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História Vazio - Dê-me o que eu quero


Escrita por: ChisanaRumiko

Notas do Autor


GALERA VOLTEEEI <3
Desnecessário dizer o quão culpada eu me sinto por abandonar vcs nesses 3 dias TT----------TT
Mas n se preocupem, vou manter o ritmo a partir de agora, só que postarei um cap a cada 2 dias (pq eu vou ter que estudar e tals... psé :/)
Vou ajeitar os outros capítulos agora, então caso queiram lê-los mais ajeitadinhos, é só passar lá :3
EU NÃO ESQUECI DA PLAYLIST, é só que eu estava num lugar que mal dava para postar um capítulo, quem dirá abrir o youtube :P
Mas já tem umas 10 músicas que eu já ouvi e não saem da minha cabeça <3

ENFIIIIM, gostaria de dizer que estou muito orgulhosa desse capítulo. Sério, foi muito divertido escrevê-lo <333
Espero que gostem tanto quanto eu xD
Boa leitura!

Capítulo 21 - Dê-me o que eu quero


— Eren, você vem com a gente? — perguntou Connie assim que Eren terminou a ligação.

Sasha já estava no balcão comprando as fichas, e precisava saber se ele ia ficar ou ir.

— Cara, sabe o que é? — Eren passou a mão pela nuca. — É que eu lembrei que já tinha uns planos...

— Mas nós estaríamos na aula agora, se não fosse a suspensão — comentou Sasha, cruzando os braços. — Você tinha planos para quê?

Maldita hora para você usar a cabeça, Sasha!, Eren praguejou mentalmente.

— Minha mãe pediu para eu comprar umas coisas para ela — ele mentiu —, e pensei que seria melhor se eu já me livrasse dessa tarefa de uma vez.

— Ah, por que não deixa para depois? — murmurou Connie.

— Porque eu estou me sentindo um pouco culpado pela suspensão...

— Hm, isso eu entendo — admitiu Sasha.

— Você nunca recusou passar a tarde no fliperama... — disse Connie, emburrado.

— Eu sei, mas desta vez eu realmente vou ter que recusar — desculpou-se Eren. — Vejo vocês amanhã!

Connie e Sasha também se despediram e logo depois correram para dentro do fliperama, provavelmente para algum arcade de Street Fight — o favorito deles.

— Ei, Eren. — Hannes o chamou do balcão, onde observava a tudo. — Está tudo bem com você?

— Está, está sim, por quê? — respondeu, tudo de uma vez só.

Hannes cerrou os olhos para ele. Eren já era um péssimo mentiroso, e quando mentia para alguém que o conhecia desde o berço... Realmente, era quase impossível ter sucesso.

— Como está sua mãe? — perguntou, imaginando se Carla realmente tinha algo a ver com a pressa do garoto. Hannes pôde perceber um leve arquear de sobrancelhas do garoto. — Eren?

— Minha mãe não está muito bem — confessou Eren. — Ela... está passando por alguns problemas.

— O que aconteceu com Carla? — quis saber, abandonando completamente sua postura desleixada de sempre para ganhar um ar de preocupado.

— Não se preocupe, não é nada sério como a saúde dela ou essas coisas. — Eren balançou as mãos, pedindo para que Hannes se acalmasse. — É só uns negócios de família mesmo, nada novo.

— Sei... — Hannes ainda desconfiava muito daquela história. — E seu pai?

Eren sentiu o sangue gelar só de escutar o pai ser mencionado na conversa.

— O que tem ele? — disse seco.

— Como assim, “o que tem ele”? — respondeu Hannes, irritando-se. — Como aquele idiota...

Hannes interrompeu-se assim que percebeu que estava ofendendo o pai do garoto. Geralmente, era nessa hora que Eren deixava o sangue ferver e partia para uma discussão com ele, mas desta vez o garoto permaneceu calado, com uma expressão irritadiça. Extremamente incomum.

— Sabe, Hannes-san, eu adoraria continuar conversando — Eren falava com a voz fria, sem emoção —, mas realmente preciso ir.

— Eren...

— A gente se vê depois — disse fazendo um rápido cumprimento com a cabeça e partindo rua afora, virando na primeira esquina.

