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História Veela, Draco? - Chapter XV


Escrita por: SofiaDuarte

Capítulo 15 - Chapter XV


Finalmente a sexta feira havia chegado e com ela a noite que Hermione passaria no dormitório com Draco. Não precisamos nem dizer que desde o momento em que acordou o garoto já estava eufórico pensando na maravilhosa noite de sono que teria mais tarde, além de poder respirar a base do perfume de Hermione.

Ainda no café da manhã o sonserino resolveu testar suas novas habilidades: evitar o contato visual com as garotas histéricas e tentar não hiperventilar com a situação, o que funcionou muito bem até, deixando seu ego nas alturas. Se ele havia se controlado com as demais significaria que com Hermione seria fácil manter o controle da situação. Ele já estava completamente convencido que seu plano daria certo, não parando para pestanejar quando decidiu ir atrás da namorada.

Acabou encontrando-a na biblioteca onde fazia hora. Embora Draco tivesse aula no momento não se incomodaria de perde-la por estar dando uns amassos atrás de uma estante. Tudo em nome do veela, claro. Ele tinha que se lembrar de agradecer a Hermione por sempre preferir os lugares mais reservados para estudar, não precisaria se preocupar em não ser visto desse jeito.

Quando estava bem próximo de sua cadeira o garoto tratou de abaixar sua voz o máximo possível, forçando uma rouquidão mais parecida com a de um fumante. Ele certamente teria que melhorar nesse quesito se quisesse realmente obter algum tipo de sucesso.

-Você se importa deu me sentar com você?

Ela estranhamente o ignorou.

-Não tem ninguém por aqui, não precisa fingir que não está me escutando.

Nada ainda.

-Qual é, Hermione. Pensei que já tivéssemos passado dessa fase. Não quer vir aqui e me dar um beijinho? – Ele continuava a manter o tom de voz calmo, testando seu poder, chegando até depositar um leve beijo no pescoço da garota, despertando-a para a realidade.

-Draco? Está aí a quanto tempo? – ela havia dado um pulo pelo susto tomado, completamente arrepiada.

-Alguns minutos.... Eu estava te chamando, não ouviu?

-Me desculpe, preferi silenciar uma bolha para me concentrar mais. O que você queria mesmo?

-Nada, Hermione, nada – ele estava completamente frustrado. – É melhor eu ir para aula.

***

Devido a conversa do dia anterior entre o grupo de amigos, uma festa do pijama de emergência fora marcada para aquela noite de sexta feira. Tinham acontecido muitas reviravoltas recentemente que estavam abalando todo o grupo, e devido aquele afastamento as coisas poderiam ir de mal a pior no relacionamento de todos.

Tudo uma desculpa esfarrapada para contar fofocas dos meninos, obviamente.

Devido a isso, lamentavelmente Hermione não poderia passar a noite no dormitório veela, seria muito óbvio ter que sair no meio da festa para ficar com um cara – coisa que ela certamente só faria quase ele estivesse em risco -  o que ele não estava. Com dor no coração a garota decidiu fazer algo para o namorado não sentir tanto a sua falta durante o sono. Eram cerca de sete da noite quando saiu de seu dormitório na Grifinória carregando seu cachecol, partindo em direção as cozinhas.

Por ser quase hora do jantar o caminho até o dormitório fora bastante tranquilo, quase sem interrupções. Seu plano era simples: chegar, colocar o cachecol em sua cama e ir para a Sala Precisa, onde as garotas estariam para a festa do pijama. Super prático.

Antes de dizer a senha, verificou se não tinha ninguém por perto. Entrou, cumprimentou os garotos e foi até o quarto do namorado.

-Devíamos avisar? – Jacques sussurra.

-Não, ela parece apressada. Apenas vamos deixá-los à vontade.

-Eu estava mesmo devendo uma visita à tapeçaria no sétimo andar. – Samuel resmunga antes de sair com os outros.

Obviamente que Hermione nem percebeu a saída deles, senão desconfiaria de alguma coisa. Ela simplesmente entrou no quarto e percebeu como Draco podia ser um adolescente organizado. O quarto já tinha aquele cheiro incrível que ele possuía. Não sabia se era do perfume ou seu cheiro natural. Ele era um cara que usava perfume amadeirado ou era só lenda urbana?

