O que foi, atacadinha? Passeando a boca pelos lábios dele, ela sussurrou: 
— Eu te comeria agora mesmo. 
— Então me come — respondeu Jonathan, esquecendo-se de sua pergunta e soltando um gemido de prazer.
Na manhã seguinte, enquanto Jonathan dormia placidamente na cama e Clarissa tomava uma chuveirada, Suhaila acordou e deu de cara com o jogador. Jonathan sorriu ao abrir um dos olhos e ver a menina, que já estava se enrolando no lençol. 
— Por que você está dormindo na cama da Clary ? 
— Ficou tarde e decidi ficar pra dormir aqui. 
— E por que não dormiu no outro quarto vazio? 
— Porque preferi dormir neste — respondeu sem saber realmente o que dizer. Suhaila tocou o cabelo dele com jeito infantil e insistiu: 
— Os namorados dormem com as namoradas. Você é namorado da Clary?
— Não. 
— E por que dorme com ela? 
— Porque fiquei com muito frio à noite — respondeu Clarissa, saindo do banheiro 
— e pedi pra ele dormir comigo. Vamos, Jonathan, levanta. Já pro chuveiro! O jogador desapareceu de imediato para que a menina não lhe fizesse mais perguntas. Assim que ficaram sozinhas, Clarissa tentou se explicar: 
— Escute, querida. Jonathan não é meu namorado, mas às vezes gostamos de dormir juntos porque eu… 
— Porque você gosta dele? Clarissa pensou. Na realidade, não podia dizer a uma criança que dormia com alguém sem gostar da pessoa, por isso baixou a voz para continuar.
 — Claro que sim… mas não conte pra ele, isso vai ser nosso segredo, tá? 
— Você gosta dele daqui até o infinito e mais além? Aquela frase era uma brincadeira que seu pai tinha começado com ela quando, assustada, tinha que ir ao hospital. Agora Clarissa a usava com Suhaila, que olhava para ela à espera de uma resposta. 
— É você que amo daqui até o infinito e mais além, bruxinha. 
— Mas no dia que o Israel ficou doente com tosse e dormimos todos juntos na cama, você disse que na sua cama só dormiam as pessoas que você amava daqui até o infinito e mais além, por isso acho que você gosta do Jonathan desse jeito, mesmo que não fale. Clarissa ficou sem palavras e tentou cortar o assunto com um sussurro: 
— Acho que você é uma bruxona. 
— Você uma vez me disse que as bruxas sabiam de tudo, não disse? Clarissa deu uma grande risada e Suhaila a abraçou. 
— Quando você for a minha mamãe, vai me amar ainda mais. Clarissa olhou para ela, emocionada, e sussurrou, afastando o cabelo dos olhos da menina:
— Acho que é impossível te amar mais do que já amo. — E acrescentou, dando um beijo em sua cabeça: 
— Agora vamos… vá se vestir que vamos tomar café da manhã. Suhaila, contente de ter um segredo com Clarissa, saiu do quarto sem dizer mais nada. Quando Jonathan terminou de tomar banho, vestiu a roupa depressa e foi até a cozinha, onde Clarissa e Suhaila estavam tomando café. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a menina se dirigiu a ele: 
— Você gosta de biscoito com Nutella? Sentando-se junto dela, Jonathan pegou o biscoito que ela oferecia e deu uma mordida com gosto. 
— Hummm… adoro. Achando graça, Clarissa serviu-lhe um café. Quando ele terminou, a menina passou a mão em seu cabelo ainda úmido e propôs: 
— Posso fazer um penteado com o kit de cabeleireiro que você me deu de presente? 
— Claro que sim, linda.
Uma hora depois, os três estavam na sala em paz e harmonia. Clarissa e Jonathan estavam lendo jornal enquanto a menina continuava penteando o jogador. De repente, Jonathan sentiu um pequeno puxão e gritou apalpando a cabeça: 
— Mas o que você fez? Totalmente desconcertada quando viu o que tinha acontecido, Clarissa deixou escapar uma gargalhada. Suhaila estava com a tesoura em uma das mãos e na outra… um tufo de cabelo. 
— Caramba, Jonathan! Seu cabelo! — riu Clarissa. O jogador se levantou rapidamente e foi até o espelho. Ficou horrorizado de ver seu querido cabelo todo picotado. 
— Pelo amor de Deus! — gritou. 
— Por que você cortou meu cabelo? 
— Foi sem querer — sussurrou assustada a menina. 
— Sem querer? Porra, Suhaila…! O tom severo de Jonathan e a expressão em seu rosto deixaram a menina muda. Clarissa foi até ela depressa e tirou as tesouras de suas mãos enquanto Jonathan gritava como um louco. 
— Droga… droga… droga! 
— Calma, Jonathan — Clarissa tentou colocar panos quentes. Ele estava perdendo a cabeça e ela sabia que, quando Jonathan a perdia, ficava insuportável.
 — Chega, acho que você está passando dos limites. 
— Como assim estou passando dos limites? 
— Jonathan, chega!