Tinha algo de muito estranho naquela história. Principalmente, por causa da súbita mudança de atitude de Eren assim que Hannes citou seu pai. E isso sem falar que Eren havia sido suspenso do colégio, e nem teve a oportunidade de perguntar como isso aconteceu...

O telefone de Hannes nunca pareceu tão convidativo, implorando para que ele discasse o número de Carla.

 

 

Levi não estava muito longe do fliperama. Trajava ainda as roupas do trabalho, pois planejava tomar um banho assim que voltasse para casa. No fundo, sentia-se um pouco culpado por estar saindo com o namorado — sim, namorado — ao invés de estar trabalhando com os documentos que trouxera da agência, mas... Sinceramente? Estava tão estressado e com a cabeça tão cheia de problemas que, talvez, relaxar um pouco com o seu pirralho não fosse uma má ideia.

Estava tão distraído em pensamentos que mal notou a figura de Eren andando do lado direito da calçada, com uma expressão bem nervosa. Levi fez a moto parar no mesmo instante, deixando que o pneu traseiro deslizasse um pouco pelo asfalto, fazendo-o girar e mudar de direção. Eren fez uma pausa para ver do que se tratava e, assim que reconheceu a moto de Levi, deixou a carranca de lado e abriu um sorriso. Levi tirou o capacete, passando a mão pelos cabelos logo em seguida, enquanto Eren vinha radiante ao seu encontro.

— Pensei que era para nos encontramos no fliperama — comentou Levi, no mesmo tom monótono de sempre.

Eren não o respondeu de imediato; primeiro segurou seu rosto com as duas mãos, como se fosse um objeto precioso, e o beijou com ternura e paixão. Foi algo tão rápido e sutil que Levi sequer teve tempo de retribuir.

— Mudei de ideia — disse Eren, ainda a centímetros do rosto do namorado. — Eu estou com fome, e você?

— Ainda são dez da manhã — respondeu, como se aquilo dissesse tudo.

— Daqui que a gente chegue até a comida, já terá passado de meio dia.

Levi sorriu e revirou os olhos.

— Alguém já te disse que você tem problema de ansiedade? — brincou Levi.

— Admito que não sou muito paciente. — Eren deu de ombros e sorriu. — E aí, vamos comer o quê?

— Eu não sou muito de sair para restaurantes — admitiu Levi. — Se tiver algum lugar em mente, pode dizer.

— Ah, entendi... — Eren lembrou-se de que Levi era extremamente neurótico com limpeza, e provavelmente não gostaria de comer em um lugar tão público como um restaurante. — Você é do tipo que prefere comer em casa?

Levi deu um riso contido, e balançou a cabeça.

— Não posso me dar ao luxo de comer em casa, pirralho.

Lá vai você e esse pirralho... — murmurou Eren, revirando os olhos. — Então você come aonde?

— Aonde der.

— Isso não ajuda muito.

— Não disse que era para ajudar.

— Ah, está bem... — murmurou Eren, passando a mão pelos cabelos. — Vamos para sua casa, eu esquento qualquer comida congelada e...

— Eren — Levi o chamou, fazendo-o calar-se automaticamente. — Não tem nenhuma comida congelada, eu nunca almoço em casa.

Aquilo foi uma surpresa para Eren.

— Nem nos finais de semana? — perguntou, e como resposta teve um balançar de cabeça, indicando que não.

— Eu, na verdade, sou péssimo cozinhando. A menos que você considere fritar ovos como comida de verdade, porque aí eu sou muito bom.

— Aham... Você é bom com linguiça também? — Eren não conseguiu se segurar e desabou a rir, acompanhado de Levi.

— Você é desprezível — comentou Levi, assim que Eren recuperou o fôlego.

— Sério, pensei que você era uma perfeita dona de casa...

Hã? — Levi cerrou os olhos de uma forma que seria ameaçadora, se o clima não estivesse tão descontraído entre os dois.

— Tive uma ideia — anunciou, ignorando completamente a tentativa de intimidá-lo de Levi. — Tem como você passar rapidinho no mercado?