Era uma visão encantadora os livros dele empilhados em um canto, sua cama em perfeito estado, uma foto sua sorrindo distraidamente em cima do travesseiro e sua capa e gravata amassadas por cima da colcha. Espera, onde ele tinha conseguido uma foto sua? Resolveu deixar o presente logo e ir embora, já que quanto mais tempo passasse no ambiente poderia ser pior para ir embora, ainda mais se Draco chegasse. Foi apenas ela se inclinar para formar um coração com o cachecol – um belo trabalho, por sinal – que escutou um barulho na porta atrás de si.

-Hermione? Não devia estar jantando?

Quando ela olhou para trás se deparou com Draco coberto apenas da cintura para baixo com uma toalha enrolada na cintura. Seus cabelos estavam molhados e seu peito – que reparando deste ângulo era bem largo – levemente coberto por pequenas gotas de água. Aquilo definitivamente era definido, não tanto, mas o suficiente para fazer seus olhos saltarem e sua boca se abrir.

Céus, como ele realmente era branco!

O único detalhe que ela não havia percebido era a forma como o garoto segurava o batente da porta, toda a força que usava para não voar em cima dela e convencê-la a nunca mais sair de lá. Aquela visão dela empinada em sua cama havia mexido muito mais com ele do que podia imaginar.

-Eu.... Hã.... Não vou comer hoje. - Ela estava hipnotizada por ele, se aproximando perigosamente.

-Você não pode ficar em jejum. – Ele falava amenidades somente para se distrair do desejo que surgia em seu interior, com sua voz bastante fraca.

-Que se dane o jantar, minha fome de você é maior que outra coisa.

Somente quando ela disse tal frase e passou a mão lentamente por seu peito que Draco se deu conta que a encarava fixamente e com a voz semi controlada pelo veela. Foi duro ele engolir em seco para voltar ao normal enquanto fechava os olhos. Aproveitou para puxá-la para um abraço apertado, apoiando seu queixo em sua cabeça. Pelo menos sabia que fazia efeito suas técnicas.

-Me desculpe, não sei o que foi isso. – Ela estava levemente envergonhada, ainda agarrada ao seu torso nu.

-Não se preocupe, foi o charme. Eu perdi o controle por te ver daquele jeito, mas já estou melhor.

-Não sei se é interessante você perder o controle tão fácil assim.

-Só você me faz perder a cabeça, sabe disso. – Ela inconscientemente esfregava o rosto em seu peito, pedindo por um pouco de carinho o que acabou por despertar um ronronar vindo da parte dele.

-Então, o que vai ser? – Ele tentava disfarçar o ronronado – Vamos jantar no quarto e depois estudarmos um pouco antes de dormir? – se afastou o suficiente para fazer um carinho em seu rosto, ainda abraçado a ela.

-Eu vim aqui justamente para dizer que não vou poder ficar com você hoje. As garotas marcaram uma festa do pijama e eu não posso faltar, elas poderiam desconfiar.

-Quer dizer que não vou dormir direito hoje? – Ele fez a carinha de cachorro propositalmente.

-Foi por isso que trouxe o meu cachecol, para você dormir com ele....

No instante seguinte ele foi atacado por um beijo violento, um que abalou todo o seu equilíbrio, tendo que se escorar no batente da porta para não cair no chão. Quando finalmente conseguiu se afastar, percebeu as pupilas de Hermione completamente dilatadas, quase tão pretas como as do veela.

-Mas o que aconteceu aqui? – Sua voz se elevou e seus olhos semicerraram, acabando com qualquer resquício de encanto.

-Eu não sei, você... EI! Porque usou o chame em mim, Malfoy?! Sabe que não precisa disso!

-Pelo menos comprovei como você fica louca comigo. Quem diria que a santinha da Granger beijaria desse jeito?

-Eu perdi qualquer vontade de te dar um beijo de boa noite.

-Duvido que eu consiga esquecer esse até amanhã de manhã.

-Argh!

Antes que ela pudesse sair de fato do quarto, sentiu seu braço ser puxado.

-Promete ficar comigo amanhã?

-Promete não usar o charme em mim?

-Posso tentar.

-Então eu também.