 — Porra! A menina cortou meu cabelo, você ri e ainda tem a cara de pau de me dizer que estou passando dos limites!? Clarissa entendia a irritação, mas ao ver a cara da menina pediu tranquilidade com o olhar. 
— Não se preocupe, a gente arruma. 
— O que você pretende? Colar meu cabelo com cola? 
— Jonathan… respira e pensa, por favor. Mas ele continuava fazendo uma tempestade em um copo d’água.
— Porra… tenho um comercial pra gravar daqui a três dias, como vou aparecer com esse cabelo picotado?
 — Jonathan… não exagere, não é pra tanto! 
— Como não é pra tanto? — gritou, com o chumaço de cabelo na mão. Clarissa o encarou. Ele tinha perdido a cabeça, estava irracional.
 — Me desculpa… eu… — Suhaila sussurrou. 
— Cala a boca, Suhaila! Agora é melhor você ficar de bico calado — repreendeu, furioso.
 — Não fale assim com a menina — berrou Clarissa, com cara de poucos amigos. Enfezado, ele continuou se olhando no espelho, e voltou a gritar: 
— Mas você viu o que ela fez comigo? Ela via e via muito bem, mas ele estava exagerando. Para acalmar os ânimos, propôs:
 — Tenho um amigo cabeleireiro e… 
— Seu amigo não serve — protestou Jonathan. — Tenho minha própria cabeleireira.
— Perdão, senhor, não está aqui quem falou — respondeu com irritação. 
— Sou uma boba… — murmurou a menina. Ouvindo aquilo, Clarissa sentou ao lado de Suhaila e passou a mão por sua cabeça para tranquilizá-la.
 — Não, querida, você não é boba, foi um acidente e isso acontece com qualquer um, não é, Jonathan? Mas ele não ouvia. Só se preocupava com seu cabelo e, sem responder, pegou o celular, discou um número e segundos depois, o ouviram dizer: 
— Oi, bella! Você pode aparecer lá em casa daqui a uma hora? Quando desligou, Clarissa tinha vontade de lhe dar um chute na bunda. Que insensível! O cabelo arruinado era visível, mas dava para disfarçar com um corte diferente. Suhaila não desviava os olhos muito arregalados, espantada de ver Jonathan tão transtornado. E quando ele foi embora batendo a porta, sem se despedir, ela disse entre soluços:
— Sou uma boba e agora o Jonathan… ele… Clarissa, vendo aquela tristeza toda, ficou desesperada e tentou consolar a menina no colo. 
— Não foi nada, querida, não é grave, essas coisas acontecem. Já, já você vai ver como… 
— Mas eu não achei que a tesoura cortasse tanto e agora o Jonathan ficou bravo com a gente e eu não quero que ele fique bravo.
 — Não se preocupe, isso passa, você vai ver. E quanto a… Mas não conseguiu acabar a frase. A campainha tocou e Clarissa se levantou com a criança aconchegada em seu pescoço. Abriu a porta e ficou sem palavras ao ver Jonathan. Entenderam-se sem necessidade de falar: o rosto dele dizia tudo, e ela suspirou aliviada. Envergonhado pelo show que tinha dado, ele tocou no ombro da menina para que ela o olhasse. Quando ela reagiu, ele viu sua carinha triste e seus olhos cheios de lágrimas. Sentiu um aperto no coração: era um completo idiota.
Durante uma fração de segundo, nenhum dos três disse nada, apenas se olharam. 
— Vocês me perdoam por eu ter me comportado como um bobo? — perguntou Jonathan, por fim. Suhaila olhou para Clarissa, que, apesar da quantidade de coisas que teria gostado de dizer, pediu: 
— Diga você, querida. Suhaila piscou várias vezes, secou as lágrimas e começou a se justificar: 
— Eu estava brincando, não sabia que a tesoura cortava de verdade, pensei que era de brincadeirinha. Me perdoa, por favor. Sua voz e sua tristeza em dizer aquilo fizeram Jonathan pegar a menina no colo e a abraçar. Ele a beijou no rosto. 
— Está perdoada, linda, claro que está perdoada, mas agora preciso saber se você me perdoa. Eu não tinha que ter ficado bravo e muito menos ter gritado. Nem com você, nem com a Clarissa.
Durante uns minutos, Jonathan se esqueceu do mundo e se concentrou na criança. Ela era a única coisa que importava naquele momento. Finalmente, a menina sorriu e respondeu:
 — Eu te perdoo. 
— Obrigada, linda. 
— Você é o meu garoto e gosto muito de você. 
— Pra mim é muito importante que minha garota me perdoe. Muito importante . murmurou, emocionado ao sentir o carinho que a criança tinha por ele. Abraçaram-se e, quando se separaram, a pequena olhou para Clarissa. 
— Você também perdoa o Jonathan, né, Clary? Ela, que tinha permanecido muda enquanto os dois trocavam carinhos, não pôde evitar e se aproximou, para que Jonathan a abraçasse também. 
— Claro, mas só se o Jonathan prometer que nunca mais vai falar assim com a gente.
 — Prometo — afirmou o jogador.



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