— Mercado? — Levi arqueou uma sobrancelha. — O que planeja fazer?

Eren aproximou-se, deu um rápido selinho e sorriu para ele, um sorriso travesso e divertido.

— Isso será uma surpresa — disse Eren enquanto roubava o capacete das mãos de Levi.

— Eu não sou muito do tipo que gosta de surpresas...

— Deixe de ser estraga prazeres e vá para o mercado de uma vez —resmungou Eren.

Levi revirou os olhos, mas não pôde deixar de sorrir também. A animação de Eren era contagiante, e lá no fundo Levi sabia que estava enganado: gostava sim de surpresas, contanto que fossem boas.

Eren montou na moto com casualidade, sem metade do acanhamento que mostrara nas primeiras vezes, o que fez Levi sorrir mais ainda. Eren passou ambos os braços pela cintura do namorado e comprimiu seu corpo com o dele propositalmente, arrancando um suspiro de Levi.

— O que está esperando, Levi-san? — perguntou Eren, provocante.

— Você tomar vergonha na cara — respondeu rindo.

Antes que Eren pudesse fazer qualquer comentário de volta, Levi girou a manopla do acelerador e deixou a moto rugir. Não demorou muito para que ganhassem velocidade e praticamente voassem pelo asfalto. Não havia necessidade nenhuma de correr daquela forma, exceto pela vontade de tirar o fôlego do garoto, que perdia a conta de quantas vezes achou que ia cair da moto.

O mercado que Levi escolheu era um pequeno, bom mercadinho de bairro mesmo, e ficava perto de sua casa — somente a três quarteirões de distância. Claro que Eren pediu para entrar sozinho, justamente para que Levi não visse o que estava comprando e estragasse a surpresa. Levi esperava que Eren estivesse comprando algumas besteiras, como salgadinho ou pizza congelada, então se surpreendeu quando viu que ele trazia consigo duas sacolas plásticas de compra.

— Estou começando a me arrepender de ter te deixado fazer a surpresa — disse Levi assim que o garoto se aproximou para subir na moto.

— Duvido que ache isso quando estiver terminado — respondeu Eren, confiante do que estava fazendo.

Na pior das hipóteses, podemos pedir comida, pensou Levi. O que importava era tê-lo ali consigo, nada mais.

Quando chegaram em casa, a primeira coisa que Eren fez foi correr para a cozinha e já ir se preparando para acomodar-se em seu território. Levi o seguiu logo após arrumar a bagunça que Eren deixou na porta com os sapatos e depois com os sacos plásticos, que voaram de cima do balcão assim que ele tirou o conteúdo de dentro.

— O que pensa que está fazendo? — perguntou assim que Levi puxou um dos bancos do balcão para sentar-se.

— Estou garantindo que você não deixará minha cozinha caótica — respondeu Levi, como se aquilo fosse óbvio. — Eu não sou muito fã de cozinhar, mas essa ainda é a minha cozinha e eu quero ela perfeitamente arrumada.

Eren revirou os olhos.

— Não se preocupe, eu vou arrumar tudo que bagunçar — prometeu Enre.

— Não acha mais fácil deixar que eu simplesmente te guie, dizendo onde fica cada coisa, para que depois você não saia procurando que nem um louco e desarrume tudo?

— Eu separo tudo que vou precisar antes de cozinhar, justamente para que isso não aconteça — respondeu Eren, com impaciência. — E você sabe que eu sou bom com limpeza. Não estou no seu nível, mas posso deixar a cozinha arrumada.

Levi ainda não estava muito confortável com aquilo. Uma coisa era Eren arrumando a casa sob sua supervisão, outra coisa era ele cozinhando completamente sozinho.

— Por que você não toma um banho, troca de roupa, relaxa um pouco...? —sugeriu Eren, desviando do assunto.

Tsc... — Levi olhou bem nos olhos de Eren e acabou cedendo para aquele esmeralda cintilante. — Vê se arruma direito, viu?

— Pode deixar — respondeu Eren, animado de novo.