***

Samuel Fitzgerald pensou que finalmente teriam uma nova pintura no dormitório esta noite, estava contente por sua prole finalmente ser eternizada ao seu lado. Sabia que cada um dos Veelas havia se afastado o suficiente para dar privacidade ao casal, cada um indo a um ponto diferente do castelo. Ele escolheu a tapeçaria do sétimo andar, longe o suficiente do que aconteceria naquele quarto. Veelas tendem a ser barulhentos, ainda mais com todo o processo que estaria acontecendo. Não era para menos todos quererem ficar bem longe dos urros que viriam a seguir.

Porém, tinha sido uma enorme surpresa para o garoto ver Hermione passar por sua tapeçaria resmungando, com uma careta nada amigável.

-Hermione? O que aconteceu?

Ela que estava tentando esvaziar a mente para passar três vezes em frente a parede, ficou confusa ao escutar seu nome. Olhou em volta e encontrou Sammy tecido na tapeçaria. Ele estava bastante diferente do seu quadro, mas ainda assim era ele.

-Samuel? Como conseguiu vir para cá? – Ela estava meio agachada olhando-o fixamente.

-Precisávamos dar privacidade a vocês. – Ele manteve sua costumeira pose relaxada, encostado em uma linha como apoio.

-Porque?

-Achávamos que ele ia conseguir te marcar. Como você entrou direto em seu quarto e ele estava no banho.... Pensamos que seria mais fácil, ainda mais agora que ele sabe como usar o charme a seu favor.

-Então foram vocês que ensinaram isso a ele?! – Ela se alterou – Eu nunca pensei que ele fosse tentar me influenciar a nada, ainda mais isso!

-Vocês brigaram?!- ele se assustou – Ele pode estar morrendo naquele quarto nesse instante, sabia disso?

-Não seja exagerado, Samuel. Eu sei como lidar em situações assim, apenas me certifiquei que ele não vá tentar me controlar de novo. Ele está muito bem e saudável na cama agora mesmo.

-Apenas... não demore, Hermione. Ele sofre com a espera.

-E por acaso como acha que me sinto com toda essa pressão em cima de mim?

Samuel não teve reação ao desabafo.

***

-Eu não acredito que Suzana Bonnes teve a coragem de mandar suco de abóbora batizado para ele!

A noite das garotas tinha começado com a incrível revelação da semana que no final acabava sendo mais uma na lista de assédios com o loiro. Elas já tinham jantado bobagens naquela sala, colocado seus pijamas e preparado o local mais acolhedor possível para uma festinha. Estando cada uma jogada em um canto, fora fácil Hermione esconder a cara de surpresa pela informação.

-Mas ele nem gosta de abóbora.- deixou escapar.

-Como sabe disso, Mione? – Gina estranhou.

-Como vocês não sabem disso, eu quem pergunto. Já se esqueceram da crise alérgica que ele teve no terceiro ano depois de tomar o suco? Passou pelo menos uma semana na enfermaria se recuperando. – Ela mentiu de forma tão habilidosa e convicta que as garotas chegaram até a concordar que se lembravam vagamente de algo que nunca havia acontecido.

-O que importa é que eu realmente não gostaria de estar na pele dele agora.

-Nem se fossem garotos, Gina? – Podia não parecer, mas Luna sabia ser tarada quando queria.

-Aí seria uma outra questão bem interessante, vocês têm que concordar. Imaginem só todos eles querendo uma chance com você, poder escolher a dedo quem quiser...

-Talvez seja por isso que Malfoy corre delas como o diabo corre da cruz. Elas estão atrás do seu nome, só isso. – Hermione diz indiferente.

-Será que tem alguma maneira de fazer um acordo pré-nupcial nesse caso? Dela não herdar nada, só o amor dele? – Luna divaga.

-Isso seria muito interessante. Será que eles são tão amargurados assim porque foram iludidos? – Gina continua.

-Será que o Malfoy já faz alguma ideia de quem é a companheira dele? - Hermione era esperta o suficiente para tirar o seu da reta em situações como essa.

-Eu tenho as minhas desconfianças que ele até já está investindo nela. – Luna afirma – Não era para ele estar pirando sentindo sua ausência? É só observar um pouco de perto que ele está muito bem.

-Você acha?

-É só uma hipótese. Será que existe a possibilidade de na verdade ser um companheiro?

Levou cerca de três segundos para todas as três se entreolharem e caírem na gargalhada.

-ISSO SERIA HILÁRIO! IMAGINEM A CARA DOS GAROTOS! – Gina quase rola para fora de seu saco de dormir.

