História Vampiros - Prólogo

No breve instante em que uma nuvem escura cobriu o sol fraco da tarde nublada, senti a leve brisa vinda do mar acariciar meu rosto como se o beijasse. Fechei os olhos, deixando que apenas o som das ondas fortes se colidindo brutalmente com as rochas preenchesse meus ouvidos. 

A sensação de liberdade era mesclada com a insegurança, ambas devido ao fato de estar na beira de um penhasco, livre para sentir o vento abraçar meu corpo como para despencar de uma altura superior a um prédio de trinta andares.

De repente um barulho pesado cortou o ar e me vez abrir os olhos num pulo assustado. O estrondo inesperado vinha das duas estatuas de gelo a metros de mim. Calmamente girei o corpo e fitei impassível os dois homens de pele pálida e vestes pretas que me lançavam um tristonho olhar de angustia e desespero.

Minha atenção agora pertencia a Sansone Sthokord, o mesmo vampiro que possuía meu coração apaixonado. Quanto ao Lord Bartholomeu, evitei o máximo que pude olhar em sua direção, pois ele não merecia mais nada mim se não minha revolta.

Sansone se colocou de pé numa velocidade impressionante até mesmo para uma criatura como tal e se pôs a caminhar na minha direção motivado pela certeza de que ficaríamos juntos eternamente, porém o Lord fora tão veloz quanto e, se colocando entre mim e meu amor, sorriu cinicamente.

Eu havia, após muito custo, tomado minha decisão na expectativa de que o pesadelo terminasse, porém ele só estaria começando.

O Lord Bartholomeu sabia que merecia ser chicoteado pela eternidade pelas várias vezes que jurou seu amor a mim e mesmo assim tentou beber todo meu sangue até a última gota, mas ignorando a punição merecida, ele continuaria vivendo na loucura sem saber ao certo se me queria em sua cama ou gelada a sete palmos abaixo da terra.

Sansone bufou pesadamente e encarou o rival com um olhar impiedoso. A guerra que jurei encerrar com minha decisão estava apenas começando e lamentavelmente meu inimigo era alguém que eu, em parte, desejava.