Dando um voto de confiança, Levi entrou pelo corredor sem sequer dar uma espiada nas compras de Eren em cima da bancada da pia. Queria ver se o garoto podia surpreendê-lo mais do que já tinha feito até agora. Ao passar pela porta do quartinho que havia se transformado em seu escritório extra, tratou de trancá-la e guardar a chave. Eren não precisava bisbilhotar aquele quarto... Muito menos o outro. Seria um choque muito grande para ele. Levi balançou a cabeça, espantando as ideias absurdas que começou a ter quando imaginou o que Eren faria ao entrar ali.

Ao chegar no quarto, deixou o celular e a carteira em cima de uma das cômodas e foi direto para o banheiro. Geralmente, gostava de tomar banhos rápidos, principalmente porque não gostava de perder tempo, mas sentiu que, naquele momento, não havia necessidade para pressa. Até porque Eren devia estar se enrolando todo na cozinha — deveria demorar mais de meia hora para que ele terminasse o que quer que estivesse fazendo.

Sendo assim, deixou-se ter o luxo de aproveitar um banho mais demorado, e depois trocou de roupa sem pressa. Depois de vestir-se com uma camiseta fresca e uma calça no estilo moletom, deitou-se na cama de barriga para cima e fechou os olhos por alguns segundos. Não tinha percebido que fazia meses desde a última vez que ele tirara alguns dias de folga.

Tudo bem, aquilo não era exatamente “folga”, mas ainda assim era um precioso tempo para que pudesse descansar um pouco. Somente voltou a abrir os olhos quando sentiu a cama sacudir devido ao pulo de Eren ao seu lado.

— Dizem que pessoas mais velhas dormem na primeira oportunidade que encontram — seu tom era de gozação —, nunca pensei que isso fosse verdade.

Quem você está chamando de velho? — murmurou Levi, sentando-se na beira da cama.

— Terminei — anunciou Eren, num misto de expectativa e empolgação. — Você não tem nenhuma alergia ou intolerância a algum alimento, não é?

— E é agora que você me pergunta isso? — resmungou Levi, mas amansou assim que viu os olhos brilhantes de Eren. — Não, eu não tenho nada do tipo.

— Perfeito! — Eren levantou-se num pulo e puxou Levi junto, segurando-o pelo pulso.

O que o fez lembrar...

— Eren, como estão os seus pulsos?

O garoto parou de andar no mesmo instante. Respondeu sem nem mesmo virar-se para olhá-lo:

— Estão ótimos, agora vamos...

— Por isso você está usando esse casaco sem nem mesmo estar frio?

Eren encolheu os ombros e soltou o pulso de Levi. Passou a mão na nuca e suspirou lentamente.

— Eu não ligo, tenho certeza de que... — Eren começou a dizer, mas um puxão pelo braço direito, fazendo-o girar, o interrompeu. Levi o fez ficar cara a cara com ele, numa proximidade um tanto íntima.

— Eu ligo — foi tudo que precisou dizer para que Eren arregalasse os olhos e relaxasse um pouco. — Mas cuidarei disso depois, a comida ou o que quer que você tenha feito irá esfriar.

Eren abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Não é qualquer comida... — disse, levantando o indicador para Levi e andando de costas até o final do corredor. —... É um käsespätzle!

— Mas que porra é essa? — Levi não conseguiu conter o xingamento, o que fez Eren rir.

— Tenho certeza de que vai gostar, todo mundo ama esse prato.

— Quem você chama de “todo mundo”? — disse Levi, imaginando só pelo nome que porcaria Eren tinha feito.

— Hm... minha família? — respondeu, sem pensar muito. — Ah, e Mikasa também.

Os olhos de Levi se acenderam ao ouvir um nome feminino.

— Mikasa? — disse cuidadosamente. — Sua ex?

— Ex? — Eren não aguentou e caiu na risada. — Nunca!

— É que você falou o nome dela separado do grupo “família”, aí eu pensei... — Levi começou a se justificar, mas parou assim que viu Eren balançando uma mão para ele.

— Mikasa é uma amiga de infância, quase que uma irmã para mim... Nunca que eu teria algo a mais com ela — explicou, já entrando pela cozinha. — Agora vá sentar-se em um dos bancos do balcão, que eu irei te servir.

— Só quero ver no que esse “kasepato” vai dar... — murmurou Levi.