-IMAGINEM SE FOSSE O HARRY! Seria incrível ele ter que engolir tudo o que já falou do Malfoy e vice-versa! – Hermione foi além.

-Com certeza toda a felicidade que ele estava sentindo ontem iria embora. – Gina se recuperava de outro acesso de riso.

-Mas então, Gina querida, porque Zabini deu uma piscadela para você?

Ela precisou de algum tempo respirando fundo antes de responder.

-Ele me beijou no início da semana.

-OI?!

-Ele fez o quê?!

-Vocês sabem que eu peguei detenção na segunda feira a noite, certo?

-Não mesmo.

-Bem, eu sem querer explodi um caldeirão no rosto de Snape e tive que limpar a sala de troféus. Pensei que tivesse que fazer sozinha, mas quando cheguei lá, Zabini já estava limpando. Aparentemente ele foi pego tentando trazer whisky de fogo para o castelo e acabou lá também.

-Sim, e....? – Tanto Luna como Hermione já tinham se aproximado o máximo possível de Gina, extremamente curiosas com a situação.

-Ele chegou, falou “Vamo fechá? ”, eu respondi “Bora” e foi isso.

-Você está mentindo. Disse que ele quem te beijou, e claramente você deu permissão nessa historinha. – Hermione olhava acusatória.

Gina respirou fundo.

-Certo, me pegou. A verdade é que...

“Já estávamos limpando aquilo tinham pelo menos duas horas e ele não para de reclamar um segundo. Reclamava por tudo: da quantidade de troféus, da injustiça que fizeram com ele, que era inocente, que se fosse com o Malfoy não fariam nada e até que eu subia muito nas escadas. Eu sinceramente entendo o motivo dessa última, eu não devia estar de calças nesse dia, mas chegou uma hora que eu me irritei, ele já estava parecendo uma velha reclamona!

Ele tinha começado a dizer que estava com muito frio, que sentia seus dedos congelando e que isso iria prejudicar ele no Quadribol. Eu estava tão irritada, eu desci da escada que estava apoiada na parede perto da porta de entrada, vocês sabem qual, né? E fui até ele que estava do outro lado da sala, peguei na sua mão e esfreguei.

-Está melhor agora? – Eu juro que falei num tom cínico, e ele não estava esperando por isso, eu consegui tirar as palavras da sua boca, mas quando ele conseguiu falar, não foi para agradecer.

-Eu acho que meus lábios esfriaram de repente. – A cara que ele fez foi bem esquisita. Mas um esquisito bom, sabem?

-Eu tenho certeza que um soco resolveria o seu problema.

-Weasley, não tenho dúvidas que sua mão faz maravilhas, mas acho que um beijo é muito mais eficaz. – E aí BUM! Ele me prendeu na estante e me beijou! ”

-E como foi?

-Olha meninas, o cara beija bem.

A crise histérica de gritinhos foi inevitável.

-Mas e o Harry? Como fica nessa situação

-Ele não é mais meu namorado, ele mesmo me dispensou. Eu já disse que é besteira isso de terminar comigo por ser um alvo para ele. Eu sendo namorada ou não sempre vou ser.

-Eu também tentei enfiar isso na cabeça dura dele, mas ele estava decidido.

-Então ele não tem o menor direito de dar aquele chilique, não é?

-Não mesmo. Mas isso vai até ser bom para ele aprender a não ser complicado desse jeito.

-Você pretende beijar o Zabini de novo? – Hermione já conspirava em sua cabeça.

-Se ele quiser quem sou para impedir, não é mesmo? – Disse risonha. – Mas e você, Hermione, não tente fugir do assunto. Você realmente seguiu o meu conselho, né? De esquecer o Ron.

-Talvez....

-EU SABIA! Ele é da Lufa-Lufa, não é?

-Porque acha isso?

-Você não é nenhum pouco discreta em disfarçar quando vai para as cozinhas. Ou ele é da Lufa-Lufa ou é um elfo.

-Só digo que ele mora naquela direção.

-Meu Deus, Hermione, não me diga que você tem gostos peculiares. – Luna ficou confusa pela garota não ter afirmado sobre a casa do garoto.

-Vocês têm cada ideia...

Mas em uma coisa Luna havia razão: gostar de alguém metade humano e metade criatura mágica era realmente um gosto peculiar. Não eram todos os que aceitavam uma pessoa dessas.

Graças a Deus Hermione não eram uma dessas.



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