— Käsespätzle — Eren o corrigiu.

— Que seja — resmungou. Assim que passou pela frente da entrada da cozinha, fez uma rápida analisada do estado em que estava, calculando o trabalho que ia dar para arrumar. — Até que você não fez muita bagunça...

— Claro que não, eu sei o que estou fazendo — retrucou Eren, orgulhoso.

Levi pensou em responder algo, mas preferiu por deixar para depois que comesse. Assim que chegou à sala, sentiu o cheiro maravilhoso de macarrão com queijo: bom sinal.

— Hm... Ao menos o cheiro está bom.

— Não é? — disse Eren, completamente presunçoso e cheio de si. — Espera para ver o gosto.

Agora, sim, Eren conseguiu surpreender Levi. O nome do prato poderia ser estranho, mas não podia negar que aquele cheiro o fazia ter água na boca. Principalmente porque era muito raro Levi comer comida caseira — ou melhor, comer comida normal. Sempre comia em qualquer lanchonete que encontrava pelo caminho, eu até mesmo no Subway, pois era o único fast food que o mostrava o que estava colocando no sanduíche, ao invés de simplesmente montar um hambúrguer melequento que Deus sabe o que tem dentro.

Sim, Levi sentia falta de uma comida boa.

Eren cuidadosamente tirou uma travessa de vidro de dentro do forno, com o auxílio de uma luva de cozinha, e a pôs em cima da bancada ao lado da pia. Se Levi se espreitar-se um pouco por cima do balcão — malditos 1,60m —, podia ver o que estava dentro da travessa: um macarrão fusilli coberto por queijo, com algumas folhas de salsa e manjericão e outros temperos que Levi não conseguiu identificar de imediato.

— Tecnicamente, isso não é o käsespätzle que eu e minha mãe costumamos fazer... — lamentou Eren. — A massa tem que ser caseira, e geralmente colocamos um pouco de...

O garoto parou de falar assim que viu a reação de Levi. Ele estava com os olhos cintilantes, como se o que Eren tivesse feito fosse algo incrível. Não dava para evitar deixar o ego crescer um pouco.

— Você sabe mesmo cozinhar... — murmurou Levi, ainda encantado.

— Por que achava que eu não sabia? — resmungou Eren. — Eu não iria propor algo que não sei fazer.

— Sei lá — deu de ombros —, vai saber o que se passa na cabeça de um pirralho.

Eren revirou os olhos, mas sem nunca tirar o sorriso triunfante dos lábios.

— Posso servir ou não?

— Por favor — respondeu Levi, finalmente parecendo animado com alguma coisa.

— Onde ficam os pratos? — perguntou, ansioso para ver qual seria a nota que Levi daria para sua comida.

— Armário de cima, à direita, primeira prateleira.

Não demorou muito para que Eren tirasse dois pratos do armário e os colocasse em cima do balcão. Fio até a primeira gaveta e pegou dois pares de garfo e faca e os colocou cada um ao lado de um prato. Com notória habilidade, Eren serviu os dois sem deixar que nenhum macarrão caísse, mesmo com o queijo dificultando um pouco.

Eren esperou até que Levi desse a primeira garfada para que pudesse ver a reação do namorado. Assim que pôs o garfo na mesa, Levi fechou os olhos de brincadeira para mastigar, pois sabia que Eren o olhava com atenção. Pensava em fazer uma careta só para o provocar, mas assim que saboreou a comida... Não conseguiu fazer mais nada, além de arregalar os olhos para Eren — continuar mastigando, claro.

— Isso é bom? Ruim? Maios ou menos? — Eren perguntava, mordendo-se por dentro pela expectativa.

Eren... — Levi falava com dificuldade, pois ainda tinha comida em sua boca. — Que porra é essa?

— Que porra é essa? — repetiu, checando se era isso mesmo que tinha ouvido. — É macarrão com queijo e uns temperos — respondeu de imediato. — Por quê? Está ruim?

Levi fez uma pausa para saborear os últimos pedaços do macarrão e depois engoliu tudo.

— Isso é muito bom — disse por fim, com a expressão séria.

— Ah, que droga, Levi-san! — praguejou Eren enquanto ria e jogava o pano de prato no rosto de Levi, que ria também. — Eu pensei que você tinha detestado!

— Na verdade, eu ainda estou surpreso com o fato de que um pirralho cozinha melhor do que eu — declarou Levi. — Isso é quase uma humilhação.

— Claro, eu tinha que ser melhor do que você em alguma coisa — murmurou Eren.

Um sorriso felino cresceu nos lábios de Levi.

— Então admite que eu sou melhor do que você em todo o resto? — Levi o provocou, fazendo com que espreitasse os olhos.

— Eu nunca disse isso.

— Ah, mas está nas entrelinhas.

— Pode escolher — disse Eren, cruzando os braços.

— O quê?

— Pode escolher o que quiser para que eu faça, e eu te mostro que sou melhor do que você.

Os olhos de Levi faiscaram, e Eren sentiu o clima mudar um pouco. Sem tirar os olhos do namorado, Eren deu a volta pelo balcão.

— O que eu quiser? — Perguntou Levi, e Eren confirmou com a cabeça, aproximando-se. — E você o fará até o final?

Àquela altura, Eren estava a uma distância de um braço de Levi, mas não se aproximou mais. Deixou que Levi enganchasse os dedos no cós de sua calça e o puxasse lentamente para ele. Levi abriu as pernas para encaixar o corpo do garoto entre elas, e deixou que ambas as mãos passeassem pelo quadril de Eren e repousassem finalmente nos bolsos traseiros da calça, apertando de levinho a bunda dele.

— Não sei o que parece mais tentador... — Levi olhava bem nos olhos de Eren e falava com a voz rouca, quase que em um ronronar. — Essa comida maravilhosa... Ou essa bunda que eu adoro foder.

Eren sorrateiramente colocou ambas as mãos sobre as coxas de Levi, apossando-se delas lentamente enquanto dirigia-se à virilha dele, dando leves apertadas no caminho.

Faça sua escolha — sussurrou Eren, acariciando o nariz de Levi com o seu próprio. — Só não demora muito... um deles vai esfriar.

Levi sorriu para o garoto e, apertando deliciosamente a bunda de Eren, o trouxe para mais perto para um beijo lento e quente, saboreando com calma os lábios apressados do garoto. Eren não conseguiu manter-se apenas nas coxas de Levi e deixou que as mãos subissem para o abdômen, mas só depois de pressionar com carinho o membro de Levi, que sufocou um gemido dentro da boca de Eren.

Sabendo que seu quadril estava pressionando a virilha de Levi, Eren não perdeu tempo e moveu-se de forma provocante, roçando-se por entre as pernas do namorado e atiçando dentro de Levi a chama mais carnal do desejo. Levi abandonou os lábios de Eren e traçou uma trilha de beijos carinhosos até o lóbulo da orelha do garoto, onde acariciava com a ponta do nariz.

— Quer que eu te foda? — perguntou Levi com a voz morna.

— Hm-hum... — foi tudo o que Eren conseguiu dizer, de olhos fechados, completamente tomado pelas carícias de Levi.

— Ah, mas eu não vou... — disse, avançando pelo pescoço de Eren dando leves mordiscadas em alternância com os beijos suaves.

Eren sorriu para aquela provocação boba.

— Levi... — murmurou Eren, subindo uma mão até o cabelo dele e deu um puxão de leve. — Por favor...

— Não, nada de foder por hoje — disse Levi, mas ainda mantinha o ritmo de beijos no pescoço do garoto. — Isso seria nojento.

Eren congelou no mesmo instante. Lutando contra os braços de Levi em sua bunda, que o puxavam para perto, Eren conseguiu ganhar distância o suficiente para olhar Levi nos olhos.

— Nojento?

— Sim, nojento — respondeu Levi, com casualidade.

Eren levou um tempo para processar aquilo.

— Está dizendo que transar comigo é nojento? — perguntou com todas as palavras, para ter certeza de que estavam falando da mesma coisa.

— Você não acha? — disse Levi, divertindo-se com a reação do garoto.

Eren usou as duas mãos para tirar as de Levi de seu bolso, dando um passo para trás. Franziu o cenho para ele e ficou parado, ofegante, enquanto esperava por uma explicação.

— Está brincando comigo? — Eren cuspiu as palavras.

— Estou sim — afirmou Levi, com um sorriso casto no rosto. — Mas não brinquei quando disse que era nojento, realmente disse sério...

— Explique — rosnou Eren, fazendo Levi arquear ambas as sobrancelhas.

Ambos ficaram se encarando: Levi, com as sobrancelhas arqueadas, e Eren, com o cenho franzido numa carranca emburrada. Somente quando Levi amansou o olhar que Eren relaxou um pouco, dando espaço para que Levi se inclinasse e puxasse Eren para perto de novo, só que desta vez o segurou pelas costas, colocando as duas mãos por dentro da camisa do garoto e acariciando a lombar.

— Está irritado? — ronronou Levi.

— Você está brincando com a minha cara — resmungou Eren. — Claro que estou.

— Acha que tenho nojo de você?

— Bem, foi isso que você disse — respondeu com impaciência.

— Não, disse que transar com você agora seria nojento — corrigiu.

— E qual a diferença?

Toda — disse Levi, quase rindo. — Você pode até ser meu namorado, mas esse seu buraco ainda é a saída de...

— Ah, entendi — disse antes que Levi terminasse a frase. — Que droga, por que não disse isso antes?

— Porque eu também estava louco para transar com você e também porque você fica extremamente divertido quando está dando um ataque — respondeu Levi, com um sorriso travesso, e o coração de Eren não pôde fazer nada a não ser ceder.

Sem nenhuma resistência, Levi tirou uma mão para por na lateral do rosto de Eren e o puxar delicadamente para baixo, dando um beijo manhoso.

— Não faça isso de novo — resmungou Eren, quando se afastaram em busca de ar.

— Não posso prometer isso — disse sorrindo.

— Ah, fala sério! — choramingou. — Mas assim a gente não vai transar nunca!

— Faz tanta questão assim de dormir comigo?

Eren ia responder que sim de imediato, mas percebeu que estava se entregando muito facilmente e fechou a boca. O que não adiantou de muita coisa, já que o rosto corado e os olhos brilhantes deram o recado. Levi sorriu desceu uma mão até a bunda de Eren de novo.

— Se te deixa feliz, esse se tornou um de meus lugares favoritos — e deu uma apalpada ma bunda de Eren.

— Estou vendo o quanto gosta daí — retrucou Eren, revirando os olhos.

— Se ele fosse mais limpo, seria o favorito.

Aquilo deu um estalo em Eren.

— Não tem uma forma de limpar? — disse, cheio de expectativa.

— Nem me pregunte, não faço a mínima ideia.

— Deve ter... Quer dizer, eu acho que tem... — murmurou Eren, pensando alto. —Espera aí, você estava planejando nunca mais...?

— Claro que não — disse Levi, com certo ultraje. — Eu iria usar camisinha.

— E você não tem nenhuma aí?

— Não que você seja capaz de engravidar, então não foi uma das minhas maiores preocupações.

— Hm... — Eren se libertou mais uma vez e puxou um banco para sentar-se ao lado de Levi. — Ok, eu desisto. Vamos só comer o macarrão mesmo...

— Não está mais tão quente — reclamou Levi.

— Claro que não está, você gastou seu tempo me provocado ao invés de comer de uma vez — resmungou.

— Ao menos, ainda está bom — confirmou, dando uma garfada.

Eren ficou um tempo só vendo Levi devorar o macarrão. Mesmo não sendo exatamente o apetite que ele queria de Levi no momento, era bom ver que a sua comida tinha sido aprovada.

— Onde você aprendeu isso? — perguntou quando já tinha acabado o prato, servindo-se de mais um pouco.

— Minha mãe me ensinou — disse, devorando a comida. Só então percebeu com quanta fome estava. — Essa é uma receita de família que preparamos sempre que tem algum encontro familiar.

— Pensei que tinha sido invenção sua — confessou Levi. — Você parece ser bem próximo de sua mãe, sempre me fala dela.

— É... — murmurou Eren, lembrando-se da situação atual de seus pais. — Eu amo muito ela.

Levi percebeu como o humor de Eren havia ficado mais pesado.

— Sua mãe está melhor?

— Como assim?

— Da última vez que nos vimos, você disse que tinha que correr para casa porque não queria deixá-la só — explicou.

— Ah, sim. — Eren passou uma mão pela nuca. — Acredito que esteja se sentindo melhor, mas acho que ainda está muito abalada com a decisão...

— Que decisão?

— Eu não te contei? — Eren franziu o cenho para Levi, que negou com a cabeça. — Minha mãe decidiu se separar de meu pai.

Levi parou de comer por um instante, deixando o garfo no prato. Com a mão direita, foi até o topo da cabeça de Eren e bagunçou um pouco o cabeço macio do garoto.

— Sinto muito, pirralho — disse quase que num sussurro. — Não precisa falar disso se não quiser.

— Não que eu me importe, só não quero te encher com esse assunto. — Eren deu de ombros. — Provavelmente esse é um assunto meio pesado demais para você, que nem deve lembrar mais como é viver com os pais.

Levi ficou um tempo calado, considerando o que falar. Decidiu por continuar comendo.

— Na verdade — Levi dizia entre mastigadas —, eu realmente não lembro o que é viver com meus pais.

— Como assim? — Eren franziu o cenho.

— Não posso ter memórias de algo que nunca existiu.

A ficha demorou um pouco a cair para Eren.

— Não me diga que você é...

— Órfão? — Levi completou. — Sou sim.

— Levi-san, eu... Desculpe, é que... — Eren começou a se embolar com as palavras.

— Relaxe, pirralho, isso não me magoa.

Eren ficou apenas olhando Levi terminar de comer. Era um homem muito bonito, e a julgar pela sua casa também era bem sucedido. Para um órfão que sequer tinha memórias de seus pais, Levi soube se virar muito bem. A não ser que tenha sido adotado, pensou Eren, mas optou por não tocar mais no assunto.

— Isso vai virar sua obrigação — anunciou Levi, recolhendo os pratos para levá-los à pia.

— O quê?

— Sempre que vier para cá — explicou melhor —, vai ter que cozinhar para mim.

— E por que eu faria isso? — disse com um sorriso travesso.

— Porque é meu namorado, e porque cozinha a melhor comida caseira que eu já experimentei.

Aquilo deu um aperto no peito de Eren, e ele cedeu mais rápido do que imaginava.

— Posso tentar outros pratos?

Com certeza — afirmou Levi, sorrindo.

— Acho que vou pedir para minha mãe me ensinar mais pratos, então — disse, rindo também.

Levi estava guardando tudo numa velocidade surpreendente. Eren achou estranho ele ter apenas deixado os pratos na pia, sem lavá-los no mesmo instante, mas deixou passar.

— O que está fazendo? — perguntou quando Levi entrou corredor adentro.

Vou te recompensar pela comida, e... — Eren jurou escutá-lo rir. —... Bem, por outras coisas também.

Eren sentiu uma inquietação crescer do fundo de seu ventre, mas tentou conter a ansiedade. Levi não faria nada ousado com ele agora, então era melhor não se iludir. Mas ainda sentia-se agitado, então se levantou do banquinho e andou até o sofá.

— Não precisa me recompensar, acho que só dizer que estava bom é o suficiente.

Eu faço questão — insistiu Levi, e Eren sabia que tinha uma conotação diferente naquelas palavras. Quando Levi apareceu no corredor de novo, estava somente com a calça moletom, sem a camisa, e trazia em suas mãos um pano branco e um tubo de pomada. — Tire a roupa.

— O-o quê? — Eren pensou estar delirando.

— Tire a roupa — Levi ordenou mais uma vez, seus olhos estavam em chamas. — Toda a sua roupa... e faça tudo o que eu mandar.


Notas Finais


Eu preciso falar o que vai acontecer?
Não, nem precisa xD
Vou deixar vcs imaginando o que Levi quer fazer com um Eren nu, um pano e um tubo de pomada kkkkkkkkkkkk
Bjos, meus gatíssimos lindos, e obg por esperarem :3


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